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29 de novembro de 2019

O papel da Física na avaliação de um reservatório de petróleo

A edição do Colloquium diei relativa ao dia 29 de novembro, organizado pelo IFSC/USP, trouxe como palestrante o Dr. Willian Andrighetto Trevizan, ex-aluno do IFSC/USP e cientista da Petrobras, que dissertou sobre o tema O papel da Física na avaliação de um reservatório de petróleo.

Trevizan abordou a forma como o processo exploratório e de desenvolvimento da produção de um campo de petróleo envolve a combinação de conhecimentos e técnicas provenientes de diversas áreas. Desde a modelagem geológica, que leva em conta macro processos na escala das dimensões da bacia e do tempo geológico, até o conhecimento detalhado de propriedades petrofísicas de amostras de rocha coletadas nos reservatórios.

De forma simples, o palestrante explicou a forma como durante a perfuração de um poço, diversas propriedades físicas são obtidas de maneira detalhada ao longo dos intervalos de interesse, sendo interpretadas para responder às seguintes questões: 1) Em quais intervalos há óleo e/ou gás? 2) Em qual quantidade? 3) Quais intervenções necessárias para produzi-lo? As respostas dependem de um estudo do comportamento dos meios porosos sob diversos estímulos (elétricos, magnéticos, acústicos, nucleares), reunidos em uma disciplina normalmente chamada de Petrofísica. Neste colóquio, percorreremos a aplicação dos conhecimentos de Física e Petrofísica ao longo da cadeia de Exploração e Produção, focada na etapa de avaliação dos reservatórios.

Neste colóquio, Trevizan mostrou a todos como é feita a avaliação de um reservatório de petróleo e como se chega ao cálculo de que um novo reservatório poderá gerar um milhão de barris. Vou explicar quais são as técnicas utilizadas para se localizar e avaliar um reservatório desse tipo, algo que tem muitas questões relacionadas com a área da Física.

Em conversa com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Trevizan explicou: “Quando fura um poço, você tem que ter a capacidade de identificar onde está o petróleo, qual a extensão do reservatório e quais são as dificuldades que irá encontrar para extrair o petróleo. Através da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) você consegue ver não só a quantidade de poros que existem nas rochas, como também os espaços vazios que existem nelas, que é onde o petróleo certamente vai estar; além do mais, conseguimos dizer qual o tamanho que cada um desses poros tem”, enfatiza o cientista.

É com base nisso que se consegue saber se o óleo que está naquele local vai ser fácil ou difícil de ser extraído. Segundo Trevizan, se só existirem poros pequenos, terá que se vencer as forças capilares da parede para extrai-lo, o que quer dizer que a tarefa vai ser difícil. Se os poros forem grandes, o petróleo vai sair com mais facilidade. “Na minha área de atuação tem vários profissionais que fazem essa avaliação e usam essa técnica. Eu trabalho com a parte de pesquisa na técnica de RMN, então meu trabalho é desenvolver metodologias para melhorar essas avaliações, usando essa técnica”, elucida Trevizan.

Embora exista uma tendência grande para o desenvolvimento de outras fontes de energia – e é bom que se prossiga com esse desenvolvimento para bem do meio ambiente – o certo é que o petróleo ainda vai ser usado por um longo tempo. “A Petrobras segue seu ritmo, e seu interesse em fomentar e ajudar a desenvolver pesquisas não cessa. Existem vários desafios tecnológicos que precisam ser vencidos para dar mais um passo em frente nas pesquisas e eles são oportunidades de desenvolver ciência ainda mais avançada. Por mais que eu esteja focado nas aplicações, resultados e produtos que a empresa possa usar, existe sempre a possibilidade de encontrar algum tema novo que me impulsione a voltar para a Academia, para um pós-doc. Neste momento, estou trabalhando em interfaces com a RMN, que são os métodos acústicos, que têm dado resultados complementares valiosos”, finaliza Trevizan.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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