Notícias Destaque

13 de abril de 2021

Acolhimento e orientação psicológica para a comunidade do IFSC/USP

A psicóloga ao serviço do IFSC/USP, Barbara Kolstock Monteiro, mantém seu atendimento à comunidade do IFSC/USP (docentes, alunos e funcionários), com o intuito de ajudar a manter uma boa saúde mental.

Acolhimento e orientação psicológica são serviços importantes disponibilizados desde há algum tempo no nosso Instituto.

Clique na imagem abaixo e confira a mensagem de Barbara Kolstock.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de abril de 2021

Produção científica no IFSC/USP – março de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de março de 2021, clique AQUI,  ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

 

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Food Chemistry (AQUI)

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de abril de 2021

(NEUSC) – Empreendedorismo na USP!

Que tal aprender sobre empreendedorismo, startups e gestão da inovação na prática, ser treinado por importantes agentes do mercado nacional e internacional sem gastar muito tempo?

O Núcleo de Empreendedorismo da USP – São Carlos (NEU-SC)! É uma extracurricular para você que se interessa por empreender, mas não sabe muito bem por onde começar, tem dificuldade para encontrar gente disponível para te ajudar e acha as informações muito confusas!

Ou até mesmo para você que já participou de algumas extracurriculares, mas não tem certeza se sabe empreender da melhor maneira possível.

O que você vai encontrar no Núcleo de Empreendedorismo da USP – São Carlos (NEU-SC)?

– Hackathons;

– Espaços de coworking e prototipagem de novas ideias;

– Pré-aceleração de startups de base científica;

– Conexão direta com o mercado de trabalho nacional e internacional;

– Ambiente inovador e disruptivo;

– Trabalho remoto e operação de forma assíncrona;

Procuramos novos membros. MAS, vai ser só até o dia 30/04, preste atenção!

Quer fazer parte da construção de um ecossistema de inovação que gera cada dia mais impacto positivo na região, se tornando ainda mais relevante e atrativo para pesquisadores, empresas e investidores do Brasil e do mundo?

Temos um projeto de aceleração começando já em maio (Innostart).

Por isso, recomendamos fortemente que você aproveite essa oportunidade.

Para se inscrever no nosso processo, CLIQUE AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de abril de 2021

Campus USP de São Carlos recepciona calouros de forma remota

Patrícia Cari e Maestro Sérgio Alberto de Oliveira

Foi uma forma diferente de acolher os novos alunos dos diversos cursos ministrados no Campus USP de São Carlos, no decurso da XIII Semana de Recepção aos Calouros, cuja sessão inaugural ocorreu no dia 12 de abril, no período da manhã, já que a tradicional festa anual, que se prolongava presencialmente por uma semana, ficou comprometida devido às restrições causadas pela pandemia, tendo sido realizada este ano de forma virtual.

Contudo, essa impossibilidade de os alunos poderem interagir presencialmente com colegas, professores e funcionários, e de conhecerem todos os magníficos pormenores do Campus, foi de alguma forma superada pelo bonito acolhimento online que foi realizado remotamente no primeiro dia das comemorações, com a presença de cerca de setecentos participantes, entre alunos, familiares e comunidade acadêmica.

Prof. Sergio Paulo Campana Filho

Após a execução do Hino Nacional Brasileiro, interpretado ao piano pelo Maestro Sérgio Alberto de Oliveira e com a voz de Patrícia Cari, do Coral da USP de São Carlos, coube ao Prefeito do Campus USP de São Carlos, Prof. Sergio Paulo Campana Filho, abrir a série de breves discursos que foram proferidos pelas restantes entidades presentes, a saber: Vice-Reitor da USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, Diretor da Escola de Engenharia de São Carlos (EEESC/USP), Prof. Edson Wendland, Diretor do Instituto de Física de São Carlos IFSC/USP), Prof. Vanderlei Bagnato, Diretora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), Profª Maria Cristina Oliveira, Diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP), Prof. Joubert Lancha, e o Diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Prof. Emanuel Carrilho.

Em seu discurso, o Prof. Campana Filho deu as boas vindas aos novos estudantes, tendo parabenizado todos por terem ingressado na USP, uma Universidade que a partir de agora abre suas portas para as novas etapas da vida, inclusive para que todos conquistem novas e fortes amizades, algo que irá transformar as vidas dos calouros. “A USP nos transforma e vocês estão iniciando essa fase de transformação hoje, a partir deste momento, e ela vai se acentuar ao longo dos anos, com sua participação, já que a Universidade não é uma entidade estática e ela conta com vocês para alcançar novos horizontes”. O Prefeito do Campus da USP de São Carlos chamou a atenção de todos para as características do Campus, local onde, para além de sua beleza natural, é um local de reconhecida  excelência por tudo o que é desenvolvido nele em termos de pesquisa, ensino, extensão e ações sociais.

Prof. Emanuel Carrilho

O Diretor do Instituto de Química de São Carlos e atual Presidente do Conselho Gestor do Campos, Prof. Emanuel Carrilho, foi o segundo orador desta sessão, tendo sublinhado o fato da USP contemplar todas as áreas do conhecimento, onde o o Campus da USP de São Carlos, de forma especial, contribui fortemente na área das ciências exatas, da inovação, e por gerar um grande número de patentes. “Nosso Campus é um celeiro de startups, onde muitas empresas de ponta nascem aqui. E, fiquem cientes de uma coisa: a primeira alegria de vocês é quando entram na USP e a segunda será quando vocês se formarem, ou seja, quando saírem da USP”, pontuou o Diretor do IQSC/USP. Em seu discurso, o Prof. Emanuel Carrilho chamou atenção para a responsabilidade social que os novos alunos terão a partir de agora perante a sociedade, da mesma forma que os dirigentes e governantes da Nação têm a responsabilidade perante essa mesma sociedade de combater esta pandemia. “Não é aceitável nós, na Academia, fazermos todos os esforços para avançar o conhecimento para encontrar formas de combater esta epidemia e não ter um eco da sociedade por conta dos dirigentes”, enfatizou o orador, tendo acrescentado que os alunos que agora ingressam no Campus de São Carlos estão na melhor Universidade do Brasil e da América Latina, e uma das melhores no mundo e que, por isso, devem aproveitar todo o conhecimento que irão adquirir ao longo dos anos.

Prof. Joubert Lancha

Ao fazer um resumo da criação do Instituto de Arquitetura e Urbanismo  (IAU/USP), que muito enriqueceu o Campus USP de São Carlos desde o ano de 2010, o Diretor da Unidade, Prof. Joubert Lancha aproveitou para enaltecer os cursos ministrados na Unidade e o perfil dos profissionais que são formados, sempre tendo em consideração as realidades, as demandas e as desigualdades sociais bem visíveis em nossas cidades. No que respeita à Universidade, como um todo, o Prof. Joubert Lancha teceu as seguintes considerações: “A USP tem se empenhado, com afinco, neste período trágico de nossas vidas e de nosso País, com o devido distanciamento social e realizando suas atividades através de conexões remotas para com isso manter e reafirmar o seu papel sócio-cultural único, potencializando seu estreito vínculo com a sociedade paulista e brasileira. Com o comprometimento e apoio de toda comunidade, as Unidades deste Campus se uniram também ao desafio (…). Uma instituição pública de ensino e pesquisa cresce e revela sua importância quando participa do debate social e político de um estado, de uma nação”, afirmou o dirigente.

A Diretora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), Profª Maria Cristina Ferreira de Oliveira, iniciou seu breve discurso parabenizando os alunos por terem conseguido vencer os desafios inerentes à entrada na Universidade, principalmente em um ano tão difícil e atípico, recheado de restrições. Embora sentindo tristeza pelo momento que se vive e pelos condicionamentos estabelecidos, que também impõem a proibição de uma confraternização presencial, a Diretora do ICMC/USP salientou, em contraponto, que a alegria de receber os novos alunos no Campus USP de São Carlos é sempre enorme, mesmo que seja de forma virtual, para comemorar a conquista dos jovens terem entrado na USP. “Junto com o sentimento de tristeza, tenho um sentimento de orgulho porque, apesar de tudo, a USP não parou e continuamos a executar, entre outras, nossa importante missão de formar. Com este momento atípico estamos vivenciando um aprendizado intensivo de como lidar e interagir com nossos alunos de forma remota, o que tem demandado um enorme esforço de alunos, professores e funcionários; por isso, vamos ter paciência, boa vontade e tolerância”, pontuou a docente. Para a Profª Maria Cristina, ser aluno da USP é uma oportunidade a que todos têm acesso e ingressar nela é fruto da capacidade e do esforço de cada um e também do esforço e compromisso de muitas pessoas que ajudam e apoiam, entre elas os familiares de cada jovem, e da sociedade como um todo, já que é ela que financia a USP para que, entre outras coisas, forme profissionais altamente qualificados.

Profª Maria Cristina Ferreira de Oliveira

“Todos vocês estão felizes, certo? Afinal, o número de pessoas que entra na USP é uma fração muito pequena comparada com o número de todos aqueles que gostariam de entrar”. Foi assim, que, após dar as boas-vindas aos calouros, o Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Bagnato, iniciou o seu discurso, chamando a atenção para o fato da Universidade de São Paulo ser uma referência e, segundo o orador, tudo o que acontece na USP vira padrão. “Se, na USP, a forma como ensinamos ou se a forma como conduzimos os estudantes muda, isso tem logo repercussão em outras instituições de ensino, o que acarreta uma enorme responsabilidade. Frequentemente, o Brasil e o mundo muitas vezes olham nossos alunos de outra forma, porque eles são referências, porque eles têm e apresentam uma conduta adequada. Vocês não estão na USP apenas para receber os diplomas, vocês estão aqui para determinar o caminho de suas vidas”, pontuou o Diretor do IFSC/USP. Em seu discurso, o Prof. Vanderlei Bagnato afirmou que os quadros formados pela USP se tornam em profissionais de liderança, profissionais que estão na linha da frente rumo ao desenvolvimento da Nação e participando em inúmeros desenvolvimentos mundiais. “Devido a essa postura, a essa excelência, é importante que tenhamos, todos nós, um código de conduta e ética: uspiano não rouba e não trapaceia, ao contrário, repudia quem faz isso. Também é importante lembrar de quem está pagando a conta, que é a sociedade, os cidadãos, principalmente os do estado de São Paulo e não podemos trair essa sociedade que, com muito sacrifício, nos mantém”, pontuou o dirigente. O orador fez questão de afirmar que a pretensão da USP é que o aluno conquiste uma independência, que se deixe moldar para algo que vai além, que é a informação e educação rumo a um conceito pleno de cidadania. Algumas dicas dadas pelo orador: “Você, aluno, tem que conviver com a diversidade, por isso o respeito é fundamental. Você, aluno, faça amigos entre colegas, funcionários e professores, pois essas amizades serão eternas. Você, aluno, respeite a cidade,

Prof. Vanderlei Bagnato

pois ela será sua segunda casa nos próximos anos. Comemore as vitórias e não desanime com as derrotas, pois elas são apenas maus momentos que servirão para você aprender a recomeçar: se fizer isso, você se tornará uma pessoa excepcional. Dedique-se ao estudo, porque este é o momento para isso e vai marcar seu caminho na Academia”. No final de seu discurso, o Diretor do IFSC/USP salientou: “Na vida, nós sempre fazemos atos bons e maus, até porque o convívio com a sociedade nos induz, por vezes, a errar. Atos maus, que viram hábito, tornam-se vícios. Hábitos bons, que viram hábitos, tornam-se virtudes, e na USP, particularmente no Campus de São Carlos, queremos formar cidadãos virtuosos que fiquem conscientes do Bem, para que juntos possamos criar uma sociedade digna.

Prof. Edson Wendland

O Diretor da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), Prof. Edson Wendland, foi o orador seguinte nesta sessão remota da abertura da “XIII Semana de Recepção dos Calouros do Campus USP de São Carlos – 2021”, tendo enaltecido a vitória de todos os alunos que entraram nos diversos cursos das Unidades da USP de São Carlos e parabenizado os familiares por essa grande conquista dos jovens, tendo garantido que a transformação que agora se inicia em todos os jovens terá seus frutos daqui a quatro ou cinco anos, no momento em que colarem grau e se apresentarem a seus familiares como adultos plenamente formados, deixando para trás todas a dificuldades encontradas pelo caminho, principalmente este período difícil de pandemia. “Vocês, que foram selecionados e passaram nesse processo, enfrentaram enormes dificuldades para continuar fazendo uma preparação de forma remota; mesmo assim, conseguiram excelentes resultados naquela que é a melhor universidade do Brasil, o que demonstra a capacidade, força de vontade e competência que demonstraram. Durante os primeiros indícios da pandemia, em 2020, a USP tomou a decisão de não parar e de continuar seu trabalho junto dos alunos, o que se traduziu em um tremendo esforço e na tomada de decisões muito difíceis, sendo que a EESC foi, desde logo, uma das primeiras unidades a aderir a esse esforço. Por sua vez, os alunos devem contribuir para a evolução da USP, como um todo”, finalizou o dirigente.

Esperado com particular interesse, coube ao Vice-Reitor da USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, encerrar a abertura da XIII Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos, tendo começado por agradecer aos diretores das Unidades e ao Prefeito do Campus o empenho em realizarem uma cerimônia inédita por sistema remoto. Após parabenizar os ingressantes e familiares, o Prof. Antonio Carlos Hernandese pediu para que os alunos sempre tomem atenção às orientações dos diretores, já que a Universidade começa agora a fazer parte da vida de cada um. “A USP tem estado na liderança ao longo de muitos anos e tem contribuído de maneira muito significativa para que a sociedade brasileira tenha atingido uma condição de vida muito melhor, seja através de desenvolvimentos tecnológicos, gerando empresas e emprego, seja através de políticas públicas dedicadas às mais de cinco mil cidades espalhadas pelo território nacional, bem como em todas as outras áreas onde a universidade atua – saúde, cultura, meio ambiente etc.”, lembrou o Vice-Reitor.

Prof. Antonio Carlos Hernandes

Com 183 cursos de graduação e com uma quantidade de opções que ainda irão ser divulgadas, a USP cumpre o seu papel de ser um agente transformador do País, algo que tem sido uma constante ao longo de mais de 85 anos. “A USP é uma universidade que tem o tamanho de muitas cidades do interior do estado e que com os seus sete campi, distantes entre si, congrega uma população de entre 110 a 115 mil pessoas, isso contando com alunos (60 mil de graduação), (30 mil de pós-graduação), professores, servidores técnicos e administrativos e servidores de empresas que prestam serviço, além de outras 100 mil pessoas que realizam cursos de pós: ou seja, um contingente de pessoas praticamente igual ao número de habitantes da cidade de São Carlos, e desenvolvendo ações que estão integradas em sua própria missão – formando recursos humanos de qualidade que sejam capazes de ser lideranças para o desenvolvimento do estado e do País”, salientou orador. Para o Vice-Reitor, é essencial que a USP seja pública, ou seja, que ela não cobre qualquer mensalidade. Contudo, existe um custo associado a todos que estão envolvidos nesse processo. “Esse custo, esse dinheiro, vem através dos impostos dos cidadãos de do estado de São Paulo quando adquirem mercadorias e que constitui aquilo que é essencial para a pesquisa e para o ensino”, pontuou o dirigente.

Já no que diz respeito à missão que cada estudante tem na USP, o Vice-Reitor foi direto na afirmação que a função de cada aluno que ingressa na Universidade é ser um agente transformador não só na Universidade, como também, junto de sua família, colegas e da sociedade. Em termos sociais, a USP mantém um processo de avaliação sócio-econômica para alunos provenientes de famílias com dificuldades, traduzido num papel social fundamental protagonizado pela Universidade e com centenas de exemplos de sucesso que, segundo o orador, devem ser seguidos. “Não estranhe o fato de durante o seu curso você receber convites para trabalhar em um determinado laboratório, ou uma empresa oferecendo um estágio. Isso é normal acontecer na Universidade de São Paulo, só que você não pode perder o foco, e esse foco é concluir o seu curso, ou fazer a etapa seguinte, que é a pós-graduação. As oportunidade vão aparecer ao longo do processo da sua formação. É aqui que você começa a definir o seu futuro, construindo a sua rede, o seu network e o futuro só depende de você.Confie na sua família e receba o apoio dela, pois isso vai ser fundamental”, concluiu o Vice-Reitor da USP.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de abril de 2021

Entre 12 e 16 de abril: IFSC/USP recepciona seus calouros

Integrada na realização da XIII Semana de Recepção aos Calouros da USP-2021, que se inicia no próximo dia 12, às 08h00 (VER AQUI), com uma cerimônia virtual, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) iniciará igualmente sua própria programação de acolhimento aos novos alunos  entre os dias 12 e 16 do corrente mês.

Desta forma, no dia 12, às 10h00, inicia-se a Semana de Recepção aos alunos de nosso Instituto com uma conversa entre os novos ingressantes, o diretor do IFSC/USP e o Presidente da Comissão de Graduação, na circunstância, os Profs. Vanderlei Bagnato e Luis Gustavo Marcassa, evento que será transmitido pelo Canal Youtube (VER AQUI).

Seguidamente, às 14h00, os alunos pertencentes aos Cursos de Bacharelado e de Licenciatura participarão da sessão de apresentação do Centro de Estudos de Física de São Carlos (CEFISC) e da Secretaria Acadêmica de Licenciatura e Ciências Exatas (SACEx), iniciativas estas que ocorrerão em salas virtuais distintas, apenas dedicadas aos interessados.

A última iniciativa deste dia acontecerá às 17h30, através do Canal Youtube do IFSC/USP, com a cerimônia de entrega dos Prêmios Prof. Horácio Panepucci e Paulo Freire, onde na circunstância serão homenageados diversos professores, uma iniciativa que estará a cargo do CEFISC e da SACEx e que será igualmente transmitida pelo Canal Youtube (VER AQUI)).

No dia 13 de abril, às 10h00 e 14h00 serão apresentados aos novos alunos, respectivamente, os Ambientes Virtuais Institucionais/Sociais do Instituto, bem como os Coordenadores dos Cursos de Física, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, através de transmissões fechadas.

Os dias 14 e 15 serão dedicados a atividades extracurriculares, eventos recreativos e confraternizações, sendo que o dia 16 de abril terá como destaque a Aula Magna que será ministrada pelo Prof. Sérgio Rezende (Universidade Federal de Pernambuco), intitulada “Ciência e Tecnologia no Brasil: Avanços históricos e ameaças atuais”, programada para acontecer às 10h30 e aberta ao público através do Canal Youtube do IFSC/USP.

Às 14 horas desse mesmo dia, a Semana de Recepção aos Calouros do IFSC/USP terminará com uma atividade de integração, denominada “Arte à Tarde”.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de abril de 2021

No IFSC/USP – Alunos homenageiam seus mestres

Karla Yelisetty, Pedro dos Santos Silva e Lucas Adam Julião

Pela primeira vez em sua história (15 anos), a outorga dos prêmios Paulo Freire e Horacio C. Panepucci foi realizada de forma remota devido às restrições causadas pela pandemia.

Contudo, o brilho e a importância desse momento bonito, onde os alunos do Instituto homenageiam seus mestres, se manteve incólume graças à competência da organização do evento, constituída pelos membros do Centro de Estudos de Física de São Carlos (CEFISC) e da Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEx), que souberam adequar o momento à situação que atualmente vivemos.

Uma vez mais, coube ao Diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, abrir esta cerimônia, recordando que todos gostam muito de valorizar os alunos, mas é sempre importante os estudantes reconhecerem as qualidades de seus professores e, com isso, a qualidade do ensino da Instituição. Para o Diretor do IFSC/USP e para o Presidente da Comissão de Graduação, Prof. Luís Gustavo Marcassa, que igualmente fez questão de estar presente na cerimônia online “Uma pessoa que dá um prêmio geralmente é uma pessoa que merece receber um prêmio”, sublinhou o Diretor. Com esta cerimônia, os alunos do IFSC/USP mantiveram a tradição que inunda todos de um orgulho inestimável, pois os professores que foram homenageados representam também todos os restantes docentes.

Matheus Issa

A apresentação desta cerimônia esteve a cargo de Karla Yelisetty (aluna de graduação em Física), Pedro dos Santos Silva (aluno de graduação em Ciências Físicas e Biomoleculares) e Lucas Adam Julião (aluno da Licenciatura em Ciências Exatas), tendo-se começado por reservar um minuto de silêncio em memória das vítimas da Covid-19, ao que se seguiu uma homenagem pública aos funcionários do IFSC/USP que asseguraram o funcionamento da Instituição e contribuíram para que os alunos continuassem com seus trabalhos, mesmo de forma remota. Uma Menção Honrosa foi entretanto lida pelos apresentadores a todos os professores dos cursos de Física, Física Computacional, Ciências Físicas e Biomoleculares, e Licenciatura em Ciências Exatas. O momento seguinte foi de reflexão, respeito e saudade, com a Homenagem Póstuma ao Prof. Ricardo De Marco (IFSC/USP), falecido recentemente vítima de acidente, um momento protagonizado pelo aluno Matheus Issa, que, com a devida vênia, passamos a transcrever abaixo.

Cristiane: “Com certeza que o Ricardo, onde ele estiver, está muito feliz por receber esta homenagem dos alunos. Não raro, chegava em casa feliz por ter discutido novas ideias com os alunos. Sempre dizia que não era fácil ser professor e pesquisador no Brasil, mas para ele não existia outra profissão. Ele foi muito feliz na docência e no convívio com os alunos do Instituto de Física de São Carlos. Em meu nome e em nome de minha família, muito obrigado a vocês”.

“Todos os dias a vida nos mostra quão finita e rápida ela é. No entanto, ela ao mesmo tempo se mostra continuamente mais importante e vibrante quando estamos rodeados de pessoas que contribuem  positivamente com a vivência e que acabam formando cada momento único e eterno. A todo o instante iremos cruzar com pessoas que nos tocaram tão internamente e de uma forma tão humana, que deixaram memórias marcantes, as quais nunca poderão ser apagadas. Às vezes, esses indivíduos são nossos amigos; às vezes, professores; às vezes familiares, tanto de sangue quanto de consideração. Mas, de vez em quando, eles são uma combinação inigualável  de cada uma dessas características. De vez em quando, eles são como o Prof. Ricardo. Tive a ilustre oportunidade de ter aula com ele no ano passado, embora já cruzasse por diversas vezes com ele nos corredores e laboratórios do Campus-2. Um período tão difícil e com tantas instabilidades como 2020 testou nossa humanidade com paixão a todo o momento e é nessa ocasião que a compreensão com o próximo se torna uma atitude heroísmo e de destaque. Sua inestimável dedicação e excelência no exercício da docência e da pesquisa fizeram com que cada uma das aulas ministradas fosse uma experiência incomparável. Peço licença para citar nosso Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire: ‘Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua construção’. O Prof. Ricardo sempre assumiu a posição, enquanto professor, de estimular exatamente o que coloca o educador brasileiro, provocando sempre o despertar da curiosidade e a busca constante de novas informações. Em nome de todos os alunos e da Comunidade do IFSC/USP (pausa) expresso o meu muito obrigado por tudo e a minha completa admiração (pausa) por ele ter sido esse exemplo de integridade e competência intelectual que estará para sempre na nossa memória e influenciará eternamente nossas vidas”.

Conectada a esta cerimônia esteve Cristiane, esposa do Prof. Ricardo De Marco, bastante emocionada.

 

Vencedores do “Prêmio Paulo Freire”

Melhores docentes

Curso de Licenciatura em Ciências Exatas

 

Profª Adriana do Carmo Bellotti (Alunos 2017)

Me sinto com a sensação de missão cumprida em ter ensinado a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Foi desafiadora para todos nós esta aprendizagem e sinto que este prêmio foi um reconhecimento pelo meu desempenho. Agradeço a todos vocês e desejo que a Língua Brasileira de Sinais seja cada vez mais difunmdida.

Faço votos para que a semente tenha sido plantada.

 

Profª Adriana do Carmo Bellotti (Alunos 2018)

Disciplina de Didática – “Nova surpresa em receber mais este prêmio.

De fato, amo o que faço e sempre busco fazer o meu melhor. Por isso, acho que consegui esse objetivo. Estarei sempre à disposição de vocês, meus alunos, para contribuir para a sua formação.

Muito obrigada por esta homenagem

 

Prof. Paulo Barbeitas Miranda (IFSC/USP) (Alunos 2019)

Agradeço imensamente aos alunos e estou muito comovido com este prêmio. O ano de 2020 foi muito desafiador para todos nós, mas enfrentamos esse período juntos. As turmas da Licenciatura me chamam muito a atenção porque os alunos são muito engajados. Talvez não seja digno de receber um prêmio com o nome de Paulo Freire.

Muito obrigado a todos vocês.

 

Prof. Otávio Thiemann (IFSC/USP) (Alunos 2020)

Agradeço profundamente a honra dessa distinção. Confesso que ensinar à distância é um processo muito difícil e por vezes eu me enrolei todo. Por isso peço desculpas e agradeço a paciência que vocês tiveram. Acho que a maior distinção cabe a vocês por terem escutado alguém falar de biologia de forma remota.

Agradeço humildemente este prêmio.

 

 

Vencedores

Prêmio “Horacio C. Panepucci”

 

Prof. Leonardo Maia (IFSC/USP) – (Alunos dos Cursos de Física Computacional e Física – 2017)

Queria poder dizer que foi uma satisfação ganhar este prêmio, mas não foi e vocês sabem porquê. Deviamos estar celebrando a vida e a civilização. Não tem como estarmos felizes na forma como estamos vivendo nos últimos tempos. Estamos de luto. Nosso País está passando pela maior catástrofe da sua história.

Precisamos interromper esse genocídio brasileiro intensificado agora.

 

 

Profª Solange Rezende (ICMC/USP) – (Alunos do Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares – 2017)

Foi a primeira disciplina que ministrei para um curso do Instituto de Física, com 30 anos de USP. “Aprendizagem é experiência, tudo o resto é informação (Einstein)”. Agradeço este reconhecimento porque consegui exercitar a minha essência, mesmo neste cenário. Tenho certeza que promovi grandes transformações este ano, mas o certo é que eu fui muito transformada com essa turma. Foi com eles que aprendi esse ensino remoto. Só tenho que agradecer ter estado no IFSC e agradecer a cada um de vocês. Muito obrigada.

 

 

Prof. Éric Castro Andrade (IFSC/USP) – (Alunos do Curso de Física – 2018)

Fico muito feliz pelo reconhecimento, especialmente porque 2018 foi difícil, já que começamos em sistema presencial e depois tivemos que migrar para o sistema remoto e isso foi um desafio. Parabéns para vocês que não desistiram. A Física ajudou em certa medida a superar algumas dificuldades e a nos fazer esquecer um pouco o confinamento.

Muito obrigado a todos.

 

 

Prof. Thiago Alexandre Pardo (ICMC/USP) – (Alunos do Curso de Física Computacional – 2018)

Muito feliz por este reconhecimento. Em 15 anos de USP, foi a primeira vez que ministrei uma disciplina no IFSC e de fato foi muito bom e espero repetir mais vezes essa ou outras disciplinas. O ensino e o aprendizado é uma via de duas mãos: de um lado está o professor e do outro lado está o aluno. Esta homenagem que vocês estão me fazendo, eu preciso compartilhar com os meus alunos.

Agradeço imenso ao IFSC e a vocês por este reconhecimento.

 

Prof. Luiz Nunes de Oliveira (IFSC/USP) – (Alunos dos Cursos de Física Computacional e Física (2019), e Ciências Físicas e Biomoleculares (2018 e 2019)

Precisam ver a magnitude do trabalho que vocês estão fazendo aqui. Vocês estão dando continuidade a uma comemoração que dura há 14 anos. Das 42 Unidades da USP, só aqui no IFSC é que existem alunos que fazem este reconhecimento aos professores. Vocês estão mantendo a tradição e estão mantendo o entusiasmo. Esta foi a cerimônia mais tocante que vi até hoje.

Muito obrigado a todos vocês.

 

Profª Regilene Oliveira (ICMC/USP) – (Alunos do Curso de Física – 2020)

Me sinto muito honrada por receber este prêmio.Todos nós queremos ser reconhecidos pelo trabalho e este é o melhor, senão o maior reconhecimento que podemos receber – dos nossos alunos. Dar aula remota se tornou um verdadeiro desafio, mas mesmo no ensino remoto podemos ser facilitadores do aprendizado.

Muito obrigada por este reconhecimento.

 

 

Profª Miriam Manoel (ICMC/USP) – (Alunos do Curso de Física Computacional – 2020)

Fico com uma vontade enorme de falar montes de coisas aqui, principalmente da alegria que sinto em receber este prêmio.; Ao contrário do que possa parecer, adorei dar aulas remotas e foi impressionante sentir todo o grupo de alunos a cerca de 30 cm de mim. Essa sensação me deixou ainda mais próxima dos meus alunos. Ensinei e aprendi…

Recebi muita energia positiva de meus alunos, sempre dedicados e atenciosos. Muito obrigada a todos vocês

 

 

Prof. Alessandro Nascimento (IFSC/USP) – (Alunos do Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares – 2020)

Confesso que estou muito feliz e emocionado com este prêmio, mas isso leva-me a pensar no seguinte: “Será que eu mereço?” Guardo no meu coração todas as experiências passadas com meus alunos, mesmo em tempos difícieis como aqueles que vivemos em 2020. Espero que os alunos ingressantes neste ano de 2021 consigam vivenciar todas as experiências de grupo, mesmo que sejam remotas. Vocês estão todos convidados para beber um café comigo assim que a situação da pandemia normalizar.

Muito obrigado.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de abril de 2021

207 alunos no Curso de Inovação e Empreendedorismo

Prof. Alessandro Nascimento

Uma experiência singular para a formação dos alunos da USP São Carlos, agregando, em simultâneo, palestras proferidas por pessoas que atuam no setor produtivo e que trazem para eles uma visão mais prática da inovação no contexto do mercado

Como forma de aproveitar o período inter-semestral de docentes e discentes, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) lançou este ano o Curso de Inovação e Empreendedorismo dedicada a todos os alunos de graduação  da USP São Carlos, estando neste momento inscritos 207 alunos oriundos do Instituto de Física, Instituto de Química, Instituto de Ciências Matemáticas e Computação e Escola de Engenharia.

Coordenada pelo Prof. Alessandro Nascimento (IFSC/USP), esta disciplina optativa livre, inovadora, é uma forma de maximizar o aproveitamento do aluno no seu curso sem sobrecarregar o semestre letivo com um número elevado de disciplinas. A adesão dos alunos a este Curso de Inovação e Empreendedorismo mostra que a oferta de disciplinas no período entre os semestres é algo que interessa aos alunos, fato que surpreendeu os professores que não esperavam por tantas inscrições.

O Prof. Alessandro Nascimento destaca que a disciplina combina atividades práticas propostas pelos docentes do IFSC/USP com um material fantástico que foi desenvolvido pela Agência USP de Inovação (AUSPIN). “Conseguimos trazer a visão de inovação e de empreendedorismo pela ótica de quem vivencia a inovação diariamente. Esta experiência também é singular e está se mostrando muito proveitosa para a formação dos nossos alunos, agregando, em simultâneo, palestras proferidas por pessoas que atuam no setor produtivo e que trazem para eles uma visão mais prática da inovação no contexto do mercado”.

Este curso inova, também, ao agregar alunos da graduação e da pós-graduação, uma experiência compartilhada e que em grande parte só foi possível por conta do formato online que a USP adotou para as aulas, devido à pandemia da COVID-19, e pelo apoio dado pelo Escritório de Ações para Imersão no Mercado de Trabalho (EAIMT). “Esta parceria tem uma razão: entendemos que este curso pode despertar o espírito empreendedor em alguns dos nossos alunos, dando-lhes mais conhecimento, para que vejam o empreendedorismo e a inovação como oportunidades de construção de uma carreira, até porque o IFSC/USP tem vários exemplos de alunos egressos que escolheram o empreendedorismo como opção e carreira. Por isso, esperamos que muitos outros sigam este caminho”, finaliza Alessandro Nascimento.

As aulas deste curso foram gravadas e editadas pela PROVE, empresa parceira cujos profissionais estão ao serviço do IFSC/USP e CEPOF.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de abril de 2021

Aula Magna do IFSC/USP com Prof. Sérgio Rezende

O IFSC/USP irá transmitir no próximo dia 16 de abril, às 10h30, a Aula Magna especialmente dedicada aos alunos de nosso Instituto, mas aberta a todos os interessados, que será ministrada pelo Prof. Sérgio Rezende (Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Nesta Aula Magna, subordinada ao título Ciência e Tecnologia no Brasil: Avanços históricos e ameaças atuais, o palestrante irá primeiramente destacar o fato da ciência se ter iniciado tardiamente no Brasil.

Na década de 1960 o País tinha pouquíssimos cientistas e pesquisadores, não havia regime de tempo integral para docentes nem ambiente de pesquisa nas universidades. Também não havia engenheiros ou especialistas em setores básicos da indústria, o parque industrial nacional era incipiente e não existia cultura de inovação nas empresas.

Na palestra, serão apresentados os marcos que levaram a uma mudança neste cenário nas últimas décadas e que proporcionaram grande avanço no quadro de C&T no Brasil. Todas as áreas do conhecimento tiveram grande progresso, e a Física está entre aquelas que mais avançaram e ganharam competitividade internacional.

O Prof. Sérgio Rezende mostrará, também, que o retrocesso nos últimos anos, e em especial no atual governo, representam uma ameaça para fazer com que C&T contribuam para o desenvolvimento econômico. No final,o palestrante apresentará sugestões de atitudes e ações para a comunidade acadêmica reagir às ameaças atuais e tentar impedir que haja um retrocesso ainda maior no processo histórico recente.

O convite ao Prof. Sérgio Rezende

A escolha do ex-ministro Sérgio Rezende para proferir a Aula Magna para os cursos de bacharelado e licenciatura do IFSC/USP coincide com o fato de que esta Instituição defende e continuará sempre a defender o valor da Ciência na sociedade e a formação de recursos humanos que possam ajudar o país a se desenvolver, quer na área tecnológica, quer na área econômica.

Para o diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato “O Prof. Sérgio Rezende foi um ministro crítico que conseguiu avaliar determinadas necessidades do País, tendo conseguido implementar ações que tornaram a Ciência em algo mais relevante. Durante seu mandato como ministro, pela primeira vez a Ciência brasileira esteve em evidência no mundo. Como nós queremos que o Brasil seja um participante importante na Ciência mundial, para a humanidade e, em especial, para a sociedade brasileira e da América Latina, é importante ouvir as sugestões e as ameaças que hoje pairam sobre o desenvolvimento científico. Se Ciência não há competência e sem competência não há desenvolvimento científico e tecnológico, e muito menos promoção de uma sociedade cada vez melhor e digna de todos os brasileiros”.

Esta Aula Magna está inserida no programa Colloquium diei do IFSC/USP e será transmitida remotamente (VER LINK AQUI).

A não perder!

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de abril de 2021

Já se pesquisa a criação da “Rede de Internet Quântica”

Crédito: Pakpoom Makpan/iStock/Getty Image

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Antes de ler este artigo, recomendo uma rápida leitura do texto sobre o computador quântico publicado em 11/12/2020 1.

Enquanto um computador clássico opera utilizando bits, variáveis que podem assumir somente os valores zero ou um, o computador quântico funciona utilizando os chamados qubits, que opera numa superposição desses estados, isto é, numa combinação linear ponderada de zeros e uns. No momento, os computadores quânticos que vem sendo estudados são aqueles que utilizam ou a polarização dos fótons, ou os circuitos supercondutores (que operam em baixas temperaturas). A velocidade de processamento de um computador quântico é exponencialmente maior do que aquela do computador clássico.

Muito embora, a construção de computadores quânticos esteja dando apenas seus primeiros passos, já se pesquisa quais seriam os requisitos necessários para a criação de uma rede de computadores quânticos interligados, isto é, uma rede de Internet quântica!

Para termos uma ideia de quão importante o assunto vem se tornando, em dezembro de 2018, o congresso norte americano aprovou um documento para implementar um programa nacional de iniciativa quântica2. Seu objetivo – estabelecer metas e prioridades para, em dez anos, acelerar o desenvolvimento da ciência de informação quântica e aplicações tecnológicas. Em março de 2020, a administração Trump fez uma proposta orçamentária de 1,5 bilhões de dólares (para o ano fiscal de 2021) para as áreas de inteligência artificial e ciência de informação quântica 3.

Redes terrestres, usualmente utilizam cabos de fibra ótica para transporte do sinal. Porém, ao longo da fibra ótica, fótons se perdem e há, consequentemente, um enfraquecimento do sinal. Na internet clássica, o problema se resolve através do uso de nós retransmissores.  Neles, o sinal é amplificado e reemitido. Mas, no caso da internet quântica, a leitura feita por um retransmissor simplesmente destrói o estado de superposição e emaranhamento.

Numa comunicação quântica, pares de fótons emaranhados são enviados pela fibra ótica. o sinal segue encriptado ao longo de toda a fibra ótica até um repetidor que desencripta, encripta novamente e reenvia. Em 2017, foi feita a primeira comunicação quântica terrestre de longa distância entre Pequim e Shangai, uma distância de aproximadamente 2.000 km 4. Ela não foi genuinamente quântica porque utilizou 32 repetidores clássicos, que são exatamente os pontos vulneráveis para possíveis ataques de hackers. Como os repetidores quânticos, que estão em desenvolvimento atualmente, ainda estão engatinhando e sem uma implementação prática, os cientistas estão buscando uma solução não terrestre, via satélite.

Agora, em 2020, Juan Yin et al. 5 conseguiram enviar chaves quânticas (usando emaranhamento de fótons) a partir do satélite chinês de comunicação quântica Micius para duas bases terrestres em Delingha e Nanshan (distância de 1.120 km) na China, sem a utilização de nenhum repetidor.

Algoritmos de encriptação e desencriptação são praticamente de domínio público, o que faz a segurança de uma comunicação é a chave que encripta e desencripta a mensagem. Sabemos que uma chave clássica, mesmo que demore um tempo muito grande, pode ser quebrada. A interceptação é feita através de medidas que um bisbilhoteiro qualquer, mal-intencionado ou não, pode fazer monitorando, por um certo tempo, um canal clássico. Daí a necessidade de se usar uma chave quântica 6.

Esta é gerada no satélite Micius através de fótons emaranhados que, por serem independentes da fonte, são completamente seguros não deixando brechas para possíveis ataques. Esses pares de fótons emaranhados são, então, conduzidos para dois transmissores independentes (que estão dentro do próprio satélite Micius) e enviados aos telescópios das 2 estações terrestres. É preciso ressalvar aqui, que a velocidade de transmissão é realmente muito baixa, cerca de 0,12 bits por segundo. Mas, é um começo.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 Tendo como base os qubits – eis o Computador Quântico – Portal IFSC (usp.br)

2 H.R.6227 – 115th Congress (2017-2018): National Quantum Initiative Act | Congress.gov | Library of Congress

3 FY21 Budget Request: DOE Office of Science | American Institute of Physics (aip.org)

4 Is China the Leader in Quantum Communications? | Inside Science

5 Juan Yin et al, Nature 582, 501-505 (2020).

6 Erika K. Carlson, Physics 13, 104 (2020) 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de abril de 2021

O sucesso da vacina RNA contra a COVID-19 – Nanomedicina em destaque

Phizer/BioNTech e Moderna arriscaram quase tudo em um curto espaço de tempo e conseguiram testar e produzir em larga escala duas vacinas com base em RNA contra a COVID-19, em uma exitosa campanha que abriu uma nova janela no campo da imunologia.

Embora diversos pesquisadores no mundo estivessem trabalhando nessa vertente há já algum tempo, o certo é que pandemia obrigou a uma aceleração no desenvolvimento dessa tecnologia que tem como principal combatente o próprio corpo humano.

É do conhecimento de todos que uma vacina tem o objetivo de “despertar” e “sensibilizar” o sistema imunológico, utilizando algum material extraído de determinadas bactérias, vírus, etc., de forma a que o corpo humano desenvolva uma espécie de “memória”. Assim, quando determinadas bactérias ou vírus atacam, o sistema imunológico reconhece esse ataque e responde contra-atacando.

A emergência da pandemia da COVID-19 obrigou a que cientistas de todo o mundo se unissem em torno do desenvolvimento de diversas vacinas, tendo apostado naquelas que são tidas como convencionais, ou seja, com base no vírus inativado, ou em seus fragmentos, cultivando-o em laboratório. Processo moroso e arriscado, contudo, exitoso, quando se fala em COVID-19.

O caminho da vacina (NIH)

Contudo, a janela da ciência se escancarou quando foi apresentada a proposta de desenvolver vacinas contra a COVID-19 de RNA, produzidas em laboratório. “A abordagem do RNA é um fato bastante interessante e importante porque esses RNA’s, idênticos aos virais, são introduzidos dentro de células do sistema imune do corpo humano e as induzem a produzirem partes de uma proteína que o vírus também fabrica (SPIKE), facilmente identificada por cada uma das pontas que já conhecemos na imagem do vírus da COVID-19. Com a fabricação dessas proteínas, o sistema imunológico fica com uma espécie de “impressão digital” e, em contato com o vírus, reconhece que isso é algo perigoso que não pertence ao corpo humano, desenvolvendo então uma imunidade”, salienta o Prof. Valtencir Zucolotto, pesquisador e docente do IFSC/USP, Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano).

Entrada fulgurante da nanomedicina no combate à COVID-19

Ao contrário do DNA, que é uma molécula relativamente mais estável e que se pode armazenar ao longo de meses e anos a temperaturas que variam entre 4° e -20°, o RNA é muito mais instável, degradando-se com bastante facilidade, motivo pelo qual o desenvolvimento de uma vacina RNA se torna extremamente complexa. Foi para resolver esse problema que os cientistas decidiram introduzir o RNA em uma cápsula que pudesse travar essa instabilidade a longo prazo – uma nanocápsula lipídica. Essa “roupagem” nanotecnológica evitaria também que o RNA fosse degradado por enzimas do corpo humano. “No início dessa nova pesquisa os cientistas se debateram com uma contrariedade, que era a necessidade de manter a vacina a uma temperatura extrema de -80°, algo que foi sendo aprimorado até os dias de hoje, mantendo-a a uma temperatura ideal de -20º, algo que é compatível através da utilização de uma geladeira industrial. “Tudo isso foi graças à estabilidade que essa nanopartícula oferece para acolher o RNA, sendo que a partir daí o início da aplicação da vacina estava desenhado”, pontua Zucolotto.

A introdução do RNA no corpo humano

Prof. Valtencir Zucolotto

A área de nanomedicina designada “Smart Drug Delivery” já vem sendo estudada e desenvolvida há décadas, usando nanopartículas (ou nanocápsulas), algo que tem sido uma constante no GNano do IFSC/USP. De fato, quando se administram essas nanocápsulas no corpo humano, dependendo de como elas foram preparadas, elas circulam por algum tempo no organismo até começarem a funcionar para aquilo que foram desenhadas. Por exemplo, se elas foram projetadas para atingir um tumor, elas podem se acumular nessa região, destruindo somente as células tumorais. Algo semelhante acontece no caso da vacina RNA, como explica o Prof. Zucolotto. “Essas nanopartículas vão para dentro das células, produzindo partes das proteínas do vírus da COVID-19, fazendo com que o corpo comece a produzir numa resposta imunológica contra isso. Resultado: a pessoa fica imune”. A importância da nanocápsula é que ela garante a atividade e estabilidade do RNA, de forma a que ele entre e permaneça no corpo, completamente ativo.

Estas pesquisas e testes já estavam sendo feitas anteriormente à pandemia, obviamente em escala bastante reduzida e de forma experimental em seres humanos, sendo que neste desenvolvimento de vacinas tudo isto foi aplicado em termos globais, sendo, por isso, a consolidação da nanomedicina no mundo. Um imunizante guardado dentro de uma nanocápsula e destinado a bilhões de pessoas.

Estados Unidos, Alemanha, Áustria, França, Itália, Grécia, Portugal, Espanha e República Tcheca foram os primeiros países a administrarem a vacina RNA.

Os trabalhos no GNano

Quanto aos trabalhos que estão sendo desenvolvidos no GNano, cuja coordenação está a cargo do Prof. Zucolotto, eles estão divididos em duas áreas distintas: diagnóstico e terapia. Na área de diagnóstico estão sendo desenvolvidos sistemas para detecção da COVID-19, enquanto, que na de terapia, os trabalhos se direcionam para o encapsulamento de duas moléculas antivirais para a COVID-19, nomeadamente para o tratamento da inflamação dos alvéolos pulmonares.

Ambas as pesquisas ainda estão em sigilo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de abril de 2021

Pesquisadores desenvolvem novo método para descontaminar água

Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Espectroscopia de Materiais Funcionais (Lemaf) do IFSC/USP, em parceria com colegas do African Centre of Excellence for Water and Environmental Research (Acewater), da Nigéria, conseguiu resultados muito promissores para o desenvolvimento de uma nova forma segura e de baixo custo para a descontaminação de água – fotocatálise -, tendo como principal objetivo a implementação da mesma em países subdesenvolvidos, ou em desenvolvimento, onde as doenças, muitas delas fatais, associadas a águas contaminadas, continuam a ser uma realidade em grande parte do planeta

Esta pesquisa foi coordenada pelos pesquisadores do IFSC/USP, Profs. Andréa de Camargo e Hellmut Eckert, e por Emmanuel Unuabonah, diretor do Acewater e professor da Redeemer’s University, da Nigéria. que, com o apoio da FAPESP, permaneceu três meses em nosso Instituto para acompanhar o desenvolvimento do trabalho.

Em entrevista concedida à Agência FAPESP, a Profª Andréa de Camargo confirmou que a fotocatálise é, de fato, a forma mais eficiente de descontaminação da água, tendo a equipe desenvolvido um método que utiliza nanocompósitos fotocatalíticos baseados em precursores de baixo custo, abundantes nos países da África subsaariana e também no Brasil, e em radiação solar, o que proporciona uma solução sustentável para regiões nas quais o abastecimento de energia elétrica estável constitui um problema. Assim, ao interagir com a radiação solar, o material libera espécies reativas de oxigênio – como o oxigênio singleto – que destrói microrganismos e degrada resíduos de antibióticos e efluentes agrícolas.

Profª Andréa de Carmargo

Para produzir os nanocompósitos, os pesquisadores utilizaram como precursores argila (caulinita), semente de mamão papaia ou casca de banana (como fontes de carbono) e sais de metais (cloreto de cobre ou cloreto de zinco). “Nanocompósitos formados por caulinita, sementes de papaia, cobre e zinco mostraram-se eficientes para a purificação de água contaminada por Escherichia coli resistente a múltiplas drogas e metais”, afirma De Camargo.

O estudo identificou três mecanismos de desinfecção, dependendo do compósito estudado: a interação eletrostática, identificada para o compósito dopado com zinco, em que cargas superficiais positivas interagem fortemente com grupos carboxílicos das paredes celulares das bactérias, levando-as a aderir às superfícies do compósito; a toxicidade metálica, identificada, em menor ou maior escala, para os três compósitos testados; e a fotocatálise, com a geração de oxigênio singleto a partir do oxigênio molecular em presença da luz solar e a oxidação de lipídeos e proteínas em torno das membranas celulares das bactérias, levando à sua destruição.

“Apesar de os três mecanismos terem sido identificados, ainda não está claro se ocorrem simultânea ou sequencialmente. Em todo caso, a prova do conceito está dada: materiais híbridos nanocompósitos baseados em precursores de baixo custo foram eficientemente utilizados para a desinfecção de água contaminada com bactérias multirresistentes”, sublinhou Andréa de Camargo à Agência FAPESP, tendo acrescentado que “Considerando o consumo diário médio por adultos saudáveis, que é de três litros e meio, os resíduos de cobre e zinco presentes na água tratada, respectivamente de 0,8 miligrama e de 0,51 miligrama por litro, estão abaixo do máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde [OMS]”, ou seja, os resíduos de cobre e zinco presentes na água tratada não são prejudiciais para o consumo humano.

Recordamos que o acesso à água potável vem diminuindo, devido ao progressivo descarte de poluentes domésticos, agrícolas, industriais e hospitalares no meio ambiente. Microrganismos nocivos, nitratos, fosfatos, fluoretos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e metais pesados – como cádmio, mercúrio e chumbo – estão entre os principais contaminantes.

Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 2 bilhões de pessoas bebem água contaminada por fezes, sendo também um drama a contaminação da água por cepas de bactérias resistentes a múltiplas drogas e metais, selecionadas pelo descarte indiscriminado de antibióticos no meio ambiente.

(Com informações da Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de abril de 2021

Workshop “A Física e a Aeronáutica” reúne estudantes e professores

Alunas e alunos da disciplina de Laboratório de Física Geral II, em 2018

Idealizado como a atividade final das disciplinas de Laboratório de Física Geral I e II oferecidas à distância durante 2020 às alunas e aos alunos do primeiro ano do Curso de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), realizou-se no dia 29/03/2021, de forma virtual, o Workshop “A Física e a Aeronáutica”, evento que foi coordenado pelo docente das disciplinas e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Tito J. Bonagamba.

Desde o segundo semestre de 2018, além das atividades previstas nas ementas dessas duas disciplinas experimentais, estão sendo inseridas palestras especiais, cujos conteúdos envolvem aplicações dos conceitos físicos apresentados em aula na área de Engenharia Aeronáutica, proferidas por docentes da área de Engenharia.

Como exemplos dos temas integrados de Física e Engenharia Aeronáutica discutidos nas palestras especiais, incluem-se:

i) medidas de grandezas físicas e equipamentos de cockpits de aviões;

ii) giroscópio e navegação aérea;

(iii) ressonância mecânica e flutter; e

(iv) expansão adiabática de gases e motores de combustão interna.

Com essas atividades de integração entre a Física e a Engenharia Aeronáutica, com destaque para a participação de docentes do Departamento de Engenharia Aeronáutica (SAA) da EESC/USP, o interesse pela Física nas duas disciplinas tem sido estimulado, com bons resultados.

Além deste estímulo, essas atividades têm antecipado a importante integração das alunas e dos alunos com os docentes do SAA/EESC/USP e o envolvimento com temas da Engenharia Aeronáutica.

O workshop foi realizado com as seguintes palestras:

– “Santos Dumont e suas importantes contribuições”, Prof. Henrique Lins de Barros (CBPF);

– “Motores de Combustão Interna – Turbinas de Avião”, Prof. Délson Luiz Módolo (Departamento de Engenharia Mecânica/UNESP/Bauru);

– “Conservação da Energia, o princípio para a energia renovável”, Prof. Hernán Darío Cerón Muñoz (SAA/EESC/USP);

– “Sensoriamento em Sistemas Aeronáuticos”, Prof. Jorge Henrique Bidinotto (SAA/EESC/USP);

Acesse abaixo outras matérias sobre essas atividades, desde 2018:

outubro de 2018

dezembro de 2018

abril de 2019

junho de 2019

dezembro de 2020

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de abril de 2021

Workshop de integração em prol do desenvolvimento do Judô

A Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP), da Universidade de São Paulo (USP), e o Club Athletico Paulistano (CAP), realizaram, no dia 20/03/2021, um workshop dedicado ao Judô, uma das modalidades esportivas mais importantes do Brasil. Este evento foi de grande relevância para as duas instituições, que visam integrar seus conhecimentos em prol do desenvolvimento da modalidade, tanto no ambiente esportivo quanto acadêmico, demonstrando os esforços da EEFERP/USP para atuar fora dos muros da Universidade e do CAP, para interagir com a Academia.

O evento, idealizado e coordenado pelo Prof. Tito José Bonagamba, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), USP, contou com a presença equipe de Judô do CAP, liderada pelo Prof. Douglas Vieira, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles. O Prof. Douglas Vieira alcançou este expressivo êxito quando era aluno do quarto ano do curso de Educação Física da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), USP, um orgulho para a Universidade.

A EEFERP/USP esteve representada pelos Professores Cristiano Roque Antunes Barreira (Diretor da Unidade), Marcelo Papoti (Vice-Diretor da Unidade) e Enrico Fuini Puggina (Coordenador do Programa de Pós-Graduação da Unidade).

Prof. Tito José Bonagamba

Um fato importante a destacar nesta equipe de docentes que representou a USP é que todos atuaram esportivamente em diferentes modalidades e continuam contribuindo para o desenvolvimento delas, incluindo o Judô.

Por sua vez, o Prof. Douglas Vieira participou do evento acompanhado por membros da sua equipe técnica, incluindo os treinadores Giovani Marcon, Marcos Dagnino, Rainner Ociscki e Eugênio Diniz, bem como a psicóloga Cristina Madi.

Além desses participantes, o evento foi enriquecido com a presença de atletas e pesquisadores da área, incluindo alunos de graduação e pós-graduação.

Coube ao Prof. Tito J. Bonagamba realizar a abertura do evento, apresentando o Projeto “Judô na EEFERP/USP”, criado em 2017, dando destaque à Clínica de Avaliação Multidisciplinar de Atletas de Alto Rendimento. Em sua apresentação, ele fez um paralelo entre as categorias docentes da USP e as graduações no Judô, classificando os Professores Doutores como Faixas Pretas, Livre-Docentes como Faixas Vermelhas e Brancas e os Titulares como Faixas Vermelhas, sendo os dois últimos conhecidos como Kodanshas. Na sequência, o Prof. Bonagamba apresentou os perfis acadêmicos dos docentes da EEFERP/USP que atuam no Projeto, todos Kodanshas acadêmicos, e destacou a importância da parceria entre o CAP e a EEFERP/USP, que está sendo solidamente construída. Ao mencionar o termo Kodansha, agradeceu a prestigiosa presença do Prof. Douglas Vieira (Faixa Vermelha e Branca 7º Dan), destacando seu brilhante currículo esportivo e sua passagem pela USP, e agradecendo sua disposição para colaborar com a EEFERP/USP em um projeto que visa o aprimoramento do Judô, tanto no ambiente esportivo quanto acadêmico.

Após a abertura do evento, os Profs. Cristiano R. A. Barreira e Douglas Vieira fizeram seus pronunciamentos, destacando suas expectativas com a parceria.

Prof. Cristiano Roque Antunes Barreira

O Prof. Cristiano Barreira, valendo-se da analogia entre as titulações acadêmicas e as graduações no Judô, lembrou que o prof. Tito J. Bonagamba atua no ambiente da Universidade como um Kodansha, isto é, como um norteador central para a parceria que se concretiza nesse encontro. Para ele, trata-se de estreitar a relação com a sociedade aplicando conhecimentos de ponta no alto rendimento esportivo. Ao mesmo tempo, frisou, trata-se de identificar problemas em situações únicas e reais do contexto do alto rendimento para fazer avançar o conhecimento científico.

Prof. Douglas Vieira

O Prof. Douglas Vieira fez sua saudação inicial e expressou seus agradecimentos, em especial ao Prof. Tito José Bonagamba, por propor o projeto de colaboração entre a EEFERP/USP e o CAP. Também agradeceu a todos os técnicos, professores e profissionais que estavam participando do Workshop, pontuando a importância para o CAP de ter uma instituição como a EEFERP/USP à frente dos estudos e avaliações propostos para auxiliar na melhoria das condições dos treinos. Ressaltou também que a união dos conhecimentos científicos e práticos, com certeza, permitirão aos atletas de Judô do clube alcançarem resultados esportivos expressivos. Finalmente, saudou os atletas presentes, pedindo a especial atenção deles para entenderem e aproveitarem o esforço que está sendo realizado dentro da parceria EEFERP/USP e CAP, participando com empenho das atividades propostas, que, certamente, trarão benefícios esportivos para todos os envolvidos.

Na sequência, os Profs. Douglas Vieira e Marcelo Papoti apresentaram as infraestruturas e atividades do CAP e da EEFERP/USP, respectivamente.

Em ato contínuo, foram apresentadas três palestras associadas às atividades da Clínica de Avaliação Multidisciplinar de Atletas de Alto Rendimento da EEFERP/USP.

A primeira palestra foi apresentada pelo Prof. Marcelo Papoti, versando sobre os metabolismos energéticos e os protocolos utilizados para estimativa da participação metabólica dentro da prática do Judô, a partir do Special Judo Fitness Test, associados a testes considerados “padrão outro” para avaliação metabólica, com destaque para às respostas do consumo de oxigênio (obtido por meio da técnica de retro-extrapolação) e das concentrações sanguíneas de lactato.

Prof. Marcelo Papoti

Em seguida, o Prof. Enrico F. Puggina apresentou a palestra sobre as demandas motoras impostas pela modalidade, bem como mensurações das derivações de força e potência muscular por meio de diferentes técnicas de salto vertical em tapete sensorizado, avaliações com células de carga, dinamômetro isocinético e dinamometria convencional. Tais técnicas são importantes para a compreensão da máxima capacidade de produção de força muscular dos atletas, bem como da curva força-velocidade manifestada pelos judocas em esforços intensos.

Prof. Enrico Fuini Puggina

Finalmente, o Prof. Cristiano R. A. Barreira concluiu o evento, com a apresentação de um tema de fundamental importância para a(o)s atletas, a Psicologia do Esporte. Acolhendo as especificidades culturais da Arte Marcial, a abordagem psicológica apresentada se pautou na concepção originária do Judô e seus princípios norteadores. Traduzindo-se como “caminho suave”, o Judô é concebido como processo de formação existencial que se equilibra entre a busca pela “máxima eficiência” e a busca pela “prosperidade e benefício mútuo”, o que implica indagar-se e responder incessantemente sobre como efetivar tais princípios em cada situação. Desse modo, sem qualquer contradição entre uma e outra, a tradição legada desde a raiz do Judô se atualiza por meio das ciências.

Embora tratando de temas distintos, os três palestrantes mostraram grande integração entre seus conhecimentos e as atividades propostas, que são fundamentais para que, em conjunto com a competente Equipe de Judô do CAP, possam prescrever o treinamento mais adequado de forma personalizada para cada atleta.

Todas as atividades foram realizadas com importantes debates entre os membros do CAP e da EEFERP/USP, sendo o evento concluído com excelentes perspectivas para as duas instituições e respectivos participantes, com uma visão de que a parceria trará expressivos frutos, tanto para a preparação dos atletas quanto para o desenvolvimento do Judô. Em função do sucesso do workshop, novas atividades estão sendo programadas, já com a integração das duas equipes.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2021

No IFUSP: “Fusão termonuclear controlada” é destaque no programa “Física para Todos”

O Instituto de Física da USP (IFUSP) realiza no próximo dia 10 de abril, às 19h30, mais uma edição do programa “Física para Todos” (de forma virtual), com a participação do pesquisador Vinícius Njaim Duarte, da Universidade de Princeton (New Jersey – EUA), que dissertará sobre o tema “Fusão termonuclear controlada: energia limpa, segura e inesgotável”.

Em sua apresentação, o palestrante irá fazer uma retrospectiva de como, desde a década de 1950, as pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de se reproduzir em laboratório, de maneira auto-sustentada, as reações de fusão nuclear que ocorrem naturalmente no interior das estrelas. O controle do processo tem o potencial de fornecer à humanidade energia segura, não poluente e praticamente ilimitada, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Esta apresentação pretende delinear, de maneira simples, uma perspectiva histórica das pesquisas em fusão e seu progresso, onde serão igualmente discutidos os principais desafios científicos e tecnológicos que ainda precisam ser enfrentados para a construção de reatores comerciais à fusão nuclear.

Vinícius Njaim Duarte é doutor em Física pelo IFUSP, recebeu o “Prêmio José Leite Lopes de Melhor Tese de Doutorado de 2018” (CAPES), tendo sido orientado pelo Prof. Ricardo Galvão.

Realizou seu pós-doutoramento na Universidade de Princeton, onde hoje atua como pesquisador.

Para acompanhar esta transmissão ao vivo pelo sistema ZOOM, clique AQUI e para acompanhar o evento pelo Youtube do Instituto de Física da USP, clique AQUI.

Para mais informações sobre o programa “Física para Todos”, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de março de 2021

CEAS/EESC realiza webinar em comemoração ao “Mês da Mulher”

Em comemoração ao “Mês da Mulher”, o Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS) da EESC  realizará no dia 29 de março, às 14 horas, o II Webinar CEAS – O papel da Mulher nas Ciências Exatas visando a aplicações na Saúde

O evento contará com a participação da professora Yvonne Mascarenhas, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC). Ela foi a primeira mulher a receber o Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro – 2021, outorgado recentemente pela Sociedade Brasileira de Física (SBF).  Segundo a SBF, a premiação é um reconhecimento “por suas atividades de pesquisa pioneiras em cristalografia de raios X e por iniciar uma sólida comunidade científica nesta área no Brasil”.

Nesse webinar, a professora Yvonne apresentará algumas contribuições dos grupos do IFSC na área da Saúde.

O evento também contará com contribuições de três professoras da EESC, colaboradoras regulares do CEAS:

Zilda de Castro Silveira, do Departamento de Engenharia Mecânica;
Liliane Ventura, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação e
Marcia Cristina Branciforti, do Departamento de Engenharia de Materiais

O CEAS, criado em 2012, tem como missão dar apoio ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação de Engenharia com aplicação na área da Saúde, alocando tais projetos e disponibilizando serviços de laboratórios. Além disso, busca articular projetos de pesquisa entre os professores da EESC e de outras instituições no País e no Exterior, fomentando o intercâmbio científico e tecnológico entre os grupos de pesquisa. Também atua na divulgação e extensão, para a comunidade, dos benefícios gerados pelos projetos de pesquisa e inovação alocados no CEAS, facultando o acesso da população a terapias modernas e diagnósticos mais precisos.

A transmissão será feita através do Canal Youtube da Biblioteca da EESC/USP (AQUI).

Mais informações:
ceas@eesc.usp.br
siqueira@sc.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2021

Chamada: IX Conferência “Technological Ecosystems for Enhancing Multiculturality” (TEEM)

Está aberta a chamada para apresentação de artigos científicos da 9ª edição da conferência online Technological Ecosystems for Enhancing Multiculturality (TEEM), que ocorrerá entre os dias 27 e 29 de outubro do corrente ano, numa organização do Institut de Ciències de la Educació, Universitat Politècnica de Catalunya – Barcelona – TECH, com o apoio do GRETEL (Grupo de REsearch on Technology Enhanced Learning de La Salle – Ramon Llull University).

Este evento irá reunir pesquisadores e alunos de pós-graduação interessados em combinar diferentes aspectos da tecnologia aplicada ao desenvolvimento da sociedade do conhecimento, com enfoque especial nas questões educacionais e de aprendizagem relacionadas (mas não se limitando) às seguintes áreas de pesquisa de amplo escopo:

-Avaliação e Orientação Educacional;

-Interação Humano-Computador;

-eLearning;

-Computadores na Educação;

-Meios de Comunicação e Educação;

-Medicina e Educação;

-Análise de Aprendizagem;

-Educação em Engenharia;

-Robótica na Educação;

-Diversidade na Educação;

-Gamificação e Jogos para Aprendizagem.

O TEEM estará dividido em palestras temáticas, altamente coesas, sendo que cada uma delas compartilhará os aspectos científicos e formais para submissão de artigos, revisões de pares e publicação, ficando abertos a todos os participantes  os eventos sociais da conferência, incluindo os inscritos como estudantes, para o reforço das competências interculturais e multiculturais entre eles, independentemente das vias em que estejam envolvidos.

 

Palestras temáticas

Confira abaixo as palestras temáticas que estarão disponíveis neste evento:

Track 1. Computational thinking and robotics in education (VER)

Track 2. Implementation of Qualitative and Mixed Methods Researches (VER)

Track 3. Bridging the diversity gap in STEM (VER)

Track 4. Gamification and Games for Learning (GAMILEARN) (VER)

Track 5. Educational Innovation (VER)

Track 6. Impact of state-of-the-art technologies on medical training processes and clinical practice (VER)

Track 7. Engineering Education: New challenges, new approaches (VER)

Track 8. Identity, technology and education. Identity construction processes in hyperconnected ecosystems (VER)

Track 9. Communication, Education and Social Media (VER)

Track 10. Smart Learning (VER)

Track 11. Personal Learning Environments (VER)

Track 12. Lab-based Education (VER)

Track 13. Learning Analytics: Moving on? (VER)

Track 14. Evaluation in education and guidance (VER)

Track 15. Doctoral Consortium (VER)

Special Track: AGORA-EcoSystem: Re-Thinking, connecting, sharing and starting synergies (VER)

 

Submissão de artigo

Os autores são convidados a enviar artigos de pesquisa completos, originais e não publicados, que não estejam sendo considerados para publicação em nenhum outro fórum. O Comitê do evento avaliará todas as inscrições quanto à qualidade, originalidade e relevância.

Todos os artigos terão que ter entre 5 e 8 páginas, seguindo o modelo fornecido pela ACM (VER AQUI),  devendo-se aplicar às categorias de classificação de computação da ACM.

O modelo fornece espaço para essa indexação e informa os autores para o Esquema de Classificação de Computação (VER AQUI).

É obrigatório usar o novo modelo de artigo primário ACM do Microsoft Word.

Leia atentamente as informações fornecidas (AQUI).

Verifique os detalhes de preparação e submissão do artigo AQUI.

O artigo deverá ser submetido através da plataforma EasyChair (AQUI)

 

Datas importantes

Envio do artigo até 15 de maio;

Notificação de aceitação – 15 de junho;

Prazo final de inscrição – 30 de julho ;

 

Publicação

Todos os artigos aceitos serão publicados nos anais do congresso e na Biblioteca Digital ACM, como um volume em sua Série de Anais de Conferências Internacionais com ISBN e indexação no SCOPUS.

Os autores com os melhores artigos serão convidados a preparar e enviar versões estendidas, para serem consideradas, após uma nova revisão por pares, para publicação em diversos números especiais em revistas científicas.

Alguns deles estão principalmente ligados a faixas específicas (como está descrito na página de cada faixa), outros têm um escopo mais transversal e podem ser convidados trabalhos de todas as faixas.

 

Covid-19

Após o complicado ano de 2020, devido à pandemia,  e levando em conta o cronograma da conferência (27 a 29 de outubro de 2021), desejando que os processos de contenção da pandemia e vacinação tenham avançado positivamente, mas também entendendo que pode haver problemas de viagem, o TEEM 2021 será realizado em Modo Híbrido, ou seja, um congresso que inicialmente possa ser presencial ou virtual, tanto para apresentar a contribuição dos autores, quanto para acompanhar as apresentações e outras atividades. No entanto, e dependendo do progresso da pandemia, uma modalidade totalmente virtual – como o último TEEM 2020 – pode ser implementada ao longo do mês de setembro, sendo comunicada ao longo desse mês.

 

Contato

Todas as questões sobre o processo de inscrição deverão ser enviadas para info@teemconference.eu

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2021

IFSC/USP e Petrobras reforçam laços de cooperação em workshop

O Laboratório de Espectroscopia de Alta Resolução por Ressonância Magnética Nuclear (LEAR), do IFSC/USP, levou a efeito no dia 12 de março, de forma remota, o XII Workshop on Porous Media – Logging While Drilling, com a participação de inúmeros participantes oriundos da Academia e da Petrobras.

O evento foi coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, coordenador do LEAR, Prof. Tito José Bonagamba, com o apoio de seus colaboradores locais, Dr. Éverton Lucas de Oliveira e Dr. Arthur Gustavo de Araújo Ferreira, e do CENPES/Petrobras, Dr. Willian Andrighetto Trevizan, todos formados no IFSC/USP.

Prof. Tito José Bonagamba

De fato, com a realização de mais uma edição da sua Série de Workshops on Porous Media, este XII Workshop demonstra, inequivocamente, o tremendo esforço que o LEAR tem feito desde 2016 para, em estreita parceria com a PETROBRAS e a USP, como um todo, incrementar e desenvolver importantes estudos na área de ciência do petróleo, destacando meios porosos, estabelecendo uma expressiva rede de colaborações de âmbito nacional e internacional, tanto no ambiente da Academia, que ultrapassa generosamente os muros da USP, quanto no da Indústria.

Estiveram presentes neste evento, além dos membros do LEAR e pesquisadores da Petrobras, vários colaboradores de diversas unidades da USP e de outros Centros de Pesquisa. O workshop contou, na sua sessão de abertura, com as prestigiosas presenças do Pró-Reitor de Pesquisa da USP, Prof. Sylvio Canuto, o Diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, e o Gerente Geral da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Exploração e Produção (PDIEP) do CENPES/Petrobras, Prof. Vinicius de França Machado.

Prof. Vanderlei Salvador Bagnato

Na abertura do evento, coube ao Prof. Tito José Bonagamba fazer uma breve retrospectiva do LEAR, que foi instalado no IFSC/USP na década de 80 do século passado, onde a partir de 2005 começou a ter uma forte interação com a Petrobras. O coordenador do LEAR sublinhou que desde muito cedo se tem desenvolvido um grande esforço para que a Academia e a Indústria mantenham um bom nível de conversação e de interações através da pesquisa básica, ou seja, na senda de se desenvolverem conhecimentos que possam contribuir para o crescimento da indústria e, neste caso concreto, da indústria do petróleo. Enfaticamente, Tito José Bonagamba salientou que, graças a esta colaboração com a Petrobras, foi possível desenvolver um dos primeiros projetos de doutorado acadêmico-industrial (DAI) na USP, com o apoio do CNPq. Na mesma oportunidade, destacou e agradeceu o contínuo apoio do Prof. Vinicius de França Machado, bem como a supervisão do DAI acima mencionado.

Para o Pró-Reitor de Pesquisa, Prof. Sylvio Canuto, o exemplo do LEAR e do próprio Instituto de Física de São Carlos é notório ao mostrar como se consegue manter a pesquisa em andamento, com vitalidade e segurança, tendo enaltecido os trabalhos em curso, mesmo em tempos difíceis provocados pela pandemia. Em sua curta intervenção, Sylvio Canuto homenageou o saudoso pesquisador do IFSC/USP, Prof. Horácio Carlos Panepucci, sublinhando seu trabalho inovador sempre ao serviço da sociedade, algo que para o orador está sendo continuado pelo coordenador do LEAR.

Prof. Vinicius de França Machado

“As grandes empresas têm sempre uma opção e dentro delas sempre tem algumas pessoas que fazem a opção certa de se aliarem à ciência. Para que isso aconteça é necessário ter gente corajosa – e aí entra a Petrobras e o Prof. Vinicius de França Machado”. Foi assim que, após cumprimentar os presentes, o diretor do Instituto de Física de São Carlos, Prof. Vanderlei Bagnato, iniciou a sua saudação aos participantes do workshop, tendo salientado que era um orgulho para o IFSC/USP seu envolvimento em um projeto tão bonito e grandioso com a Petrobras. O Prof. Bagnato salientou que cotidianamente se escutam os mais diversos comentários sobre petróleo, mas o certo é que a civilização vai continuar a defendê-lo de várias formas e não apenas como combustível. Para o diretor do IFSC/USP, embora existam atualmente muitos substitutos do petróleo, a verdade é que ele continua a ser uma fonte de matéria orgânica extremamente importante, tendo pontuado que ele não é mais uma commodity, mas sim uma commodity tecnológica. Para o Prof. Bagnato, enquanto a China transforma tecnologia em commodities, o Brasil transforma as commodities em tecnologia, tendo afirmado que estava torcendo para o sucesso deste e de outros grandes projetos com a Petrobras.

O Gerente Geral da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Exploração e Produção (PDIEP) do CENPES/Petrobras), Prof. Vinicius de França Machado, foi o último convidado a falar na sessão de abertura deste workshop, tendo afirmado logo no início de sua intervenção que “Se a Petrobras tem o prestígio que tem, se ela tem a maior prevalência tecnológica em offshore em relação às outras empresas do meio, tudo isso é resultado da presença da Universidade e de outras empresas no seu seio, enriquecendo, incrementando o ambiente de inovação”. Enaltecendo o papel do LEAR-IFSC/USP em uma relação profícua com uma Petrobras que é muito seletiva, Vinícius Machado encerrou sua fala afirmando que a empresa sempre está ansiosa por novas contribuições da USP, como um todo, e do LEAR-IFSC/USP em particular, por sempre buscarem suprimir algumas ambiguidades que existem na Petrobras.

Entre os palestrantes, estiveram atuantes os Professores Carlos Alberto Fortulan (EESC/USP) e Antonio Adilton Oliveira Carneiro (FFCLRP/USP), ambos colaboradores ativos do LEAR-IFSC/USP dentro do atual projeto em desenvolvimento em parceria com o CENPES/Petrobras.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de março de 2021

Conjecturas Matemáticas e a Máquina de Ramanujan

Figura-3: Srinivasa Ramanujan, um brilhante, talentoso e intuitivo  matemático indiano que deixou dezenas de conjecturas matemáticas (Crédito: Wikipedia.org)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

A razão áurea φ é conhecida desde Pitágoras e Euclides. As suas propriedades e características são amplamente apreciadas por artistas matemáticos, biólogos, arquitetos, músicos e até místicos (Figura 1). A razão áurea pode ser representada por uma fração contínua infinita e periódica (veja Figura 2). Como a razão áurea φ só tem números 1 em toda a sua fração contínua, ela é a mais difícil de ser aproximada por um número racional. Diz-se que φ é o mais irracional de todos os números irracionais.

É muito difícil apontar a origem das frações contínuas. A expressão fração contínua foi cunhada pelo matemático J. Wallis (1616-1703) e os primeiros resultados analíticos estão em seu livro Opera Mathematica (1695). Em 1761, J. H. Lambert utilizou a representação da função tg(x), em frações contínuas, para provar a irracionalidade do número π. Entretanto, foi L. Euler (1707-1783) quem demonstrou os principais fundamentos das frações contínuas:

-Todo número racionalpode ser escrito como uma fração contínua finita

-Todo número irracionalpode ser escrito como uma fração contínua infinita. Se ela for infinita, mas periódica, o número é uma raiz de uma equação quadrática com coeficientes racionais.

As frações contínuas são muito úteis para representar ou aproximar as constantes matemáticas1.  As constantes matemáticas mais comuns como Pi (π=3,14…), Napier (e=2,71…) e Catalan (G=0,91…) são conhecidas com precisão quase arbitrária (número de dígitos). Já os valores das constantes físicas, como a carga do elétron, massa do próton, a constante da gravitação etc. são todas limitadas pelos próprios experimentos e pela resolução dos equipamentos.

Figura-1: Num segmento de reta, considerando a>b>0, temos a proporção áurea definida por a/b = (a+b)/a. A razão áurea, φ = a/b, satisfaz a equação φ =1+1/φ, ou seja, φ = 1,618 (Crédito: R. N. Onody)

Outra característica importante das constantes matemáticas é que, na sua maioria, elas são números irracionais e, consequentemente, podem ser expressas como frações contínuas infinitas. Dois matemáticos geniais, C. F. Gauss (1777-1855) e S. A. Ramanujan (1887-1920), são muito conhecidos por encontrarem novas fórmulas e resultados de maneira profundamente intuitiva.

Gauss não tinha pressa de publicar seus resultados. Em 1796, com 19 anos, começou a escrever o seu diário científico, que só veio a público em 1898. Nele constavam mais de 140 fórmulas, muitas sem suas respectivas demonstrações. Gauss dizia que novas ideias trovejavam em sua cabeça e que as anotava por pura compulsão de sua natureza.

Figura-2: Substituindo φ iterativamente, chegamos à sua representação em função contínua infinita e periódica (Crédito: R. N. Onody)

Ramanujan (Figura 3), um incrível matemático indiano, também mantinha um caderno de anotações2. O caderno ficou perdido até 1976. Ao ser descoberto, revelou um total de 3.900 fórmulas e identidades matemáticas. Muitas dessas conjecturas, só foram comprovadas bem depois, utilizando conceitos e ideias inexistentes à época de Ramanujan. Sem formação acadêmica, enviou alguns resultados para o Prof. G. H. Hardy, da Universidade de Cambridge, que, reconhecendo o enorme talento de Ramanujan, conseguiu trazê-lo para a Inglaterra. Intuitivo, reconhecendo padrões matemáticos em todo lugar, tornou lendário um taxi britânico de número 1729. Ao entrarem no veículo, Hardy comentou que o número do taxi nada tinha de interessante, ao que Ramanujan retrucou “Tem sim. Ele é o menor número natural que é a soma de 2 cubos e de 2 maneiras diferentes”, pois 1729 = 13+123 = 93+103.

Um grupo de cientistas da Technion3 (Israel Institute of Technology, Haifa) publicou recentemente, na revista Nature, um algoritmo que sistematiza e propõe conjecturas de fórmulas matemáticas. Vale dizer, eles desejam dar um caráter computacional à criatividade e à intuição de Ramanujan.  Para isso, eles construíram uma inteligência artificial à qual deram o nome de Máquina de Ramanujan.

Figura-4: Frações Contínuas Polinomiais FCP(n), onde an= a(n) e bn= b(n) são polinômios em n, com coeficientes inteiros (Crédito: R. N. Onody)

A máquina de Ramanujam utiliza um algoritmo que foi, por eles batizado, de MITM (Meet-In-The-Middle) e realiza computação tanto numérica quanto algébrica. Suponha que desejamos expressar uma constante matemática c (por exemplo, c = π) em frações contínuas. Lembremos que o valor de c é, em geral, conhecido com uma precisão quase infinita. O algoritmo MITM pode ser resumido em 3 etapas.

Passo 1: escrevemos uma função racional

R(c) = S(c)/T(c)

onde S(c) e T(c) são polinômios em c, com coeficientes inteiros (arbitrariamente grandes). Escolhe-se uma precisão inicial para c (digamos, 10 casas decimais). Constrói-se um número gigantesco de funções racionais {R(c)}, varrendo-se o valor de seus coeficientes inteiros e o grau do polinômio. Cada elemento do conjunto {R(c)} tem o seu valor numérico calculado e armazenado numa tabela de dispersão (hash table).

Passo 2: usando computação paralela, trabalha-se agora com as Frações Contínuas Polinomiais FCP(n) (Figura 4). Aqui, an = a(n) e bn = b(n) são funções polinomiais (de n) com coeficientes inteiros (arbitrariamente grandes). Se n é um número finito, as FCP(n) sempre podem ser escritas como uma função racional, cujo numerador parcial pn e denominador parcial qn são obtidos recursivamente

pn+1 = an+1 pn + bn+1 pn-1   ;  com p-1 = 1 e p0 = a0

qn+1 = an+1 qn + bn+1 qn-1   ;  com q-1 = 0 e q0 = 1

Figura-5: A constante de Napier em Frações Contínuas Polinomiais. Pode ser calculada com a precisão desejada, truncando-se, para um certo n = N, as recorrências dos numeradores e denominadores parciais pn e qn (Crédito: R. N. Onody)

Varrendo-se os coeficientes inteiros e o grau dos polinômios a(n) e b(n), constrói-se um conjunto {FCP(N)}, onde N é o número de iterações necessárias para que, cada elemento, seja calculado com precisão de 10 casas decimais.

Passo 3: Comparando-se os valores numéricos dos conjuntos {R(c)} e {FCP(N)}, aqueles que coincidirem (até 10 casas decimais) são escolhidos para recomeçar todo o processo. O valor da constante matemática c é substituído por um novo valor c’, com precisão maior (por exemplo, de 20 dígitos). Retorna-se ao Passo 1. Dessa maneira, soluções falso positivas em c serão eliminadas em c’.

Os autores prosseguiram o algoritmo MITM até a precisão de 2.000 dígitos! Eles obtiveram dezenas de novas expressões para uma variedade de constantes matemáticas e, muitas delas, com convergência mais rápida. Para deixar tudo um pouco mais claro, ilustramos na Figura 5, o caso da constante de Napier e (a expressão, conjecturada pela máquina de Ramanujan, já foi demonstrada teoricamente).

Figura-6: Algumas constantes matemáticas que os autores da pesquisa gostariam de ver analisadas pela máquina de Ramanujan
(Crédito: 3 G. Raayoni et al)

Outra constante matemática, sobre a qual eles se debruçaram, foi a constante de Catalan G. Até hoje, não se sabe se G é um número irracional ou não. Os pesquisadores encontraram várias representações de G em frações contínuas generalizadas. Por exemplo, uma expressão, ainda sem demonstração teórica, é a seguinte

2/(2G-1) = FCP [an = 3+n(7+3n), bn = – (6+2n)(n+1)3 ], n=0,1,2,..

Claro, todo o processo MITM requer muito esforço computacional. À semelhança do que acontece com a busca internacional dos números primos de Mersenne4, todo o projeto (códigos e resultados atualizados) foi disponibilizado ao público no site http://www.ramanujanmachine.com/.

Na Figura 6, apresentamos algumas constantes matemáticas que, os autores do artigo, gostariam de ver investigadas pela máquina de Ramanujan.

Mais do que em qualquer outra ciência, a matemática possui conjecturas famosas em grande profusão. Propostas por matemáticos geniais e intuitivos, as conjecturas têm um papel muito importante em toda a história e o desenvolvimento da matemática. Quer elas já tenham sido demonstradas ou não (ou, eventualmente descartadas, caso inverídicas), as conjecturas matemáticas têm enorme potencial de atrair, fascinar e motivar pessoas, aglutinando e gerando novos conhecimentos.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 S. Finch, Mathematical Constants (Cambridge Univ. Press, 2003).

2 B. C. Berndt, Ramanujan’s Notebooks (Springer Science & Business Media, 2012).

3 G. Raayoni et al. Nature, 590, 67-73 (2021)

https://www.nature.com/articles/s41586-021-03229-4

4 https://www.mersenne.org/

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

23 de março de 2021

Concurso capacitará alunos da USP a tirarem ideias do papel

Desafio de Inovação Aberta Cátedra USP promovido pela USP e ArcelorMittal abre inscrições no dia 22 de março. Alunos da USP de graduação e pós podem participar

A ArcellorMittal e a USP realizarão um concurso de ideias, o Ideathon USP e ArcelorMittal, para alunos da USP de graduação e pós-graduação. A “Cátedra Construindo o Amanhã da USP”, mantida pela siderúrgica ArcelorMittal, pretende identificar ideias inovadoras e oferecer o treinamento necessário para que os participantes possam apresentar suas ideias mais consolidadas ao final do processo, que termina em 22 de julho.

As propostas podem envolver sustentabilidade, economia circular, redução de emissão de CO2 na cadeia de aço, soluções envolvendo coprodutos da siderurgia; construções inteligentes utilizando aço; utilização de tecnologias da indústria 4.0 na Construção Civil; Novos modelos de negócios envolvendo aço.

Os interessados podem se inscrever de 22 de março a 23 de abril, e a participação pode ser individual ou em grupos de até três pessoas. A etapa de ideação, em que serão submetidas as ideias, contará com webinars sobre mapeamento de personas, como ter boas ideias e como priorizá-las. Confira todas as etapas no infográfico.

O professor da Escola Politécnica (Poli) da USP e coordenador da parceria da universidade com a ArcellorMittal, Vanderley John, destaca que o Ideathon é a forma que a USP e a ArcelorMittal encontraram para engajar os nossos alunos no processo de inovação. “A única maneira do Brasil aumentar sua renda e se desenvolver é com a inovação: criar produtos e serviços novos, que o mundo deseje e esteja disposto a pagar por isto”. John esclarece que o ensino tradicional educa a aplicar soluções existentes a problemas conhecidos, e a inovação é a busca de uma nova solução, ou até mesmo identificação de um novo problema. “Esta habilidade não está nos nossos currículos de engenharia”.

O Ideathon USP e ArcelorMittal é uma oportunidade para os alunos da universidade participarem do movimento de inovação aberta da ArcelorMittal. Os eixos temáticos selecionados estão alinhados a necessidades relevantes de mercado e também tem como foco gerar contribuições importantes para a sociedade. A nossa expectativa é que as ideias sugeridas sejam de alto nível e possam se tornar negócios no futuro, tendo em vista a excelência e o papel relevante da USP no cenário da inovação e do empreendedorismo brasileiro. É com esse entusiasmo que a ArcelorMittal e o Açolab estão encarando esse desafio, que terá também uma maratona de capacitações para os participantes”, conta Rodrigo Carazolli, gerente geral de Inovação, Novos Negócios e Açolab na ArcelorMittal Aços Longos LATAM.

Um dos parceiros da iniciativa é o Núcleo de Empreendedorismo (NEU) da USP, uma organização conduzida por alunos que se dedica a desenvolver a cultura de empreendedorismo dentro da Universidade. Isabela Oliveira, estudante de engenharia mecânica e integrante do NEU, destaca que embora as soluções procuradas no desafio envolvam a cadeia produtiva de aço e construção civil, os quatro subtemas (Sustentabilidade, Indústria 4.0, Novos Modelos de Negócios e Construções Inteligentes) permitem que estudantes de toda a USP possam participar.

“A grande motivação para o NEU estar nessa parceria, é o suporte que será dado aos estudantes no que se relaciona a capacitação desses em temas como: mapeamento de personas, como ter boas ideias, priorização de ideias, lean canvas, jornada do usuário, validação de hipóteses, prototipação, etc. Esses temas são muito importantes quando tratamos de desenvolvimento de novos negócios e empresas de tecnologia”, explica a futura engenheira.

Confira os detalhes do concurso e inscreva-se no link https://ideathonarcelormittal.galileu.io/

Assessoria de Comunicação IFSC/USP

21 de março de 2021

Artigo: “A crise, quando mais precisamos da ciência no Brasil”

Osvaldo Novais de Oliveira Junior, docente de nosso Instituto, é um dos mais conceituados cientistas nacionais, cuja sua clarividência nos obriga sempre a uma ou mais reflexões, dada a profundidade de sua linha de pensamento. Neste artigo, o Prof. Osvaldo fala sobre Ciência em meio a uma crise sanitária sem precedentes no Brasil e no mundo, começando por afirmar que o conhecimento tem sido central na evolução da humanidade, responsável pelos enormes avanços na qualidade de vida e longevidade dos seres humanos, principalmente a partir do Século XX em que se gerou mais desenvolvimento do que em todos os outros anteriores somados.

“Isso ocorreu porque a estrutura da matéria foi decifrada, a partir da teoria quântica e da teoria da Relatividade de Einstein. Pode parecer surpreendente que essas descobertas, nas primeiras décadas do Século XX, tenham tido tanto impacto, mas uma análise mais detalhada permite explicar o desenvolvimento.

Foi possível conceber novos materiais e mais bem aproveitar os recursos naturais, quando se descobriu que a matéria é feita de átomos, que se juntam para formar moléculas. E após desvendar as razões pelas quais se formam gases, líquidos e sólidos, e de diferentes tipos. Usando apenas exemplos de medicina e informática, para ilustrar, menciono antibióticos, novos fármacos, novas terapias, a criação de dispositivos eletrônicos e dos computadores. Nada disso existiria sem o conhecimento gerado ao se determinar a estrutura da matéria.

É interessante lembrar que uma das tecnologias mais utilizadas atualmente, a do GPS (do inglês global positioning system), depende essencialmente da teoria da Relatividade. Como o sistema funciona com satélites que enviam sinais para a Terra que precisam ser detectados com alta precisão, é necessário fazer correções relativísticas para determinar a posição de um objeto na Terra. Sem essas correções advindas da Teoria da Relatividade, os erros de posicionamento acumulados em uma semana seriam de mais de 10 km. Em outras palavras, o GPS seria inviável sem o conhecimento da Teoria da Relatividade.

Um efeito prático de todo esse desenvolvimento está na qualidade de vida da humanidade. É incrível que um cidadão de qualquer país hoje, desde que com condições mínimas de subsistência, tenha mais conforto do que reis e nobres há pouco mais de um século. Por outro lado, a vida em sociedade se tornou muito mais complexa, já que se criaram dependências de muitas tecnologias. De fato, uma cidade não pode funcionar sem energia elétrica e sem Internet. Outras consequências indesejadas também apareceram, a principal delas sendo a desigualdade crescente, tanto entre nações quanto entre indivíduos em uma mesma nação. E não há fator indutor de desigualdade maior do que o conhecimento, como discutirei adiante.

A desigualdade é uma característica intrínseca das sociedades. Não me refiro apenas à desigualdade econômico-financeira; também são observadas desigualdades nos talentos, habilidades e oportunidades. Diante dessa constatação, a missão de líderes numa sociedade é a de mitigar os efeitos dessas desigualdades, criando políticas públicas que possam proteger os mais vulneráveis e oferecer oportunidades de maneira igualitária. Para tanto, atenção especial deve ser dada à educação, pois só uma educação pública de qualidade pode gerar oportunidades para todas as crianças e jovens.

O que torna o conhecimento crucial para as desigualdades tem a ver com o fato de só conseguir adquirir conhecimento eficientemente quem já possui algum. Ao contrário de recursos financeiros, por exemplo, que podem ser distribuídos de maneira equânime, isso não ocorre com o conhecimento. Imaginemos que eu pudesse, neste texto, divulgar códigos que dessem direito a um bônus financeiro. Qualquer pessoa poderia usar o código e resgatar o dinheiro. É certo que o uso que seria feito do dinheiro poderia variar muito; alguns gastariam imediatamente, outros poderiam investir e ganhar ainda mais dinheiro. Independentemente dessas diferenças, todos poderiam receber a mesma quantia. Mas isso não se aplica a conhecimento: se eu escrevesse este texto numa língua que poucos leitores conhecem, apenas estes poderiam adquirir o conhecimento que porventura pudesse ser transmitido aqui. Ou seja, só adquiriria o novo conhecimento quem já conhecesse a língua utilizada. Esse exemplo é ilustrativo de toda forma de conhecimento: eu, um professor de física, não me beneficiaria de uma aula de mecânica de automóveis, pois sou completamente leigo no assunto.

Os argumentos acima, sobre o valor do conhecimento, servem de pano de fundo para nos perguntarmos: como chegamos até aqui? Como foi possível atingir um nível tão alto de tecnologia, inclusive agora, com a perspectiva de máquinas inteligentes que poderão substituir humanos em muitas tarefas intelectuais? Por trás de cada avanço, de cada dispositivo de alta tecnologia que usamos, por trás de nossa comunicação via telefones celulares, inimaginável há apenas 30 anos, estão contribuições científicas. A ciência vem moldando nossa sociedade. Mesmo que não percebamos, nossa vida é inteiramente calcada em sistemas e aparelhos que resultaram de avanços científicos. De maneira que, o negacionismo da ciência, que tem se manifestado no Brasil e em outros países, chega a ser inacreditável.

Historicamente, os conhecimentos gerados pela ciência têm trazido contribuições de diferentes naturezas. A mais visível é associada à criação de novas tecnologias, em que os principais avanços vêm de países com os sistemas científicos mais consolidados. Há também contribuições que, no curto prazo, aparentam apenas satisfazer a curiosidade de cientistas, sem aplicações imediatas, mas que levam a conquistas significativas no longo prazo. Um exemplo já mencionado aqui foi a Teoria da Relatividade, concebida como uma teoria abstrata para explicar alguns fenômenos, e que hoje permite aplicações imprescindíveis. Um terceiro tipo de contribuição advém do conhecimento que não gera tecnologias diretamente, mas permite a uma população absorver tecnologias e adaptá-las para criar soluções inovadoras.

O Brasil já demonstrou ser capaz de produzir ciência de qualidade com grandes impactos, dos três tipos referidos acima. Passamos de importadores de alimentos até a década de 1970 para figurar entre os maiores exportadores no momento. Desenvolvemos tecnologia para extração de petróleo em águas profundas e criamos sistemas informatizados para bancos antes de muitos países desenvolvidos. A produção científica brasileira também aumentou com uma das taxas maiores do mundo nas últimas décadas, graças ao estabelecimento de um sistema científico robusto – ainda que pequeno para as dimensões do País e de sua população.

Infelizmente, nosso sistema científico está sob risco. Os cortes sucessivos nos investimentos nos últimos anos estão estrangulando centros de pesquisa, deixando sem perspectivas uma geração de cientistas. O que seria impensável, até recentemente, hoje está se tornando rotina: um grande número de jovens cientistas, com mestrado e doutorado, está sem renda alguma. Não há emprego e nem bolsas para continuar seu trabalho de investigação, inclusive em áreas de saúde neste momento tão agudo com a crise da pandemia.

A pandemia da COVID-19 vem mostrando, de maneira exacerbada, a desigualdade originária de uma distribuição não uniforme do conhecimento. Tanto entre pessoas de um mesmo País, como entre países – como bem ilustrado com a disponibilidade limitada de vacinas. Está mostrando também que alguns conceitos da sociedade precisam ser modificados. Para a segurança nacional, mais importante do que ter equipamento bélico é ter ciência e tecnologia que garantam segurança alimentar e para o combate a crises de saúde. Em outras palavras, só é segura uma nação que produz ciência e é capaz de incorporar conhecimento científico.

Não quero ser alarmista, mas se o descaso com nossas agências de fomento e universidades continuar, poderemos perder as conquistas de décadas com o desmantelamento do sistema científico. Sem investimento contínuo, fazer ciência e desenvolver tecnologia será inviável. As consequências serão nefastas. Na saúde, por exemplo, em algumas décadas não teremos os médicos e outros profissionais de alto nível, formados em universidades de pesquisa, pois não haverá universidades de pesquisa com qualidade.

Há no horizonte uma chance de reverter essa situação. Se o Governo Federal permitir a utilização dos recursos hoje contingenciados no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), poderemos voltar a sonhar com projetos de envergadura não só para atacar problemas que hoje afligem nossa sociedade – e são muitos – como também para garantir nosso futuro como nação independente”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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