Notícias Destaque

16 de maio de 2022

”Semóptica 2022” – Semana da Óptica – Comemorações do “Dia Internacional da Luz” e “Dia do Físico”

Uma reunião científica que desde há 26 anos reúne uma ampla comunidade de cientistas, professores, alunos e técnicos nas áreas de óptica e fotônica, e cujo principal foco é dar a conhecer e discutir os últimos avanços feitos nas pesquisas inseridas nessas duas vertentes do conhecimento. Um debate importante, principalmente para analisar e rever os inúmeros trabalhos que tanto contribuíram ultimamente para o combate e prevenção à COVID-19, com o desenvolvimento de inovadores protocolos direcionados à saúde e equipamentos com tecnologia avançada à base de luz, que mereceram os devidos destaques nos medias nacionais e regionais.

Estamos falando da “Semóptica 2022 – Semana da Óptica”, um evento promovido e realizado anualmente pelo Grupo de Óptica “Milton Ferreira de Souza”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) e o Instituto Nacional de Óptica e Fotônica (INOF), ambos sediados no mesmo Instituto, e que acontecerá este ano de forma híbrida (presencial e remotamente) entre os dias 16 e 20 deste mês de maio, com os indispensáveis apoios da USP, IFSC/USP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, entre outros.

Inseridas na vasta programação deste evento (gratuito), estarão, como destaque, as comemorações do “Dia Internacional da Luz” (16/05), com várias palestras sobre o tema, e o “Dia do Físico” (19/05), com exposição e palestras no “Museu Prof. Mario Tolentino”, no centro de São Carlos.

Outro destaque vai para o minicurso que será ministrado pelo Prof. Vanderlei Bagnato sobre o projeto “Aventuras da Ciência”, seguido de um sorteio de Kits de Óptica para os participantes (não é necessária inscrição).

A coordenação da “Semóptica 2022” está este ano sob a responsabilidade dos Profs. Euclydes Marega Junior e Sebastião Pratavieira.

Confira abaixo a programação.

(Foto: Brás José Muniz)

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2022

Prof. Djalma Mirabelli Redondo – Um Verdadeiro Professor (†13/05/2022) – Um depoimento pessoal…

Tive a sorte de conhecer o Memorável e Estimado Prof. Djalma Mirabelli Redondo nos meus primeiros dias de USP, em 1978, nas aulas teóricas de Física 1 oferecidas no prédio mais importante do Campus de São Carlos, o E1.

Já naqueles primeiros momentos de USP, me impressionou sua delicadeza conosco, jovens ingressantes da Universidade, apresentando com entusiasmo suas aulas muito bem preparadas, recheadas de profundo conhecimento em temas diversos, nos auxiliando a perceber que a Física deveria andar ao lado de outras áreas do saber, sempre nos indicando referências de qualidade em vários idiomas, incluindo espanhol, francês e inglês. Quanto aprendizado através de apenas uma pessoa!

No primeiro semestre de 1978, passamos por uma longa greve, que culminou na reprovação de praticamente todas as alunas e todos os alunos do Campus, criando uma série de problemas associados com o acúmulo de disciplinas e pré-requisitos. Felizmente, tivemos o Prof. Djalma para nos auxiliar em todas as barreiras encontradas, sempre com autoridade e muito empenho. Sabíamos que tínhamos alguém ao nosso lado, sem perder o rigor nas disciplinas que ele oferecia e nas avaliações que aplicava.

A sorte continuou, pois ele nos ofereceu várias disciplinas ao longo do Curso de Bacharelado em Física.

Posteriormente, já como docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tive o Prof. Djalma como um ótimo parceiro acadêmico.

Durante o período que coordenei os Laboratórios de Ensino do IFSC/USP, ao longo da década de 1990, contei várias vezes com seu apoio, tanto para elaborar projetos dedicados à criação do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, quanto para discutir temas associados ao Ensino de Física. Em uma dessas atividades conjuntas, acabamos publicando um artigo na Revista Brasileira de Ensino de Física, intitulado ”Construção de um aparato experimental destinado à demonstração do efeito provocado pela força de Coriolis”, em 1998.

Deste modo, em todos meus momentos acadêmicos importantes, tal como na minha posse como Diretor do IFSC/USP, nunca deixei de firmemente homenageá-lo e agradecê-lo pela múltipla formação que ele conscientemente me ofereceu.

Espero que continuemos tendo professores com a índole acadêmica do Prof. Djalma, que ajudou a construir nossa prestigiosa Instituição, tendo atuado na Gestão tanto da Unidade, sendo, por exemplo, Chefe do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do IFQSC/USP, quanto do nosso Campus, como Prefeito. Mais do que isso, que continuemos tendo colegas na USP que mereçam o título que ele sempre honrou ter, o de Professor no sentido exato e mais nobre da palavra.

Caríssimo Prof. Djalma Mirabelli Redondo, muitíssimo obrigado por tudo que me ensinou e aqui descrevo com humildes e poucas palavras. Espero poder manter viva a memória das suas preciosas contribuições. Será difícil, pois a dimensão dos seus conhecimentos era vasta, extrapolando os domínios da Física.

Tito J. Bonagamba

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2022

Pacientes com sequelas de COVID-19 recuperam totalmente olfato e paladar

Estudo de caso clínico confirma sucesso do tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP

Um estudo de caso clínico de recuperação total de sequelas de COVID-19 relativas à perda de olfato e de paladar numa paciente de 34 anos, residente em São Carlos e publicado na revista científica “Journal of Biophotonics”, vem confirmar a eficácia do protocolo de um tratamento desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) com base em equipamento de emissão de luz na faixa do vermelho e infravermelho também desenvolvido neste Instituto.

Primeiro que tudo é necessário explicar aos leitores que as disfunções olfativas vão desde a perda completa do olfato – chamada de anosmia -, à capacidade parcial ou reduzida de cheirar e detectar odores, designada de hiposmia. A anosmia é comumente associada a infecções virais do trato respiratório superior, onde se inclui a COVID-19. Da mesma forma, a ageusia, que é caracterizada pela perda completa da função do paladar, também está relacionada à COVID-19, sendo que essas duas disfunções – que são comuns em pacientes que contraíram o vírus – podem persistir após a recuperação dos pacientes, sendo descritas como síndromes pós-COVID-19. Contudo, a fisiologia dos mecanismos que levam a essas disfunções durante a infecção de SARSCoV- 2 ainda está sendo esclarecida.

Segundo as assistentes Viviane Brocca de Souza e Laís Tatiane Ferreira, orientadas pelo coordenador clínico Dr. Vitor H Panhóca (CITESC/Santa Casa São Carlos/IFSC-USP): “A paciente em primeira consulta disse que não tinha melhora do quadro de alteração de olfato e paladar durante os meses subsequentes à Covid-19”. Posteriormente, a paciente relatou no final do tratamento: “Após as sessões de laser, o olfato e o paladar voltaram totalmente ao normal”

O tratamento relatado neste estudo utiliza um equipamento com base em luz nas faixas do vermelho e infravermelho desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC/USP, protocolo esse que foi aplicado na paciente acima citada e que contraiu COVID-19 em Outubro de 2020, tendo ficado com as sequelas de falta de olfato e paladar até Dezembro de 2021, iniciando então o tratamento já no início do corrente ano. Tendo realizado 10 sessões de tratamento (3 vezes por semana), totalizando quarenta dias, com aplicações de laser intranasal e na lateral da língua, no final dos procedimentos a paciente relatou uma recuperação de cem por cento em ambas as disfunções, tendo readquirido totalmente sua qualidade de vida, comprovando assim a eficácia do procedimento.

Este caso confirma os anteriores resultados obtidos com pacientes com o mesmo tipo de sequelas.

Assinam este estudo os pesquisadores: Viviane Brocca de Souza; Laís Tatiane Ferreira; Marcela Sene-Fiorese; Vanessa Garcia; Tiago Zuccolotto Rodrigues; Antonio Eduardo de Aquino Junior; Vanderlei Salvador Bagnato (Coordenador Geral) e Vitor Hugo Panhoca (Instituto de Física de São Carlos – Universidade de São Paulo (USP), São Carlos, São Paulo, Brasil / Centro de Desenvolvimento e Treinamento de Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Cov id-19 ( CITESC- INOVA), São Carlos, SP, Brasil / Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil)

Para acessar o estudo publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2022

O falecimento do Prof. Djalma Mirabelli Redondo

É com extremo pesar que comunicamos o falecimento do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo, ocorrido na madrugada de hoje, dia 13 de maio de 2022.

Conforme escreve o decano do IFSC/USP, Prof. Luíz Nunes de Oliveira, “O campus de São Carlos perdeu nesta manhã um dos alicerces em que se apoiou para crescer.

O Professor Djalma Mirabelli Redondo veio para cá, em 1975, vestido com o espírito que o manteve vivo até hoje, de quem quer construir, dialogar e educar.

Sempre apaixonado pelas equações estocásticas, ele transmitiu a centenas de estudantes e a alguns de nós, seus colegas, sua visão aprofundada e abrangente da física matemática e suas aplicações.

Todos nós temos gosto pela leitura, mas o Professor Djalma nos ensinou a gostar mais dos livros. Na biblioteca, ele sempre foi visto como figura paterna, e o seu gosto por novos lançamentos \textemdash\ “Vejam que interessantes estas obras sobre a vida de Niels Bohr, sobre a física dos buracos negros, sobre a dinâmica das bicicletas…” \textemdash\ junto com o entusiasmo pela arte de guardar e disseminar o conhecimento contagiaram as bibliotecárias, enriqueceram as prateleiras e tornaram a BIFSC conhecida em toda a USP.

Chefe de Departamento, Prefeito do Campus, Conselheiro do SIBI, ele ensinou pelo exemplo que liderar é respeitar pessoas e instituições.

É de se imaginar que tais virtudes sejam frutos de sua formação em tempos difíceis. Foi um uspiano de raiz.

Bacharel em Física pela Faculdade de Filosofia Ciências em Letras, ele defendeu sua tese de Doutorado em 1968, ainda no período heróico da Pós-Graduação, sob a orientação de dois docentes ilustres: Mario Schemberg e Luiz Guimarães Ferreira.

Contratado pela própria instituição-mãe da pesquisa na Universidade no início da década de 1960, transferiu-se para o IFQSC no período mais tenebroso da ditadura e desde então, mesmo depois de aposentado pelo IFSC, não parou de construir, dialogar e educar.

Quem pôde, aprendeu com ele”.

O velório do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo reraliza-se amanhã, sábado (dia 14-05-2022), a partir das 9h, no Velório Municipal e seu sepultamento será às 10h45, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo.

Aos familiares e amigos do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo, a Comunidade do IFSC/USP e o Campus da USP de São Carlos curvam-se em silêncio e respeito, endereçando sentidas condolências.

Descanse em paz, Mestre…

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2022

Colóquio do IFSC aborda “A busca por matéria escura com astropartículas”

O IFSC/USP realizou no dia 13 do corrente mês mais um colóquio dedicado à sua comunidade, subordinado ao tema “A busca por matéria escura com astropartículas”, apresentado pelo Prof. Aion Viana, docente e pesquisador do IFSC/USP.

Neste colóquio, o palestrante sublinhou o fato de apesar das crescentes evidências de que matéria escura existe no Universo, sua natureza fundamental permanece como um dos maiores problemas da Física contemporânea.

Uma das hipóteses mais aceitas é que matéria escura seria composta de Partículas Massivas que Interagem Fracamente, ou WIMPs no acrônimo em inglês. Em ambientes de alta densidade do Universo, esses WIMPs poderiam se auto-aniquilar e produzir partículas conhecidas do Modelo Padrão de Física de Partículas, como elétrons, pósitrons, prótons, e inclusive raios gama.

Galáxias anãs, aglomerados de galáxias e o Centro da Via-Láctea são os meios ambientes mais prováveis para abrigar um forte sinal de auto-aniquilação de matéria escura.

Neste colóquio o pesquisados revisou revisar o problema da busca indireta por matéria escura enquanto partícula, tendo-se concentrado em particular nas buscas com raios gama. Foram apresentados os resultados mais recentes de diversos telescópios de raios gama, como o H.E.S.S., MAGIC, VERITAS, e Fermi-LAT. Por fim, à luz dos futuros Cherenkov Telescope Array (CTA) e Southern Wide-Field Gamma-Ray Observatory (SWGO), o Prof. Aion lançou a discussão sobre as perspectivas e estratégias na busca de sinais de aniquilação de matéria escura.

Para conferir este colóquio, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de maio de 2022

Vaga para Analista de BI/Dashboard na empresa “Cognatis”

A empresa “Cognatis”, sediada na cidade de São Paulo, está com vaga aberta para Analista de BI/Dashboard, em modelo de trabalho híbrido (online e presencial).

O profissional atuará principalmente na área de Analytics no desenvolvimento e implementação de dashboards interativos, que serão integrados às plataformas da empresa. Além disso, deverá apoiar os processos de manutenção e criação de dados. O contratado receberá treinamento para usar a plataforma de desenvolvimento e integração da empresa (embedding) de dashboards.

Atribuições

Participar na criação técnica dos dashboards;

Ser capaz de propor estratégias de visualização de dados para endereçar as necessidades de clientes (externos ou internos);

Entender o propósito destas visualizações, e como torná-las mais pertinentes e eficazes na comunicação daquilo que importa aos usuários;

Apoiar processos de Machine Learning (modelos preditivos, segmentações, etc), que frequentemente estão associados aos dashboards ou demais projetos da empresa;

Qualificações necessárias

Bons conhecimentos de SQL e Python na visualização de dados;

Conhecimentos básicos em estatística e Machine Learning;

Bons conhecimentos de BI, em especial em relação ao Data Vis (Storyteller);

Conhecimentos básicos de Java Script, CSS e HTML;

Boa capacidade de aprendizagem;

Ser curioso;

Ser organizado e detalhista;

Trabalhar bem em equipe;

Saber trabalhar sob pressão;

Boa capacidade lógica;

Qualificações desejáveis

Conhecimento dos principais algoritmos e técnicas estatísticas;

Para se candidatar a esta vaga, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de maio de 2022

Instituto Serrapilheira: Como incentivar soluções criativas e colaborativas para melhorar a pesquisa científica?

Depois de duas edições online, a “No-Budget Science Hack Week” volta ao formato presencial.

O evento, que tem como filosofia “um laptop na mão e uma ideia na cabeça”, vai reunir entre os dias 8 e 14 de agosto, no Campus Praia Vermelha da UFRJ, no Rio de Janeiro, estudantes e pesquisadores de todo o país para uma semana de desenvolvimento de projetos sem custo em metaciência.

As inscrições estão abertas até 15 de junho.

Serão selecionados cerca de 20 participantes, que terão seus custos de viagem e estadia cobertos pela organização do evento.

Criado em 2019, o “No-Budget Science Hack Week” incentiva a utilização de dados publicamente disponíveis, iniciativas de ciência cidadã e defende que nem toda ciência precisa de bancada.

Pré Hack Week: de 18 de maio a 8 de junho

Como nos últimos anos, a edição de 2022 traz uma programação prévia, aberta ao público, com uma série de debates preparatórios para gerar ideias de projetos em diferentes temas.

Confira:

18/5 – Retrospectiva “Hack Week 2019-2021” – Juliane Fernandes (USP), Adriana Cabanelas (Firjan), Lucas Amaral (UFRJ) e Christian Limberger (UFRGS);

25/5 – Financiamento Científico – Odir Dellagostin (CONFAP), Kleber Neves (UFRJ) e Jerson Lima (FAPERJ);

1/6 – Evidência e Políticas Públicas – Paulo Almeida (Instituto Questão de Ciência), Natália Koga (IPEA) e Diana Moreira (UC-Davis);

8/6 – Vida e Carreira Científica – Bruno Paranhos (Coractium) e Flávia Calé (ANPG), Patrícia Paiva (CAPES);

Para obter mais informações, clique AQUI.

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de maio de 2022

Atualização da produção científica do IFSC/USP em abril de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  abril de 2022 clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Bioresource Technology” (VER AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de maio de 2022

IFSC/USP homenageia Prof. Rogério Trajano: Lançamento do livro “Introdução da história das ciências físicas”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) sempre teve a postura de ao longo de sua vida saber guardar em sua memória aqueles e aquelas que mais se destacaram na criação e no desenvolvimento desta Unidade da USP que viria a ser e a se consolidar como uma das mais destacadas instituições de excelência em ensino, pesquisa e extensão do país. E essa memória, que engloba professores, pesquisadores, ex-alunos e servidores não-docentes, tem servido para que a Instituição homenageie personalidades que contribuíram para o fortalecimento do DNA do IFSC/USP. Como exemplos temos aqueles que, infelizmente, já não estão entre nós, como são os casos, entre outros, dos Profs. Sérgio Mascarenhas, Horácio Carlos Panepucci, Bernhard Gross, Dietrich Schiel, Silvestre Ragusa e Guilherme Fontes Leal Ferreira; e como são os casos daqueles que estão dando continuidade a esse espírito de sucesso – Profs. Yvonne Primerano Mascarenhas, Glaucius Oliva, José Nelson Onuchic, Sylvio Goulart Rosa Júnior, Roberto Leal Lobo e Silva Filho, Osvaldo Novais de Oliveira Junior, Vanderlei Salvador Bagnato, Luiz Nunes de Oliveira, Roberto Mendonça Faria, Milton Ferreira de Souza e Tito José Bonagamba, só para citar alguns. Contudo, cabe neste espaço destacar agora um outro docente e pesquisador que foi homenageado pela Instituição no passado dia 06 de maio do corrente ano – o Prof. Rogério Cantarino Trajano da Costa.

Professor e pesquisador do IFSC/USP por mais de três décadas, o Prof. Rogério (como carinhosamente é conhecido) marcou sua vida acadêmica pela intensa paixão não só pela Física, mas também pelo enorme interesse que ainda nutre pela história da ciência e da tecnologia, música e política. Docente aposentado do IFSC/USP, o Prof. Rogério é Bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Doutorado na mesma Universidade (1966), tendo feito estágio de Pós-Doutorado na Universidade de Rochester (EUA). Ao longo de sua trajetória acadêmica também ministrou aulas no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Na homenagem que o IFSC/USP prestou ao Prof. Rogério Trajano, realizada no dia 06 do corrente mês, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas, que incluiu um colóquio especial ministrado pelo homenageado, a Instituição promoveu, também, através dos serviços de sua Biblioteca a organização, edição e publicação do livro “Introdução da história das ciências físicas”, obra que congrega todos os apontamentos, anotações e manuscritos da autoria do homenageado, documentos que foram extraídos igualmente da biblioteca pessoal do Prof. Rogério, um trabalho efetuado sob a coordenação do Prof. José Pedro Donoso Gonzalez (IFSC/USP). Pessoa singular, mestre de muitos dos professores e pesquisadores veteranos da Instituição, o Prof. Rogério foi classificado por seus ex-alunos e ex-colegas como um homem que fez contribuições excepcionais para o engrandecimento do Instituto de Física de São Carlos – Ensino, Pesquisa e Extensão -, um professor que preparava suas aulas com um extraordinário esmero, que envolvia e entusiasmava os seus alunos e que promoveu e estabeleceu um padrão de dedicação exemplar dentro e fora da sala de aula. Na homenagem, seus ex-alunos também destacaram a figura do Prof. Rogério como um grande formador de recursos humanos, tendo modificado suas vidas, de forma positiva, além de ser uma pessoa com extraordinária cultura, um intelectual ativo e de espectro aberto, que elevou a extraordinária qualidade do IFSC/USP e de sua imagem dentro e fora da Universidade de São Paulo.

Para assistir ao vídeo desta homenagem, clique AQUI.

(Imagens – Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2022

Memorial Prof. Sérgio Mascarenhas – o legado do Mestre

Existe sempre uma profunda nostalgia quando pensamos ou falamos do saudoso Prof. Sérgio Mascarenhas, um dos pioneiros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e fundador de inúmeras instituições de ensino e de pesquisa no Brasil. E essa saudade imensa não só inunda as almas de todos quantos com ele privaram nos vários redutos de ciência e tecnologia, como no esplêndido universo que esse maravilhoso ser humano soube criar nas artes, na música, na filosofia de vida e na generosidade que sempre irradiou. Por isso ele teve tantos amigos e admiradores.

Nunca é demais recordar essa figura ímpar da ciência nacional que traçou, em primeira instância, as linhas mestras para a criação daquele que viria a ser o IFSC/USP, sempre acompanhado por sua companheira inseparável, a Profª Yvonne Primerano Mascarenhas. O dia 02 de maio do corrente ano – data em que o Prof. Sérgio Mascarenhas celebraria o seu 94º aniversário, caso estivesse ainda entre nós – foi assim devidamente recordado através do “Memorial Prof. Sérgio Mascarenhas” promovido pelo IFSC/USP, momento em que também foi anunciado um número especial do “Brazilian Journal Physics” (BJB), com a participação de seus principais editores. Tanto na plateia como de forma remota, muitos foram aqueles que quiseram acompanhar a homenagem prestada ao grande cientista e Homem, todos eles com lembranças de uma convivência que fica registrada para toda a vida.

Drª Yvone Maria Mascarenhas

A cerimônia, presidida pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, e coordenada pela Chair do evento e Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Ana Paula Ulian de Araújo, contou com diversas abordagens e testemunhos da carreira do Prof. Sérgio Mascarenhas e à sua participação direta em diversos momentos importantes que marcaram a evolução da ciência nacional. Os discursos proferidos pelos Profs. Glaucius Oliva (docente, pesquisador do IFSC/USP e ex-Presidente do CNPq), Ana Beatriz de Oliveira (Reitora da UFSCar), Sílvio Crestana (EMBRAPA), Antônio Martins Figueiredo Neto (Editor Chefe do BJP) e Oswaldo Baffa Filho (Editor Associado BJP), foram prova disso. Já no âmbito pessoal, a presença de familiares do homenageado no auditório constituiu um particular momento de partilha da imagem do cientista em seu reduto familiar através das palavras de sua filha, Drª Yvone Maria Mascarenhas e de dois netos de Sérgio Mascarenhas, que destacaram as experiências, a forma de ser estar do homenageado, seus ensinamentos.

O Prof. João Cândido Portinari (Projeto Portinari), através da exibição de um vídeo de homenagem, traçou o perfil do Prof. Sérgio Mascarenhas no âmbito cultural, artístico e filosófico, tendo enaltecido a vida do cientista através de seu perfil humanista.

O encerramento deste evento esteve a cargo da Profª Ana Paula Ulian de Araújo (Chair), que abordou sua experiência de convivência acadêmica e científica com o Prof. Sérgio Mascarenhas ao longo dos anos.

A Comissão Organizadora deste evento, que certamente ficará marcado em todos aqueles que tiveram a oportunidade de assistir, foi constituída por:

Profa. Ana Paula Ulian de Araujo    (IFSC-USP) –  Chair;

Prof. Antonio José da Costa  Filho  (FFCLRP-USP);

Prof. Antonio Martins Figueiredo Neto  (IF-USP);

Prof. Glaucius Oliva   (IFSC-USP);

Prof. Oswaldo Baffa Filho   (FFCLRP-USP);

Para assistir ao vídeo relativo a esta cerimônia, clique AQUI.

(Fotos: Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2022

Academia Brasileira de Ciências (ABC) – Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) toma posse como Membro Titular

O “Museu do Amanhã”, localizado na cidade do Rio de Janeiro, recebe no dia 04 de maio a Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC), onde, entre várias iniciativas, ocorrerá a posse da nova diretoria – que pela primeira vez em 106 anos de história será presidida por uma mulher, a Profª Helena Nader -, e a apresentação dos novos Membros Titulares e Correspondentes. Dentre estes, eleitos em Assembleia Geral da Academia realizada no dia 02 de dezembro de 2021, está o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Adriano Defini Andricopulo, na área de Ciências Químicas.

É natural que, para qualquer cientista, entrar para a ABC é um momento especial em sua vida, já que passa a pertencer a um grupo seleto de pessoas que representam um lote importante de contribuições para a ciência nacional. No caso concreto do Prof. Adriano Andricopulo, ele representa a área de química medicinal representando toda uma comunidade que tem procurado insistentemente por soluções urgentes, imediatas, com o intuito de garantir um futuro com mais qualidade de vida, algo que para ele é algo que impacta não só no presente, como no futuro. “A Ciência é o caminho para isso, com resultados valiosos para o nosso país e com contribuições que vão poder melhorar a qualidade  de vida da nossa população”, salienta o pesquisador.

Retrospectiva

Com alguma regularidade – e principalmente agora -, Adriano Andricopulo confessa que quando olha para trás, quando faz uma retrospectiva da carreira, desde sua chegada ao IFSC/USP (2002), parece que o tempo acelerou. “O tempo passa rápido! Fiquei vários anos nos Estados Unidos, doutorado, depois fazendo pós-doutorado, e voltei para o Brasil muitos anos depois.  Foi o IFSC/USP que me abriu as portas, numa área nova de pesquisa de fármacos, de química medicinal, coisas realmente fantásticas e que deram muito certo. Então, sou muito grato ao Instituto de Física de São Carlos, já que toda minha carreira foi desenvolvida aqui; logo desde o início, quando eu cheguei como jovem pesquisador, ou seja, um doutor formado, mas em início de carreira, tive que mostrar trabalho, serviço. Enfim, isso foi feito ao longo dos anos, depois virei professor doutor, professor associado e professor titular, num momento em que na Academia Brasileira de Ciências, em 2008, foi criada a categoria de jovens pesquisadores até 40 anos. Eu entro no início da criação dessa nova categoria, na área de química, nessa época por indicação do Prof. Glaucius Oliva. De repente….  Me vejo em 2021 sendo membro afiliado da ABC na área de Ciências Químicas e em 2022 me tornando membro titular. Então, são coisas que mostram um caminho, uma trajetória, e isso vem do nosso esforço do dia a dia, do nosso estudo de muitos anos. De você ir para o laboratório fazer um experimento e de ele não funcionar, e saber que no outro dia você vai voltar e repetir o que você aprendeu com aquilo que aconteceu, até que você de fato consegue progredir, ter sucesso e alcançar pesquisas que tem relevância, que tem impacto, que você publica nas melhores revistas e que serão reconhecidas pela comunidade científica”, enfatiza o pesquisador.

Sempre disposto e ativo para trabalhar, para trocar ideias com as pessoas e investir naquilo que é o melhor que se pode  dar –  educação, formação das futuras gerações, investimento nos jovens para que eles tenham uma janela de tempo em médio prazo -, Adriano Andricopulo aposta muito forte para que seus jovens estudantes possam ter condições para fazerem melhor do que ele próprio já fez. “Eu quero que meu estudante possa fazer muito melhor do que eu fiz, do que eu faço hoje, para que a Ciência de nosso país avance com o que ela tem de melhor, que é nos dar esperança que com seus resultados possamos ter um mundo melhor, capaz de vencer crises, por exemplo, sanitárias, como a gente acompanha agora no caso da COVID e para ajudar a solucionar problemas nacionais. E a nossa contribuição tem que ser cada vez maior, temos que estar ativos, mostrando o valor da Ciência, mostrando a importância da educação. Povo educado vai ter condições de contribuir muito mais com o avanço do seu país, então é um contexto geral de coisas que eu coloco, que acabamos revisitando ao longo de uma carreira… Puxa!! Eu vou tomar posse na ABC… O que é que passa na nossa cabeça nessa hora não é?… Talvez seja a primeira vez que eu penso nisso!…”, pondera Andricopulo.

Os apoios que promovem o sucesso

Crédito (UOL)

O Prof. Adriano Andricopulo faz questão de sublinhar que o IFSC/USP foi, é, e será sempre a sua casa, local onde irá estar para o resto de sua carreira, lembrando que acima de tudo é a USP que capacita e dá condições para que seus cientistas desenvolvam os trabalhos. Contudo, o pesquisador recorda o papel importante das agências de fomento. “O que seria o desenvolvimento de pesquisas, como as que fazemos, se não houvesse investimento? Pessoas que acreditam e obviamente nos  ajudam a seguir em frente, pertencentes à FAPESP, CAPES, CNPq e FINEP, agências que contribuíram para que a gente pudesse realizar nossos sonhos, fazer realmente a pesquisa em alto nível e que acaba como consequência trazendo esse reconhecimento. E esse reconhecimento vem, eu acho, contemplar todo o trabalho desenvolvido por centenas, milhares de pessoas de uma ou várias instituições que apoiam e incentivam as contribuições que fazemos, que são passageiras, mas que devem deixar suas marcas e contribuir para que novas venham… Eu vejo isso assim desta forma, com humildade, com simplicidade, com serenidade para aceitar, para entender a magnitude do que significa, mas, isso não muda nada; independente de tudo, eu vou voltar para o meu laboratório e fazer o mesmo experimento que funcionou há 20 anos atrás e nós vamos sempre atrás de novas perspectivas e respostas e acho que isso é uma coisa boa que a gente pode passar também para os nossos alunos. Enfim, é o que nós gostamos de fazer, trabalhar… Trabalhar… Mas sempre com comprometimento, com responsabilidade, e claro que ficamos felizes quando esse trabalho é reconhecido, mas sempre com a noção de que existem vários componentes que nos ajudam nisso… Tudo isso vai nos amadurecendo e vai nos mostrando o caminho para que possamos realmente ter excelência na educação e pesquisa, isso é o mais importante”, conclui o pesquisador.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2022

Alunos da USP – São Carlos promovem “Campanha USP do Agasalho 2022”

Os alunos do Campus USP de São Carlos estão promovendo a “Campanha USP do Agasalho 2022”, cujos produtos das doações serão distribuídos por instituições sociais sediadas na cidade de São Carlos.

Postos para doação:

Biblioteca do IQSC/USP;

Bandejão USP São Carlos;

Laboratórios de Ensino de Física – IFSC/USP;

Serviço de Biblioteca e Informação – IFSC/USP;

IFSC /USP;

E1 – EESC/USP;

Biblioteca CDCC/USP;

Portaria da Matemática – ICMC/USP;

Torres Gêmeas – Rua Episcopal, 2474, Centro – São Carlos;

São Carlos Clube – Rua Ruth Bloen Souto, 161, Centro – São Carlos;

“Objetivo” Vila Monteiro – Rua Joaquim, 1515, Vila Monteiro – São Carlos;

“Educativa” São Carlos – Rua Arístides de Santi, 11, Azulville I – São Carlos;

“Japa Açaí” – Avenida São Carlos, 3077, Centro – São Carlos;

“Objetivo” São Carlos – Rua Jesuíno de Arruda, 2625, Jardim São Carlos – São Carlos;

“XPrime Academia” – Av. Dr. Carlos Botelho, 2140, Centro – São Carlos;

Igreja Santa Rita de Cássia – Rua Alberto LAnzoni, 474, Parque Santa Felícia Jardim – São Carlos;

“Collegium Sapiens” Educação Infantil – Rua Cap. Adão Pereira de Souza Cabral, 767, Centro – São Carlos;

Paróquia São Benedito – Rua General Osório, 510, Centro – São Carlos;

Tiquinho – Av. São Carlos, 2846, Centro – São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2022

IEA/USP – Polo de São Carlos reinicia suas atividades

A Técnica Acadêmica Rosemari Siqueira e o grupo inicial constituído pelos Profs. Valtencir Zucolotto, Frank Crespilho, Yvonne Primerano Mascarenhas, Tadeu Malheiros, Juliana Cancino e José Marcos Alves

Completamente renovado em seu espaço interno, o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP), Polo de São Carlos, reativou no passado dia 18 de abril as suas atividades com a realização da primeira reunião entre os coordenadores dos grupos de trabalho que irão desenvolver seus projetos a partir de agora, trabalhos que divulgaremos muito em breve.

Tendo como coordenador o Prof. Valtencir Zucolotto (IFSC/USP) e como vice-coordenador o Prof. Frank Crespílho (IQSC/USP), o IEA-São Carlos foi sujeito, nos dois últimos anos, a uma série de obras que visaram principalmente a reestruturação e adequação dos espaços internos, que agora estão em perfeitas condições para receberem alunos, professores e pesquisadores interessados em desenvolver seus trabalhos e projetos. Nesse período também foram criados ou reativados novos Grupos de Trabalho, que são as principais plataformas de atuação do IEA.

Prof. Valtencir Zucolotto

Embora a pandemia tenha atrasado o desenvolvimento desses trabalhos, que deveriam ter sido concluídos em um espaço de tempo mais curto, o certo é que a renovada área está agora disponível e operacional, como salientou o Prof. Zucolotto. “Esta foi uma reunião muito importante, pois marca a retomada dos trabalhos do nosso polo do IEA, e teve por objetivo não só apresentar o novo espaço físico do IEA, completamente renovado, como também reunir e apresentar o grupo inicial de coordenadores dos projetos que serão os incentivadores para que outros grupos possam aqui se reunir para desenvolver seus trabalhos.

Igualmente entusiasmado com a reativação dos trabalhos, o Prof. Frank Crespilho, afirmou que sua presença não se limitaria ao cargo de vice-coordenador, mas também ao desenvolvimento de projetos e Grupos de Trabalho. Estiveram presentes nesta reunião os Profs. Yvonne Primerano Mascarenhas (IFSC/USP, que inicialmente irá trabalhar na área de “Educação nas Escolas”, José Marcos Alves (EESC/USP), que iniciará o projeto “Inclusão Social”, Tadeu Malheiros (EES/USP), que irá avançar com o projeto “Cidades Globais”, Frank Crespilho com o grupo de Trabalho: Observatório da COVID-19, e Juliana Cancino (FFCLRP/USP), cujo projeto traz estudos sobre os Aspectos Regulatórios e os impactos econômicos e sociais da Nanotecnologia.

O que é o IEA

Criado em 29 de outubro de 1986, o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (sede), tal como o seu polo no Campus de São Carlos, é um órgão de integração destinado à pesquisa e discussão, de forma abrangente e interdisciplinar, das questões fundamentais da ciência e da cultura. Sua missão é realizar, junto a segmentos representativos da sociedade, estudos sobre instituições e políticas públicas (nacionais, estaduais, municipais e até supranacionais). Destacam-se os trabalhos sobre políticas de desenvolvimento da ciência, tecnologia e cultura, bem como sobre o uso social do conhecimento.

Pela natureza de suas atividades, o IEA desempenha papel significativo no incremento do intercâmbio científico e cultural entre a USP e instituições brasileiras e estrangeiras (universidades, organizações governamentais e não-governamentais, entidades científicas e culturais etc.). Isso se dá através de convênios de cooperação e intercâmbio acadêmico ou convites específicos a pesquisadores e intelectuais, brasileiros e estrangeiros, com trabalhos representativos e enriquecedores dos debates realizados no Instituto.

Para atender às suas finalidades, o IEA possui estrutura acadêmica diferenciada das demais unidades e institutos da USP. O IEA não ministra cursos de graduação ou pós-graduação, não possui quadro estável de pesquisadores, uma vez que a abrangência de seus debates interdisciplinares habilita-o ao debate teórico e prospectivo de questões científicas, não à execução de trabalhos experimentais.

A área interna foi completamente renovada

A estrutura acadêmica do IEA é composta por grupos de pesquisa e estudo e outras formas de organização de pesquisadores. A participação nas atividades é aberta a pesquisadores e profissionais com projetos relacionados com os temas de trabalho do IEA. A análise dessa confluência temática é feita pelos coordenadores das equipes de pesquisa. Podem participar brasileiros e estrangeiros, integrantes ou não da USP, portadores ou não de título universitário. Outros pesquisadores são integrados temporariamente em função das atividades específicas de projetos e cátedras do Instituto, como por exemplo os professores visitantes e seniores.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de abril de 2022

Reunião Magna da ABC discute papel da ciência na construção do futuro

Posse da nova presidente Helena Nader acontecerá durante o evento em 4 de maio

Mudanças climáticas, pandemias, revolução 4.0, Internet das Coisas (IoT), entre outras transformações, impõem novos desafios à sociedade. A ciência tem um papel importante na construção de um futuro mais justo e sustentável. Com o objetivo de promover esta discussão, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) realiza, em maio, a Reunião Magna de 2022, que vai debater temas urgentes nas áreas de meio ambiente, tecnologia e saúde. O evento também será palco da cerimônia de posse de Helena Nader, primeira mulher a presidir a entidade.

O  evento acontece em 3, 4 e 5 de maio, em formato híbrido. Participantes que desejem acompanhar as atividades presencialmente no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, podem se inscrever gratuitamente AQUI. Aqueles que não conseguirem participar presencialmente poderão acompanhar as atividades, ao vivo, pelo Canal Youtube da ABC (AQUI).

Com o tema “O Futuro é Agora”, o encontro reunirá grandes nomes da ciência mundial.  Entre os palestrantes, estão a epidemiologista Maria Van Kerkhove, diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Covid-19; Chris Field, ecologista que desenvolve pesquisas inovadoras em soluções para mudanças climáticas e diretor do Instituto Stanford Woods para o Meio Ambiente; e James Kurose, cientista da computação da Universidade de Massachusetts e co-autor do best-seller “Redes de Computadores e a Internet”, que já está em sua 8ª edição no Brasil. Confira a programação.

“Vai ser muito bacana. Vamos passar três dias discutindo assuntos modernos, intrigantes e inadiáveis, dentro dos temas de meio ambiente, tecnologia e saúde. Vamos falar sobre os aspectos positivos que têm se desenvolvido nestas áreas, frutos do conhecimento científico, mas também sobre as nossas fragilidades. O encontro é aberto ao público em geral e a expectativa é que todos se beneficiem das discussões”, disse o engenheiro Alvaro Prata, Acadêmico que coordena a Reunião junto a Glaucius Oliva, vice-presidente da ABC para a região São Paulo.

Helena Nader, primeira mulher a presidir a ABC, será empossada no evento

A ocasião também será palco da cerimônia de posse da biomédica Helena Nader, primeira mulher a presidir a ABC em 106 anos de Academia. A posse da nova diretoria acontece em 4 de maio, a partir das 18h, e é uma atividade restrita a convidados e jornalistas credenciados. O credenciamento deve ser feito pelo e-mail corcovadoabc@gmail.com.

Vice-presidente da ABC desde 2019, Helena assume o cargo para o triênio 2022-2025 e sucede o físico Luiz Davidovich. O químico Jailson Bittencourt de Andrade, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuante no Centro Universitário Senai-Cimatec, ocupará a vice-presidência. Os outros membros da nova gestão podem ser conferidos no site da ABC.

Conferências Magnas e Sessões temáticas

Coordenada pela bióloga Mercedes Bustamante, que integra o grupo de autores brasileiros colaboradores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), a sessão temática “Planeta Frágil – Biodiversidade e Meio Ambiente” abre o evento, na terça-feira (3), às 15h. O debate será seguido pela palestra “Acelerando soluções para mudanças climáticas: próximos passos para um mundo que está sem tempo”, ministrada por Chris Field, às 17h.

No segundo dia de programação, às 14h, James Kurose vai discutir dois eventos recentes que vêm impactando o ensino superior nos Estados Unidos: a aprendizagem flexível e os aceleradores regionais de inovação. Em seguida, às 15h, uma sessão coordenada pelo engenheiro José Roberto Boisson de Marca aborda os impactos e implicações éticas dos avanços da informação e tecnologia na sociedade.

Pandemia, saúde e envelhecimento são os assuntos que encerram a Reunião Magna de 2022. A programação do último dia terá palestra de Maria Van Kerkhove, diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Covid-19. A epidemiologista vai falar sobre o gerenciamento da pandemia do coronavírus e as lições para as próximas. Presidente da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), o médico Jerson Lima Silva comanda a sessão temática que sucede a conferência.

Sessão especial marca o Dia Mundial da Língua Portuguesa

Uma sessão especial vai celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, às 10h30 de 5 de maio. Ação em conjunto das Academias de Ciências e de Letras da comunidade de países lusitanos, o encontro será virtual e contará com apresentações do presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Merval Pereira; do presidente da Academia das Ciências de Lisboa, José Luís Cardoso; e do ex-embaixador de Portugal na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa. Luiz Davidovich e Helena Nader também participam da sessão.

No local, será exigida a apresentação do comprovante de vacinação. A apresentação de PCR negativo não substituirá o comprovante.

Inscrições AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de abril de 2022

Pesquisadores do IFSC/USP no ranking “Top Scientists-2022”

Cerca de 170 mil cientistas de todo o mundo, distribuídos popr 17 áreas de conhecimento, tiveram seus perfis acadêmicos analisados através do Google Scholar e Microsoft Academic Graph, tendo um seleto grupo sido inserido no ranking “Top Scientists – 2022”, pertencente ao portal Research.com.

Nesse seleto grupo aparecem quatro pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a saber:

*Prof. Igor Polikarpov – Áreas de conhecimento: Biologia / Bioquímica / Química;

*Prof. Hellmut Eckert – Área de Conhecimento: Química;

*Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior – Áreas de Conhecimento: Química / Ciências dos Materiais;

*Prof. Valtencir Zucolotto – Áreas de Conhecimento: Química / Ciências dos Materiais;

Para conferir o citado ranking, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2022

Vaga de analista de dados na empresa Cognatis

A empresa Cognatis, sediada na cidade de São Paulo (SP), está com vaga aberta para Analista de Dados (modelo de trabalho híbrido: online e presencial).

As funções atribuídas serão as seguintes:

*Extração de informação dos bancos;

*Automação de atualizações (desenvolver e monitorar);

*Definir e implementar regras de transformação e tratamento dos dados;

*Documentação de dados;

*Participar das decisões de modelagens;

*Participação nos processos de coleta de dados;

Qualificações desejáveis:

*Conhecimentos de técnicas básicas de Data Prep (Outliers, Imputation, etc.);

*Alguma experiência em Cloud Data Services;

*Conhecimento em GIS (MapInfo, Q Gis, Post Gres);

Qualificações necessárias:

*Conhecimento avançado em SQL;

*Intermediário em programação com utilização de Python;

*Avançado de Pandas;

*Básico de Beautyful Soup e Selenium;

*Bons conhecimentos de Analytics e Matemática;

*Boa capacidade de aprendizagem;

*Ser curioso;

*Trabalhar bem em equipe;

*Saber trabalhar sobre pressão;

*Boa capacidade lógica.

Os interessados deverão se inscrever acessando o link abaixo.

https://www.linkedin.com/jobs/view/2869607964/

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2022

Proteínas e Inteligência Artificial: o ano de 2021 foi disruptivo para a biologia estrutural de proteínas

Figura 1 – O uso da inteligência artificial escancarou novas perspectivas e possibilidades no estudo das estruturas 3D e na formação de complexos de proteínas. A revista Science elegeu o assunto como um dos maiores avanços científicos do ano de 2021 [9]. (Crédito: Spencer Phillips/EMBL-EBI, Solving the protein structure puzzle  EMBL)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

O ano de 2021 foi disruptivo para a biologia estrutural de proteínas. Foi o ano em que a inteligência artificial obteve resultados inimagináveis há 50 anos atrás (Figura 1). Além de colocar o problema do enovelamento de proteínas em um novo patamar, a inteligência artificial abriu caminho para que, com orçamentos mais modestos, cientistas e laboratórios do mundo todo possam, agora, desenvolver e aprofundar suas pesquisas.

 

As proteínas são os blocos de construção e manutenção da vida como a conhecemos.  Não importa qual seja o seu domínio na evolução celular – Bacteria, Archaea ou Eukarya, as proteínas são fundamentais e estão sempre presentes.

 

Proteínas são grandes cadeias lineares de aminoácidos (quando essas cadeias são pequenas, são chamadas de peptídeos). Os aminoácidos são compostos orgânicos que contêm carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio. Ao se ligarem entre si, os aminoácidos adquirem (num piscar de olhos) uma estrutura tridimensional que, juntamente com a sequência dos diferentes tipos de aminoácidos conectados, definirão a proteína resultante e a sua funcionalidade. Esse processo é chamado de enovelamento da proteína (“protein folding”).

Em um minuto, o ser humano produz cerca de 120.000 proteínas.

Figura 2 – Descoberta em 1921, a insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas. É fundamental no metabolismo dos carboidratos, principalmente da glicose. É formada por 2 cadeias de peptídeos (uma com 21 aminoácidos e a outra com 30 aminoácidos) ligadas entre si por átomos de enxofre. Sua fórmula contém 788 átomos – C257 H383 N65 O77 S6 (Crédito: ref. [1])

É bem conhecido o mecanismo de síntese de proteínas por expressão gênica.

Em eucariotos, um gene do DNA (que está no núcleo da célula) é copiado (transcrito) para um RNA. Este, por sua vez, passa por um processamento bioquímico que o transforma num RNAm (RNA mensageiro). O RNAm atravessa a membrana do núcleo para o citoplasma e, no ribossomo, através dos códons e dos RNAt (RNA transportador), convoca os aminoácidos corretos e sintetiza a proteína desejada.

 

A expressão gênica pode sintetizar um pouco mais do que 20.000 tipos de proteínas (número estimado de genes humanos). Com a regulação pós-transcrição (“alternative splicing”), o número total de tipos de proteínas pode chegar próximo de 200.000. Estima-se que, num volume muito pequeno de 10 – 15 litros (igual a 1 micrômetro cúbico) de uma célula, existam de 2 a 4 milhões de proteínas. E olhe que o número total de células existentes no corpo humano é estimado em 30 trilhões!

A primeira proteína que teve sua sequência de aminoácidos corretamente determinada, foi a insulina (por F. Sanger, 1949). O fígado, os músculos e as hemácias (também conhecidas por glóbulos vermelhos ou eritrócitos) contêm 30% de proteínas. As proteínas também recebem outras denominações que dependem de sua função dentro do organismo.

Figura 3 – Asparagina – o primeiro aminoácido descoberto. Cores: cinza escuro – Carbono; cinza claro – Hidrogênio; lilás – Nitrogênio; vermelho – Oxigênio. Fórmula: C4 H8 N2 O3 (Crédito: ref. [2])

As enzimas, por exemplo, são proteínas fundamentais com a função de catalisar reações químicas, seja na produção de novas substâncias, seja na sua degradação. Assim, a pepsina ou protease degrada proteínas em moléculas menores, a miosina atua na contração muscular, a lactase facilita a hidrólise da lactose, a DNA polimerase atua na duplicação do DNA etc. A atividade enzimática é controlada, principalmente, pela temperatura e pelo pH.

Os hormônios são proteínas que têm função regulatória das atividades fisiológicas e manutenção da homeostase. São segregados pelo nosso sistema endócrino. Entre os mais importantes podemos citar: a insulina (Figura 2), que metaboliza o açúcar; a cortisona, no combate às inflamações e os hormônios sexuais estrogênio e testosterona.

Cada órgão sintetiza seu próprio conjunto de proteínas necessárias para o seu pleno funcionamento. No entanto, para sintetizar uma proteína, o organismo tem que ter disponibilidade de todos os aminoácidos que a compõem. As plantas sintetizam todos os tipos de aminoácidos (hoje, são conhecidos mais de 500 aminoácidos), mas os animais não. Existem 20 tipos de aminoácidos nos animais, sendo que 9 deles são essenciais e não são sintetizados pelos animais. Precisamos, então, nos alimentar das plantas para obtê-los (ou de animais que delas se alimentaram). O prato brasileiro principal, feijão com arroz, contém todos os 9 aminoácidos essenciais.

Em 1806, químicos franceses encontraram, no aspargo, o primeiro aminoácido – a asparagina (Figura 3), que não é um aminoácido essencial. Na construção de uma proteína, o primeiro aminoácido incorporado é a metionina (Figura 4). É um aminoácido essencial, codificado pelos códons AUG. É encontrado em grãos, sementes, ovos, carne e peixes.

Durante muitas décadas, os experimentos para se conseguir a estrutura de uma proteína, necessitavam antes cristalizá-la para depois submetê-la a experimentos de espalhamento de raios-x. Um processo muito demorado.

Figura 4 – Metionina – um aminoácido essencial. Cores: cinza escuro – Carbono; cinza claro – Hidrogênio; lilás – Nitrogênio; vermelho – Oxigênio; amarelo – Enxofre.  Fórmula: C5 H11 N O2 S (Crédito: ref. [3])

A partir de 2001, também passou a ser utilizada a técnica de espectroscopia de ressonância magnética nuclear [4]. Ela permite calcular como os átomos estão ligados quimicamente, suas distâncias e velocidades. Em geral, as amostras são dissolvidas em água. Essa técnica, permite também determinar a dinâmica de interação de duas proteínas.

Desde sua invenção (na década de 1930) o microscópio eletrônico de transmissão muito tem contribuído ao estudo de biomoléculas e novos materiais. A preparação de amostras biológicas em baixa temperatura, o avanço na tecnologia dos detetores e de softwares, conduziram ao desenvolvimento da microscopia eletrônica criogênica [5]. Amostras biológicas rapidamente congeladas em gelo amorfo (vítreo) têm pouco dano estrutural. O sucesso dessa nova técnica levou ao prêmio Nobel de Química de 2017.

Todas as proteínas com sua estrutura tridimensional resolvida experimentalmente (por qualquer um dos três métodos descritos acima) estão contidas num repositório de livre acesso – “Protein Data Bank[6]. São cerca de 185.000 proteínas catalogadas. Estima-se que existam pouco mais de 700.000 proteínas no corpo humano (com e sem estrutura espacial conhecida).

Como vimos, ao juntar dezenas ou centenas de aminoácidos (e de tipos de aminoácidos) para formar uma determinada proteína, ao final, devido às interações entre os seus componentes, a proteína se enovela, isto é, ela se curva e se retorce, adquirindo uma estrutura tridimensional que terá papel fundamental na funcionalidade dessa proteína (e sua eventual utilização no design de novas drogas). Há 50 anos atrás, o prêmio Nobel de bioquímica, C. Anfinsen, previu que um dia seria possível se determinar a estrutura 3D final de qualquer proteína, a partir da sequência de aminoácidos que a compõe.

Figura 5 – A estrutura da proteína humana interleucina-12 se ligando a seu receptor (Crédito: Ian Haydon, UW Medicine Institute for Protein Design)

Dessa maneira, prever a estrutura espacial de uma proteína a partir da sua sequência de aminoácidos, se tornou um enorme desafio teórico para físicos, químicos e biólogos. Paralelamente, na década de 1990, surgiram programas computacionais que procuravam prever a estrutura de pequenas proteínas. Em 1994, foi lançada uma competição bianual chamada CASP (Critical Assessment of protein Structure Prediction). Aos competidores eram fornecidas as sequências de aminoácidos de algumas dezenas de proteínas, e os resultados desses programas computacionais eram, então, comparados com os resultados experimentais. Um porcentual de 90 % de acerto na estrutura seria considerado um sucesso.

No início, os programas mal chegavam perto do índice de 60%. Mas, em 2018, entrou na competição um programa de inteligência artificial chamado AlphaFold [7], desenvolvido pela companhia DeepMind, subsidiária da Google. Ela atingiu o índice de 80% e, em 2020, a sua segunda versão AlphaFold 2, obteve uma precisão incrível de 92,4 %! O custo computacional é bastante alto, pois utiliza 182 processadores otimizados para aprendizado de máquina. Em 2021, entrou em cena um outro programa de inteligência artificial, o RoseTTAFold [8] com os mesmos objetivos do AlphaFold, mas que demanda menos poder computacional. Ambos os programas têm seus códigos disponíveis gratuitamente na internet.

Figura 6 – Os anticorpos são proteínas em forma de Y que se ligam a proteínas estranhas ou nocivas. O fato de serem bem grandes, permite que elas se liguem à proteína alvo em vários pontos de encaixe (Crédito: Shutterstock)

Basicamente o que esses programas de inteligência artificial [10], [11] fazem é alimentar uma rede neural com uma determinada sequência de aminoácidos (de uma proteína com estrutura 3D experimentalmente conhecida) e alterar vários bilhões de parâmetros para que saída seja uma proteína compatível com aquela experimental. Repete-se esse procedimento, dando entrada para centenas de milhares de proteínas com estruturas 3D experimentalmente conhecidas. Uma nova proteína, com a sua própria sequência de aminoácidos, tem sua estrutura calculada com os valores dos bilhões de parâmetros ´treinados´ ou ´ensinados´ exaustivamente. A estrutura 3D dessa proteína vai para um banco de dados. A AlphaFold tem quase um milhão de estruturas proteicas propostas para o proteoma humano. A previsão de novas estruturas pode auxiliar no design de novas drogas (Figura 5). Juntos os dois programas revelaram mais de 5.000 complexos de interação proteína-proteína. Pesquisadores chineses mapearam a estrutura de 200 proteínas que se ligam ao DNA.

Anticorpos são proteínas grandes em forma de Y, que se conectam a proteínas prejudiciais presentes em bactérias, vírus ou células cancerígenas, sinalizando ao sistema autoimune para que destrua o invasor (Figura 6). Pelo fato de serem grandes, os anticorpos podem se conectar, simultaneamente, a vários pontos da proteína alvo (antígeno). Anticorpos produzidos artificialmente são, porém, caros e instáveis. Dessa maneira, pesquisadores se lançaram à tarefa de produzir mini proteínas, mais estáveis, mas que necessitam ser bem ´desenhadas´ para se encaixarem em determinados locais e regiões da proteína alvo. Em artigo recente publicado na revista Nature [12], cientistas utilizaram o programa RoseTTAFold para encontrar a sequência de aminoácidos de mini proteínas que se encaixaram em 12 proteínas alvo, incluindo a do SARS-CoV-2.

Claro, apesar do enorme progresso e da rapidez que os programas de inteligência artificial trouxeram à previsão estrutural das proteínas, isso não significa, stricto sensu, que o problema do enovelamento de proteínas tenha sido resolvido. Muitos de nós gostaríamos de ver soluções baseadas em primeiros princípios, ou seja, nas interações físicas e químicas.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia” dirija a câmera do celular para o QR Code abaixo.

 

 

 

 

 

Compartilhe:

 

 

 

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

[1] Insulin: A pacesetter for the shape of modern biomedical science and the Nobel Prize – ScienceDirect

[2] Ben Mill, Public Domain

https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=98314887

[3] Ben Mill, Public Domain

https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=98248870

[4] The way to NMR structures of proteins | Nature Structural & Molecular Biology

[5] Preparing Better Samples for Cryo–Electron Microscopy: Biochemical Challenges Do Not End with Isolation and Purification | Annual Review of Biochemistry (annualreviews.org)

[6] wwPDB: Worldwide Protein Data Bank

[7] AlphaFold Protein Structure Database (ebi.ac.uk)

[8] The Rosetta Software | RosettaCommons

[9] Science’s 2021 Breakthrough of the Year: AI brings protein structures to all | Science | AAAS

[10] Teste de Turing e Inteligência Artificial – Portal IFSC (usp.br)

[11] C4AI – Centro de Inteligência Artificial (usp.br), parceria da USP, Fapesp e IBM.

[12] Design of protein binding proteins from target structure alone | Nature

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2022

Universidade finlandesa venera sua tradição acadêmica – Docente do IFSC/USP testemunha o fato

Prof. Richard Charles Garratt (Oponente), a aluna Subhadra Dalwan e seu orientador (Custos)

Vista como um momento especial, mas dentro de um cotidiano acadêmico, as defesas de dissertação e/ou de tese, na maior parte das universidades, são consideradas rituais acadêmicos normais, onde o aluno apresenta à sua comunidade, aos docentes, o projeto que desenvolveu ao longo de seu mestrado ou doutorado. Embora seja um momento importante para alunos, familiares e professores, normalmente esses rituais não impactam na vida normal das universidades, no seu dia a dia. Bem, estamos nos referindo ao que se passa não só nas universidades brasileiras, como também em muitas universidades ao redor do mundo. Contudo, existem universidades que levam muito a sério esses ritos de passagem, mantendo tradições centenárias que acompanham a história da criação das mesmas. Portugal, Inglaterra, França e Espanha são países onde algumas de suas universidades mantêm intocáveis as suas tradições acadêmicas, mas é no norte da Europa – Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia, por exemplo – que as tradições acadêmicas são fortemente mantidas, defendidas e enaltecidas, inclusive pelas populações.

Experiência marcante

A Universidade de Oulu é um estabelecimento de ensino superior de pesquisa multidisciplinar, sediado na cidade com o mesmo nome, capital da região de Ostrobothnia do Norte, na Finlândia, cuja fundação remonta ao ano de 1605. A cidade comporta uma população estimada em cerca de 210 mil habitantes, sendo reconhecida como um centro de P&D de classe mundial. Fundada em 1958, a universidade local tem cerca de 16 mil alunos e 3 mil funcionários distribuídos por uma vasta área composta pelos seguintes institutos: Medicina e Bioquímica Molecular / Educação / Humanidades / Tecnologia de Informação e Engenharia Elétrica / Medicina / Escola de Negócios / Escola de Mineralogia / Escola de Arquitetura / Ciências e Tecnologia.

Entrada da Universidade de Oulu

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Richard Charles Garratt, recebeu o convite – através de um colega amigo e professor  da citada universidade – para integrar uma banca de doutorado marcada para o dia 18 de março. Contudo, uma surpresa estava reservada para o convidado, quando foi informado de como seria o rito.

Prof. Richard Charles Garratt lê o parecer final

A “banca” iria avaliar o trabalho final da doutoranda da Faculdade de Bioquímica e Medicina Molecular, Subhadra Dalwan (Índia), só que essa banca era apenas constituída por três pessoas: a aluna candidata, o designado “Custos”, que pode ser (ou não) o orientador da candidata, e o chamado “Oponente”, que é, em suma, o único examinador da prova. Saliente-se que o protocolo dessa verdadeira solenidade tem um script já elaborado, indicando todo o ritual que deverá ser seguido e que faz parte da tradição acadêmica da universidade.

A entrada do público no anfiteatro onde decorrerá a defesa da tese deverá ser feito às 12h00 em ponto e ninguém pode sair após dar início à defesa. Pontualmente, às 12h15, qualquer defesa de doutorado se inicia com a entrada organizada – por ordem – dos integrantes da banca, sendo que os homens têm que estar vestidos com fraque (os chamados smoking com asas de grilo) e no caso das mulheres, vestidas socialmente com cor preta. Cabe ao “Custos” conduzir o processo, apresentando os componentes da mesa e abrir e encerrar a sessão, não podendo, em momento algum, interferir no diálogo que se processará entre o “Oponente” e, neste caso, a aluna candidata. A aluna terá vinte minutos para a apresentação oral de seu trabalho (atendendo a que o trabalho escrito já foi apresentado a outra banca – e aprovado), seguido por uma apresentação oral feita pelo “Oponente”.  Na sequência o “Oponente” levanta questionamentos e/ou comentários relativos à exposição oral e à tese escrita do(a) candidato(a), podendo usar o tempo que julgue necessário para fazer uma avaliação adequada. Cada vez que o “Oponente” se levanta o gesto será sempre seguido pelo aluno(a). No final, o “Oponente” lê o parecer final  e o “Custos” dá por encerrada a sessão. Os três integrantes da banca deslocam-se seguidamente para o hall do anfiteatro e recebem os cumprimentos do público que assistiu à cerimônia.

A valorização de um ritual acadêmico

Confraternização após a Defesa da Tese

Este ritual acadêmico da Universidade de Oulu tem ainda outras particularidades, a saber:

*Após a cerimônia da Defesa da Tese, o(a) candidato(a) promove em um dos salões da universidade um pequeno coquetel (a suas expensas), com bolo de celebração;

*Na noite seguinte ao dia da Defesa da Tese, o(a) aluno(a) oferece um jantar formal (com direito a discursos) à banca e aos seus restantes convidados.

*O(A) candidato(a) paga, também, a impressão de todas as cópias (algumas centenas) de sua tese, que serão entregues à sua família e ao público que assistirá ao evento;

Contudo, quais são as responsabilidades da universidade neste tipo de cerimônia, além, é claro, da parte organizacional? A universidade responsabiliza-se pela passagem, hotel e alimentação do “Oponente”, o aluguel da roupa da cerimônia (Fraques), bem como o jantar formal e protocolar que ocorre na noite anterior ao evento, com convidados, entre os quais estarão o “Custos” e o “Oponente”, onde este último comunica ao(à) candidato(a) qual o tipo de abordagem e de comentários que provavelmente fará na cerimônia de Defesa da Tese.

Para o “Oponente”, na circunstância, o Prof. Richard Charles Garratt, houve uma mistura de sentimentos, conforme ele próprio explica:

“Em primeiro lugar, senti um privilégio enorme de poder fazer parte daqueles momentos, pois estava vivenciando um momento histórico da Universidade de Oulu, já que todas as cerimônias de Defesa de Teses ficam registradas como tal. Depois, foi fascinante constatar como os universitários – docentes, alunos e funcionários – e a própria população valorizam este rito de passagem para um doutorado, uma valorização que enriquece a própria universidade e o papel que ela tem na sociedade. Trata-se da valorização da universidade ao seu mais alto nível, algo que também acontece em universidades igualmente antigas, como na França, Reino Unido, Portugal e Alemanha, só para dar alguns exemplos. Creio que por cá poder-se-ia dar também alguma valorização a mais a estes momentos, que, quer queiramos, quer não, determinam sempre o futuro, principalmente dos jovens universitários e de suas famílias”, conclui o pesquisador.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de abril de 2022

Aparelho de exame ocular inovador é desenvolvido no IFSC/USP

Seu custo poderá ser cinco vezes menor do que modelos atualmente disponíveis

Uma pesquisa liderada pelo pesquisador do IFSC/USP, André Orlandi de Oliveira, permitiu o desenvolvimento de um novo tipo de retinógrafo que, por conta de sua arquitetura inovadora, poderá custar cinco vezes menos do que os modelos disponíveis hoje no mercado.

A retinografia é o principal método utilizado por oftalmologistas para examinar a retina de pacientes e diagnosticar uma série de doenças, possibilitando também a prevenção. Porém, o alto custo do equipamento necessário para sua realização – o retinógrafo – limita sua disponibilidade nas clínicas, reduzindo assim o acesso dos pacientes aos exames.

Para resolver esse problema, a empresa são-carlense “Eyetec” desenvolveu um novo tipo de retinógrafo que, por conta de sua arquitetura inovadora, poderá custar cinco vezes menos que os modelos disponíveis hoje no mercado.

Com apoio do Programa PIPE/PAPPE Subvenção – que reúne recursos dos programas Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, e de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para a inserção de um produto inovador no mercado –, os empreendedores da “Eyetec” utilizaram novas tecnologias e muito conhecimento de física aplicada para desenvolver o novo retinógrafo.

Por meio da criação de um sistema de iluminação inovador, eles conseguiram uma redução drástica da quantidade de componentes para fabricação do equipamento, possibilitando uma considerável redução dos custos.

“Por causa do alto custo, é comum que o equipamento só esteja disponível em consultórios de especialistas em retina. Com um retinógrafo mais acessível, um especialista em córnea, por exemplo, poderá ter acesso a um equipamento desses e, caso encontre alguma alteração, poderá encaminhar o paciente aos especialistas de forma precoce”, diz André Orlandi de Oliveira, coordenador do projeto.

Arquitetura inovadora

Resultado de seu trabalho de Defesa de Tese de Doutorado, apresentado em 2017, sob orientação do docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Jarbas Caiado de Castro Neto, o grande diferencial do novo produto é a simplicidade de seu processo de produção em comparação ao do retinógrafo tradicional.

“O retinógrafo convencional possui grande número de componentes e todos precisam ser minuciosamente alinhados, elevando os custos de produção. A ideia era reduzir o número de componentes sem perda de qualidade, possibilitando uma redução do custo de produção”, afirma.

Segundo ele, a arquitetura convencional dos retinógrafos foi estabelecida em 1969 e, desde então, pouca coisa havia sido modificada.

Um dos fatores responsáveis por encarecer o equipamento é a tecnologia utilizada para a eliminação de reflexos tanto da córnea quanto das próprias superfícies dos componentes ópticos.

“Para que essa tecnologia funcione, é preciso montar diversos componentes fora do eixo óptico da imagem. A minha proposta para simplificar esse equipamento envolvia conceber um sistema óptico totalmente coaxial, ou seja, com todos os componentes ópticos montados em um único eixo”, diz Oliveira.

André Orlandi de Oliveira

Para isso, o físico optou por substituir determinados componentes da iluminação por um anel de LEDs. “Pudemos fazer isso porque houve um avanço tecnológico que gerou LEDs pequenos o suficiente para formar um anel bem definido.”

Com a substituição do complexo sistema de iluminação pelo conjunto de LEDs montados na forma de anel entre a objetiva e o sistema de detecção, o físico garantiu que os reflexos da córnea não ofusquem a imagem da retina e todo o sistema seja montado em um só eixo.

“Para suprimir os reflexos na objetiva, desenvolvemos um sistema intermediário capaz de selecionar precisamente as regiões do anel de LEDs que iluminam a objetiva e o olho. Sabendo onde o reflexo será gerado, podemos eliminá-lo antes que ele chegue à objetiva”, explica.

Essa simplificação de toda a arquitetura do equipamento, segundo Oliveira, favoreceu o seu desenvolvimento desde a etapa de projeto até os processos de alinhamento e montagem. “Foi por isso que conseguimos reduzir muito os custos de produção”, diz.

Segundo o pesquisador, estima-se que o produto vá custar cinco vezes menos que US$ 50 mil, o atual preço dos modelos importados que predominam no mercado brasileiro.

O pesquisador ressalta que o retinógrafo é fundamental para diagnosticar doenças como descolamento de retina, degeneração da mácula, glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade. Além disso, os exames da retina também podem ser úteis para detectar problemas relacionados à circulação e ao cérebro, por exemplo.

“A Organização Mundial da Saúde [OMS] estima que 80% dos mais de 900 milhões de casos de perda visual registrados no mundo poderiam ter sido prevenidos ou curados com simples exames rotineiros de retinografia”, diz Oliveira.

O físico explica que, depois de desenvolver o protótipo, era preciso procurar uma empresa experiente capaz de transformá-lo em um produto comercial. Ele já conhecia os empreendedores da “Eyetec”, que nasceu dentro do IFSC-USP em 1992 e já está no mercado com diversos equipamentos oftalmológicos. Por essas razões, em 2018 ele se associou à empresa.

“Além de ser muito custoso criar uma empresa do zero, o processo de certificação para equipamentos de uso médico é muito longo e complexo. Eu sabia que a Eyetec tinha a necessidade de lançar um novo produto e resolvemos trabalhar juntos”, explica.

Durante o projeto PIPE fase 3, a “Eyetec” desenvolveu o desenho do produto, suas partes optomecânicas, eletrônicas e de software, com o objetivo de oferecer um produto robusto capaz de fazer retinografias de alta qualidade com uma interface amigável para o usuário.

Agora, com o projeto já concluído, a atuação da empresa está voltada para a certificação do novo retinógrafo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deverá demorar no mínimo um ano.

André Orlandi de Oliveira possui graduação em Bacharelado em Física, com ênfase em Óptica e Fotônica (2009), mestrado (2012) e Doutorado (2017) em Ciências na área de Física Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP), Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O pesquisador possui dez anos de experiência com desenvolvimento de projetos, estando envolvido com óptica e fotônica desde sua graduação, quando realizou estágio na empresa “DMC Equipamentos” e participou do desenvolvimento de produtos voltados para tratamentos dermatológicos.

Entre 2010 e 2012, realizou seu mestrado com dissertação intitulada “Sistema para medida simultânea de temperatura e deformação com redes de Bragg em 800 nm”.

Em 2011, ingressou no setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa “Opto Eletrônica SA” como Físico de Desenvolvimento, permanecendo até o final de 2015, na qual atuou nas áreas oftálmicas e aeroespacial, contribuindo com desenvolvimento, análise, integração e testes de sistemas ópticos.

Enquanto funcionário na “Opto Eletrônica SA”, participou do desenvolvimento dos sistemas ópticos das câmeras MUX (Multispectral Camera) e WFI (Wide Field Imaging Camera) dos satélites CBERS 3&4, e da câmera AWFI do satélite AMAZONIA 1, e de equipamentos médicos como retinógrafo, microscópio cirúrgico, cross-link, entre outros.

Entre o início de 2014 e a metade de 2015, coordenou a equipe de desenvolvimento da área de óptica da empresa “Opto Eletrônica SA”.

Em 2017, finalizou seu curso de Doutorado, no qual desenvolveu um retinógrafo coaxial não-midriático de baixo custo com um inovador sistema de iluminação. Atualmente, é Gerente de Projetos na empresa são-carlense “Eyetec Equipamentos Oftálmicos”.

(Com informações da FAPESP)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de abril de 2022

Pesquisa no IFSC/USP – Fibromialgia provoca alterações na pressão intracraniana

Em artigo publicado pesquisadores do IFSC/USP e da “Brain4Care” revertem quadro de paciente

Com a introdução do novo tratamento contra as dores e outras manifestações causadas pela fibromialgia, já em curso há algum tempo graças ao desenvolvimento de protocolos e de um novo equipamento no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), pesquisadores deste Instituto, em parceria com colegas da empresa “Brain4Care”, publicaram em março último, no “Journal of Novel Physiotherapies”, um artigo científico com relato de caso, traduzido em uma pesquisa realizada com paciente fibromiálgica que no decorrer do tratamento foi sujeita a uma avaliação da pressão intracraniana através de um equipamento próprio desenvolvido pela citada empresa.

O estudo, pioneiro, avaliou as correlações entre as dores de uma paciente com fibromialgia e as variações de volume/pressão dentro do crânio (complacência intracraniana), que indica a capacidade do organismo acomodar variações de volume intracraniano sem que hajam alterações significativas da pressão intracraniana (PIC). A complacência intracraniana (CIC) é um indicador de saúde neurológica e o seu comprometimento pode levar à disfunção cerebral. O trabalho dos pesquisadores é o primeiro do mundo a indicar a relação entre as dores da fibromialgia e as variações da complacência intracraniana.

Antonio de Aquino Jr.

Esta pesquisa promoveu uma nova compreensão e uma direção diferente nos tratamentos das consequências da fibromialgia, atendendo a que a intenção dos pesquisadores foi avaliar o que acontece no cérebro, por intermédio das ondas cerebrais, durante a aplicação do tratamento fotosônico do IFSC/USP, relatando o caso de uma paciente fibromiálgica em crise total de dor genérica, que foi submetida a dez sessões de tratamento, tendo os pesquisadores mapeado, ao longo desse tempo, e além das escalas de dor, todas as alterações relativas à pressão intracraniana. Antes do início dos tratamentos, essa pressão apresentou-se um pouco elevada em relação aos parâmetros normais, sendo que durante os procedimentos começou a diminuir, tendo atingido os níveis normais após cinco minutos de repouso no final de cada sessão. Durante as sessões, verificou-se que a aplicação do laser e ultrassom na paciente causou uma redução da complacência cerebral e uma entropia, ou seja, o restabelecimento dos padrões normais, já que todo o organismo estava em desordem antes de cada sessão, conforme explica o pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio de Aquino Junior, um dos autores do estudo. “Além da melhora em 70% dos índices de dor provocada pela fibromialgia, e em 60% no restabelecimento da qualidade de vida da paciente – resultados que já eram esperados -, este novo estudo demonstrou que o tratamento provoca uma redução da complacência cerebral. Dessa forma, estados de insônia, dores de cabeça e alterações no sistema gástrico e intestinal, entre outras anomalias, desapareceram ao longo das sessões”, esclarece o pesquisador.

Camila Tomaz

Este novo estudo traz aos pesquisadores uma nova compreensão de como a doença se manifesta mais profundamente, atendendo a que as informações disponíveis só indicavam o quadro inflamatório dos pacientes e os níveis de dor. Com a observação de um aumento da pressão intracraniana nesta paciente fibromiálgica antes do início dos tratamentos, fica justificada a alteração no centro de dor que se localiza no córtex pré-frontal do cérebro, que é responsável por todos os desequilíbrios inerentes à doença. A “Brain4Care” colaborou com esta pesquisa cedendo seu equipamento e toda a compreensão de como utilizá-lo, bem como no entendimento dos dados adquiridos, pelo que esta pesquisa está abrindo portas para outras mais avançadas, tendo igualmente como público-alvo os pacientes portadores de fibromialgia.

Para Camila Tomaz, fisioterapeuta, colaboradora da equipe de pesquisas da “Brain4Care” e também autora do artigo científico  “Foi observada uma significativa melhora na qualidade de vida da paciente. “Ela conseguiu retomar atividades que antes era incapaz de realizar, por conta da dor. Com esse relato de caso, tive a oportunidade de acompanhar o tratamento e a satisfação de vivenciar uma história de saúde e felicidade ao vê-la se afastando da dor e reconquistando sua qualidade de vida”.

Recordamos que o equipamento da “Brain4Care” foi desenvolvido pelo saudoso docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Sérgio Mascarenhas, constituído por um sensor externo capaz de monitorar de maneira não invasiva a pressão intracraniana, um trabalho que deu origem à criação da citada empresa pelo próprio pesquisador.

O artigo científico é assinado pelos pesquisadores Antonio Eduardo de Aquino Junior, Fernanda Mansano Carbinatto, Camila da Silva Rocha Tomaz e Vanderlei Salvador Bagnato.

Para acessar o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação –  IFSC/USP

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..