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Reforçando o combate às doenças negligenciadas e malária
Um consórcio internacional voltado ao desenvolvimento de novos medicamentos para doenças negligenciadas e para a malária está sendo formado pela FAPESP, em parceria com a USP e Unicamp, e as organizações sem fins lucrativos Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e Medicines for Malaria Venture (MMV).
O objetivo geral do consórcio é identificar candidatos pré-clínicos com chances de se tornarem novos compostos para o tratamento da leishmaniose visceral, doença de Chagas e malária.
Apoiada no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), da FAPESP, esta parceria envolve o intenso trabalho desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID da FAPESP sediado no nosso Instituto, uma iniciativa que congrega projetos de pesquisa colaborativos, envolvendo o Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) e Laboratório de Biofísica Molecular (IFSC/USP), o Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NUBBE/IQ-UNESP), os Laboratórios de Síntese Orgânica (IQ/UNICAMP), os Laboratórios de Produtos Naturais e Síntese Orgânica (DQ/UFSCar) e o Laboratório de Produtos Naturais (FCFRP/USP). Com esta parceria, que irá contar com mais recursos para pesquisas, o CIBFar poderá contar com a contratação futura de mais pós-docs e a aquisição de mais materiais de consumo, tudo no sentido de levar adiante todo o trabalho até agora desenvolvido pelos grupos de pesquisa liderados pelos Profs. Glaucius Oliva, Adriano Andricopulo e Rafael Guido.
Este consórcio internacional irá contar com um investimento global de R$ 43,5 milhões, pelo prazo de cinco anos, sendo que a FAPESP fará um aporte de R$ 7,8 milhões. Outros R$ 12,8 milhões serão investidos por DNDi e MMV. Unicamp e USP irão contribuir com R$ 22,9 milhões, particularmente em infraestrutura de pesquisa e custos de pessoal. O acordo será assinado no dia 28 deste mês, na sede da FAPESP.
No projeto feito em parceria com a MMV, o foco será identificar uma nova molécula para o tratamento da malária que possa matar rapidamente o parasita, evitando o desenvolvimento de resistência ao medicamento. Idealmente, a nova molécula deve ter o potencial quimioproteção em dose única, o que ajudaria a eliminar a malária em países como o Brasil e, eventualmente, em todo o mundo.
Já no projeto com a DNDi o objetivo é entregar um composto para o tratamento da doença de Chagas e leishmaniose pronto para desenvolvimento clínico. Busca-se, assim, seguir os perfis de produtos-alvo desenvolvidos pela DNDi e seus parceiros para garantir a entrega de um composto que satisfaça as necessidades dos pacientes.
“A colaboração da Unicamp e USP com MMV e DNDi, ao mesmo tempo em que traz para São Paulo o desafio de pesquisa de descoberta de moléculas que sejam boas candidatas clínicas no combate a doenças negligenciadas e à malária, também abre o acesso ao acervo das organizações parceiras e a sua experiência na análise de tais moléculas. Dessa forma, une pesquisa na fronteira do conhecimento e conectada a aplicações de enorme relevância social com formação de pesquisadores, importantes objetivos para o Estado de São Paulo”, salientou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
As doenças negligenciadas e a malária afetam bilhões de pessoas ao redor do mundo, principalmente em áreas de extrema vulnerabilidade. Os poucos medicamentos que existem para tratá-las são caros, têm pouca eficácia ou têm efeitos colaterais indesejáveis. A ideia do projeto é, portanto, estimular o desenvolvimento de capacidades para a pesquisa de novos fármacos no Brasil por meio do intercâmbio das melhores práticas de conhecimento.
“A MMV está comprometida em descobrir os medicamentos que permitirão aos países endêmicos da malária, como o Brasil, eliminar a doença de dentro de suas fronteiras e apoiar a erradicação global”, disse Timothy Wells, diretor científico da entidade. “Estamos muito satisfeitos em poder contar com os conhecimentos especializados de cientistas brasileiros da Unicamp e da USP e combiná-los com a experiência da MMV em malária para desenvolver medicamentos antimaláricos para a população do Brasil e de outros países.”
“O grande diferencial deste consórcio é a criação de uma rede internacional, multidisciplinar, autossustentável e pensada a partir das necessidades das populações dos países endêmicos. Trata-se de um esforço conjunto pelo mesmo propósito: obter tratamentos seguros e eficazes para a doença de Chagas, leishmaniose e malária”, explicou Jadel Müller Kratz, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da DNDi.
A parceria também apoiará o treinamento de gerações futuras de especialistas em tratamento de doenças negligenciadas na Unicamp e na USP, ao mesmo tempo em que trará novas oportunidades de trabalho e investimentos em infraestrutura nessas instituições.
Luiz Carlos Dias, professor do Instituto de Química da Unicamp, é responsável pela coordenação geral do projeto. “O consórcio vai ultrapassar fronteiras internacionais e levar à consolidação de um modelo de parceria global que contribui com a inovação, o avanço do conhecimento na área de descoberta de novos medicamentos para doenças parasitárias tropicais, a aceleração dos cronogramas de pesquisa e o compartilhamento de dados”, disse.
(Com informações da Agência FAPESP)
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

HEP-Seminar: Marcus Rodrigues (IFSC/USP) profere seminário
O aluno do IFSC/USP, Marcus Rodrigues, proferiu um seminário no programa High Energy Physics, ocorrido no dia 28 de novembro, nas instalações de nosso Instituto.
Subordinado ao tema Liberdade assintótica na seção de choque elétron-pósitron em hádrons, Marcus pontuou que diversos aspectos da Cromodinâmica Quântica (QCD) são testados em uma análise quantitativa da seção de choque elétron-pósitron em
hádrons, a saber, a carga elétrica fracionária dos quarks, o número de cores e o acoplamento forte.
Por meio do teorema óptico, essa seção de choque pode ser expressa em termos da parte imaginária da função de polarização hadrônica do vácuo que, para energias suficientemente altas, pode ser calculada perturbativamente.
Ao longo de sua apresentação, Marcus explorou os cálculos em Next-to-Leading Order para a seção de choque e^+e^- em hádrons com o auxílio de integrais mestras para, no fim, realizar determinações para o acoplamento forte em diferentes regiões de energia, tendo justificado e comprovado a verificação da liberdade assintótica do acoplamento, conforme prevista pela função beta da QCD.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Prof. Mizrahi fala sobre “As linhas que delimitam os constituintes da matéria”
O programa Café com Física recebeu no dia 27 do corrente mês um seminário com o Prof. Salomon Mizrahi, pesquisador e docente da UFSCar, que apresentou o tema As linhas que delimitam os constituintes da matéria.
Em sua apresentação, Mizrahi sublinhou que ao se observar a tabela de nuclídeos que é exibida na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que contém todos os nuclídeos conhecidos – os naturais e os produzidos artificialmente em laboratório -, verifica-se a existência de dois delimitadores não muito regulares, linhas entre as quais habitam todos os nuclídeos que constituem a matéria.
O pesquisador mostrou que, usando a “antiga” fórmula de massa semi-empírica para nuclídeos estáveis, juntamente com a relação energia-tempo da mecânica quântica, através de um cálculo simples, as linhas de fronteira obtidas, para excessos de prótons e nêutrons, apresentam uma concordância apreciável com as linhas delimitadoras.
Com o objetivo de apresentar um panorama abrangente do assunto em nosso Universo e sua relação com as linhas de fronteira, o pesquisador, resumidamente, o que se sabe atualmente sobre os processos de nucleogênese astrofísica.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

A importância da vigilância epidemiológica molecular em hospitais
Infecção relacionada à assistência à saúde – ou IRAS, como pneumonia, infecção do trato urinário dentre outras – pode ocorrer no período de hospitalização e ser provocada por microrganismos que sobrevivem no ambiente hospitalar. Devido ao uso de antissépticos e de antibióticos, os microrganismos que conseguem sobreviver no ambiente hospitalar muitas vezes apresentam resistência a mais substâncias do que aqueles microrganismos que se encontram livres na natureza.
Isso significa que o tratamento de IRAS pode ser complicado, porque antibióticos disponíveis podem não mais fazer efeito contra esses microrganismos multirresistentes. Por isso, a vigilância epidemiológica molecular é muito importante nos hospitais. Realizar vigilância significa que o hospital deverá estar em alerta quanto a possível disseminação de microrganismos, isolando amostras bacterianas – seja dos pacientes colonizados e/ou infectados, ou do ambiente hospitalar (leitos, equipamentos, etc) – e caracterizando-as para tomar medidas de contenção/controle.

LEMiMo é o Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Molecular do Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, que foi a sede do estudo com E. faecium
A vigilância epidemiológica molecular, dependendo da técnica usada, permite conhecer o perfil de resistência das bactérias, se elas são todas do mesmo clone, e se elas compartilham um DNA chamado plasmídeo, que é onde genes de resistência podem ser encontrados. Com estas informações em mãos, o hospital já consegue agir com mais sucesso. A existência da mesma bactéria em lugares, ou pacientes diferentes, mostra a necessidade de se intensificar a higienização para se conter a disseminação bacteriana. A vigilância também tem grande impacto em hospitais, porque o diagnóstico de infecções na maioria dos laboratórios clínicos não é tão rápido e, em alguns casos, o médico precisa entrar com um antibiótico mesmo sem saber o resultado do exame que indicaria o melhor tratamento. Se a infecção for uma IRAS e os médicos já tiverem conhecimento das bactérias que existem naquele hospital, esse tratamento, chamado “empírico”, terá maior chance de dar certo.
A bactéria chamada Enterococcus faecium está dentre as bactérias que podem causar IRAS e está na lista de bactérias multirresistentes com alta prioridade para o desenvolvimento de novos fármacos, publicada pela Organização Mundial de Saúde em 2017. Foi pensando em conhecer melhor as amostras de E. faecium circulantes em um grande hospital, em São José do Rio Preto, que surgiu esse projeto de vigilância epidemiológica molecular financiado pela FAPESP (2016/23810-6) e realizado uma parte no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Molecular (LEMiMo), do IFSC-USP, liderado pela Profa. Dra. Ilana L. B. C. Camargo, e outra parte nos Estados Unidos, com a colaboração do Professor Michael S. Gilmore, da Harvard Medical School. Além destes pesquisadores, Suelen Mello veio para o LEMiMo para desenvolver este projeto que foi tema de seu doutorado, orientado pela Profa. Dra. Ilana, através do Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular da UFSCar. Suelen teve bolsa CAPES tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para executar este estudo.
Durante a caracterização das bactérias E. faecium isoladas de infecções de pacientes hospitalizados, o antibiótico chamado daptomicina foi testado, pois era um antibiótico que ainda não estava em uso pelo hospital, mas devido a multirresistência encontrada nesta espécie bacteriana, eventualmente haveria necessidade de seu uso. A princípio, o que chamou atenção do grupo foi que algumas amostras desta espécie já eram resistentes à daptomicina, antes mesmo do seu uso. As técnicas moleculares usadas no LEMiMo para tipar as bactérias, indicaram que as bactérias resistentes à daptomicina eram todas do mesmo clone, ou seja, a mesma bactéria foi encontrada em diferentes pacientes.
Daptomicina é um excelente antibiótico bactericida de último recurso que age na membrana bacteriana, mas seu mecanismo de ação ainda não está completamente elucidado. Casos de resistência a este antibiótico são raros. Outros pesquisadores já descreveram mutações pontuais no DNA bacteriano que podem levar a uma alteração na membrana bacteriana, fazendo com que o antibiótico não mais consiga agir ali. Porém, estes mecanismos de resistência já descritos não estavam presentes nestas amostras deste estudo. Com isso, o grupo percebeu que não existe apenas uma via de resistência ao antibiótico. O foco do projeto se voltou para o estudo destas novas vias que permitem o E. faecium se tornar resistente à daptomicina.
Analisando todas as E. faecium isoladas e incorporadas neste projeto, a bactéria HBSJRP18 se destacou das demais, pois era hipersensível à daptomicina. Enquanto era necessário cerca de 2 mg/L de daptomicina para matar as demais bactérias, apenas 0,06 mg/L já matava a HBSJRP18. O grupo passou a investigar, então, o que a tornava tão sensível e o que poderia deixá-la resistente.
A HBSJRP18 foi exposta à daptomicina em cultivos diários, em laboratório, até que linhagens resistentes fossem isoladas. Em seguida, o genoma das bactérias foi sequenciado para comparação, a fim de se encontrar as mutações que poderiam ter selecionado as bactérias mais resistentes durante este processo.

Prof. Dr. Michael S. Gilmore, Suelen Scarpa de Mello e Profa. Dra. Ilana L. B. C. Camargo, que juntamente com outros colaboradores participaram do estudo
O resultado foi bastante surpreendente, pois a bactéria hipersensível apresenta uma mutação exclusiva no gene lafB, que codifica uma proteína glicosiltransferase responsável pela construção da base de uma estrutura celular chamada ácido lipoteicóico, ancorada na membrana citoplasmática da bactéria. Durante o processo de exposição à daptomicina, foi possível observar a reversão desta mutação, o que fez com que as bactérias voltassem ao nível de sensibilidade tradicionalmente encontrado. Para provar o papel da alteração do gene lafB na hipersensibilidade à daptomicina, o gene intacto foi colocado na bactéria com o gene mutado, e os resultados indicam a sensibilidade nos níveis normalmente encontrados nesta espécie bacteriana. Isso significa que LafB, a proteína codificada pelo gene lafB, poderá ser um alvo terapêutico. Se for descoberto algum composto que inative a proteína LafB, a bactéria poderá ficar cerca de 30 vezes mais sensível à daptomicina e esse composto poderia ser usado no tratamento junto com o antibiótico para garantir sua eficácia.
Além disso, o grupo verificou que o gene dak, que codifica uma dihidroxiacetona quinase, era o único gene com alterações no genoma, quando comparadas as bactérias resistentes selecionadas in vitro com as sensíveis. Mutação neste gene foi descrita apenas recentemente por outros pesquisadores, mas seu papel na resistência à daptomicina não foi elucidado até hoje. O LEMiMo continua suas pesquisas para entender qual é a modificação que mutações em dak causam no metabolismo das bactérias.
Quanto as E. faecium resistentes à daptomicina isoladas de pacientes do hospital, os pesquisadores ainda não têm uma resposta quanto ao mecanismo envolvido. Normalmente, o uso inadequado de um antibiótico pode selecionar bactérias resistentes a ele, mas, neste caso, as bactérias ainda não haviam sido expostas a daptomicina. Além de resistentes à daptomicina, elas também são resistentes à vancomicina. Porém, apresentam sensibilidade aos antibacterianos bacteriostáticos tigeciclina, linezolida e tedizolida, que poderiam ser alternativas de tratamento.
Enfim, com este trabalho, o grupo verificou que houve uma pequena disseminação de E. faecium resistente à daptomicina entre alguns pacientes do hospital, mesmo sem nunca terem usado este antibiótico. Além disso, verificou-se que há mais de uma via de resistência à daptomicina em E. faecium e que a glicosiltransferase LafB pode ser um novo alvo terapêutico para o desenvolvimento de novos compostos que atuem junto com daptomicina no tratamento de infecções causadas por E. faecium multirresistentes.
Este trabalho foi publicado recentemente na revista Journal of Antimicrobial Chemotherapy e pode ser acessado clicando AQUI.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Na USP São Carlos: EduSCar leva a efeito o II Encontro de Educadores
Promovido e realizado pela EduSCar, realiza-se no próximo dia 05 de dezembro, entre as 19h00 e as 20h30, no Auditório Fernão Stella Rodrigues Germano – Bloco-6, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), o II Encontro de Educadores, cujo tema base será A estratégia de gestão para o avanço contínuo da educação, com foco na aprendizagem dos estudantes e em sua permanência na escola.
Neste evento, serão apresentadas as ideias e ações principais do Programa “Cientista-Chefe em Educação Básica”, iniciativa que alia universidades, Fundação de Amparo à Pesquisa e Secretarias de Educação do Estado do Ceará, onde serão mostrados os modos como, em São Carlos, e partindo de evidências das avaliações educacionais, se tem estruturado uma abordagem sistêmica para a melhoria da proficiência em Matemática e Ciências, integrando currículo, avaliação, formação e material estruturado.
A EduSCar é um Projeto de Ensino, fruto de parceria entre os Centros de Pesquisa CEPID/Fapesp e CPE/Fapesp, além de INCTs, Diretoria de Ensino – Região de São Carlos e a Secretaria de Educação do Município de São Carlos. O grupo conta, ainda, com a participação de pesquisadores de diversos departamentos da UFSCar e da USP interessados na melhoria do nível de ensino no país.
Esta iniciativa visa aprimorar o nível de ensino e aprendizagem nas escolas públicas. O estudo-piloto está sendo realizado no município de São Carlos e terá duração de seis anos. Espera-se que as experiências adquiridas sirvam de exemplo e sejam aplicáveis a todo o país.
Tendo como palestrante o Prof. Jorge Lira, cientista-chefe da Educação Básica do Ceará, este evento tem o apoio oficial da Diretoria de Ensino da Região de São Carlos, Prefeitura de São Carlos, CERTEV/UFSCar, USP, INCT/ECCE, CeMEAI, CIBFar/IFSC-USP, CDMF, UFSCar, CEPOF, FAPESP e CNPq.
A entrada para este evento é gratuita e aberta a todos os interessados.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Na defesa dos INCT: Prof. Vanderlei Bagnato fala no Congresso Nacional
Realizou-se no dia 21 do corrente mês, no Congresso Nacional, em Brasília, uma reunião da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, com a participação de diversos responsáveis de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT’s), onde o principal destaque foi a preocupação dos cientistas em face à redução dos investimentos por parte do poder público.
Perante senadores e deputados, foram expostos os objetivos e sucessos dos INCT’s, através das intervenções do vice-coordenador do INCT de Informação Quântica e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Prof. Luiz Davidovich, da geneticista [e Acadêmica] Profª Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da USP, e do Prof. Vanderlei Bagnato, Diretor do IFSC/USP e Responsável pelo INCT INOF/CEPOF.
O Diretor do IFSC/USP mostrou alguns resultados obtidos por meio de trabalhos de pesquisas, tendo apresentado casos de sucessos no tratamento de câncer de pele, úlceras em pé de pessoas com diabetes, câncer de colo de útero e outras doenças. Segundo Bagnato “O Brasil possui uma alta incidência de casos de câncer de pele. Hoje são quase 350 mil casos identificados como câncer de pele e o SUS (Sistema Único de Saúde) não consegue enfrentar essa doença se não for com o uso da tecnologia”.
O Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Prof. Ildeu de Castro Moreira, que também compôs uma das mesas do evento sublinho que “A falta de investimentos tem um impacto importante na economia brasileira. O orçamento para o ano que vem caminha para sofrer cortes”, tendo acrescentado que desde 2015 os investimentos em ciência e tecnologia estão em declínio, principalmente no que diz respeito ao orçamento das instituições públicas que atuam no fomento à pesquisa.
Clique na imagem abaixo para assistir ao vídeo relativo a esta reunião.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial do Brasil

O professor Fernando Osório (o quarto em pé da esquerda para a direita) com a equipe do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC, que tem realizado vários projetos em parceria com empresas. Um exemplo é o caminhão autônomo desenvolvido junto com a Scania.
Conhecida como a capital da tecnologia, São Carlos está no mapa do mais avançado Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do Brasil. Com recursos que virão da IBM, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da USP, o novo Centro terá um de seus núcleos no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), localizado no campus da Universidade em São Carlos.
“O Brasil tem hoje uma comunidade científica forte em inteligência artificial que pode fazer grandes contribuições em áreas nas quais o Brasil tem chance real de ser líder internacional ou já lidera de alguma forma. Agora, com o novo centro de pesquisa, podemos catalisar os esforços”, explicou o coordenador do projeto, Fabio Cozman, durante o evento IBM Research Brasil Colloquium 2019 – os caminhos da inteligência artificial no Brasil, em São Paulo.
Professor da Escola Politécnica da USP, Cozman estará no ICMC na quinta-feira, 28 de novembro, para apresentar o projeto do novo Centro de Inteligência Artificial. O evento é gratuito, aberto a todos os interessados e acontecerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, a partir das 17 horas. No evento, o público poderá compreender como funcionará o projeto e, ao final da apresentação, esclarecer as dúvidas.
Com início das atividades previsto para o começo de 2020, o projeto terá como sede principal o Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo. A iniciativa agrega mais de 60 pesquisadores da USP e das universidades Estadual Paulista (UNESP) e Estadual de Campinas (UNICAMP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Centro Universitário FEI e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Considerando apenas os cientistas vinculados à USP, há pesquisadores de 14 unidades e expressiva participação de professores do ICMC, tornando o Instituto um dos principais polos do novo projeto.
“Para São Carlos e para o ICMC, é extremamente relevante fazer parte do primeiro centro de inteligência artificial de grande porte do Brasil. O impacto dessa área na sociedade, especialmente considerando os empregos e o controle de informações em massa, demanda um posicionamento urgente do nosso País em relação ao assunto”, explica o professor Fernando Osório, do ICMC, que será o coordenador de difusão e comunicação do novo centro. “Os países mais desenvolvidos já estão fazendo isso e não podemos ficar para trás”, completa.

Sede principal do projeto será no Centro de Pesquisa e Inovação (InovaUSP), localizado na Cidade Universitária, em São Paulo (Foto: Isabella Velleda – Jornal do Campus)
Osório destaca que, logo após a divulgação de que a USP sediaria o novo centro, o que aconteceu em 4 de outubro durante o evento da IBM, houve também o anúncio de que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) articulava a criação de mais centros de pesquisa na área. Tal como a iniciativa da IBM-FAPESP-USP, esses futuros centros devem ser constituídos a partir de chamadas em editais, estabelecendo parcerias público-privadas, além de ficarem instalados em universidades e institutos de pesquisa em São Paulo e em outros estados do país.
Com a implantação do novo Centro de Inteligência Artificial, a ideia é que mais iniciativas como essas sejam implementadas.
Investimento – Com financiamento de até 10 anos, IBM e FAPESP reservarão, cada uma, até US$ 500 mil anualmente para implementar o projeto, que contará com avaliações periódicas das atividades. Já a USP, por sua vez, investirá até US$ 1 milhão por ano em instalações físicas, laboratórios, professores, técnicos e administradores para gerir o centro
O projeto foi desenvolvido para abarcar aplicações de inteligência artificial em eixos de pesquisa envolvendo aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, recursos naturais (óleo e gás), agronegócio, meio ambiente, finanças e saúde. Essas áreas também são foco do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil. Haverá, ainda, um eixo transversal: inteligência artificial e sociedade, que contará com a contribuição de pesquisadores das ciências humanas, ligados a áreas como ciências políticas, direito e economia. Estão previstos, por exemplo, estudos sobre as implicações socioeconômicas da inteligência artificial na sociedade, contribuindo para debates que envolvam questões sobre ética, relação homem-máquina, privacidade e trabalho.
“Nosso objetivo é levar a pesquisa em inteligência artificial no país a um novo patamar, com o intuito de beneficiar a sociedade. Estamos interessados em discutir como essa tecnologia pode ser melhor aproveitada pela sociedade”, conclui Cozman.
(Com informações da Agência FAPESP, da Assessoria de Comunicação da IBM e da USP)
(Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP)
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

No Vaticano: Academia de Ciências discute fome no mundo
Em pleno Século XXI, onde a tecnologia assume um papel preponderante na resolução dos mais diversos problemas e propicia aquilo que chamamos de “bem-estar”, mais de oitocentos milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Atenta ao aumento assustador dessa verdadeira catástrofe, a Academia de Ciências do Vaticano realizou, recentemente, uma reunião alargada com a participação de cientistas, empresários do ramo alimentar e entidades políticas, com o intuito de encontrar formas de reduzir drasticamente esse número, principalmente intensificando ações contra o desperdício de alimentos.
Nessa reunião, foram apresentadas e sugeridas para implementação, a curto prazo, diversas medidas políticas e econômicas que poderão auxiliar na redução do número de famintos no mundo, bem como diversos métodos científicos desenvolvidos não só para tentar resolver esse grave problema mundial, como, também, para aumentar a segurança alimentar no mundo.
Representante do Brasil na Academia de Ciências do Vaticano, o docente, pesquisador e atual diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, destacou, em entrevista, a importância do tema e o trabalho que deverá ser feito em prol da sociedade.
(Foto principal: Publicis Worldwide)
Clique na imagem abaixo para assistir à entrevista.
Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Falso email é disseminado junto à Comunidade do IFSC/USP
Está circulando pela Comunidade do IFSC/USP um e-mail falso enviado através de uma conta criada no Gmail,vinculando o nome das funcionárias da Diretoria – Claudia Tofaneli e Adriana B. Balsani – a informações falsas a respeito de uma hipotética PRESTAÇÃO DE SERVIÇO TEMPORÁRIO SEM VINCULO EMPREGATÍCIO.
Um Boletim de Ocorrência já foi registrado para resguardar os direitos das servidoras e o do IFSC/USP e reforçar que trata-se de uma notícia falsa.
É bom salientar que este email pode, inclusive, atingir pessoas e/ou instituições fora do IFSC/USP, pelo que é necessário que todos fiquem avisados sobre este assunto.
O conteúdo do email é mostrado abaixo:
Por favor, não repassem ou acessem aos links.
Diretoria do IFSC/USP
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

“Ciência às 19 Horas” – “A inevitável vitória da Inteligência Artificial”
Por qualquer métrica que se possa tomar, o desenvolvimento de técnicas de Inteligência Artificial (IA) é um enorme sucesso do ponto de vista tecnológico, econômico e social. Hoje, assistimos à chegada de artefatos com capacidade de aprendizado e decisão que já reconhecemos como “Inteligentes”.
Sobre este tema, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe no próximo dia 28 do corrente mês, a partir das 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas e integrada no programa Ciência às 19 Horas, a palestra intitulada A inevitável vitória da Inteligência Artificial, que será apresentada pelo Prof. Fabio Cozman, docente e pesquisador da Escola Politécnica (USP).
Em sua apresentação, Cozman mostrará como o sucesso dessa tecnologia é inevitável, sendo que nenhum país poderá considerar seu futuro sem uma discussão que inclua artefatos artificiais inteligentes. Obviamente, que deverá haver um interesse em compreender essa nova forma de inteligência que nos rodeia. E como chegamos a esse ponto?
Dois fenômenos foram essenciais nos últimos 15 anos.
Primeiro, o aumento de capacidade computacional e da tecnologia de sensores.
Segundo, a crescente disponibilidade de grandes quantidades de dados.
Esta palestra procura analisar a evolução da IA nos últimos 15 anos, verificar o ponto em que estamos, e sugerir alguns pontos que merecem atenção tecnológica e social no futuro.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Prêmio “Peão da Tecnologia” para docentes do IFSC/USP e UFSCar
O Science Park, de São Carlos, promoveu no dia 22 do corrente mês, em suas instalações, a entrega do prêmio Peão da Tecnologia aos professores Vanderlei Bagnato e Elson Longo, docentes e pesquisadores, respectivamente, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O prêmio Peão da Tecnologia simboliza o trabalho daquele que é considerado um verdadeiro “Peão”, que em face a uma situação hostil e não dominada, usa seu talento e criatividade para dominá-la e produzir dela algo de extremo proveito. “Ao se dominar um animal selvagem, ele passa a ser um animal útil para todos, pois passa a prestar um serviço a quem o dominou. É assim que fazemos para converter ciência em benefícios, partindo de situações desconhecidas, extraindo delas aplicações de alto beneficio” disse Bagnato sobre o significado do prêmio.
Em discurso feito pelo presidente do Conselho do Science Park, Prof. Edgar Zanotto “Este é um caso interessante onde os pesquisadores trabalham tipicamente com ciências básicas, envolvendo mecânica quântica, e desta dedicação ao avanço do conhecimento básico retiram dela as diversas aplicações.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Doutoranda do IFSC/USP fala sobre produção de hidrogênio combustível
Subordinado ao tema “Desenvolvimento e otimização de fotoanodos de BiVO4 aplicados à fotossíntese artificial para produção de hidrogênio combustível”, o Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas do IFSC/USP (NaCA), realizou no dia 22 do corrente mês mais um seminário, sob a responsabilidade da Doutoranda em Física Aplicada de nosso Instituto, Andressa dos Santos Corrêa, que mostrou seu trabalho nessa área.
Em sua apresentação, Andressa sublinhou como a fotossíntese artificial é uma metodologia cuja eficácia para geração de hidrogênio combustível tem sido experimentalmente comprovada e aprimorada desde sua descoberta, por Fujishima & Honda, em 1972. Essa metodologia consiste na utilização de um material semicondutor com características específicas, para o
qual a luz solar fornece energia para o processo de quebra da molécula da água, gerando hidrogênio e oxigênio. O BiVO4 é um semicondutor que possui características promissoras para a aplicação em reações fotossintéticas. São elas o band gap adequado (2,4 eV), uma vez que o mínimo seria 1,23 eV, além da fotocorrente teórica de 7,5 mA/cm². Entretanto, o alcance desse valor ainda não foi atingido ou relatado na literatura, devido a defeitos estruturais e de transporte de cargas no material.
Andressa enfatizou que ainda existem muitos aspectos a serem explorados para reduzir a recombinação de cargas, corrigir defeitos estruturais e assim melhorar o desempenho desse material como fotocatalisador. Neste seu trabalho, a doutoranda do IFSC/USP propôs a produção e otimização de fotoeletrodos de BiVO4, por meio do método dos precursores poliméricos e deposição por spin coating. Uma das principais
vantagens dessa associação entre esses métodos é o baixo custo para produção dos fotoânodos pela independência de equipamentos mais complexos exigidos por métodos como o sputtering. Para produção da resina precursora de qualquer óxido por esta metodologia, são necessários compostos solúveis em água para prover os íons necessários, além de um agente complexante e um polimerizador, os quais são reagentes de fácil acesso. Como resultados iniciais, Andressa obteve valores de fotocorrente consideráveis em comparação aos já descritos na literatura para fotoânodos deste material.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Organismos simples são capazes de tomar as mais complexas decisões
Cognição bacteriana: como um ser tão simples toma decisões tão complexas para se adaptar a ambientes em constante mutação. Este foi o título da palestra proferida pelo Prof. Marcos Vicente de Albuquerque Salles Navarro, docente e pesquisador de nosso Instituto, em mais uma edição do programa Colloquium diei apresentado no dia 22 de novembro.
O palestrante sublinhou que o termo “cognição” é frequentemente usado de maneiras pouco relacionadas para se referir a faculdade de processamento de informações. Em uma forma mais abrangente, a cognição pode ser considerada como uma função biológica relacionada à capacidade de um organismo sentir estímulos em seu ambiente e responder de acordo.
Bactérias utilizam uma linguagem química, envolvendo a regulação da expressão e atividade de milhares de genes, para se adaptarem as mudanças de seu ambiente. Através de sistemas de transdução de sinais compostos por fatores de transcrição, RNA polimerases, receptores de membrana e moléculas mensageiras, esses microorganismos controlam eficientemente as mais diversas funções fisiológicas.
Neste colóquio, Navarro apresentou exemplos de mecanismos moleculares envolvidos em quimiotaxia, assimilação de nutrientes, bem como a formação de biofilmes, no sentido de ilustrar que mesmo organismos muito simples são capazes de tomar as mais complexas decisões.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP