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15 de dezembro de 2020

Contornando a pandemia – A experiência do IFSC/USP no Curso de Laboratório de Física Geral

Leandro de Oliveira preparando o laboratório para as filmagens

Como é do conhecimento público, as restrições causadas pela pandemia provocaram sérios problemas em âmbito global, e uma das áreas mais afetadas em todo o mundo foi o ensino, em todos os níveis. Na prática, todos os países tiveram que fechar escolas e universidades, medidas essas que afetaram milhões de alunos, familiares e professores, o que obrigou as autoridades a adotarem medidas alternativas para que a área de ensino simplesmente não “congelasse”: e o Brasil não foi exceção.

No meio da confusão causada pela pandemia que se estabeleceu no Brasil desde março deste ano, o ensino remoto apareceu como uma das formas mais eficazes de fazer com que os alunos continuassem seus estudos.

No que diz respeito ao ensino superior no Brasil e principalmente no estado de São Paulo, a direção da USP agiu no sentido de propor e dar condições à continuidade das atividades de forma não presencial. Um dos principais gargalos foram os cursos de laboratório, já que a percepção inicial foi que seria muito difícil realizar atividades satisfatórias de forma não presencial. Contudo, aos poucos, professores, técnicos e servidores das Unidades da Universidade de São Paulo conseguiram implementar estratégias e ações para que atividades não fossem totalmente descontinuadas, antevendo que as aulas presencias em laboratórios deverão ser repostas em tempo oportuno.

Um dos exemplos mais significativos é o do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com seu Curso de Laboratório de Física Geral, abrangendo em torno de 500 alunos de graduação por semestre, dos cursos de Física, Química, Matemática e Engenharias. O curso, que foi integralmente adaptado para sistema remoto, passou a congregar atividades através de videoaulas em que são mostrados fundamentos e execução de experimentos de onde os alunos coletam dados para posterior  análise e confecção de relatórios.

Tito José Bonagamba

O êxito da criação da versão remota deste curso deve-se à participação ativa de todos os professores do Curso de Laboratório de Física Geral do IFSC/USP, sob a coordenação do Prof. Jean Claude M’Peko. Juntos com o Prof. M’Peko, os professores Alessandro Nascimento, Francisco Gontijo Guimarães, Paulo Miranda, e os técnicos Leandro de Oliveira, Claudio Boense Bretas e Carlos Nazareth Gonçalves, elaboraram as videoaulas de Laboratório de Física Geral I. O sucesso alcançado motivou o atual diretor do Instituto, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, a sugerir que as videoaulas de Laboratório de Física Geral II fossem gravadas e editadas com infraestrutura profissional da equipe de filmagem do PROVE, que integra o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF/IFSC). Os professores Eduardo Ribeiro de Azevêdo e Luiz Antonio de Oliveira Nunes, e o técnico Leandro de Oliveira, foram incumbidos de desenvolver e gravar as videoaulas de Laboratório de Física Geral II, que estão disponíveis para o público geral no endereço https://www.youtube.com/playlist?list=PLDre2jYH3njjMv8cYlDXmIZCO1qB5h9CU

Relatos sobre as atividades do Laboratório de Física Geral I a distância

No início das atividades acadêmicas de 2020, o Prof. Tito José Bonagamba (IFSC/USP) – responsável pelas disciplinas de Laboratório de Física Geral I e II para a Turma de Engenharia Aeronáutica, foi surpreendido, bem como todo o corpo docente da USP, pela pandemia, no momento em que ele estava, com grande motivação, recebendo os novos alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) – Aeronáutica, para o Curso de Laboratório de Física Geral I. Naquele momento, pairava uma dúvida geral sobre a continuidade do oferecimento do curso, já que eram esperadas inúmeras dificuldades associadas às aulas experimentais à distância. Contudo, o Prof. Tito José Bonagamba estava decidido, desde o primeiro momento, a seguir em frente, usando todos os recursos possíveis que tinha à disposição, em respeito ao sucesso dos ingressantes no vestibular.

“Tínhamos que recebê-los bem e seguir em frente, empregando todas as ferramentas de apoio às atividades didáticas à distância que tínhamos em mãos! Foi assim que agimos!”, sublinha o docente, recordando a forma como auxiliou na reestruturação do curso e no aperfeiçoamento das videoaulas, e como agiu nas orientações oferecidas aos alunos, sempre ouvindo suas sugestões e críticas, ininterruptamente construtivas.

Felipe Heringer

“No meu caso, decidi manter contato contínuo, principalmente por e-mails, orientando detalhadamente as atividades a serem realizadas através das videoaulas e do livro de práticas do curso, lendo e relendo várias vezes os relatórios encaminhados, emitindo pareceres e sugestões para o aperfeiçoamento dos mesmos, como ferramenta didática, recebendo e corrigindo as inúmeras versões revisadas, bem como tirando dúvidas em fluxo contínuo e célere, sempre com atendimentos personalizados, de forma gentil, compreensiva e colaboradora dos dois lados”, salienta o docente, acrescentando: “No final do semestre, os alunos apresentaram ótimo desempenho geral e eu acabei recebendo um certificado de excelência por ter sido escolhido pela Turma de Engenharia Aeronáutica, através da Secretaria Acadêmica da Engenharia Aeronáutica (SAAero), como o melhor docente dentre todos que ofereceram disciplinas a eles no primeiro semestre de 2020, honraria que divido com o coordenador do curso, Prof. Jean Claude M´Peko, a equipe de funcionários e docentes do IFSC/USP que produziu o material didático na forma de vídeos e o Prof. Jorge Henrique Bidinotto, do Departamento de Aeronáutica da EESC/USP, que, gentilmente, gravou uma aula especial sobre “Medidas Físicas associadas à Aeronáutica.”

O Prof. Tito José Bonagamba ressaltou, também, que fez questão de ter seu curso acompanhado pela equipe da SAAero e pelo Coordenador do Curso de Engenharia Aeronáutica, Prof. Hernan Dario Ceron Muñoz. “Enfim, superamos juntos os impactos da pandemia, empregando todas as ferramentas que tínhamos em mãos, com determinação e dedicação das duas partes. Todos saíram vencedores, preservando o planejamento acadêmico previsto”, comemora o Prof. Tito José Bonagamba.

Adaptação muito difícil

Felipe Heringer, aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), Curso de Engenharia Aeronáutica, relata como foi surpreendido durante a segunda semana de aulas na universidade, com a notícia de que as aulas presenciais estavam sendo suspensas devido à pandemia.

“Foi um pouco frustrante, depois de meses aguardando ansiosamente pelo início das aulas e um ano de estudos intensos, retornar para casa após um curto período de tempo e sem data para voltar a São Carlos. A USP foi uma das primeiras instituições de ensino públicas a iniciar o ensino remoto, o que foi bom, já que não “perdemos” o semestre. Com isso, todos nós, tanto discentes, quanto docentes, passamos por um período de adaptação um tanto difícil. Me habituar a assistir aulas, estudar e lidar com toda a minha vida acadêmica em casa foi bastante complicado, já que sempre fui acostumado a estudar fora de casa, na biblioteca da escola, ou numa sala do cursinho. Por conta de o ambiente de casa ter muitas distrações, essa adaptação com o ambiente foi difícil. Além disso, também tive que lidar com a dificuldade que tenho de me concentrar assistindo aulas pelo computador, e com incerteza da época sobre quando as aulas presenciais iriam retornar”, desabafa o aluno.

Mayra Lupatini

Contudo, segundo Felipe, os obstáculos foram superados, em sua maioria, com o transcorrer do semestre. “Dentre as coisas que considero que foram importantes nesse período, está o planejamento para realizar as tarefas propostas, sempre procurei fazê-las com antecedência, evitando imprevistos e me preparando melhor para as avaliações. Também está inclusa a participação em grupos extracurriculares, no meu caso, a secretaria acadêmica, SAAero e o Aerodesign. Eles tornaram possível um contato com colegas de sala, veteranos, pessoas de outros cursos, professores e problemas da universidade que não estavam relacionados à graduação. Com eles, pude me familiarizar melhor com a USP, mesmo longe. Definitivamente esses grupos fizeram a diferença nesse período. Especificamente na disciplina de Laboratório de Física Geral I, confesso que no começo estranhei realizar uma disciplina prática de forma virtual. Entretanto, ela acabou se tornando uma das que mais gostei de ter feito durante o primeiro semestre e aguardo ansiosamente para poder realizar os experimentos presencialmente”, pontua Felipe.

Para Mayra Lupatini, também aluna da EESC/USP, após a suspensão das aulas presenciais, em março de 2020, ocorreram algumas inseguranças quanto ao prosseguimento das aulas de maneira remota, principalmente nas disciplinas com atividades práticas, como as de Laboratório.  Na opinião da aluna, apesar das incertezas iniciais, a equipe responsável pela disciplina de Laboratório de Física Geral I se mostrou bastante organizada, célere e, criativa para avançar com a disciplina, sendo que a forma encontrada para dar prosseguimento às aulas de Laboratório de Física Geral I e II foi através de vídeos gravados.

Osvaldo Novais de Oliveira Junior

“Neles, os professores abordam alguns conceitos teóricos, realizam os experimentos, que em condições normais seriam realizados pelos alunos, e fornecem os dados necessários para a elaboração das análises e confecção dos relatórios. Acredito que a metodologia adotada tenha sido adequada diante do cenário da pandemia, visto que a não suspensão das aulas propiciou a manutenção do vínculo do aluno com a disciplina, fornecendo de maneira satisfatória, através dos vídeos e das apostilas, a parte teórica necessária para a compreensão dos experimentos, as metodologias e as técnicas para a redação de relatórios. Além disso, como há uma previsão para a reposição das atividades práticas, os alunos poderão posteriormente ter o contato com os experimentos já vistos na teoria e a lacuna da vivência no ambiente experimental será preenchida sem grandes prejuízos”, pontua Mayra.

Relatos sobre as atividades do Laboratório de Física Geral II à distância.

Para o docente do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, a necessidade inédita de que todas as aulas passassem a ser ministradas à distância, devido à pandemia do COVID-19 a partir do final de março de 2020, trouxe grande apreensão e incertezas, principalmente para as aulas práticas de laboratório de física, em particular, já que existiam muitas dúvidas sobre a viabilidade de cumprir o programa.

“No IFSC-USP, decidiu-se, então, prosseguir com as aulas mesmo diante dessas dúvidas. A estratégia adotada foi a de gravar a realização dos experimentos previstos, inclusive com a coleta de dados, para que os alunos pudessem preparar seus relatórios. Ou seja, os vídeos representariam uma simulação dos experimentos. Com o esforço de alguns abnegados professores, os vídeos foram produzidos e as disciplinas oferecidas via plataforma de ensino à distância adotada pela USP. Apesar dos imprevistos e improvisos, o programa das disciplinas de laboratório foi cumprido, e pelo que tenho notícias com alunas(os) e professoras(es) satisfeitas(os)”, enaltece o Prof. Osvaldo.

Para o professor, conquistou-se a confiança de que é possível utilizar meios eletrônicos e computacionais para aulas práticas, sendo que as disciplinas de laboratório estão sendo novamente oferecidas no segundo semestre, com uma vantagem adicional –  os vídeos dos experimentos são agora mais elaborados e editados profissionalmente.

“Acredito que a iniciativa de produzir esses vídeos trará ganhos que transcenderão o período da pandemia, o que não implica dizer que não haja problemas ou limitações. Por óbvio que a impossibilidade de as(os) alunas(os) realizarem os experimentos e manusearem elas(es) próprias(os) os instrumentos traz prejuízos ao aprendizado. De fato, o programa das disciplinas de laboratório só será considerado encerrado quando as(os) alunas(os) puderem voltar às atividades presenciais e realizarem os experimentos”, sublinha Osvaldo Novais.

Para o docente do IFSC/USP, também é inegável o prejuízo acadêmico da falta de contato e interação presencial entre alunas e alunos, e com professoras e professores, sendo que para o nosso entrevistado outro item prejudicado foi o da avaliação, pois ainda não se desenvolveram mecanismos eficazes para testes e exames não presenciais. Outros problemas – esses mais circunstanciais – têm a ver com a dificuldade de acesso ao conteúdo das disciplinas, quer seja por problemas de acesso à Internet, disponibilidade limitada de computadores para as atividades, ou mesmo ausência de local adequado e tranquilo para as(os) alunos estudarem. Esses últimos problemas tendem a ser exacerbados para estudantes de baixa renda e representam um desafio, como o é o da permanência estudantil.

Emanuel Alves de Lima Henn

“Concentro-me agora nos aspectos positivos da estratégia de ensino à qual fomos forçados, alguns dos quais completamente inesperados. O primeiro deles é que as(os) alunas(os) tiveram que aprender novas habilidades para confeccionarem os relatórios das práticas, isto é, tiveram que obter e analisar os dados a partir dos vídeos. Isso compensa, pelo menos em parte, a perda de aprendizagem pela falta de manuseio dos instrumentos. Outro aspecto relevante foi a possibilidade de uma nova gestão do tempo, tanto por alunas(os) e professoras(es). Com os vídeos dos experimentos disponíveis na Internet, alunas(os) puderam escolher os horários mais adequados para estudo, e o tempo de interação com as(os) professoras(es) pôde ser utilizado para sessões de dúvidas, discussão sobre o conteúdo das práticas e sobre os relatórios. A gravação de vídeos com roteiros bem planejados para as práticas e com edição profissional representou, para mim, o maior dos avanços. Além de servir aos propósitos atuais devido à pandemia, esses vídeos serão úteis por muito tempo. Não só para as disciplinas de laboratório, mas também para disciplinas teóricas. Para estas últimas há a vantagem de os conceitos teóricos virem acompanhados de demonstrações experimentais. Os vídeos também podem ser úteis para estudantes de outras instituições, em mais uma contribuição significativa do IFSC-USP para o ensino superior de física no País”, enfatiza o docente.

Contudo, o aspecto que mais atrai o Prof. Osvaldo é que parece ter sido encontrada uma maneira de atingir um objetivo que se busca há décadas, qual seja o de diminuir o tempo dos alunos em sala de aula, sem perda de conteúdo. “Com os vídeos de alta qualidade e com estudantes habituados a estudar a partir deles, poderemos no futuro empregar um modelo híbrido de aulas presenciais e à distância. As aulas e reuniões presenciais teriam um papel nobre de permitir discussões mais aprofundadas e interações entre alunas(os) e professoras(es) que vão além das dedicadas a conteúdos de disciplinas. Será uma oportunidade de enriquecermos a convivência acadêmica”, finaliza o docente.

Sarah Sab

Vitória Souza Ramos

Segundo o docente Emanuel Alves de Lima Henn, também membro da equipe de Laboratório de Física Geral II, “Uma disciplina de laboratório de Física contempla diversos aspectos durante o curso de uma aula singular: introdução teórica, demonstrações práticas dos conceitos e a efetiva coleta dos dados pelos alunos sob orientação do docente ministrante para posterior análise. Dadas as limitações de atividades presenciais, os vídeos produzidos pelos Profs. Eduardo Azevedo e Luiz Antônio cobrem esses três aspectos de forma magistral. A introdução teórica é completa e, de fato, valorizada, pois feita usando e abusando dos recursos que só são possíveis no vídeo. As demonstrações práticas são valorizadas, pois, uma vez mais, podem se valer de recursos de edição de vídeo e computacionais que não são possíveis de outra maneira e permitem explorar em detalhes os conceitos envolvidos de forma prática. Finalmente, a coleta de dados é feita mesclando a orientação personalizada aos cuidados que devem ser tomados com a liberdade aos alunos de “medirem” o máximo possível através do vídeo. Todos esses aspectos, com a vantagem para os alunos de poderem ver, rever, voltar, parar o vídeo a qualquer momento. Dessa forma, os vídeos que foram produzidos não só viabilizaram as aulas da disciplina, tornando o trabalho dos docentes muito mais um trabalho de orientação e destaque dos pontos principais como também se constituem como materiais valiosos para futuras versões da disciplina, mesmo que presenciais, como material de consulta e referência”, finaliza o docente.

As alunas Sarah Sab (Curso de Física Computacional) e Vitória Souza Ramos (Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares) dão o seu testemunho em relação ao Curso de Laboratório de Física Geral II, na versão remota.

“No caso da disciplina de Laboratório de Física II, as videoaulas foram satisfatórias, e possuem uma fundamentação teórica bem aprofundada. Essa fundamentação foi útil para Física II também, na segunda prova consegui resolver um exercício graças um conceito abordado em um dos vídeos de laboratório. Embora não substitua a prática presencial, a disciplina está tendo um bom andamento”, enfatiza Sarah.

Para Vitória “Desde a suspensão das aulas presenciais, foram várias as propostas de ensino encontradas para o acompanhamento dos estudantes nas matérias, mesmo que à distância. Especificamente em Laboratório de Física II, disciplina que requer práticas experimentais, é perceptível a preocupação e dedicação dos professores com o nosso aprendizado: videoaulas detalhadas e de ótima qualidade, a fim de diminuir os prejuízos causados pela falta de experimentos em laboratório, além de se colocarem à disposição para que enviemos mensagens por e-mail caso tenhamos dúvidas. Também são feitas atividades em plataformas digitais para nos familiarizarmos com o conteúdo. Embora as aulas remotas não substituam de fato as presenciais, estou satisfeita com o empenho da Universidade e principalmente do IFSC/USP em manter a qualidade do ensino. Tem sido uma época de muito aprendizado e desenvolvimento pessoal para mim e, acredito que, para todos os alunos que entraram na universidade para aprender e realizar seus sonhos. Parabenizo os docentes, monitores e funcionários do IFSC e os agradeço”, conclui Vitória.

PROVE – A indispensável experiência e parceria

A existência de parcerias de longa data veio, de alguma forma, suprir algumas das dificuldades provocadas pela pandemia no IFSC/USP. O caso concreto da PROVE, empresa de produção de vídeos educativos, sob a responsabilidade do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF-IFSC/USP), é um dos exemplos de sucesso.

“Começamos a trabalhar ininterruptamente nesse curso em meados de março último, logo no início da pandemia, tentando ajudar os professores a gravar suas aulas, e só depois é que iniciamos o trabalho já estruturado com o Prof. Eduardo Azevêdo, correspondendo, até agora, a mais de 300 horas no total. Tem sido muito pesado”, sublinha Brás José Muniz, responsável pela pequena equipe de profissionais.

Da esquerda para a direita – Marcel Firmino / Anderson Muniz e Brás José Muniz

A equipe do PROVE também não ficou imune aos efeitos da pandemia. “Outra grande dificuldade foi fazer a coleta de imagens fora do estúdio de gravação, nos laboratórios e em outros espaços, pois apenas um de nós podia fazer isso, para evitar problemas sanitários”, explica Anderson Muniz.

“Foi fundamental então a parceria da PROVE, que existe desde 1996 no IFSC/USP, e que inclui várias outras atividades. “Já produzimos largas centenas de vídeos institucionais, e trabalhos de toda a ordem e natureza”, pontua Marcel Firmino.

Um nova experiência na elaboração de material didático

Eduardo Azevêdo

A infraestrutura de laboratório e oficinas do IFSC-USP é nacionalmente conhecida e teve um papel fundamental na realização das atividades de Laboratório de Física Geral II. “

“Numa época tão crítica como a que vivemos é fundamental poder contar com uma boa infraestrutura física e de pessoal. Neste sentido, é importante ressaltar a atuação efetiva dos técnicos do laboratório de ensino de Física, Carlos Nazareth Gonçalves, Claudio Boense Bretas e Leandro de Oliveira e do técnico Ademir Moraes da oficina mecânica do IFSC-USP”, sublinha o Prof. Luiz Antonio de Oliveira Nunes.

Luiz Antonio de Oliveira Nunes

A experiência na elaboração do material também foi enriquecedora para os professores, como relata o Prof. Eduardo Azevêdo. “Quando fui convidado pelo Prof. Luiz Antonio a participar da elaboração do material de Laboratório de Física Geral II a minha percepção inicial foi de que seria algo relativamente simples de ser executado, já que as práticas e apostilas já eram bem sedimentadas e seria basicamente narrar a execução dos experimentos. Porém, já em nossa primeira discussão, percebemos que não poderia ser uma simples transposição, pois o objetivo era que o estudante tivesse uma atitude ativa tanto na coleta quanto na análise dos dados. Para isso, seria necessário rever todas as formas de visualização dos resultados, adaptar experimentos para visualização em câmera lenta, melhorar consideravelmente o sistema de aquisição de dados e adaptar roteiros experimentais. Neste sentido, é importante ressaltar o excelente trabalho dos técnicos de laboratório, Leandro Oliveira e Ademir Moraes e do Prof. Luiz Antonio, com sua grande experiência na elaboração de instrumentação para ensino, bem como a total entrega e disponibilidade de toda a equipe do PROVE – Brás José Muniz, Anderson Muniz e Marcel Firmino. Além disso, achamos que seria fundamental incluir uma descrição teórica mais completa sobre o conteúdo da prática para que os alunos entendessem os experimentos e os fenômenos envolvidos. Tudo, porém, bem ilustrado com demonstrações experimentais e exemplos de aplicação e que, ao nosso ver, também poderia ser usado nos cursos de teoria. Ao final, foi um trabalho quase que exaustivo, mas bastante prazeroso e estimulante e ficamos satisfeitos com os resultados, tanto que colocamos o conteúdo público de modo alunos externos a USP possam usá-los eventualmente. Espero que tenhamos atingido o nossos objetivos ”, finaliza Eduardo Azevêdo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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