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4 de dezembro de 2019

Em Londres: contribuição do IFSC/USP no estudo de terras raras

A manhã do dia 26 de novembro foi muito especial no Flett Lecture Theatre, do Natural History Museum de Londres. Em sua apresentação sobre o papel dos elementos terras na estrutura de novos minerais, o pesquisador do IFSC/USP, Dr. Marcelo Barbosa, abordou vários aspectos bastante desafiadores no trabalho de pesquisa nesta área.

O evento Critical raw materials and our green future foi organizado pela Camborne School of Mines, University of Exeter e pelo Natural History Museum, tendo reunido pesquisadores de diversas instituições de pesquisa e representantes do parlamento britânico, da comunidade econômica europeia e de diversas empresas. O evento teve suporte do Engineering and Physical Sciences Research Council (EPSRC), Natural Environment Research Council (NERC) e da FAPESP.

Não há dúvida de que a terras raras desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de materiais e dispositivos modernos de alta tecnologia. Como exemplo, Marcelo Barbosa citou alguns exemplos para o elemento ítrio, que pode ser utilizado em odontologia, lasers e supercondutores, como, por exemplo, o óxido de ítrio, bário e cobre. Na sequência, o pesquisador do IFSC/USP explicou os princípios básicos relativos à espectroscopia Raman e difração de Raios X. Assim, teve a oportunidade de descrever os equipamentos utilizados no Instituto de Física de São Carlos no trabalho de caracterização de espécies minerais.

Como exemplo de aplicação, descreveu o primeiro mineral-tipo amazônico brasileiro encontrado na mina Pitinga. A waimirita-Y é rica em ítrio e apresenta uma estrutura muito interessante, onde cada um dos cátions (Y) são coordenados por nove ânions (F).Marcelo também fez uma comparação com a segunda ocorrência deste mineral em Jabal Tawlah, na Arábia Saudita, e trabalho de colaboração científica envolvendo outros pesquisadores, como é o caso do Dr. Daniel Atencio e Artur C. Bastos Neto, do Brasil, e de outros sediados nos Estados Unidos, Rússia e Japão.

A parisita-La também foi mencionada devido a sua estrutura cristalina ser bastante complexa e sua ocorrência em Novo Horizonte, Bahia. A Parisita-La é especialmente rica em lantânio e neodímio, matéria prima estratégica para a fabricação de imãs utilizados nas turbinas eólicas instaladas no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. O Brasil é um dos países líderes na geração deste energia e tem recebido muitos investimentos na área (Ventos promissores a caminho).

Em seu último tópico, o pesquisador de nosso Instituto abordou a possibilidade de se investigar a estrutura de minerais mais complexos, utilizando a nova fonte de luz sincrotron brasileira – o Sirius. Como exemplo, abordou os minerais do grupo da eudialita de Poços de Caldas (MG), zirconosilicatos que contém elementos terras raras como o ítrio, neodímio, cério, lantânio e cujo estudo estrutural mais detalhado exige a utilização de radiação com feixes muito intensos. De acordo com Marcelo, é possível investigar como os elementos terras estão ligados a outros átomos na estrutura e otimizar o processamento e beneficiamento dos minerais analisados, utilizando técnicas de radiação síncrotron, como Extended X-ray Absorption Fine Structure (EXAFS) e X-ray Absorption Near Edge Structure (XANES).

Rui Sintra/Marcelo Barbosa – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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