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23 de novembro de 2020

Divulgado o “Prêmio Ciência-Tecnologia São Carlos – 2020”

Divulgação dos Classificados na Feira Virtual de Ciência e Tecnologia

Foram conhecidos no dia 18 de novembro os vencedores do “Prêmio Ciência-Tecnologia – 2020”, honraria promovida pela Prefeitura Municipal de São Carlos e que tem o intuito de reconhecer o trabalho desenvolvido por cientistas e professores que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento cientifico nacional e internacional. A Comissão de Avaliação do “Prêmio Ciência –Tecnologia São Carlos -2020”, é composta por Professores Universitários, Pesquisadores e Secretários Municipais.

Vencedores

Na categoria Pesquisador Sênior, com empate, foram vencedores: o Prof. Dr. Victor Carlos Pandolfelli, da Universidade Federal de São Carlos e o Prof. Dr. Osvaldo de Oliveira Junior, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Na categoria Jovem Pesquisador o vencedor foi o Prof. Dr. Hugo Miguel Preto de Morais Sarmento, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Na categoria Clubes de Ciências também houve um empate, e os vencedores foram: Profª Caroline Paganelli Correa dos Santos, da escola E.E. João Jacinto Nascimento, e o Clube de Ciências do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica do IFSC/USP, em parceria com a Diretoria Regional de Ensino de São Carlos, composta pelos pesquisadores e professores: Profª Wilma Regina Barrionuevo, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, Prof. Dr. Euclydes Marega Junior, Profª Débora Gonzalez Costa Blanco e a Profª Marilia Faustino da Silva.

Na categoria Professor de Ciências, foi vencedora a Profª Joice Bissolati Brigati, da E.E. André Donatoni.

Na categoria Jovem Cientista, a vencedora foi a estudante Stefany de Mello da EE. João Jorge Marmorato.

No ano de 2019, a Comissão uma homenagem aos Cientistas Eméritos de São Carlos, onde o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação, José Galizia Tundisi, apresentou as opções de “Prêmio aos Cientistas Eméritos”, que por concordância dos membros presentes, foram aprovados. E são eles os homenageados de 2020: A Profª Drª Odete Rocha da UFSCar, o Prof. Dr. João Batista Fernandes da UFSCar e a Profª Wilma Regina Barrionuevo do CEPOF- IFSC da USP.

CEPOF-IFSC/USP e Diretoria de Ensino realizam Feira Virtual de Ciências

Durante as últimas semanas foram realizados a “Feira Virtual de Ciência e Tecnologia do CEPOF/USP/DE 2020”, bem como o evento de “Homenagem aos Professores da Rede Estadual de Ensino” nos 7 municípios de abrangência da Diretoria de Ensino-Região de São Carlos.

O tema da Feira de Ciências foi: “As Grandes Invenções que Mudaram o Mundo”. Ao refazer a trajetória dos principais cientistas e inventores e aprender o princípio das suas invenções os jovens estudantes e seus professores puderam adentrar, de modo expressivo, na produção da ciência e não apenas no uso da mesma.

A fase preparatória da Feira iniciou-se em novembro de 2019, por meio da capacitação dos professores e coordenadores interessados. Em seguida, foram formados 91 Clubes de Ciências, os quais desenvolveram seus experimentos e pesquisas desde o início do ano de 2020. Com o imprevisto contexto de pandemia e isolamento social, optou-se por realizar a feira em caráter virtual. Os Clubes de Ciências produziram, então, vídeos educacionais e uma monografia, a partir da pesquisa sendo realizada. Ao longo do ano os estudantes e professores foram orientados por meio de encontros virtuais realizados com a coordenadora de difusão científica do CEPOF, Profa. Wilma Barrionuevo. Durante o mês de outubro tais materiais foram julgados por cerca de 30 professores e pesquisadores da USP, coordenados pelos professores do IFSC/USP Vanderlei Bagnato, Euclydes Marega Junior e Sebastião Pratavieira. Ao final, foram classificados cerca de 50 Clubes, sendo que 10 Clubes empataram em primeiro lugar. A divulgação foi feita durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Os Clubes classificados receberam troféus, além de medalhas de ouro, prata, e bronze. Todas as escolas receberam troféus de participação. As coordenadoras pela Diretoria de Ensino foram a Dirigente Débora Gonzalez Costa Blanco e a professora Marília Faustino, representando o Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino.

Ao longo desses 5 anos de existência dos Clubes de Ciências, as atividades desenvolvidas incluíram as seguintes ações:

(1) Criação de mais de 200 Clubes de Ciências em escolas públicas estaduais; (2) Capacitação de professores e coordenadores, (3) Capacitação dos alunos e montagem dos experimentos, (4) Realização de aulas técnicas ao vivo, pela internet; (5) criação e distribuição de kits educacionais de áreas diversas da ciência para todas as escolas estaduais inscritas; (6) Realização da Feira de Ciência e Tecnologia da USP para exposição dos experimentos e para atrair estudantes ao ambiente universitário; (7) Exposição dos experimentos produzidos nas escolas estaduais e em espaços públicos; (8) videoaulas pela TV e internet; (9) Aulas eletivas em escolas estaduais para capacitação na plataforma computacional Arduino e em Robótica e formação de novos Clubes de Ciências. Ao final, foram alcançadas cerca de 40 mil pessoas, por meio dos Clubes de Ciências, capacitações de Professores, Feiras de Ciências, Exibições em Praça Pública, videoaulas pela internet e aulas pela TV.

Escolas que foram agraciadas com Medalha de Ouro:

EE Attília Prado Margarido -Clube de Ciências: Regando Conhecimento –  São Carlos

EE Luciano Ivo Tognetti – Clube de Ciências: ERROR 404 – Descalvado

EE José Ferreira da Silva – Clube de Ciências: FrankSTEM – Descalvado

EE Aracy Leite Pereira Lopes, D.- Clube de Ciências: Velozes e Fumegantes – Descalvado

EE José Ferreira da Silva-Clube de Ciências: Enigma –  Descalvado

EE Maria Ramos – Prof.ª- Clube de Ciências: MaRa Sabino – São Carlos

EE Orlando Perez- Clube de Ciências: Rainha Vermelha – São Carlos

EE Maria Ramos – Profª – Clube de Ciências: Incríveis Máquinas Voadoras! – São Carlos

EE Orlando Perez- Clube de Ciências: Força Jovem – São Carlos

EE Edésio Castanho- Clube de Ciências: Estrelas da Ciência – Ibaté

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

20 de novembro de 2020

Uma nova liga que é superelástica num grande intervalo de temperatura

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Ligas superelásticas são ligas metálicas que podem sofrer grandes deformações, de até 20%, e retornam, automaticamente, à sua forma original. Essa característica desejável tem aplicações importantes em medicina e ortodontia. Explica-se o surgimento da superelasticidade em materiais nos quais a tensão induz a presença de transformações martensíticas (transformações martensíticas são aquelas em que nenhum átomo da estrutura cristalina se desloca mais do que um parâmetro de rede, ou seja, são transformações praticamente reversíveis).

Um exemplo, muito comum, de liga superelástica é a liga de Níquel-Titânio. Largamente utilizado em aplicações médicas tem, além de suas ótimas propriedades mecânicas, excelente resistência à corrosão. Há, porém, dois problemas. O primeiro é o efeito destruidor da superelasticidade pela temperatura. O segundo está no custo do material. Dessa forma, os pesquisadores vêm investigando materiais mais baratos e que permaneçam, na fase superelástica, num grande intervalo (“janela”) de temperatura. Fundamentalmente, todos esses protótipos se baseiam no elemento químico Ferro 1.

Recentemente, em um estudo publicado na Science 2, um grupo de pesquisadores da Universidade de Tohoku do japão investigou as propriedades de uma liga de Fe-Mn-Al-Ni com adição de Cromo. Eles demonstraram que o acréscimo do Cromo praticamente não leva a nenhuma variação da entropia. Para isso, eles utilizaram a relação de Clausius-Clapeyron, que é uma relação linear entre a variação de entropia e a variação da tensão crítica com a temperatura. A tensão crítica é a tensão acima da qual o material tem deformação plástica, não mais retornando ao seu estado original.

Figura: Legenda: B) As “Janelas” de temperatura’ (na escala Kelvin) de vários materiais. Compare, em particular, a diferença entre o novo material (em vermelho) e a usual liga de Níquel-Titânio (preto); C) As “janelas” de variações de temperatura durante o dia e à noite na Lua, Marte e Terra. Crédito: Ji Xia et al. 2

Eles obtiveram uma liga que se mantém superelástica num grande intervalo de temperatura. Mais especificamente, para temperaturas entre -263 oC  e + 200 oC (veja figura B). Claro, talvez as aplicações médicas ou odontológicas não necessitem dessa enorme “janela” de temperatura, mas certamente desperta o interesse da indústria aeroespacial, pois as variações de temperatura de dia e à noite na Lua, em Marte e na Terra se enquadram perfeitamente na “janela” de temperatura em que o novo material é superelástico.

1 https://science.sciencemag.org/content/369/6505/855

2 Ji Xia , Yuki Noguchi , Xiao Xu , Takumi Odaira , Yuta Kimura , Makoto Nagasako , Toshihiro Omori1, Ryosuke Kainuma , Science 14 Aug 2020: Vol.369, Issue 6505, pp. 855-858

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

 Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de novembro de 2020

Carreira e Diversidade na Física

O IFSC-USP OSA Student Chapter e USP-SC SPIE Student Chapter estão organizando o evento online “Carreira e Diversidade na Física”, que irá ocorrer entre 10 à 20 de novembro.

Para mais informações, confirme presença no evento AQUI.

19 de novembro de 2020

II SUSTENTARE e V WIPIS – Workshop Internacional sobre Sustentabilidade, Indicadores e Gestão de Recursos Hídricos

Ocorrerá entre os dias 17 e 19 de novembro, de forma remota, o II Sustentare e V WIPIS – Workshop Internacional sobre Sustentabilidade, Indicadores e Gestão de Recursos Hídricos, resultado de uma parceria da Pontifícia Universidade Católica (campus de Campinas – PUC Campinas), a Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC/USP) e os Comitês PCJ por meio das CT-RN e CT-ID, integradas no GT-Indicadores e Monitoramento.

O Prof. Tadeu Malheiros, da EESC/USP, Assessor Técnico da Superintendência de Gestão Ambiental/USP, explica que este evento científico tem como principal meta discutir referenciais e promover trocas de experiências entre praticantes e pesquisadores, nacionais e estrangeiros sobre sustentabilidade, indicadores e gestão de recursos hídricos, com uma programação diversificada e palestrantes de diferentes países.

O Prof. Duarcides Mariosa, da PUC-Campinas, destaca a importância da parceria das duas universidades e os Comitês PCJ, no contexto da aproximação da academia com profissionais de instituições governamentais e não governamentais envolvidos na gestão dos recursos hídricos e sustentabilidade.

Embora o prazo para inscrição de trabalhos já esteja encerrado, os organizadores fortemente recomendam e convidam a comunidade científica e praticantes interessados no tema de indicadores de sustentabilidade para se inscreverem e participarem das mesas redondas e debates.

Para fazer sua inscrição, clique AQUI.

17 de novembro de 2020

Na Escola de Medicina de Yale: Removendo células neuronais mortas

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Um grupo da Escola de Medicina de Yale1 conseguiu captar imagens do processo de remoção de neurônios mortos no cérebro de camundongos vivos. A morte das células e sua remoção é essencial à saúde dos animais e vegetais, um mal funcionamento desse mecanismo pode acarretar o surgimento de processos cancerígenos, comprometer a regulagem do sistema imunológico e a defesa contra patógenos infecciosos intracelulares.

Em geral, as células morrem ou de maneira acidental, com necrose provocada por trauma, interrupção do fluxo sanguíneo etc. ou por apoptose – a morte celular programada. No ser humano morrem, todo dia, bilhões de células entre as cerca de 30 trilhões de células que temos no nosso corpo. A observação da morte de células por apoptose é particularmente difícil por dois motivos: não sabemos quando e nem onde ocorrerá a sua morte e a remoção dessas células moribundas, feita pelos fagócitos, é muito rápida.

Damisah et al 1, empregaram técnicas fotoquímicas e de metodologias virais para induzirem a morte de células que, combinadas com imagem de microscopia intravital, permitiram o mapeamento e acompanhamento dos fagócitos envolvidos na eliminação do neurônio morto 2. Os fagócitos envolvidos na eliminação do neurônio foram o astrócito e a micróglia.  O estudo revelou um trabalho harmônico, equilibrado e coordenado entre os dois fagócitos, com cada um desempenhando uma função bem especializada. As micróglias encarregam-se do corpo e do núcleo do neurônio enquanto os astrócitos destroem os dendritos.

O estudo também comparou a resposta de camundongos novos, com cerca de 4 meses de idade, com camundongos mais velhos com média de 26 meses de idade. Logo após aplicação do método de morte induzida nas células, chamado de 2Phatal (utiliza laser pulsado de fentossegundos), o núcleo das células neuronais se condensa, isso é uma sinalização para a entrada em ação dos fagócitos que removerão as células mortas. Não houve grande discrepância entre o número de células mortas em camundongos jovens e velhos. Entretanto, quando se comparou o tempo de limpeza e remoção dessas células mortas, a diferença foi enorme. O grupo jovem teve a limpeza completada em cerca de 26 horas, já no grupo idoso levou aproximadamente 58 horas. Essa demora em descartar o lixo pode ser um novo mecanismo de quebra de equilíbrio homeostático levando eventualmente a processos neurodegenerativos e de autoimunidade.

Legenda da foto: Células especializadas chamadas micróglias engolfam o corpo do neurônio morto, enquanto os astrócitos destroem as conexões desse neurônio.

Crédito: Eyiyemisi et al 1

1 Eyiyemisi C. Damisah, Robert A. Hill, Anupama Rai , Fuyi Chen , Carla V. Rothlin, Sourav Ghosh, Jaime Grutzendler, Science Advances, jun/2020, vol. 6, no. 26, eaba3239

DOI: 10.1126/sciadv.aba3239

2 https://www.youtube.com/watch?v=_BixMMfPkhU&feature=emb_title

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de novembro de 2020

Pesquisadores do IFSC/USP entre os mais influentes do mundo

Um estudo publicado na revista Plos Biology, em sua edição de 16 de outubro último, revela um banco de dados com os rankings atualizados dos cientistas entre os 2% mais influentes do mundo ao longo da carreira e no ano de 2019 (100.00 pesquisadores).

A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade de Stanford (EUA), liderada por John Ioannidis e intitulada “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”.

Nos quadros abaixo apresentamos a lista de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) incluídos no ranking dos mais influentes do mundo ao longo da carreira (1) e os que se destacaram em 2019 (2).

Para consultar o ranking, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

13 de novembro de 2020

Reunião plenária da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano

Plataforma virtual da reunião plenária da Pontifícia Academia das Ciências

Outubro, 2020

Por: Pablo Aurelio Gómez García

A sessão plenária anual da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano (PAS) ocorreu nos passados dias 7, 8 e 9 de outubro e, pela primeira vez na sua história, de forma virtual —devido às restrições impostas pela pandemia do coronavírus— longe, portanto, quer da Capela Sistina, ou dos solenes jardins do Vaticano.

Cerca de sessenta pessoas participaram, incluindo acadêmicos e palestrantes convidados. Alguns minutos antes de que o presidente da PAS, o economista Joachim von Braun, abrisse oficialmente o evento, os membros da Academia se cumprimentaram através das câmeras e dos microfones. Atrás deles, os cômodos típicos da agremiação: amplitude e tetos altos, móveis de madeira, livros empilhados em mesas ou estantes e uma variedade de objetos singulares, colheita das suas viagens pelo mundo. A cena surpreende pela ternura: os cientistas mais renomados do nosso tempo, dispostos na tela como um conclave de sábios, estavam realmente felizes por se encontrarem mais um ano. Então alguém disse: “Not too many women…”, um desequilíbrio que já pauta a agenda das principais instituições científicas, assim como da Igreja Católica. Em seguida, conversaram informalmente sobre o Prêmio Nobel, concedido uns dias atrás, e concordaram em que o veredito fora justo.

O encontro intitulou-se: “Um olhar sobre o SARS-CoV-2 e as relações entre os riscos em grande escala à vida neste planeta e as oportunidades da ciência para lidar com eles”. A leitura da carta papal deu início ao evento. Nela, o Papa Francisco defendeu as principais teses da bioética, advogando pelo cuidado do planeta e dos mais desfavorecidos em ações coordenadas que transcendam as fronteiras. Ele depositou suas esperanças nos cientistas para resolver os problemas causados ​​pela pandemia do coronavirus e prevenir à humanidade dos problemas que virão. Nessa mesma linha, Tedros Adhanom, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez uma breve declaração em que argumentou que os problemas globais exigem soluções globais. “As vacinas da COVID-19, quando estiverem prontas, devem chegar a todos”, disse. As discussões que aconteceriam ao longo daquele dia e dos seguintes mostraram que, dada a atual ordem do mundo, tão desigual e delimitada por interesses discrepantes, nem sempre é fácil colocar em prática essas ideias.

Participação do Prof. Ara Darzi discorrendo sobre políticas de saúde pública

Nas palestras, foram apresentados resultados de ciência básica (objetivos terapêuticos e mecanismos moleculares da infecção) e ciência aplicada (desenvolvimento de vacinas, terapias e métodos diagnósticos). Percebe-se que o evento é importante, os acadêmicos são pessoas exigentes e de uma extrema competência, mas parece que nas reuniões da PAS não há lugar para hostilidades: o ambiente é familiar. O físico brasileiro Vanderlei Bagnato, que participou do encontro como membro do conselho da PAS, apresentou diversas aplicações da terapia fotodinâmica desenvolvidas no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC, USP) que, por sua alta relação “eficácia-custo”, têm capacidade para atender uma grande parte da população. Os acadêmicos se mostraram orgulhosos dos avanços atingidos pela ciência nos últimos meses. Concordaram em que nunca se tinha visto tamanha velocidade na produção e divulgação de resultados científicos rigorosos. Eles também discutiram possíveis estratégias para a implementação desses desenvolvimentos nos sistemas de saúde pública dos diferentes países. Em particular, o médico e professor do Imperial College de Londres, Ara Darzi, forneceu uma ampla gama de dados e argumentos, tanto clínicos como econômicos, a favor da medicina preventiva. “É necessária uma mudança de paradigma nos sistemas públicos de saúde; investir na prevenção é a coisa mais rentável e eficiente a fazer”, disse. Depois justificou que a saúde pública deveria ser elevada ao grau de questão de “segurança nacional” e advogou por uma lei que obrigue às empresas farmacêuticas e de biotecnologia a compartilhar dados relevantes com as instituições públicas.

Os acadêmicos consideram que boa parte do destino do ser humano está nas mãos da ciência e se sentem chamados e capazes de dar respostas. O neurocientista alemão Wolf Singer o expressou numa frase: “nós, cientistas, devemos cuidar da sustentabilidade do mundo”. Por isso o tom geral da reunião foi de responsabilidade face à “gravidade dos acontecimentos”, mas não de renúncia ou derrota. A pandemia era vista como o último desafio a superar: uma oportunidade para aprender e inovar. Em suas análises, que foram além das causas e consequências imediatas da pandemia, os acadêmicos procuravam responder à pergunta: o que nos faltou para dar uma resposta melhor a esta crise? E houve um grande consenso: a ciência funciona, mas para levar adiante uma luta eficaz contra o coronavírus e outros riscos futuros, existem certos elementos indispensáveis. Para isso, a nossa sociedade precisa de: cooperação internacional, educação de qualidade em todos os países, transparência, sistemas de saúde fortes e globais, desenvolvimento econômico sustentável, igualdade e estabilidade social, aumento do investimento em pesquisa e decisões políticas baseadas no conhecimento científico. Também houve um grande consenso de que é fundamental reconquistar a confiança da população nas instituições. Mas como evitar que essas grandes mensagens soem como slogans vazios? Como recarregá-los com conteúdo?

Participação do Prof. Vanderlei Bagnato apresentando o desenvolvimento de métodos terapêuticos

O matemático David Spiegelhalter reconheceu que a ciência não é infalível e que depende primeiro das interpretações: “(…) os dados não falam por eles mesmos”, e das implementações práticas depois. “A responsabilidade dos cientistas é, em última instância, ser claros na apresentação dos resultados e reconhecer as incertezas”, disse ele, ciente da problemática de participar na vida pública de maneira “objetiva”. Sob esse tipo de questões, implicitamente, se coloca a pergunta: é possível, por meio do conhecimento científico, distinguir de forma clara e “neutra” entre o bem e o mal? A moral não é, em última análise, arbitrária? A experiência mostra que, apesar de ter —como os acadêmicos e a comunidade científica em geral têm— bem definido que os objetivos principais são a sobrevivência e o progresso da humanidade, os dilemas surgem constantemente. Durante a plenária da PAS, foram discutidos dois temas de relevância que ilustram essas dificuldades.

O primeiro foi levantado pela geofísica Marcia McNutt, diretora da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS), quando apresentou seu projeto de colaboração com os principais buscadores da internet (Google, Bing, etc). O objetivo é combater os perigos representados por informações “falsas” que circulam na Internet. Assim, por meio do programa “Based on Science” esses buscadores privilegiam conteúdos baseados em evidências científicas acima de outros. O médico hondurenho Salvador Moncada apontou a controvérsia: “(…) esse tipo de manobra poderia limitar a liberdade dos cidadãos”. Foram muitos os que participaram no debate, que finalmente ficou em aberto.

O segundo foi proposto pelo físico norte-americano William Phillips: “(…) seria correto fazer estudos clínicos de vacinas em que os voluntários são expostos intencionalmente ao vírus ativo?” Com esse tipo de ensaio, a eficácia seria avaliada mais rapidamente, mas a saúde dos participantes seria colocada em risco. Diante dessa questão tão atual, defendeu-se, por um lado, a seguinte posição: desde que a participação seja voluntária e que o benefício coletivo ultrapasse o prejuízo individual, seria eticamente correto. Em uma posição contrária, o cirurgião e professor de Harvard Francis Delmonico declarou-se a favor da preservação da integridade pessoal acima de tudo: “(…) sem um tratamento disponível, estes tipos de estudos clínicos são inaceitáveis”, afirmou. O debate também ficou em aberto.

A plenária estava quase no fim e uma pergunta ainda pairava no ar; é a mesma que todo o mundo se faz: quando teremos a vacina do coronavírus? Ou colocada de outra maneira: quando poderemos retomar nossas vidas “normais”? O geneticista Francis Collins, atual diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), declarou-se relativamente otimista, mas cauteloso: “(…) ainda temos de esperar para dar uma resposta; talvez nos primeiros meses de 2021 possamos começar a vacinar: os profissionais de saúde e as pessoas de risco terão prioridade”, afirmou, mas deixando a porta aberta para complicações e atrasos inesperados.

Em seu discurso final, Monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da PAS, assinalou o caminho do concílio entre a verdade revelada e a verdade obtida pela razão: “(…) este vírus é mais um exemplo de nossa limitada compreensão do mundo”, disse. “Para um entendimento completo, o conhecimento científico deve ser enriquecido pela fé”, e convidou aos acadêmicos, e ao resto dos cristãos, à reza. As propostas deste caráter tendem a chiar nos ouvidos das pessoas modernas, mas não deveriam ser descartadas tão levianamente, já que apontam para o centro da epistemologia; para os fundamentos do eterno problema do “o que eu posso conhecer?” Uma questão que os pensadores de referência da nossa civilização, desde a antiga Grécia até os tempos atuais, têm tratado infatigavelmente de resolver. De maneira que, seja por meio da cultura ou de outras fontes ainda mais difusas, o problema do conhecimento vive dentro de nós, embora não o percebamos. Por último, Joachim von Braun propôs uma série de pontos para a redação do relatório oficial da reunião, coletou as reflexões de alguns participantes e encerrou o evento. Os acadêmicos, sorridentes, despediram-se dizendo “bye bye; good bye” e balançando as mãos no ar. Para alguns, era hora de ir para a cama, para outros, de continuar com o trabalho. Estavam muito contentes por terem se encontrado.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de novembro de 2020

Encontro Inovações na Formação de Professores para a Educação Básica no Brasil

A Pró-Reitoria de Graduação e a Cátedra de Educação Básica do Instituto de Estudos Avançados da USP realizam nos dias 16 e 20 de novembro, entre as 09h00 e as 13h00, através do sistema ZOOM, o Encontro Inovações na Formação de Professores para a Educação Básica no Brasil.

Participam deste evento representantes de várias pró-reitorias e instituições de ensino superior, com o objetivo de realizar uma cartografia de modelos e práticas inovadoras na formação inicial de professores para a educação básica.

A programação dos dois dias do evento pode ser acessada AQUI.

Link de acesso para participar no dia 16 (Painel Formação de Professores) clique AQUI – ID da reunião: 997 0131 5711 e caso necessite senha de acesso: 195126.

Link de acesso para participar no dia 20 (Painel Sistematização) clique AQUI – ID da reunião: 945 7226 6468 e caso  necessite de senha de acesso: 210118.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de novembro de 2020

Atualização da produção científica do IFSC/USP em outubro de 2020

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de outubro de 2020, clique AQUI  ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico ACS Applied Materials and Interfaces (AQUI)

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de novembro de 2020

Fica o questionamento científico – E Betelgeuse não explodiu?

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Betelgeuse é a estrela supergigante vermelha mais próxima da Terra. Fica na constelação de Órion, a uma distância de cerca de 500 anos-luz, tem massa equivalente a aproximadamente 15 massas solares e diâmetro mil vezes maior que o do Sol.

Pelo seu gigantismo, é uma estrela que deverá terminar sua curta vida de maneira espetacular, explodindo como uma supernova. Na verdade, no final de 2019 e começo de 2020, a estrela experimentou uma diminuição dramática e prolongada de seu brilho. Isso criou uma enorme expectativa, não só entre os astrônomos mas do público em geral, de que Betelgeuse explodiria como uma supernova.

Todos torcíamos para ver uma pequena estrela brilhando no nosso céu durante o dia. Porém, com o retorno ao seu brilho original, a possibilidade de uma iminente explosão foi abandonada e os astrônomos saíram atrás de explicações para o fenômeno ocorrido.

Estrelas vermelhas supergigantes perdem massa e têm pulsações durante as quais o material da superfície estelar é ejetado para o meio interestelar e carregado por fortes ventos solares.

Em trabalho publicado recentemente no Astronomical Physical Letters,  Dharmawardena et al 1 verificaram que a luminosidade de Betelgeuse também havia diminuído em comprimentos de onda de sub-milímetros. Observações realizadas com o Telescópio James Clerk Maxwell, nas faixas de 450 e 850 µm, mostraram uma diminuição de 20 % da luminosidade.

Estudando modelos de transferência radioativa, eles chegaram à conclusão de que uma mudança na fotosfera ocorreu e foi responsável pela diminuição da luminosidade de Betelgeuse. Segundo os cálculos, bastaria uma redução de 10% no raio da estrela ou de 200 K na sua temperatura, para explicar a diminuição de 20% na luminosidade.

Paralelamente, observações feitas em luz ultravioleta pelo telescópio Hubble entre os meses de outubro e novembro de 2019, indicaram uma grande quantidade de plasma sendo ejetado de Betelgeuse a cerca de 320.000 km/h. Em dezembro, a luminosidade da estrela começou a cair. Segundo estudo realizado por Andrea Dupree et al 2, esse material foi ejetado por toda a superfície da estrela e não somente pelos polos do seu eixo de rotação, como preveem os modelos estelares. À medida que o gás ejetado se condensou, formou uma nuvem de poeira que se posicionou na nossa linha de visão diminuindo, assim, a luminosidade de Betelgeuse.

O ponto de interrogação no título fica por conta da velocidade da luz, pois pode ser que Betelgeuse tenha explodido ontem, mas só ficaremos sabendo daqui a 500 anos!

Referências:

1 Thavisha E. Dharmawardena, Steve Mairs , Peter Scicluna , Graham Bell , Iain McDonald , Karl Menten , Axel Weiss , and Albert Zijlstra,

The Astrophysical Journal Letters, 897:L9 (7pp), 2020 July 1

2 Andrea K. Dupree, Klaus G. Strassmeier, Lynn D. Matthews, Han Uitenbroek, Thomas Calderwood, Thomas Granzer, Edward F. Guinan, Reimar Leike, Miguel Montargès, Anita M. S. Richards, Richard Wasatonic, and Michael Weber

The Astrophysical Journal, volume 899, Number 1, 68

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de novembro de 2020

Dia 28 de novembro: TEDxUSPSãoCarlos realiza o evento “Conexões”

O TEDxUSPSãoCarlos realiza no dia 28 de novembro, às 14h00, de forma remota e gratuita, o evento Conexões, que tem como objetivo inspirar os participantes a trazer ideias inéditas em um evento descontraído, motivador e apaixonante, cujo conteúdo merece um espacinho especial em nossa memória.

O mundo está se tornando cada vez mais conectado e nunca foi tão importante entender como nós, seres humanos, nos conectamos nesse contexto. Para isso, temos que nos perguntar: Como eu me conecto com o mundo? Como eu crio conexões com as pessoas ao meu redor? E como eu me conecto comigo mesmo?

A organização quer compartilhar ideias, pessoas e ações que ajudem a ver o mundo de outra maneira, provocando mudanças na sociedade, na economia, na educação e até em nossos hábitos de vida.Além de palestras inovadoras, o TEDx vai trazer atividades dinâmicas e artísticas para agitar os sentidos da visão e audição em um evento online para que você possa continuar se protegendo e ainda aproveitar cada parte desse evento incrível.

Para se inscrever, clique AQUI.

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Contato para dúvidas:

tedxuspsaocarlos@gmail.com

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de novembro de 2020

A Solução da Conjectura de Keller – verdadeira, ou falsa?

Figura 1 – À esquerda: espaço 2-dimensional, ao ser coberto por quadrados, sempre haverá arestas (face 1-dimensional) de dois quadrados diferentes, representadas por linhas mais grossas na figura, totalmente coincidentes. À direita: espaço 3-dimensional, ao ser coberto por cubos, sempre haverá quadrados (face 2-dimensional) de dois cubos diferentes, representados pela cor preta na figura, totalmente coincidentes – Crédito: J.Brakensiek et al 1

Por: Roberto N. Onody*

Um cubo A (também chamado, às vezes, de hipercubo) em n dimensões tem todas as arestas iguais a b e volume bn. Suas faces têm dimensão (n-1). Supondo que esses cubos A são maciços (isto é, que eles não possam se interpenetrar), dizemos que cobrimos um espaço de dimensão n com esses cubos A, se e somente se, todos os pontos desse espaço estão no interior de algum cubo ou nas suas faces de contacto (veja figura 1). Não poderá haver lacunas no espaço.

Um cubo, centrado na origem do sistema de coordenadas, tem todos os seus pontos representados por uma n-upla (x1 ,x2 ,…,xn)  de números reais tais que xi está no intervalo fechado [-b/2,b/2], i = 1,…n . O número de faces de dimensão n-1 é 2n e o número de vértices é 2n. Para cobrir o espaço n-dimensional, colocamos (justapomos) um número infinito de cubos idênticos, mas com centros diferentes, que poderão ser transladados, nas faces de contacto, em qualquer uma das n direções e nos dois sentidos.

Grato de Keller

Em 1930, H. O. Keller propôs sua conjectura: “Num espaço n-dimensional, a justaposição de cubos para cobrir todo o espaço, sempre existirá um par de cubos que compartilharão uma face completa (inteira) de dimensão (n-1)”.

Em 1940, O. Perron provou que a conjectura de Keller é verdadeira para n menor ou igual a 6. Em 2002, J. Mackey provou que a conjectura é falsa para n maior ou igual a 8. E para n = 7 ?. A resolução, para essa dimensão, veio somente agora em 2020 1.

Figura 2 – O grafo de Keller – Crédito: Wikipédia

Em 1990, Corrádi e Szabó demonstraram que para verificar a conjectura de Keller era necessário e suficiente estudar os grafos de Keller 2.

Seja n a dimensão do espaço que queremos cobrir. Definimos um conjunto {a1,a2 ,…, an} onde as variáveis ai podem assumir qualquer um dos  2s valores inteiros {0,1,2,…,2s-1}. Obviamente, este conjunto conterá (2s)n vértices. Para formar um grafo de Keller, precisamos definir quando dois vértices são adjacentes, isto é, quando eles estão ligados por uma aresta. Dois vértices são adjacentes, se e somente se, eles diferem exatamente de s em pelo menos uma das coordenadas e são diferentes em pelo menos duas coordenadas. Por exemplo, considerando o grafo de Keller G3,2 , os vértices (0 1 2), (0 3 1), (2 3 0) estão todos ligados entre si , enquanto que os vértices (0 1 2),(0 3 2), (0 2 3) não têm nenhuma ligação entre si. Veja a figura 2 para um grafo de Keller  com todas as suas ligações 3.

Um clique de um grafo com um número de vértices igual a V, é um subconjunto com número de vértices V’, V ‘ menor ou igual a V, de tal forma que todos os vértices de V ‘ que compõe o clique estejam ligados entre si.

Na figura 3, V = 6, há cliques com tamanho 3 [(123), (136), (356), …], tamanho 4 [(1236), (1256), (2356), …] e um único clique de tamanho 5 (12356) que é, portanto, o clique máximo.

Já na figura 2, que é o grafo de Keller G2,2, só existem cliques de tamanho 2 (V = 16, V = 2). O clique máximo é, portanto, igual a 2. Na verdade, o clique máximo é igual a 2 para todos os valores de s dos grafos G2,s , s = 1,2,…

Corrádi e Szabó provaram, em 1990, que a conjectura de Keller é falsa se e somente se o clique máximo de Gn,s  tiver o tamanho 2n.

No caso n = 7, Kisielewicz demonstrou que a conjectura de Keller é verdadeira se e somente se não existir, no grafo G7,3 , clique com tamanho 27. E é nesse ponto que entra o trabalho de Brakensiek et al 1. recém publicado. Usando de força bruta computacional eles demonstraram que não existe nenhum clique com tamanho 27 na dimensão n = 7.

Em resumo, a conjectura de Keller é verdadeira para n menor ou igual a 7  e é falsa para n maior ou igual a 8.

Referências:

1 Brakensiek J., Heule M., Mackey J., Narváez D. (2020) The Resolution of Keller’s Conjecture. In: Peltier N., Sofronie-Stokkermans V. (eds) Automated Reasoning. IJCAR 2020. Lecture Notes in Computer Science, vol 12166. Springer, Cham.

https://doi.org/10.1007/978-3-030-51074-9_4

2 https://phys.org/news/2020-10-scientists-year-old-geometry-problem.html

3 https://en.wikipedia.org/wiki/Keller%27s_conjecture

 

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de novembro de 2020

Com apoio do IFSC/USP: LATAM cria tecnologia para limpeza de aeronaves

Companhia é a primeira aérea da América Latina a produzir “in company” robô autônomo para higienizar todas as superfícies internas dos seus aviões

Protótipo projetado pela engenharia da empresa e produzido no Centro de Manutenção (MRO) da LATAM em São Carlos foi testado pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e deve entrar em operação ainda em outubro

A LATAM Airlines Brasil é a primeira companhia da América Latina a desenvolver “in company” um robô autônomo para a limpeza das aeronaves com luz ultravioleta (UV) – método que, combinado com os demais procedimentos de higienização, elimina até 99,9% dos vírus e bactérias a bordo. O protótipo do robô foi 100% criado pela LATAM e os testes finais e ensaios de eficácia foram realizados no Centro de Manutenção (MRO) da companhia, em São Carlos (SP).

A LATAM decidiu desenvolver a tecnologia no início de junho, após a conclusão de estudos internacionais sobre a aplicação de Luz Ultravioleta tipo C (UV-C) na higienização de ambientes. Com a expertise dos engenheiros da própria companhia, começou a construir uma solução customizável para a sua realidade, com custo menor e o mesmo nível de eficácia dos equipamentos disponíveis no mercado.

Para o processo de criação do novo equipamento, a LATAM contou ainda com todo o suporte e parceria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que, na pessoa do Coordenador do Grupo de Óptica, Prof. Vanderlei Bagnato, chefiou uma equipe de especialistas em microbiologia do Centro de Biofotônica do Instituto, que comprovaram a eficácia do equipamento e fizeram recomendações de segurança por meio de ensaios no interior de uma das aeronaves da empresa. Além disso, a LATAM buscou uma tecnologia que operasse de forma autônoma para proteger os funcionários da exposição à luz UV-C durante a sua operação.

“Este projeto revela a capacidade de inovação de todo o Grupo LATAM e o quanto nos desafiamos para avançarmos em todos os nossos processos. Trata-se de mais uma medida de segurança que adicionamos à jornada de viagem do nosso cliente, que, desde o check-in no aeroporto de origem até o desembarque no destino, tem a certeza de que foi atendido por uma companhia que cumpre os protocolos de higiene e distanciamento social mais rígidos para assegurar uma viagem com cuidado e segurança”, afirma Paulo Miranda, vice-presidente de Clientes do Grupo LATAM Airlines.

“Em meio a pandemia de COVID-19, estamos alcançando um novo patamar de higiene nas viagens aéreas com um projeto inovador e pioneiro na América Latina. Desenvolvemos 100% do equipamento em casa e ficamos muito contentes de ter parceiros que acreditam no nosso trabalho para aumentar ainda mais a segurança dos passageiros”, afirma Alexandre Peronti, diretor de Manutenção da LATAM Airlines Brasil.

“Para a USP, é importante colaborar com a LATAM, colocando nossos conhecimentos a serviço da Indústria Brasileira e, mais importante, contribuindo para que os passageiros possam ter cada vez mais um ambiente seguro para seu transporte. Os laboratórios da USP São Carlos mapearam todo processo de descontaminação, permitindo a LATAM vir com um sistema seguro e eficiente para uso em suas aeronaves. Combinando o talento de desenvolvimento da LATAM com o conhecimento de descontaminação por luz da USP, tenho certeza que fortalecemos a empresa e contribuímos com nossa sociedade”, afirma o Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Como funciona o robô autônomo da LATAM

O robô irá atuar nas aeronaves de forma totalmente autônoma, permanecendo a bordo entre 17 e 35 minutos (dependendo do tamanho da aeronave), para que as superfícies sejam expostas à luz ultravioleta, tipo C. O procedimento será realizado inicialmente durante o pernoite das aeronaves no aeroporto de São Paulo/Guarulhos. Para os próximos meses, a expectativa é de que o equipamento seja utilizado em outras localidades.

Todos os demais processos de higienização interna das aeronaves serão mantidos normalmente, incluindo a limpeza manual dos pontos de contato frequentes do passageiro (maçanetas, vasos sanitários, apoios de braços, cintos, telas, interruptores de luz e chamada, bolsões dos assentos, janelas e bandejas) em todas as fases do voo, e sanitização proativa de toda a cabine com o uso de desinfetante de quaternário de amônio, álcool 70% e outros materiais indicados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e órgãos internacionais.

Outras medidas sanitárias já adotadas pela LATAM

O robô autônomo com luz UV da LATAM soma-se às demais medidas de segurança, higienização e distanciamento já adotadas pela companhia e recomendadas pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e OMS (Organização Mundial de Saúde) para combater a disseminação do Coronavírus.

Nos aeroportos: Filas transversais, alternadas e espaçadas nos balcões dos aeroportos, distribuição de álcool gel, obrigatoriedade do uso de máscaras, desinfecção profunda de todas as áreas; Em junho, a LATAM também implementou o atendimento remoto no check-in, que garante uma interação entre funcionários e passageiros totalmente sem contato físico, por meio de videoconferência. O serviço está disponível em quatro aeroportos no Brasil (Santos Dumont, Congonhas, Vitória e Florianópolis) e será expandido em breve para outras cidades.

A bordo: Desinfecção completa da aeronave, novos protocolos de atendimento para menor interação física com passageiros, além de renovação do ar a cada 3 minutos com a presença dos filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air), que removem 99,97% das partículas, vírus e bactérias, e garantem um ar limpo a bordo. Toda a frota da LATAM conta com esse filtro.

(In: LATAM)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

6 de novembro de 2020

(CNPEM) Cerimônia em homenagem ao Prof. Ricardo Rodrigues

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) vai realizr no dia 09 de novembro, às 09h00, uma cerimônia de homenagem ao Prof. Antônio Ricardo Droher Rodrigues, falecido em janeiro do corrente ano, ex-docente do IFQSC e um dos principais cientistas responsáveis pela origem das fontes de luz síncrotron UVX e Sirius, entre outras realizações. A homenagem, que acontecerá presencialmente no campus do CNPEM, com transmissão ao vivo pelo YouTube, no link https://www.youtube.com/watch?v=hrmTDdnyv9s, contará com depoimentos de colegas e amigos do Prof. Antônio Rodrigues, bem como apresentações alusivas à sua extensa carreira científica.

Aqueles que quiserem participar ativamente da homenagem, com a leitura de textos ou outras manifestações devem acessar a cerimônia pelo aplicativo Zoom, usando este LINK.

ID da reunião: 820 5296 8512  –  Senha de acesso: 801408.

O Prof. Ricardo Rodrigues graduou-se em engenharia civil na Universidade Federal do Paraná, em 1974, tendo feito seu doutorado em Física, no King’s College University of London, entre 1976 e 1979 .

Foi professor no curso de Física da UFPR, e ali começou as atividades no Grupo de Óptica de Raios-X e Instrumentação (GORXI), sendo que em 1984, foi convidado a participar do grupo de ótica do Instituto de Física e Química da USP (IFQSC), em São Carlos, tendo-se envolvido desde o início com o Projeto Radiação Síncrotron, iniciado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Foi desse projeto que nasceu o LNLS, implantado em Campinas a partir de 1987.

O equipamento projetado sob coordenação de Rodrigues operou até o final de 2019, tendo sido desativado com a finalização das obras de construção do Sirius.

Para conferir a programação alusiva a esta cerimônia, clique AQUI.

Para contatar a organização do evento, utilize o email eventos@cnpem.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP