IFSC e Sociedade

29 de março de 2022

IFSC/USP/Santa Casa de São Carlos iniciam novo tratamento – Combate e prevenção à mucosite

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMS), através de um convênio estabelecido, está iniciando o tratamento de pacientes portadores de mucosite, no âmbito de um projeto de pesquisa coordenado pelo cirurgião-dentista Dr. Vitor Hugo Panhóca e pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica deste Instituto.

Dividido em sessões, este tratamento (gratuito) para combate e prevenção da mucosite irá ocorrer na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos, em pacientes encaminhados por médicos da instituição. “Na primeira sessão, fazemos uma desinfecção bucal e nas sessões posteriores utilizamos apenas a laserterapia. A duração das sessões é, em média, de 15 minutos”, explica o pesquisador do IFSC/USP, Vitor H. Panhóca.

A mucosite é uma inflamação da parte interna da boca e da garganta, que pode originar úlceras dolorosas e feridas nessas regiões, ocorrendo em até 40% das pessoas que recebem radioterapia e quimioterapia.

Pesquisas que se apoiam na utilização da luz para o diagnóstico ou tratamento de doenças já são realizadas no Grupo de Óptica do IFSC/USP há muitos anos, sendo que elas têm sido revertidas diretamente para a sociedade, entre outras ações através da triagem de voluntários para testar os métodos e metodologias descritos nas diversas pesquisas do Grupo, que têm como base duas técnicas distintas, embora ambas com a utilização de luz.

A laserterapia é uma técnica que se baseia na aplicação de laser ou LED diretamente sobre a pele, permitindo que a luz seja absorvida e, desta forma, gere uma série de reações metabólicas para diversas funções, como emagrecimento, rejuvenescimento e tratamentos diversos na odontologia e em outras áreas da saúde.

O aparecimento da mucosite pode ser causado pela queda do sistema imunológico, quimioterapia, radioterapia da região da cabeça e pescoço e ainda por transplante de medula óssea.

Este tipo de atendimento tem o objetivo de promover uma melhora na técnica utilizada já pelo hospital Amaral Carvalho (Jau-SP), permitindo, desta forma, que os pacientes não fiquem debilitados com o tratamento de quimioterapia e radioterapia e que possam se recuperar mais rapidamente ao conseguir se alimentar sem dores causadas pelas lesões na boca.

Este atendimento está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos – Rua XV de novembro, sem número, ao lado do número 951.

Para mais informações, basta ligar no telefone (16) 3509-1351 e tratar com as secretárias Jaqueline ou Fernanda.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de março de 2022

Combatendo as dores provocadas por artrite psoriásica

Tratamento sistêmico

Você já ouviu falar de “artrite psoriásica”?

Muito bem, caso não tenha ouvido falar, a artrite psoriásica (APs) é uma forma de artrite que afeta pessoas que possuem psoríase. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo, sendo que a grande maioria das pessoas desenvolve psoríase primeiro e depois a artrite. Segundo uma importante cartilha divulgada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (VER AQUI), entre 5% e 40% das pessoas que tem psoríase podem apresentar dores e inflamação nas articulações, desenvolvendo assim um quadro de artrite psoriásica.

Dentro desta realidade, pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Clínica MultFISIO Brazil, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Hagler Institute for Advanced Study (Universidade A&M do Texas Texas -EUA), iniciaram, recentemente, uma pesquisa que visa proporcionar um novo tratamento para a diminuição das dores provocadas pela artrite psoriática através da utilização de ultrassom e laser, explorando assim a versatilidade apresentada pelo equipamento desenvolvido no IFSC/USP e que tem aberto sucessivas portas para novos e inovadores tratamentos fisioterápicos.

Psoríase localizada no cotovelo

O Dr. Antonio Eduardo de Aquino Júnior, um dos autores da pesquisa publicada neste mês de março no “Journal of Novel Physiotherapies”, relata o estudo sobre o novo tratamento aplicado a uma paciente com 51 anos de idade, residente na cidade de São Carlos, portadora de psoríase há 16 anos e que entre 2018 e 2019 começou a manifestar um quadro (diagnosticado) de artrite psoriásica.

“A psoríase é uma doença que tem, também, uma relação direta e muito próxima com o foro emocional das pessoas, sendo que a possibilidade de um paciente manifestar um quadro de artrite psoriásica ronda entre os 30% e os 40%. A doença já tem na sua essência uma condição inflamatória (crônica) e que não fica localizada. Ao longo do tempo são formadas citocinas inflamatórias – marcadores inflamatórios – que podem provocar outro quadro inflamatório nas articulações, o que provoca as mesmas características de dores, que são muito semelhantes às da  artrite reumatoide”, salienta o pesquisador. A paciente, que se disponibilizou para realizar esta pesquisa, apresentava, além desse quadro, um outro caracterizado por fibromialgia: tudo somado, seu estado comprometia o equilíbrio emocional, principalmente manifestado por depressão, ansiedade e insônias, embora estivesse amplamente medicada.

Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior

Com dores generalizadas pelo corpo, a paciente foi submetida a 14 sessões de tratamento – conforme está relatado no artigo científico publicado – tendo os pesquisadores conseguido reduzir em 75% as dores causadas pela artrite psoriásica e em 60% as dores provocadas pela fibromialgia. Em termos de dores generalizadas no corpo e na restauração da qualidade de vida da paciente, foram registradas melhoras em 60%. O pesquisador comemora, dizendo que “Conseguimos um ganho imenso. A paciente, que é artesã, voltou a trabalhar sem sentir a intensidade das dores que anteriormente sentia nas mãos e em todo o corpo, tendo recuperado muito de sua qualidade de vida”. Para o Dr. Antonio de Aquino Junior, esta pesquisa indica que o tratamento poderá ser igualmente utilizado em casos de dores provocadas pela artrite reumatoide, mas sempre mantendo os medicamentos prescritos pelos médicos. Estudos já estão sendo desenvolvidos nesse sentido. A paciente relatada nesta matéria continua a ser acompanhada pelos pesquisadores do IFSC/USP através de sessões periódicas, no sentido de se poder observar a evolução da recuperação de sua qualidade de vida e a diminuição das dores.

Este tratamento, executado de forma sistêmica na palma das mãos e na planta dos pés, representa uma evolução significativa comparativamente aos que foram realizados anteriormente em 2018.

Os pesquisadores envolvidos neste projeto, foram: Ana Carolina Negraes Canelada; Vanessa Garcia; Tiago Zuccolotto Rodrigues; Viviane Beocca de Souza; Vitor Hugo Panhóca; Antonio Eduardo de Aquino Junior; e Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (Coordenador).

Para conferir o artigo publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de janeiro de 2022

Primeiros depoimentos de pacientes com sequelas pós-Covid após tratamentos

Confira, abaixo, os primeiros depoimentos de pacientes com sequelas pós-Covid tratados no “Centro de Desenvolvimento e Treinamento para Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Covid-19” – janeiro 2022.

Recordamos que o “Centro de Desenvolvimento e Treinamento para Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Covid-19” é o resultado de uma parceria estabelecida entre a Secretaria de Saúde de São Carlos, Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Instituto INOVA/CITESC – Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde, sendo a única estrutura no país exclusivamente dedicada ao tratamento de pacientes (residentes em São Carlos e região) portadores de sequelas provocadas por COVID-19.

Clique na imagem para assistir.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de janeiro de 2022

Pesquisadores da USP São Carlos criam luva que detecta pesticidas em alimentos

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um dispositivo sensor vestível embutido em uma luva de borracha sintética capaz de detectar resíduos de pesticidas em alimentos. O trabalho, apoiado pela FAPESP, foi idealizado e liderado pelo químico Paulo Augusto Raymundo-Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

O dispositivo tem três eletrodos, localizados nos dedos indicador, médio e anelar. Eles foram impressos na luva por meio de serigrafia, com uma tinta condutora de carbono, e permitem a detecção das substâncias carbendazim (fungicida da classe dos carbamatos), diuron (herbicida da classe das fenilamidas), paraquate (herbicida incluído no rol dos compostos de bipiridínio) e fenitrotiona (inseticida do grupo dos organofosforados). No Brasil, carbendazim, diuron e fenitrotiona são empregados em cultivos de cereais (trigo, arroz, milho, soja e feijão), frutas cítricas, café, algodão, cacau, banana, abacaxi, maçã e cana-de-açúcar. Já o uso de paraquate foi banido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A análise pode ser feita diretamente em líquidos, apenas mergulhando a ponta do dedo contendo o sensor na amostra, e também em frutas, verduras e legumes, bastando tocar na superfície da amostra.

Sergio Antonio Spinola Machado, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) e coautor da pesquisa, diz que não há nada semelhante no mercado e que os métodos mais utilizados atualmente para detecção de pesticidas se baseiam em técnicas como cromatografia (técnica analítica de separação de misturas), espectrofotometria (método óptico de análise usado em biologia e físico-química), eletroforese (técnica que utiliza um campo elétrico para separação de moléculas) ou ensaios laboratoriais.

“No entanto, essas metodologias têm custo alto, demandam mão de obra especializada e um tempo longo entre as análises e a obtenção dos resultados. Os sensores são uma alternativa às técnicas convencionais, pois, a partir de análises confiáveis, simples e robustas, fornecem informação analítica rápida, in loco e com baixo custo.”

Na luva criada pelo grupo, cada dedo é responsável pela detecção eletroquímica de uma classe de pesticida. A identificação é feita na superfície do alimento, mas em meio aquoso. “Precisamos da água, pois é necessário um eletrólito [substância capaz de formar íons positivos e negativos em solução aquosa]. Basta pingar uma gotinha no alimento e a solução estabelece o contato entre este e o sensor. A detecção é feita na interface entre o sensor e a solução”, detalha a química Nathalia Gomes, pesquisadora do IQSC-USP e integrante da equipe.

Sensores

O processo de verificação de presença de pesticidas é simples. Coloca-se um dedo de cada vez na amostra: primeiro, o indicador; depois, o médio e, por último, o anelar. No caso de um suco de frutas, basta fazer a imersão dos dedos no líquido, um de cada vez. A detecção é feita em um minuto e, no caso do dedo anelar, em menos de um minuto.

“O sensor no dedo anelar usa uma técnica mais rápida. Ele é composto por um eletrodo de carbono funcionalizado, enquanto os dos outros dois dedos por eletrodos modificados com nanoesferas de carbono [dedo indicador] e carbono printex, um tipo específico de nanopartícula de carbono [dedo médio]. Após a detecção, os dados são analisados por um software instalado no celular”, explica Raymundo-Pereira.

O pesquisador ressalta que a incorporação de materiais de carbono conferiu seletividade aos sensores, uma das propriedades mais importantes e difíceis de alcançar em dispositivos semelhantes. “Uma escolha criteriosa de materiais à base de carbono permitiu a detecção sensível e seletiva de quatro classes de pesticidas dentre os mais empregados na agricultura: carbamatos, fenilamidas [subclasse das fenilureias], compostos de bipiridínio e organofosforados. Assim, um dos diferenciais da invenção está na capacidade de detecção seletiva em presença de outros grupos de pesticidas, como triazinas, glicina substituída, triazol, estrobilurina e dinitroanilina. Com os métodos tradicionais isso não é possível.”

Outro destaque do dispositivo está na possibilidade de detecção direta, sem exigir preparo de amostra, o que torna o processo rápido. Além disso, o método preserva o alimento, permitindo o consumo após a análise.

A luva não tem prazo de validade e pode ser usada enquanto não houver danos nos sensores. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coautor da pesquisa, explica que os sensores podem ser danificados por solventes orgânicos (como álcool e acetona) ou por algum contato mecânico impróprio na superfície do sensor (um objeto que o arranhe, por exemplo).

Mercado

Raymundo-Pereira salienta que o produto é inovador e que já está em andamento o processo de requisição de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Ele afirma que não há um procedimento simples para a detecção de pesticidas, principal razão pela qual os testes para discriminação de diferentes classes de pesticidas e outros contaminantes ainda não estão disponíveis no mercado. Para ele, o uso de dispositivos como a luva, que permitem a análise química de materiais perigosos in loco, seria relevante em aplicações alimentares, ambientais, forenses e de segurança, permitindo um rápido processo de tomada de decisão no campo.

“Representantes das agências internacionais que fazem o controle da entrada de alimentos nos diversos países do mundo já usam luvas para manipulá-los. Imagine se tivessem um sistema de sensoriamento de pesticidas embutido? Alimentos contendo pesticidas proibidos seriam descartados já na fronteira. O dispositivo pode ser usado durante a colheita também.”

Segundo o pesquisador, o custo do dispositivo é basicamente o custo da luva, sem o sensor. “Os sensores custam menos de US$ 0,1. O custo principal é a luva. Usamos uma luva nitrílica porque é menos porosa que a de látex. Com a pandemia, o preço dela disparou. E o custo individual subiu. Mas, ainda assim, o dispositivo que criamos é um produto muito barato. Mais acessível que os testes feitos atualmente.”

(Agência FAPESP / Imagem de Nathalia Gomes USP))

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de janeiro de 2022

IFSC/USP: fotoemagrecimento aumenta a eliminação de gordura

Nova terapia combinada com exercícios e alimentação adequada reduz em mais 20% a gordura acumulada

Um novo tratamento desenvolvido no IFSC/USP, designado “fotoemagrecimento“, combinado com as terapias tradicionais que utilizam exercício físico e nutrição adequada, foi capaz de reduzir em mais 20% a eliminação de gordura corporal no espaço de oito semanas.

Esta pesquisa, desenvolvida pelos pesquisadores Drs. Antonio de Aquino Junior, Fernanda Carbinatto e Prof. Vanderlei Bagnato, e recentemente publicada no “Journal of Obesity & Weight Loss Therapy”, é o resultado de um trabalho desenvolvido ao longo de uma década no sentido de combater a obesidade e de reduzir, de forma substancial, os valores de colesterol, triglicérides e de gordura visceral, esta última responsável pelo aparecimento do diabetes tipo 2. O estudo comprova, ainda, que todos esses benefícios provocam uma redução substancial de gordura acumulada no fígado.

A Drª Fernanda Carbinatto comenta que “Embora a terapia convencional, que alia o exercício físico a uma alimentação equilibrada, se apresente eficaz na redução da gordura e no emagrecimento das pessoas, o certo é que se adicionarmos a fototerapia obtemos, no espaço de oito dias, uma redução de mais 20% de gordura, sem qualquer tipo de medicamento, o que é, de fato, extremamente importante”.

“Esta forma de tratamento não tem apenas o objetivo de contribuir para um efeito estético. Aliás, esse não foi o objetivo de nossa pesquisa, mas sim de encontrar respostas para combater uma situação que já se tornou cotidiana, que é a obesidade e, com ela, o agravamento das condições de saúde das pessoas. O fotoemagrecimento é realizado com os equipamentos já desenvolvidos no Grupo de Óptica do IFSC/USP”, acrescenta o Dr. Antonio de Aquino Junior

Para conferir o artigo publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de junho de 2020

A importância da Nanotecnologia no combate à COVID-19

Prof. Valtencir Zucolotto (IFSC/USP)

Como toda tecnologia disruptiva, a nanotecnologia – área que desenvolve e utiliza materiais em escala nanométrica – tem sido amplamente requisitada para o enfrentamento da pandemia causada pelo vírus SARS-COV-2 e da COVID-19. Um resumo dos principais avanços da utilização da nanotecnologia e suas frentes é apresentado a seguir. Note-se que nosso objetivo é trazer uma visão realista daquilo que já está sendo feito e testado em laboratórios no mundo, sem considerar todos os possíveis caminhos pelos quais a Nanotecnologia, em conjunto com a biotecnologia e a (bio)medicina, ainda vão contribuir de maneira decisiva para o controle e erradicação da atual pandemia.

Diagnóstico: A área de diagnósticos tem sido amplamente beneficiada com estudos e aplicações da Nanotecnologia. Como exemplo, temos os kits de diagnóstico à base de nanopartículas que atuam no conceito de Point-of-Care (POC), para diagnóstico de doenças de maneira simples, sem a necessidade de grandes equipamentos e, sempre que possível, manuseados pelo próprio paciente. Esses sistemas estão em consonância com recentes determinações da OMS [1], que priorizam o diagnóstico genético ou de proteínas a partir de sistemas POC, direcionados à COVID-19. Nesse sentido, a Nanotecnologia pode e vem atuando de maneira importante na fabricação de kits de diagnóstico rápido, como o sistema desenvolvido pelo pesquisador Seo et al., [2] que utiliza Grafeno para detectar o vírus SARS-COV-2 em concentrações muitíssimo baixas, da ordem de femtoMolar (10-15 M). Em outro grupo de pesquisa, Chen et al. [3] relataram a utilização de chips de diagnóstico que utilizam nanopartículas do polímero poliestireno para a detecção eficiente de anticorpos anti-SARS-COV-2 em amostras de soro humano. Esses dispositivos são de simples manuseio e a presença de anticorpos é revelada numa região (uma tira de papel) do dispositivo na forma de listras coloridas, indicando testes positivos ou negativos.

Extraído de Ref 3: Chen et al., Anal. Chem., Just Accepted Manuscript • DOI: 10.1021/acs.analchem.0c00784 – BOX com dispositivo diagnóstico

Em outros dois trabalhos recentes, a importância da Nanotecnologia fica evidente ao se explorar as propriedades únicas de nanomateriais ópticos e magnéticos para diagnóstico, ou seja, as propriedades desses materiais que permitem seu uso nessas aplicações provavelmente não estariam presentes se o material fosse processado em uma escala maior (na macroescala). No primeiro trabalho, as propriedades ópticas únicas exibidas por nanopartículas de ouro depositadas num chip na forma de nanoilhas de ouro, são exploradas por Qiu et al. [4] para a fabricação de dispositivos muito eficientes para a detecção de material genético do vírus SARS-COV-2. A segunda pesquisa é de um grupo de pesquisadores chineses [5] que utiliza nanopartículas magnéticas (nanoimãs) para a extração de material genético do vírus da SARS-COV-2 em amostras de pacientes, de maneira mais rápida, o que permite que testes convencionais como o PCR (sigla para Polymerase Chain Reaction, que é o teste mais utilizado e mais preciso para diagnóstico da COVID-19) apresentem resultados em um intervalo de tempo bem menor.

Terapia: Nas áreas de terapia contra os efeitos devastantes da COVID-19, um trabalho recente e bastante interessante de Dormont et al. [6] relata a utilização de nanopartículas capazes de levar um fármaco, (o alfa-tocoferol) que diminuem os efeitos da inflamação aguda causada pela COVID-19, responsável, em muitos casos, pelo agravamento da doença. As nanopartículas possuem um tamanho de 70 nm (diâmetro) e foram capazes de liberar o fármaco e diminuir muito os efeitos da hiperinflação, com ótimos resultados em modelos animais. Vale lembrar que a liberação controlada de um fármaco diretamente na região afetada, diminuindo os efeitos colaterais, é possível com a utilização de nanocápsulas que carregam o fármaco e podem liberá-lo de maneira controlada no interior da célula doente, pois são cerca de mil vezes menores que uma célula humana.

Extraído de Ref 6: Dormont et al., Sci. Adv 10.1126/sciadv.aaz5466 (2020) – Ilustração nanocápsula

Na área de Prevenção, duas abordagens muito interessantes têm utilizado Nanotecnologias, para a fabricação de Vacinas, e de Máscaras contendo nanopartículas.

Em dois trabalhos recentes, dois tipos de nanopartículas, incluindo nanopartículas de ouro de 40 e 100 nm de diâmetro [7] ou nanopartículas a base de polímeros [8] foram utilizadas como Vacinas para SARS-COV e MERS-COV, respectivamente. Em ambos os trabalhos, as nanopartículas foram complexadas com proteínas dos vírus e foram capazes de induzir respostas imunológicas importantes em testes in vivo.

Ainda na área de Prevenção, Zhong et al. [9] desenvolveram recentemente um novo tipo de máscara autolipante, e é capaz de auto esterilizar quando exposta à luz solar, o que causa um aquecimento localizado no elemento filtrante da máscara a base de grafeno (que pode atingir 80oC), que a esteriliza. Na área de fabricação de máscaras, outro trabalho recente e que pode rapidamente ser colocado em prática foi reportado por Leung et al. [10]. Os pesquisadores produziram elementos filtrantes a base de Nanofibras de PVDF, um polímero tecnológico importante, capazes de barrar a passagem de vírus. Os filtros podem ser utilizados em máscaras, respiradores, ventiladores, etc. Apenas 6 camadas das nanofibras foram suficientes para barrar 98% dos microrganismos (classificação N98).

Referências

1-Report of the WHO-China Joint Mission on Coronavirus Disease 2019 (COVID-19); WHO: Geneva, Switzerland, 2020.

2-Seo et al., https://dx.doi.org/10.1021/acsnano.0c02823.

3-Chen et al., Anal. Chem., Just Accepted Manuscript • DOI: 10.1021/acs.analchem.0c00784.

4-Qiu et al., https://dx.doi.org/10.1021/acsnano.0c02439.

5-Zhao et al.,  A simple magnetic nanoparticles-based viral RNA extraction method for efficient detection of SARS-CoV-2, bioRxiv preprint doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.22.961268.

6-Dormont et al., Sci. Adv 10.1126/sciadv.aaz5466 (2020).

7-Sekimukai et al., Microbiology and Immunology. 2020;64:33–51

8-Lin et al., Adv. Funct. Mater. 2019, 1807616.

9-Zhong et al., https://dx.doi.org/10.1021/acsnano.0c02250.

10-Leung et al., Separation and Purification Technology 245 (2020) 116887.

Prof. Dr. Valtencir Zucolotto

Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia USP/São Carlos

Link para CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5768000922241088

Prof. Zucolotto: É Professor Titular no Instituto de Física de São Carlos – IFSC da Universidade de São Paulo (USP), onde coordena o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia GNano/IFSC/USP. É Editor da Série de Livros Nanomedicine and Nanotoxicology (Springer-Nature). As pesquisas do Grupo GNano, lideradas pelo prof Zucolotto, estão focadas no desenvolvimento de nanomateriais teranósticos, incluindo nanopartículas, nanotubos e nanorods para aplicações em nanomedicina, e nos aspectos toxicológicos e de Segurança dos nanomateriais.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de setembro de 2018

Pesquisadores do IFSC/USP desenvolvem laser para tratamento da mucosite

Pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP desenvolveram um laser para tratar mucosite em pacientes com câncer, cujo tratamento está sendo oferecido, de forma gratuita, na Unidade de Terapia Fotodinâmica, estrutura localizada na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos.

Segundo o Dr. Vitor Hugo Panhoca (pesquisador do IFSC/USP e dentista), a inflamação atinge a mucose, tecido que protege a boca e a garganta, sendo que as feridas brancas que se formam nessa região são semelhantes a aftas.

Segundo o pesquisador, a principal diferença entre uma afta e a mucosite é o tamanho da lesão, já que a mucosite apresenta uma dimensão maior, causando no paciente muito desconforto para mastigar e falar.

Normalmente, pacientes com câncer costumam ter mucosite, que é um efeito colateral do tratamento de rádio e quimioterapia, sendo que as aplicações do laser nas feridas costumam durar cerca de seis minutos. A luz aplicada através do aparelho de laser vai provocar nesse tecido mucoso, onde está a mucosite, um efeito anti-inflamatório, um efeito cicatrizante e também provoca o alívio da dor nessa região, fazendo com que o paciente consiga falar sem dor, fazer a deglutição também sem dor e tudo isso vai provocar melhora no quadro geral do paciente, ao contrário do que acontece com o tratamento mais comum, indicado pelos especialistas, que é o bochecho com antisséptico, cujo resultado não é tão rápido. As lesões podem demorar várias semanas para desaparecer.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de setembro de 2018

Programa “Bem Estar” (TV Globo) destaca trabalho de pesquisadores do IFSC/USP

Os efeitos da luz no tratamento de um conjunto lato de doenças: este foi o grande destaque do programa Bem Estar, transmitido pela TV Globo em sua edição do dia 10 deste mês de setembro.

O diretor de nosso Instituto, Prof. Vanderlei Bagnato, explicou de forma sublime como se utiliza a luz para as ciências da vida, nomeadamente para aplicações em tratamentos da fibromialgia, dores de garganta, HPV, câncer de colo do útero, câncer de pele e mucosite, tendo sido exibidos exemplos práticos coordenados por pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP, nos casos específicos de Antônio de Aquino Júnior e Vitor Hugo Panhoca, tudo configurado em novas alternativas a tratamentos convencionais.

Vale a pena conferir esse programa, clicando na figura abaixo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2018

Tratamentos disponíveis na Unidade de Terapia Fotodinâmica (SCMSC)

Inaugurada em 2015, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, a Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) oferece tratamentos para as seguintes doenças:

Fibromialgia;
Artrose;
Câncer de pele;
Úlceras varicosas:
Úlceras de pé de diabetes;
Quelóide;
Psoríase;
Mucosite
Onicomicose ;
Avaliação de bioimpedância;

As marcações para avaliações e tratamentos poderão ser feitas através do telefone (16) 3509-1351, ou pelo email fotodinamica@santacasasaocarlos.com.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de agosto de 2018

IFSC/USP: Triplicando atendimento no tratamento da artrose

Devido ao grande número de pacientes que têm procurado atendimento na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), instalada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, nomeadamente no que diz respeito aos tratamentos dos processos dolorosos causados por artrose, a coordenação daquela unidade decidiu triplicar a capacidade de atendimento.

Assim, dos habituais trinta atendimentos mensais, a equipe da UTF começa agora a atender cento e dez pacientes por mês, indo ao encontro da súbita e enorme demanda por esses serviços (gratuitos), consubstanciada por várias centenas de pacientes, oriundos de todos os estados de nosso país e mesmo do exterior, que têm contatado o IFSC/USP e a UTF no sentido de se poderem cadastrar para iniciar os tratamentos.

(Foto: Secuvita)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de agosto de 2018

No IFSC/USP: tratamento da artrose com ultrassom e laser

Os protocolos e equipamentos desenvolvidos no IFSC/USP para tratamento dos processos doloridos da artrose foram destaques no Jornal Nacional da TV-Globo na sua edição de 08 de agosto.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 50 milhões de brasileiros têm artrose, uma inflamação que provoca o desgaste da cartilagem dos ossos e que não tem cura.

Clique AQUI para assistir à reportagem do “Jornal Nacional”.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de julho de 2018

No IFSC/USP: Tecnologias ópticas tratam câncer de pele e úlceras

Úlcera de pé de diabetes

Fazer ciência para que os resultados revertam integralmente para a sociedade é algo que está na gênese e no espírito do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que partilha integralmente dos objetivos da própria Universidade de São Paulo, que é a primeira a incentivar que se percorra esse caminho. Tudo o que se faz nos laboratórios do IFSC/USP transpira ao desejo que a população seja beneficiada: dos sensores que anteveem ou detectam as mais variadas doenças, aos novos materiais que podem, inclusive, ser uma resposta para a criação de novas e inovadoras próteses e ortóteses, a descoberta de novos e mais eficazes fármacos, até à descoberta de novos protocolos que permitem inovadores tratamentos para as mais variadas doenças – HIV, inúmeros tipos de câncer, HPV, onicomicose, fibromialgia, artrites e artroses, úlceras varicosas e de pé de diabetes, psoríase, etc. -, já para não falar em novas e promissoras pesquisas relativas a diversas áreas de computação física, inclusive o Big Data, tudo é feito pensando na população e no seu bem estar.

E, se o IFSC/USP faz o que faz tendo em vista o bem estar da população, baseado na gratuidade de prover à sociedade novos protocolos e equipamentos, o certo é que, para isso, esta Unidade da USP congrega em seu redor um grande conjunto de colaboradores e parceiros, quer nas áreas médica e técnica, quer naquelas que se encontram

Úlcera varicosa

inseridas no mundo produtivo nacional e que subscrevem plenamente todo este esforço.

A Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) instalada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos é talvez o exemplo maior de toda essa “sede” que o IFSC/USP tem em querer estar ao serviço da sociedade, em ajudar as pessoas, principalmente as que estão inseridas em grupos mais vulneráveis, mais carentes, num país que ainda não enxergou que o caminho da ciência é aquele que definitivamente garante a riqueza, o desenvolvimento e o bem-estar de sua sociedade.

Inaugurada em 2015, a Unidade de Terapia Fotodinâmica, criada a partir de um trabalho intenso de pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, tem desempenhado um papel social importantíssimo na área de saúde pública, facultando tratamentos gratuitos para muitas doenças que, até há pouco tempo, eram consideradas problemáticas e de difícil acesso da população aos tratamentos disponíveis.

Úlceras varicosas e câncer de pele

Nesta pequena matéria, inteiramente dedicada ao câncer de pele e às úlceras varicosas e de pé de diabetes, vamos tentar mostrar o quanto o pessoal técnico ao serviço da UTF está empenhado não só no sucesso dos tratamentos que são ministrados

Câncer de pele

aos pacientes, como também na relação humanizada com as pessoas, na sua maioria com baixos recursos econômicos. Fabiana Ferreira – podóloga e enfermeira – é especialista no projeto de tratamento de úlceras em pés de diabetes tipos I e II e mostra-se extremamente solidária com os pacientes.

O tratamento da úlcera do pé de diabetes tipo II é, segundo a especialista, um processo mais complicado que as do tipo I, atendendo a que os pacientes que apresentam esse tipo de ferida adquiriram a diabetes ao longo do tempo, ao contrário dos que apresentam o tipo I, que já nasceram com o problema: “O paciente com diabetes tipo I já se habituou a conviver com a doença, já sabe se prevenir e atuar, ao contrário do paciente com diabetes tipo II, que se vê “perdido” em face ao aparecimento de feridas nos pés e que estão relacionadas com hábitos de vida inadequados praticados ao longo de sua vida, hipertensão e obesidade, entre outros fatores. Aliado ao tratamento fotodinâmico, desenvolvido no IFSC/USP e que realizamos na UTF, incentivamos e tentamos ajudar os doentes a adquirirem hábitos de vida saudáveis, como, por exemplo, períodos de repouso, alimentação adequada, marcha correta e cuidados pessoais” relata Fabiana, alertando que as feridas nos pés de diabetes aparecem derivadas de problemas venosos e que, embora sejam doloridas, o diabético não sente, exatamente por ter menos sensibilidade que as outras pessoas, o que provoca complicações infecciosas. “O tratamento fotodinâmico, realizado duas vezes por semana na

Lara Ferreira

UTF, pode obter até 80% de eficácia, só que os restantes 20% de sucesso só se atingem se o paciente cuidar de si mesmo em casa, no trabalho e na sua vida cotidiana, seguindo as orientações que são dadas por nós e pelos médicos”, enfatiza Lara Ferreira.

Contudo, é no relacionamento com o paciente que se atinge o primeiro sucesso. Os doentes acorrem à UTF com um estado emocional muito debilitado, com a autoestima muito baixa, tímidos, envergonhados e receosos em face daquilo que pensam ser uma derradeira esperança para sua cura, já que anteriormente tentaram tudo o que estava ao seu alcance. E é aqui que entra o parâmetro social, aliado às técnicas, protocolos e equipamentos desenvolvidos pelo IFSC/USP junto de todo o pessoal técnico e auxiliar que desenvolve seu trabalho na UTF. O acolhimento dos pacientes e todo o processo de tratamento são feitos de forma extraordinária: todo o paciente é tratado pelo seu nome, como se pertencesse a uma mesma família, enquanto que os contatos periódicos com os médicos é sempre feito com boa disposição e objetividade, fatores que transmitem enorme esperança e confiança e auxiliam enormemente na recuperação plena.

O mesmo acontece relativamente aos tratamentos de úlceras varicosas e câncer de pele. Elissandra Zanchin é enfermeira e especialista em laserterapia na UTF, confirmando que a maioria das pessoas que procuram a Unidade é muito carente, com baixa renda. “As pessoas que nos procuram vêm através de encaminhamento médico dos postos de saúde e o primeiro estágio é a avaliação que é feita pelos médicos que aqui prestam serviço e que estão plenamente integrados nas pesquisas que são feitas

Elissandra Zanchin

no IFSC/USP. Dependendo dessas avaliações, os tratamentos iniciam-se de imediato. A expectativa dos pacientes é alcançarem a cura de forma rápida, embora desconheçam por completo que tipo de tratamento é: só sabem que é um câncer de pele provocado por largos anos de exposição ao sol, ou uma úlcera varicosa causada por má circulação sanguínea, entre outras causas, e não querem perder tempo. Tudo isso é típico de quem está sob forte estresse emocional, estado de ansiedade, baixa estima e mesmo angústia, o que nos leva a ter muita calma, solidariedade e proximidade no relacionamento, até porque a maioria das pessoas tem idade acima dos sessenta anos. São pessoas humildes, que chegam a caminhar dezenas de quilômetros para chegar até aqui e que começam a depositar em nós uma confiança extrema porque interagimos com elas de forma amistosa, solidária, profissional e transparente, caminhando com elas ao seu lado até atingirmos a cura”, sublinha Elissandra Zanchin, que reflete no seu olhar o sentimento manifestado por todos os profissionais de enfermagem que estão ao serviço da UTF da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos.

A conjugação dos fatores acima descritos, aliada ao fato dos tratamentos serem complemente gratuitos, vão ao encontro da filosofia do Instituto de Física de São Carlos e da própria Universidade de São Paulo, que se traduz em devolver à sociedade – através do trabalho que é feito nos laboratórios do IFSC/USP e a sua interação com diversas empresas parceiras de alta tecnologia – o incansável apoio que a mesma tem dado ao contribuir com parte de seus impostos para o desenvolvimento da ciência e tecnologia.

A próxima matéria, que será publicada em breve, abordará o trabalho que é feito na área de fisioterapia, onde as ações sociais são igualmente uma referência junto dos pacientes.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

2 de julho de 2018

No IFSC/USP: Novo tratamento para doentes com Fibromialgia

Os tratamentos da Fibromialgia, que desde há cerca de oito meses se iniciaram gratuitamente, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) – em unidade específica que presta outros atendimentos para pesquisa, como osteoartrose -, graças a uma feliz parceria entre essa instituição e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através de seu Grupo de Óptica, acabam de ganhar mais um avanço científico com a introdução de um novo protocolo que está já em execução na Unidade de Terapia Fotodinâmica da SCMSC.

Recordamos que a fibromialgia é uma doença crônica, de foro psicológico, com maior prevalência em mulheres, associada à incapacidade funcional e dores crônicas, sendo que até há bem pouco tempo os tratamentos mais comuns incluíam medicamentos, exercícios físicos, reeducação nutricional e ajuda psicológica.

Daniel Franco, Antonio de Aquino Junior e Juliana Amaral

Atendendo ao fato de que a fisioterapia comumente usa recursos, como ultrassom terapêutico e terapia a laser, terapias essas que já demonstraram ter um grande potencial para diminuir a dor e a capacidade funcional dos pacientes com fibromialgia, uma equipe de pesquisadores do Grupo de Óptica do CEPOF-IFSC/USP, constituída pelos fisioterapeutas Juliana Amaral e Daniel Marques Franco, e os pesquisadores Antonio de Aquino Junior e Vanderlei Salvador Bagnato, descobriram um novo método bem mais eficaz no combate às dores e incapacidades provocadas pela doença.

“O tratamento inicial compreendia a aplicação de ultrassom e laser conjugados no ponto sensível, localizado no músculo trapézio (perto do ombro), um dos diversos locais apresentados pela doença– por vezes insuportável -, cujos resultados foram extremamente positivos. Contudo, essa aplicação não conseguia,

Fisioterapeuta Juliana Amaral

por vezes, atingir as principais inervações afetadas, comprometendo assim a eficácia de se atingirem os 100% no restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes e, claro, na eliminação da dor”, salienta Juliana Amaral.

No início deste ano, em um artigo científico publicado no Journal of Novel Physiotherapies, este grupo de pesquisa lançou um novo protocolo para o tratamento da fibromialgia, utilizando o mesmo método, mas desta vez nas palmas das mãos, local onde a fibromialgia traz ao paciente a característica da existência excessiva de neuroreceptores ao

redor de capilares sanguíneos, o que, por si só, facilita as aplicações de laser e de ultrassom, tornando-as bastante eficazes.

Esse artigo relata o caso de uma mulher com 61 anos de idade, com diagnóstico de fibromialgia, queixando-se com muitas dores e diminuição da capacidade funcional. “Ao ter sido submetida ao novo tratamento nas palmas das mãos durante dez sessões (2 vezes por semana), nossa equipe observou uma quase total redução da dor e um aumento de 335% de suas capacidades físicas, possibilitando ao paciente retornar às atividades diárias. Esse método – um estudo de caso – mostra a eficácia deste novo tratamento, consubstanciado em uma nova proposta de tecnologia e metodologia, utilizando equipamentos que permitem a sobreposição do campo, bem como a aplicação nas palmas das mãos, trazendo para o paciente, mais uma vez, a qualidade de vida tão desejada”, sublinha a fisioterapeuta.

Novo equipamento estará comercialmente disponível a partir de março de 2019

Em um novo artigo científico publicado em junho deste ano, igualmente no Journal of Novel Physiotherapies, intitulado Podem as mão prover um novo tratamento para a fibromialgia? Um estudo piloto, a mesma equipe de pesquisa, desta vez reforçada com as participações de Heloisa Ciol (IFSC/USP) e Anderson Luis Zanchin (MM Optics), relatou as diferenças encontradas entre este novo tratamento e o primeiro (cuja aplicação combinada incidia apenas sobre o trapézio), tendo chegado à conclusão que o novo protocolo se apresenta como o mais eficiente para o restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes acometidos com fibromialgia e para a redução quase integral dos estados de dor.

O equipamento, especialmente concebido e desenvolvido pelo Grupo de Óptica do CEPOF-IFSC/USP para tratar artrites, artroses, fibromialgia e outras doenças inflamatórias, estará disponível no mercado a partir de março de 2019, sob responsabilidade da empresa são-carlense “MM Optics”

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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