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22 de novembro de 2021

Paciente fibromiálgica fica dois anos e meio sem dores – Resultado é considerado extraordinário no tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP

Resultado é considerado extraordinário no tratamento desenvolvido no IFSC/USP

Iracy Inácia Santana (Tiacy) nasceu na cidade de São Paulo, em 1946, e desde os sete anos de idade que sofria com dores intensas sem saber qual o motivo. Até 1975 – ano em que por motivos profissionais se mudou para a cidade do Rio de Janeiro -, Iracy consultou todos os médicos disponíveis, fez todos os exames possíveis e imaginários, esgotou as possibilidades de diagnóstico e eventual tratamento no Hospital das Clínicas (USP). Nada! Ninguém soube detectar a causa das dores extremas que sentia vinte e quatro horas por dia desde sua infância.

O quadro manteve-se ao longo dos anos e a intolerância à medicação para aliviar as dores começou a despontar em meados de 2013: “As dores eram permanentes e extremas, quer quando eu caminhava, quer quando estivesse imóvel, sentada ou deitada. A única solução foi reduzir toda a medicação que eu estava tomando ao longo do tempo, pois comecei a ter intolerância. Aí, os médicos optaram por me medicar “Tramal” e morfina. Era como se fosse a última hipótese para aliviar as dores”, explica Iracy. Foi em 2016 que, durante uma consulta no Instituto da Dor, no Rio de Janeiro, foi finalmente diagnosticada uma doença que Iracy nunca tinha ouvido falar – Fibromialgia. A partir daí, nossa entrevistada pesquisou incessantemente tudo o que se relacionava com essa doença, mas as informações disponíveis não eram conclusivas. Foi no ano seguinte que, através de um amigo, Iracy teve conhecimento de um tratamento experimental que estava sendo feito na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, na Unidade de Terapia Fotodinâmica, coordenada por pesquisadores do IFSC/USP. “Eu não quis saber de mais nada e mesmo com dores quase movi céu e terra para descobrir como me candidatar para esse tratamento que era considerado inovador”, recorda Iracy, salientando que passou uma verdadeira aventura para descobrir com precisão como contatar os pesquisadores, como se candidatar ao tratamento experimental e como chegar em São Carlos, sabendo que viajaria completamente só, mas com determinação para tentar resolver um pesadelo que a perseguia há mais de sessenta anos.

Finalmente, em maio de 2019, Iracy Santana foi selecionada para o tratamento e viajou rumo a São Carlos. “Para mim, era a última tentativa para resolver meu problema. Fui muito acarinhada por todo o pessoal do IFSC/USP e da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos. Talvez pela minha idade avançada, as equipes decidiram fazer o tratamento – 10 sessões – em uma única semana, me poupando assim de gastos elevados e de viagens internas diárias. Com surpresa e comovida, logo após a primeira sessão senti algo que nunca tinha sentido na vida – uma diminuição na dor. Na quarta sessão quase me ajoelhei, agradecendo: não sentia qualquer dor”, relata Iracy com lágrimas nos olhos.

O resultado deste tratamento fez com que Iracy Santana começasse a encarar sua vida de outra forma, com uma leveza e esperança nunca antes sentidas. Contudo, para que esse tratamento prolongasse cada vez mais sua qualidade de vida, ela teria que aprender a moderar o estresse diário e todos os aspectos psicológicos que regem a vida de qualquer um de nós. Dois anos e meio após fazer esse tratamento, Iracy passou por diversas dificuldades e vicissitudes em sua vida pessoal, o que originou o regresso de alguns incômodos dolorosos provocados pela Fibromialgia.

Em novembro deste ano (2021), Iracy regressou a São Carlos, à “Clínica MultFISIO Brasil” (parceira do IFSC/USP), para uma nova série de dez sessões. “É verdadeiramente espantoso o resultado deste tratamento, pois logo na primeira sessão o incômodo desapareceu. No fim da série de sessões, a dor sumiu exatamente como aconteceu em 2019”, sublinha nossa entrevistada.

Para o pesquisador do IFSC/USP e coordenador da “Clínica MultFISIO Brasil”, Dr. Antonio Aquino Junior, o último resultado, onde se conseguiu que um paciente fibromiálgico ficasse 300 dias sem dores foi um fato histórico, obviamente ultrapassado por este agora observado na paciente Iracy Santana. “Dois anos e meio sem qualquer tipo de dor provocada pela Fibromialgia é algo extraordinário como resultado deste tratamento. É muito tempo. De qualquer forma, devemos considerar que para conquistar este resultado, o paciente terá que fazer sua parte, ou seja, gerir muito bem sua vida pessoal, familiar e profissional, pois isso também contribui para que os processos dolorosos demorem mais tempo a aparecer. De qualquer forma, é motivo para parabenizar nossa querida Iracy Santana, dizendo para ela que continuaremos sempre ao seu dispor”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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