IFSC e Sociedade

23 de abril de 2024

Pesquisa visa tratamento de lesões neurológicas periféricas – IFSC/USP desenvolve novos protocolos com base em tecnologia inovadora

 

Drª Ana Carolina Canelada

 

Uma nova pesquisa realizada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) levou ao desenvolvimento de um novo equipamento cuja tecnologia utilizada – inovadora –  poderá permitir a introdução de novos protocolos para o tratamento de lesões neurológicas periféricas, que normalmente acontecem nas regiões cervical, torácica e lombar.

Contudo, este estudo desenvolvido pela fisioterapeuta e pesquisadora do IFSC/USP, Drª Ana Carolina Canelada, está indicado para o tratamento de dois tipos de lesão, em suas fases iniciais, que apresentam processos dolorosos e com incômodos diários aos pacientes –  a axonotmesis e a neuropraxia.

Para entender melhor

O corpo humano é composto por um emaranhado de “ligações” – nervos – que conectam e transmitem mensagens entre o cérebro e as diferentes partes do corpo e que podem sofrer lesões, como as dos nervos periféricos, que, tais como os restantes nervos, têm suas características próprias no sistema nervoso central. Uma lesão nervosa possui suas próprias características e impactos específicos no sistema nervoso, que pode variar em gravidade e tipo, desde danos temporários até lesões mais sérias e permanentes. Desta forma e dentre as lesões dos nervos periféricos, a neuropraxia e a axonotmesis são aquelas que se consideram menos graves e cujos tratamentos podem ser eficazes quando aplicados em tempo oportuno, ou seja, quanto mais cedo melhor.

A neuropraxia é uma lesão leve e temporária do nervo periférico, onde ocorre uma interrupção temporária na transmissão dos sinais nervosos, não existe um dano estrutural permanente no nervo, mas apenas uma interrupção temporária na função nervosa. Sinais mais comuns: dormência, formigamento, fraqueza muscular. Quanto à axonotmesis, ela é uma lesão nervosa periférica mais grave do que a neuropraxia, sendo que nesse caso ocorre uma interrupção na continuidade dos axônios (por isso o seu nome), que são as estruturas responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Em resumo, os axônios são como fios dentro dos nervos que carregam sinais elétricos do cérebro para outras partes do corpo. A bainha de mielina atua como um isolante ao redor desses axônios, acelerando a transmissão dos impulsos nervosos. As causas da axonotmesis podem ser por lesões mais graves, como estiramentos intensos nos nervos, compressão prolongada na região, ou até mesmo por lesões traumáticas com facas, acidentes graves ou impactos diretos nos nervos. Sintomas: dormência, formigamento, fraqueza muscular e perda parcial da função nervosa na área afetada.

(Créditos: “Neurocoluna Dor”)

Outra lesão neurológica periférica, mas que não está inserida nesta pesquisa, é a neurotmesis, onde os nervos não têm a capacidade de se curar por conta própria. Essa interrupção pode ser resultado de lesões traumáticas severas, como cortes profundos, lacerações, esmagamentos ou lesões por armas de fogo. Sintomas: perda total da sensação, paralisia muscular e perda de controle sobre a área afetada.

O estudo e a pesquisa

Dr. Antonio de Aquino Junior

“Ao contrário do que acontece com a neurotmesis, a neuropraxia e a axonotmesis são lesões que, ao serem tratadas, conseguimos, através da fisioterapia, ver resultados positivos, principalmente uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes através da redução da dor e desinflamação, bem como um aumento da amplitude de movimentos e o aumento da força muscular, com recuperação da massa muscular.  Com este novo equipamento que está sendo desenvolvido e testado pelo IFSC/USP e que é ainda um protótipo, ele auxilia na promoção de uma ação conjugada de estímulos elétricos e laser num tempo relativamente curto,  e os resultados que observamos são realmente muito bons. Na fisioterapia, usamos o tratamento convencional, através da estimulação elétrica, que é para a dor, e o ultrassom, que é para desinflamação. Quando o paciente sente uma melhora na dor, o fisioterapeuta inicia a atividade física, algo que demora cerca de três a quatro meses, por vezes mais… É bem demorado”, pontua a pesquisadora.

O pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio de Aquino Junior, que coordena este novo programa, salienta que é a primeira vez que o IFSC/USP utiliza estimulação elétrica e laser no mesmo equipamento neste novo modelo, “O diferencial de tentativas anteriores é a disposição desses dois segmentos de tratamento, o que nos testes realizados até o momento tem dado resultados muito interessantes, diminuindo em muito o tempo de recuperação do paciente, chegando a ser de três a quatro sessões para o paciente ter uma alta completa, o que equivale a cerca de um mês e meio”.

Este novo tratamento já está em curso, em sua fase experimental desde o dia 02 deste mês de abril, atendendo cerca de sessenta pacientes da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos já diagnosticados com as citadas lesões e com o atendimento a ser realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica, sendo que, consoante os resultados obtidos, o novo equipamento – já patenteado – passará para a fase seguinte, colocando o projeto à disposição dos profissionais de saúde.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de abril de 2024

IFSC/USP implementa “Programa Vem Saber” na cidade de Descalvado – Uma parceria que envolve vários atores

Alunos e professores marcaram presença

Foi lançada oficialmente no último dia 04 deste mês, no Auditório da Biblioteca Comunitária de Descalvado (SP), a implantação do “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado”, constituindo uma nova fase de um projeto da Universidade de São Paulo, através do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), criado e coordenado pelo docente e pesquisador do mesmo Instituto, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes. Iniciado há cerca de vinte quatro anos e tendo adotado várias denominações ao longo dos anos, o atual “Vem Saber” consolidou-se no IFSC/USP como um projeto cuja ideia principal é convidar os jovens alunos do ensino médio das escolas do Estado de São Paulo a visitarem o Campus USP de São Carlos, no sentido de os motivar a continuarem seus estudos para darem o passo fundamental de suas vidas rumo ao ensino superior, objetivos esses que se inserem em um processo de transformação social através da educação (VEJA AQUI). Neste sentido e de grosso modo, este projeto do “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado” entra em uma nova etapa, com a Universidade de São Paulo a ir ao encontro da sociedade, das escolas, fora dos seus próprios muros.

Este programa tem a particularidade de contar com uma parceria forte constituída pela Prefeitura Municipal de Descalvado, por intermédio da Secretaria de Educação e Cultura, a Escola Estadual José Ferreira da Silva, a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos e os agentes econômicos locais, esperando-se que, todos juntos, contribuam para o processo de formação dos jovens alunos do ensino médio da cidade.

Prof. Antonio Carlos Hernandes explica o “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado”

Na apresentação do “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado”, que terá a duração de três anos, o Prof. Antonio Carlos Hernandes recordou o trabalho que foi feito ao longo dos anos até chegar a este ponto e os momentos em que, acompanhado pelo Educador Prof. Herbert João Alexandre, visitou a EE José Ferreira da Silva pela primeira vez. “Fomos recebidos muito bem, tanto pelos alunos quanto pelos professores, e nessa visita a tive a oportunidade de conhecer este espaço onde ocorre esta cerimônia de apresentação  – a Biblioteca Comunitária de Descalvado -, que faz parte integrante da escola e que de algum modo estava subaproveitada. Graças à parceria que entretanto foi firmada, conseguiu-se revitalizar o espaço, recuperar este auditório onde estamos e cuja inauguração da revitalização ocorrerá daqui a pouco, tornando todo o conjunto em uma espécie de “sede” do “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado”, onde os destaques serão ações direcionadas às áreas de ciência e tecnologia, e consequentemente, disponibilizar um espaço não só dedicado à escola, como também aberto a toda a comunidade desta cidade”, pontuou o Prof. Hernandes.

Após a apresentação do programa, o Diretor do IFSC/USP, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior usou da palavra, tendo sublinhado que a educação é o maior desafio que existe no país, que ainda possui chagas abertas, principalmente devidas a uma herança escravagista e à desigualdade social. “Sem uma educação de qualidade não é possível fazer uma transformação social e essa é uma responsabilidade de todos nós, da sociedade – governantes, empresários, profissionais da educação. O Prof. Antonio Carlos Hernandes escolheu como um de seus projetos de vida fazer divulgação científica, levar a Universidade para fora de suas portas. Com este projeto em particular, ganhamos sinergias para termos capacidade de fazermos mais e melhor em prol da educação, em prol dos mais jovens”, pontuou.

Segundo o Diretor do IFSC/USP, a principal missão da Universidade é formar recursos humanos altamente qualificados, a geração e a difusão do conhecimento pela sociedade. “Esta iniciativa criada e coordenada pelo Prof. Antonio Carlos Hernandes constitui uma das mais eficientes no Estado de São Paulo e é uma honra o IFSC/USP poder estar vinculada a ela em prol da educação dos jovens, e neste caso aos da cidade de Descalvado.

Auditório da Biblioteca Comunitária – completamente revitalizado – foi o local escolhido para a apresentação do “Programa Vem Saber – Módulo Descalvado”

Outro destaque foi o uso da palavra do Prefeito Municipal de Descalvado, Antonio Carlos Reschini, que com alguma emoção salientou. “É gratificante estar participando deste encontro. Quando nós somamos, as coisas caminham e dão certo. Esse projeto que vocês trazem para Descalvado é maravilhoso. Digo para vocês, da USP, que nós somos parceiros, podem contar com o prefeito, com os vereadores. Vamos estar sempre presentes”.

De forma resumida, os vetores desta parceria compreendem:

Estudantes – Desenvolvimento de projetos de Pré-Iniciação Científica / Formação para o Ensino Superior / Projetos de vida;

Professores – Formação continuada em Ciências da Natureza / Projetos de Investigação Científica;

Comunidade – Palestras sobre Ciências, Tecnologia e Inovação / Ações esportivas e culturais / Frequência na Biblioteca Comunitária;

Parceiros – Integração com a USP / Resolução de problemas / Formação Complementar de Recursos Humanos / Formação de professores do ensino fundamental.

Inauguração da revitalização do Auditório da Biblioteca Comunitária – À esquerda: Diretor da EE José Ferreira da Silva, Prof. Waldir Paganotto, Diretor do IFSC/USP, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior – À direita: Dirigente de Ensino da Região de São Carlos, Profª Débora Gonzalez Costa Blanco, Prefeito de Descalvado, Antonio Carlos Reschini, e o coordenador do “Programa Vem Saber”, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes

Estiveram presentes nesta cerimônia, entre outros convidados, o Prefeito Municipal de Descalvado – Antonio Carlos Reschini; Secretário de Educação e Cultura de Descalvado – Marco Antonio Prata; Diretor do IFSC/USP, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior; Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Drª Ana Paula Ulian de Araújo; Presidente da Comissão de Cultura e Extensão do IFSC/USP – Prof. Dr. Guilherme Sipahi; Dirigente de Ensino da Região de São Carlos, Profª Débora Gonzalez Costa Blanco; Diretor da Escola Estadual José Ferreira da Silva, Prof. Waldir Paganotto; Diretor-Geral do Campus da Universidade Brasil – Prof. Dr. Éder Simêncio, Vereadores da Câmara Municipal de Descalvado – Vagner Basto e Dr. Marcelo Figueiredo; Representantes das empresas – SICOOB, USINA IPIRANGA, VANSIL; alunos e professores da Escola Estadual José Ferreira da Silva.

(Colaborou nesta matéria Edmilson Luchesi – EESC/USP)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de abril de 2024

Capsulite adesiva e tendinopatia – Pesquisadores do IFSC/USP desenvolvem tratamento inovador

Uma equipe de pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) desenvolveu recentemente um tratamento inovador para capsulite adesiva e tendinopatia, duas patologias que apresentam um quadro de dor, inflamação e uma limitação da amplitude de movimentos.

Pensando em todo o desconforto e sofrimento por que passam os portadores destas patologias, a equipe de cientistas desenvolveu um equipamento chamado Laser Roller, que realiza compressão, fricção e um deslizamento em toda a extensão muscular, realizadas através de duas esferas que estão acopladas na extremidade do aparelho, conseguindo agora, otimizar os resultados desse tratamento. “Trata-se da conjugação dos tratamentos de liberação miofacial e de fotobiomodulação, que, realizada através deste equipamento, fez com que conseguíssemos aliviar a dor, a inflamação, a reparação do tecido e também a reorganização e a liberação dessa fáscia muscular dos pacientes. Com isso, a expectativa é eles poderem voltar às suas atividades, tendo uma melhora do bem-estar e da qualidade de vida”, afirma a doutoranda e pesquisadora Ana Carolina Canelada, uma das autoras do estudo que foi publicado no “Journal of Novel Physiotherapies”.

Resultados muito positivos

Ana Carolina Canelada

Para conhecerem quais seriam os resultados desta pesquisa, utilizando o referido tratamento, os pesquisadores organizaram um grupo composto por trinta pacientes, dos quais quinze apresentavam capsulite, e outros quinze com tendinopatia. A partir daí, esse grupo foi dividido em subgrupos. Os pesquisadores submeteram os pacientes ao tratamento com a liberação miofacial, ação conjugada da aplicação de laser ao longo de duas sessões por semana, totalizando dez sessões de quinze minutos cada uma. “Após sessenta dias dessa intervenção, comparamos e monitoramos esses pacientes. Neste estudo comparativo com três grupos distintos, sendo um com laser, o outro com liberação miofacial, e o terceiro conjugando as duas ações anteriores onde se obteve um resultado realmente muito bom, com uma melhoria rápida num tempo de tratamento menor do que o habitual. O paciente voltou às suas atividades, com a sua qualidade de vida retomada”, pontua a pesquisadora.

Tratamento rápido e eficaz

A capsulite adesiva é uma inflamação da cápsula articular (localizada no ombro), sendo que o tratamento convencional feito através de fisioterapia é muito longo, demorado. Já no tratamento desenvolvido pela equipe de pesquisadores do IFSC/USP, ele é composto por fases e assim se obtém uma recuperação bem rápida, em menor tempo. Segundo Ana Carolina, uma paciente sua, portadora de inflamação e dor e que passou pelo citado tratamento em Julho de 2023, relatou que a resposta ao tratamento foi muito rápida, tendo retomado as suas atividades diárias sem que a dor tenha voltado.

Contudo, a pesquisadora alerta: “Após o tratamento, a atividade física deverá ser constante, pois a falta de uso do músculo causa a perda de massa muscular e o retorno da capsulite adesiva”.

Mulheres são mais acometidas pela capsulite e tendinopatia

Antonio Eduardo de Aquino Junior

Segundo Ana Carolina, um fato desperta a atenção. “Essas duas patologias predominam mais entre as mulheres: a capsulite aparece em mulheres com idades entre 40 e 60 anos, enquanto a tendinopatia é mais prevalecente em mulheres com idades compreendidas entre 40 e 50 e após os 70 anos. O tendão supraesquinal é o mais acometido. Devido ao avanço da idade, esses tendões começam a ficar um pouco mais debilitados, ocorrendo assim um aumento da degeneração e com isso aparece a inflamação e dor”, sublinha a pesquisadora. 

Laser Roller, a pesquisa e o futuro

Para o pesquisador do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, novos projetos com o Laser Roller serão realizados por conta dos excelentes resultados conseguidos com a sua utilização. “Eu acredito que esse equipamento, por ser já uma ferramenta viável comercialmente, tem que ser mais explorado pelos profissionais por conta dos resultados excelentes que ele tem demonstrado. Nós percebemos que um profissional, quando não é treinado para manusear esse equipamento e não consegue obter o resultado, gera uma frustração. Então, junto à comunidade profissional, eu acredito que sessões contínuas de treinamento para o uso do equipamentos seriam fundamentais para que haja a compreensão da funcionalidade e do manuseio e aí a obtenção da eficácia. Obviamente, os trabalhos não ficam só nas áreas das tendinopatias e capsulite adesiva, já que é um equipamento que trata toda uma gama muscular com uma reabilitação mais rápida. Certamente que novos projetos com a utilização desse equipamento serão realizados, tudo isso com a inovação do IFSC/USP, sob a coordenação do Prof. Vanderlei Bagnato”, conclui o pesquisador.

Clique AQUI para conferir o estudo que foi feito.

Adão Geraldo e Rui Sintra (edição) – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de março de 2024

Programas da USP São Carlos dirigidos aos alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingem números expressivos

 

Sala do Conhecimento

 

“Programa Vem Saber” – “Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades (CUCO)”  e “Cientistas do Amanhã”. Três programas inteiramente dedicados aos jovens alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingiram, em 2023, resultados expressivos segundo o balanço agora divulgado.

Dessa forma, em relação ao “Programa Vem Saber”, que sempre ocorre no “Conjunto Didático” localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, participaram de atividades na “Sala do Conhecimento”, 3.470 alunos provenientes de 103 escolas e localizadas em 75 cidades distintas do Estado de São Paulo, o que constituiu, em termos de abrangência, um recorde.

No que concerne à CUCO-2023, foi atingido o maior número de participantes dentre as sete edições já realizadas, o que também constitui um recorde, sublinhando-se a importante participação de 100% das Diretorias Regionais de Ensino e a participação ativa da direção central do Centro Paula Souza. A CUCO consolidou-se com um processo formativo aos estudantes da rede pública, especialmente aqueles com maior vulnerabilidade social. Foram 117.653 estudantes de 606 cidades, oriundos de 3 mil escolas, que participaram da CUCO em 2023.

Quanto ao projeto “Cientistas do Amanhã”, o programa registrou o ingresso de 5 estudantes na USP em São Carlos e 1 aluna na UFSCar. Do total que participaram na “Sala do Conhecimento” e na “CUCO”, mais de 3.500 jovens ingressaram nos cursos da Universidade de São Paulo.

Para o coordenador dos projetos inseridos no programa “Vem Saber”, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, cujo sucesso das iniciativas está demonstrado nos números expressivos apresentados a cada ano, a grande dificuldade apontada ainda é a falta de recursos financeiros. “Certamente que para ampliar ainda mais estas iniciativas, expandindo o número de propostas em prol da Educação, a contratação de pessoas para que possam nos ajudar é essencial. São necessários mais recursos. Essa é a principal dificuldade, vamos dizer assim,  que tivemos, associada a todos os projetos que  acontecem aqui no programa “Vem Saber””.

Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes

Com a 8ª edição da CUCO 2024 a seguir o mesmo cronograma das edições anteriores, com as inscrições se iniciando no próximo mês de maio e a prova acontecendo em agosto, a equipe liderada pelo Prof. Antonio Carlos Hernandes já iniciou o processo para efetivar os convênios no sentido de se apurar quais prêmios serão entregues a professores e alunos. Quantos às restantes iniciativas, todas elas se iniciam no dia 04 deste mês de março.

Por outro lado, algumas atividades adicionais do programa irão ser instituídas neste ano. “Dentre as  atividades adicionais do programa, iremos desenvolver um projeto, uma vez por mês, às quintas-feiras, no Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo de São Carlos, na Área-1 do campus da USP de São Carlos, do qual a Profª Yvonne Mascarenhas é vice-coordenadora, e que é um Ciclo de Conferências em Ciência e Educação. Essas atividades iniciam-se no dia 14 de março, e todas as quintas-feiras – com exceção das férias de julho – teremos uma conferência voltada para os professores da rede estadual e a comunidade”, pontua o Prof. Antonio Carlos Hernandes.

As novidades não param por aí, já que programa “Vem Saber” também irá iniciar uma outra atividade, na cidade de Descalvado (SP), que será anunciada em breve.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de dezembro de 2023

IFSC/USP lança livro “Compreensão e tratamento – Fibromialgia”

Da autoria dos pesquisadores Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) lançou no início deste mês de dezembro o livro intitulado “Compreensão e tratamento – Fibromialgia”, uma publicação que resulta do trabalho realizado pelos pesquisadores desse Instituto, ao longo dos últimos sete anos, para a criação e desenvolvimento de novas tecnologias com metodologias de tratamentos para doenças crônicas: uma dessas doenças é a fibromialgia, que foi o grande foco das pesquisas realizadas e onde foram atendidas milhares de pessoas de todo o país, através de uma grande parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC).

“Todos esses estudos, essas pesquisas, resultaram para os pesquisadores em um conhecimento muito grande. É bastante importante para a sociedade, para os pacientes e para os profissionais da área da saúde terem cada vez mais informações concretas sobre essa doença”, pontua o Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior.

A publicação (em versão online) contou com a colaboração de inúmeros pesquisadores, possibilitando a difusão do conhecimento e informações importantes sobre a doença, sendo que para os autores se espera, cada vez mais, que os estudos progridam com sucesso em prol da evolução do conhecimento, tendo como meta o bem estar da sociedade.

Para conferir este livro, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de dezembro de 2023

“Amamentar sem dor” – eBook do IFSC/USP orienta lactantes para o processo de amamentação

(Créditos – “Dano”)

Na continuação do projeto de pesquisa-piloto iniciado pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) para tratamento de fissuras mamárias – um problema recorrente derivado de condutas erradas no período de amamentação -, o projeto passou agora para uma nova fase com a criação e publicação de um eBook que, em formato de guia, apresenta orientações para auxiliar as lactantes.

Apresentando mitos e verdades sobre o processo de amamentação, bem como indicações de como se processam a denominada “pega” correta e o posicionamento do bebé na hora de mamar, entre outros fatores, este guia, mais do que informar, conduz as lactantes a métodos que evitam as dores da amamentação, prevenindo as fissuras (feridas) mamárias e contribuindo para a saúde dos recém-nascidos.

Neste momento, o projeto está sendo desenvolvido na maternidade da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) pela pesquisadora-fisioterapeuta Drª Sabrina Peviani*.

Sobre este guia, a pesquisadora sublinha que “Além de tudo, ele é uma forma de combater uma cultura instalada de que a dor faz parte da amamentação e que as físsuras mamárias são uma consequência natural do pós-parto. Nesta publicação desmistificamos muitas coisas, separamos o que é a verdade e o que é o mito e alertamos para que procedimentos incorretos no momento da amamentação podem trazer problemas não só para os bebés, como também para as lactantes, até porque muitas mulheres perdem o bico da mama por não serem devidamente orientadas”.

Este guia está sendo distribuído na maternidade da SCMSC, prevendo-se em breve ações similares em outras unidades de saúde.

O guia, em formato de eBook, poderá ser consultado no portal do IFSC/USP (AQUI)

*Sabrina Peviani (44) é Fisioterapeuta, formada na UFSCar em 2003, com Doutorado e Pós-Doutorado na mesma Universidade. Atua na área de Fisioterapia de Saúde da Mulher, sendo autora deste projeto-piloto de Pós-Graduação no IFSC/USP.

 Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) completa oito anos de sua criação – Inovações tecnológicas do IFSC/USP já beneficiaram cerca de cinco mil pacientes de todo o país

Tratamento para recuperação de olfato e paladar (sequelas pós-Covid)

A Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), fruto de uma feliz parceria entre essa entidade e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está comemorando oito anos de sua criação, com uma atividade intensa dedicada à saúde e à qualidade de vida da sociedade.

As largas dezenas de pesquisadores que passaram por essa Unidade ao longo destes anos – pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica – contribuíram em larga escala para a formação de novos profissionais que viriam auxiliar no desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias à base de laser e protocolos para tratamento de pacientes com os mais variados quadros clínicos – câncer de pele, onicomicose (micose da unha), úlceras venosas diabéticas e arteriais, fibromialgia, artrose e sequelas de Covid, entre outros. É um vasto trabalho desenvolvido e executado no IFSC/USP, que culminou com a introdução de novas metodologias dedicadas aos mais diversos tratamentos e o lançamento de vários equipamentos que foram absorvidos pela indústria nacional e que hoje se encontram ao dispor de todos, tudo isso tendo como foco a sociedade.

Pesquisador Antonio Eduardo de Aquino Junior

Para o Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, coordenador da UTF, essa Unidade está se renovando a cada dia, sendo que, nos últimos anos, foram adicionados protocolos para a realização de novos tratamentos para doenças, como, por exemplo, tendinite, burcite, capsulite adesiva, sequelas pós-covid e, ainda estudos sobre o sono. A área de odontologia, coordenada pelo pesquisador e pós-doutorando do IFSC/USP, Dr. Vitor Hugo Panhóca, também tem estado em destaque, com o desenvolvimento de vários projetos de tratamentos relacionados, entre outros, com a recuperação de olfato e paladar (sequelas da Covid), mucosite, paralisia facial e, mais recentemente, minimizando as consequências da Doença de Parkinson, com resultados muito expressivos. Uma das mais recentes pesquisas na UTF, atualmente em curso, diz respeito às substanciais alterações tecnológicas que foram feitas visando potencializar a utilização do laser em processos de cicatrização, estando neste momento ocorrendo a fase experimental de tratamentos em fissuras mamárias, um projeto liderado pela pesquisadora Drª Sabrina Peviani, fisioterapeuta e especialista em saúde da mulher, em estreita colaboração com a médica pediatra Dra. Renata Bagnato, cuja missão é acompanhar de perto os processos. “De fato, estamos testando um novo dispositivo tecnológico diferenciado, à base de laser, cujo objetivo é facilitar o processo de cicatrização das fissuras mamárias, já que elas provocam bastantes dores nas lactantes, criando impactos negativos na amamentação. É uma visão diferenciada por parte do cientista do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, responsável por todas as pesquisas desenvolvidas na UTF”, pontua Antonio de Aquino Junior.

Com cerca de cinco mil atendimentos registrados ao longo destes oito anos, a UTF continua seu caminho na busca por inovações tecnológicas desenvolvidas no IFSC/USP, devidamente aprovadas e posteriormente disseminadas entre os profissionais de saúde, beneficiando, assim, todos quantos necessitam de atendimento e tratamentos para as mais diversas doenças.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de setembro de 2023

Pesquisa-piloto para tratamento de fissuras mamárias – IFSC/USP faz chamada de pacientes

(Créditos – Sanosan)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no mesmo Instituto, iniciam hoje (18/09) uma nova pesquisa-piloto para tratamento de fissuras mamárias, um projeto que irá durar trinta dias com chamada de dez pacientes lactantes voluntárias, com idades iguais ou superiores a 18 anos.

O novo tratamento, com supervisão do Comité de Ética, é feito através de aplicação de laser nas fissuras mamárias, sendo que este projeto também abrirá um espaço para difundir orientações para futuras mães, tendo em vista prevenir o aparecimento de fissuras nos seios, resultado de diversos fatores como o posicionamento da mãe e do bebê na hora da amamentação.

A pesquisadora fisioterapeuta, Drª Sabrina Peviani*, será a responsável por este projeto, lembrando que essas fissuras geralmente ocorrem mais no início da amamentação e também através de um conjunto de fatores que levam a esse quadro. “Faremos uso de dois instrumentos importantes: o primeiro, passar as orientações às lactantes e o segundo, o tratamento com laser. Para o tratamento das fissuras, com o uso da nossa tecnologia, calculamos a realização de entre três e seis sessões em cada paciente e em dias alternados. Conforme forem sendo obtidos os resultados desta primeira fase do projeto, iremos ainda este ano fazer uma chamada de cem lactantes que tenham fissuras mamárias para consolidar a pesquisa e com ela publicar um artigo científico, sendo que já sabemos que o laser é uma indicação para esse tratamento”, pontua a pesquisadora, acrescentando que nesta chamada de dez lactantes, apenas não poderão se inscrever pacientes que tenham algum processo infeccioso, como, por exemplo, candidíase e histórico oncológico ativo. “Ainda, acreditamos que o uso da tecnologia e da metodologia proposta, seja um divisor de águas na qualidade de amamentação do bebê e sem dores para as mamães”, acrescenta a pesquisadora.

Sabrina Peviani

Os pesquisadores vêem benefícios muito grandes neste tratamento rápido, não-invasivo e indolor, atendendo a que a amamentação não é um processo fácil. Sabrina Peviani espera que com esse seu projeto possa auxiliar essas lactentes, principalmente minimizando as dores causadas pelas fissuras mamárias, que são o primeiro passo para o desmame precoce, podendo esse quadro levar a infecções mais complexas.

Com uma nova metodologia na aplicação do laser, este tratamento insere-se numa evolução dos equipamentos e protocolos desenvolvidos no IFSC/USP, em prol da sociedade, e que tem trazido vários benefícios aos mais diversos tipos de pacientes – tratando dores, doenças crônicas, etc.. Agora, com este tratamento, chegou a vez de se procurar uma melhora da qualidade de vida para as lactantes e para os bebês já no início de suas vidas. O projeto ocorre sob orientação do Prof. Vanderlei Bagnato e com a colaboração do Dr. Aquino Aquino, coordenador da Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa, uma unidade clínica do IFSC/USP.

As lactantes interessadas em participar deste projeto-piloto deverão se inscrever, a partir do dia 18/09, na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC).

Contato – (16) 3509-1351

Secretária – Mônica

*Sabrina Peviani (44) é Fisioterapeuta, formada na UFSCar em 2003, com Doutorado e Pós-Doutorado na mesma Universidade. Atua na área de Fisioterapia de Saúde da Mulher, sendo autora deste projeto-piloto de Pós-Graduação no IFSC/USP.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2023

Patologias incomuns são agora um novo foco para estudos – pesquisas iniciais remetem para um novo tratamento

(Créditos: Homage)

Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), que desenvolvem seus trabalhos em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), na denominada Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), têm-se deparado várias vezes, ao longo do tempo, com pacientes procurando tratamento para patologias que não são muito vulgares. Habituados a tratar pacientes com tendinites, artrite reumatoide, ou mesmo artroses, os fisioterapeutas da UTF foram recentemente confrontados com um paciente apresentando artrite gotosa (hiperuricemia), uma doença inflamatória provocada pelo aumento da taxa  de ácido úrico no sangue causada pela deposição de cristais nas articulações e com tendências para um desgaste prematuro.

A pesquisadora do IFSC/USP e fisioterapeuta, Drª Ana Carolina Negraes Canelada, salienta os efeitos dessa doença, que apresenta um aumento significativo de dores e uma acentuada diminuição dos movimentos. “A hiperuricemia é derivada de uma má alimentação caracterizada por refeições ricas em carne, sal, açúcar e também pelo excesso de consumo de álcool”. Recentemente, os pesquisadores da UTF atenderam um paciente sofrendo com inúmeras crises intensas ao longo de um mês inteiro, tendo sido diagnosticado com  artrite gotosa (gota), tendo sido submetido ao tratamento com o uso de laser e ultrassom, obviamente sem interromper a medicação que se encontrava prescrita pelos médicos. “Realizei esse tratamento durante vinte sessões e o que mais me chamou a atenção durante esses dois meses e meio que durou o procedimento, foi que esse paciente não teve uma única crise durante esse período, retomando o seu cotidiano, mas dessa vez recuperando a sua qualidade de vida”, comemora a pesquisadora.

Ana Carolina Negraes Canelada

Por outro lado, na UTF estão sendo atendidos, atualmente, dois pacientes com a denominada “dor neuropática”, classificada igualmente no quadro de patologias incomuns. Essa dor deriva de uma lesão, de uma disfunção do sistema nervoso periférico e do sistema nervoso central. “Essa é uma dor diferente das outras mais comuns, agudas, já que ela se assemelha a agulhadas e queimações semelhantes  a choques elétricos. Essas dores são  instantâneas e não são prolongadas. Há um tempo atrás, atendi – e ainda estou atendendo – uma paciente com neuralgia  pós-herpética e também com neuralgia no nervo trigêmeo. Quanto à neuralgia  do trigêmeo, ela se dá na região crânio facial e surge devido a vários  fatores: uma compressão de vasos periféricos, lesões tumorais, podendo aparecer também através de uma reativação do vírus varicela zoster, que é a catapora. E a incidência normal dessa patologia gira em torno de 4,5 a cada cem mil indivíduos, principalmente mulheres com idades compreendidas entre os 60 e os 70 anos”, pontua Ana Carolina.

De fato, essa paciente tratada por Ana Carolina chegou até à UTF com dores na região da mandíbula, sensação de choques elétricos, pontadas, agulhadas, tendo informado os pesquisadores de que vinha sofrendo dessa condição há muito tempo, tendo, entretanto, testado vários tratamentos – sem sucesso -, mantendo a administração de analgésicos muito fortes, contudo, com pouco efeito na dor neuropática. “Quando a paciente chegou para fazer o tratamento, ela alegou que morria de medo de mastigar, de realizar o movimento da mastigação. Então, ela triturava antecipadamente os alimentos e tomava sopa e outros líquidos para não ter que realizar a mastigação. Ao final da quinta sessão, na visita seguinte, a paciente comentou com um sorriso: “Eu estou tão feliz! Participei de um churrasco, comi carne, mastiguei carne e estou tomando menos um comprimido do lote que tomava antes do tratamento”. Ainda não terminamos o processo com  ela, já que ainda está em tratamento. De zero a dez – sendo que o zero significa ausência total de dor -, segundo a própria avaliação da paciente, ela classificou o seu estado atual em 3”, conclui a pesquisadora.

O Dr. Antonio Eduardo Aquino Junior, coordenador dos tratamentos que se realizam na UTF, destaca a importância de futuramente se abrir uma nova fronteira para tratamentos de patologias incomuns. “Ao identificar esses casos raros, incomuns, cujas primeiras abordagens já nos deram uma orientação muito positiva,  nossa proposta é que, após a submissão dos artigos científicos relativos a esses estudos, podemos avançar em mais experimentos e pesquisas para, junto com novos pacientes, conseguirmos consolidar esse novo tratamento”.

Rui Sintra -Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2023

Pesquisa do IFSC/USP aponta caminho para tratamento associativo na melhoraria da qualidade do sono – Aplicação conjugada de laser e ultrassom

(Créditos: Medical University of Vienna)

A partir de resultados obtidos no tratamento das consequências da fibromialgia, desenvolvido no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e no Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP alocado no mesmo Instituto, surge agora a possibilidade de se desenvolver  um tratamento específico para melhorar a qualidade do sono de quem sofre com esse incômodo que compromete a saúde e a qualidade de vida.

Vanessa Garcia

Os fisioterapeutas Vanessa Garcia (42) e Tiago Zuccolotto (23) são os pesquisadores-colaboradores do IFSC/USP que começaram a estudar e a testar este novo tratamento com base em Terapia Fotossônica, através da aplicação conjugada de laser e ultrassom. “Através dos tratamentos realizados em doentes fibromiálgicos começamos a perceber que uma de suas queixas era sobre a má qualidade do sono. Pelos relatos dos pacientes, soubemos que a maioria deles não conseguia ter uma boa noite de sono, o que, nesse caso, ia gerando mais estresse, alteração de humor e com um aumento das dores. Conforme íamos aplicando o tratamento, o primeiro testemunho dos pacientes foi na melhora da qualidade do sono, algo que também conseguimos verificar quando estivemos no projeto de tratamentos em pacientes Pós-COVID. Ou seja, o que conseguimos observar foi que o uso conjugado de laser e ultrassom consegue restabelecer a qualidade do sono, e foi aí que abrimos esta nova linha de pesquisa essencialmente dedicada a quem sofre com esse distúrbio”, pontua Vanessa Garcia.

Tiago Zuccolotto comemora o fato de estar entrando em um novo desafio, abrindo uma nova porta para um tratamento que poderá, em um futuro próximo, beneficiar muita gente. “Tem muitas pessoas que fazem uso de medicamentos fortes para induzir o sono. Nossa intenção é avançar nesta pesquisa e desenvolver um novo tratamento indolor que possa melhorar a ação dos medicamentos, agindo como uma terapia associativa, restabelecendo a qualidade de vida das pessoas que sofrem com esse distúrbio”, sublinha Tiago.

Tiago Zuccolotto

Este projeto de pesquisa, que se iniciou em janeiro de 2022, já envolveu dezoito pacientes não fibromiálgicos, ou seja, apenas com distúrbios de sono – mulheres com idades acima dos trinta anos – em um teste inicial de dez sessões ao longo de vinte dias. Contudo, a pergunta é inevitável – só mulheres, porquê? “Para este início de pesquisa escolhemos mulheres com idades iguais ou situadas um pouco acima dos trinta anos, já que acima dos quarenta ou quarenta e cinco anos elas já entram na situação de menopausa, que provoca uma alteração hormonal que acaba também afetando tanto a parte emocional, quanto o sono, podendo desencadear crises de ansiedade e estado de depressão.

Assim, nos concentramos em pacientes mulheres com idades iguais ou acima dos trinta anos, nesta primeira fase do projeto”, conclui Tiago.

Os dados obtidos até o momento e que foram utilizados no trabalho de conclusão de curso dos pesquisadores acima identificados, alunos de fisioterapia da UNICEP, despontam como uma opção interessante para que a Terapia Fotossônica seja associada ao tratamento medicamentoso que é amplamente recomendado. O trabalho foi recentemente encaminhado a uma revista científica internacional para ser apreciado. Após a publicação do manuscrito, a técnica de tratamento será disponibilizada para profissionais interessados que queiram beneficiar seus pacientes, aponta o Dr. Antonio E. de Aquino Junior, coordenador do estudo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de agosto de 2023

Composto combate bactérias resistentes em menos de uma hora

(Créditos – Agência FAPESP)

A eficácia dos antibióticos é um problema que alarma a comunidade médica e científica, não sendo raro encontrar bactérias resistentes a três tipos diferentes de medicamentos (chamadas multidroga resistentes, ou MDR), ou até mesmo a todos os tratamentos disponíveis na atualidade (pandroga resistentes, PDR). Elas estão associadas a infecções perigosas e são listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como patógenos prioritários para a busca de novos fármacos, com a máxima urgência.

Estudo publicado em edição especial da revista Antibiotics destaca um composto com atividade antibacteriana que apresentou resultados promissores nos testes in vitro, dentro da primeira hora de ação. A pesquisa, financiada pela FAPESP, foi liderada por Ilana Camargo e conduzida durante o doutorado de Gabriela Righetto no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo) do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

“Trata-se de um novo peptídeo, denominado Pln149-PEP20, que possui arcabouço molecular planejado para melhorar a atividade antimicrobiana, com baixa toxicidade. Os resultados podem ser considerados promissores à medida que foram usadas nos testes bactérias patogênicas associadas a infecções multirresistentes em todo o mundo”, explica Adriano Andricopulo, um dos cientistas que assinam a publicação.

A busca por novos fármacos antibacterianos, apesar de extremamente necessária, tem sido pouco observada pela indústria farmacêutica, principalmente por causa das dificuldades de pesquisa, com longo período e alto custo para obter um composto ativo viável para ser colocado no mercado. O Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) tem entre seus objetivos encontrar moléculas que possam combater essas bactérias multidroga resistentes.

Camargo e Andricopulo são pesquisadores do CIBFar, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, assim como outros dois pesquisadores que assinam o trabalho e que se dedicam a estudar compostos bactericidas promissores, Leila Beltramini e José Luiz Lopes. Há mais de uma década o grupo formado pela colaboração entre Beltramini e Lopes analisa a Plantaricina 149 e seus análogos. Um dos primeiros trabalhos da equipe, em 2007, mostrou que o peptídeo é capaz de inibir bactérias patogênicas como Listeria sp. e Staphylococcus sp.. A partir daí, passaram a estudar análogos sintéticos [moléculas com pequenas diferenças estruturais] que tivessem atividade bactericida melhor que a do peptídeo original, ou seja, causando maior dano à membrana dos microrganismos que devem combater.

Bactérias do gênero Lactobacillus plantarum são amplamente distribuídas na natureza e produzem substâncias chamadas plantaricinas, que combatem outras bactérias. São frequentemente usadas na fermentação de vegetais, produtos derivados de carne, leite e embutidos. No caso da Plantaricina 149, o primeiro relato da ação bactericida foi feito em 1994, por pesquisadores japoneses e, desde essa época, há interesse em obter derivados sintéticos mais eficientes.

Righetto, com apoio de bolsa da FAPESP, sintetizou 20 análogos derivados da Plantarina 149 até encontrar a nova substância, que mostrou os melhores resultados até o momento e, ainda, é 50% menor do que o peptídeo original. “Os principais pontos da pesquisa constituem tanto no desenvolvimento da molécula menor, mais ativa e menos tóxica, quanto caracterizar sua ação e sua propensão no desenvolvimento de resistência. A molécula se mostrou muito promissora in vitro, sendo ativa contra bactérias de linhagens multidroga resistentes e extensivamente resistentes”, ressalta Camargo, orientadora do trabalho.

O LEMiMo, onde os estudos foram feitos, é um laboratório com experiência em caracterização de isolados bacterianos envolvidos em surtos em hospitais e, por isso, conta com uma coleção de bactérias selecionadas para esses testes em busca de novos compostos ativos. Esses microrganismos possuem os perfis de resistência mais preocupantes da atualidade, foram isolados durante surtos em hospitais e são conhecidos pelo acrônimo “ESKAPE” na comunidade científica.

Agora, novos estudos podem ser feitos tanto para investigar mais a fundo o mecanismo de ação da molécula quanto para buscar formulações e se aproximar de uma possível aplicação. “Em termos de mecanismo de ação, ainda é possível usar a morfologia celular bacteriana para identificar vias celulares afetadas pelo peptídeo. Quanto à otimização, é possível tanto funcionalizar a molécula, ligando-a com macroestruturas, quanto modificar novamente a sequência de aminoácidos”, diz Righetto. Há também a necessidade de investigações sobre a citotoxicidade e determinação do índice de seletividade, que indica se uma molécula afeta ou não as células saudáveis.

“Vivemos tempos de grandes ameaças à saúde pública mundial por causa da escassez de antimicrobianos para tratar infecções causadas por bactérias extremamente resistentes. Os peptídeos antimicrobianos são alvos de grande interesse para o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos. Esta nova molécula tem potencial para ser usada como uma inovadora terapia antimicrobiana, mas novas modificações e otimizações moleculares ainda precisam ser investigadas”, ressalta Andricopulo.

A investigação também envolveu o Infectious Disease Institute da Harvard Medical School, em Boston (Estados Unidos), por meio dos pesquisadores Paulo José Martins Bispo e Camille André.

O artigo Antimicrobial Activity of an Fmoc-Plantaricin 149 Derivative Peptide against Multidrug-Resistant Bacteria pode ser lido em: www.mdpi.com/2079-6382/12/2/391

(Por: Ricardo Muniz / Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de agosto de 2023

Microbiota residencial: Projeto de pesquisa busca bactérias resistentes a antibióticos

Um projeto em curso no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo), vinculado ao IFSC-USP, está buscando voluntários para participarem numa pesquisa destinada a encontrar bactérias resistentes a antibióticos na comunidade.

Para que se possa entender melhor esta pesquisa, os cães que vivem em residências contribuem diretamente para a microbiota da casa – que é o conjunto dos microrganismos que se encontram geralmente associados a tecidos ou órgãos de animais ou plantas e que estabelecem colônias permanentes dentro ou sobre o corpo sem produzir doenças, compondo a microbiota normal do corpo. Da mesma forma, os tutores desses animais também contribuem para essa microbiota, através de condições encontradas em ambientes externos e fontes internas, como, por exemplo, ventilação, materiais de construção e umidade, entre outras.

As fezes dos cães são as principais fontes de bactérias no ar externo do ambiente urbano, contribuindo indiretamente para a microbiota das casas, mesmo quando as famílias não têm cães. Por isso, este projeto de pesquisa denominado “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)” pretende avaliar a poeira de casas e a microbiota dos residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar.

Para participar desta pesquisa, é necessário que os voluntários sejam maiores de 18 anos, residam em casa/apartamento térreo, ou primeiro andar, e que não tenham feito uso de antibióticos nos últimos três meses. No momento, os pesquisadores responsáveis por este projeto buscam voluntários que façam parte de dois grupos: um grupo que não possui animais de estimação, e um grupo que possui cães de estimação que estejam em tratamento, ou que tenham feito tratamento com antibióticos nos últimos três meses. A sequência dos trabalhos inclui, entre outros procedimentos, a coleta de poeira residencial e amostras de fezes de humanos e cães para análise.

O fundamento desta pesquisa é tentar detectar bactérias que sejam resistentes a antibióticos, preservando ambientes saudáveis para a saúde.

Os interessados em participar nesta pesquisa poderão entrar em contato com a equipe de pesquisadores através do email lemimo@ifsc.usp.br, ou pelo telefone (16) 33736690.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de julho de 2023

Detectando várias doenças através de sangue, saliva ou suor – “SIMPLE-Z” desenvolvido no IFSC/USP já está em sua versão comercial

Um analisador de impedância elétrica capaz de medir propriedades elétricas de diversos materiais, principalmente fluidos biológicos, de forma rápida e barata, comparativamente a outros equipamentos importados e disponíveis no mercado. Com este novo instrumento, que apresenta um alto nível de precisão, abre-se uma nova porta para serem detectadas contaminações por vírus e bactérias, além de diversas doenças, como, por exemplo, os canceres de mama, pâncreas, cabeça e pescoço, e próstata. Mas não fica por aí!

Batizado de “SIMPLE-Z”, este novo equipamento foi desenvolvido em 2020 pelo então (à época) Pós-Graduando do IFSC/USP, Lorenzo Antonio Buscaglia, durante seu mestrado em Física Aplicada/Instrumentação, sob supervisão do Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior (IFSC/USP) e com a colaboração do Prof. João Paulo Pereira do Carmo, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), tendo contado com o patrocínio da FAPESP.

Ao longo destes três últimos anos, Lorenzo Buscaglia (27) foi aprimorando este novo equipamento portátil, tendo chegado recentemente à sua versão comercial definitiva, possibilitando, com ela, a medição de propriedades elétricas em biossensores dedicados não só a diagnósticos clínicos, pesquisas em hospitais, mas também para controle de qualidade de alimentos, água e solos, entre outros exemplos.

Lorenzo Buscaglia

Já com a patente do equipamento devidamente solicitada, o inventor da USP de São Carlos abriu uma “start-up” na cidade – a Blatron Tecnologia – e hoje o “SIMPLE-Z” já está sendo comercializado. “Meu plano de carreira sempre foi fazer pesquisa e desenvolvimento, mas de uma forma mais próxima ao mercado. Sempre tive a intenção de desenvolver tecnologias que tivessem uma utilidade social mais tangível, já que a pesquisa acadêmica muitas vezes pensa em prazos mais distantes. Com a versão inicial do “SIMPLE-Z” que já está sendo comercializada, o passo seguinte e recente foi a candidatura a um projeto PIPE da FAPESP, que está ocorrendo, tendo a “start-up” iniciado os trabalhos para melhorar, até 2025, o equipamento”, relata Lorenzo A. Buscaglia.

Resumidamente, as melhorias que o equipamento irá apresentar em breve é a ampliação de algumas faixas de utilização para que ele possa ser utilizado com mais materiais, mais biossensores. “Além disso, iremos melhorar a experiência do usuário na utilização do software, incluindo novas funcionalidades de visualização e análise dos dados, e também tornar o equipamento compatível com mais plataformas e dispositivos”, sublinha Lorenzo. Segundo nosso entrevistado, a comercialização do “SIMPLE-Z” visa, essencialmente, dois mercados. O primeiro é voltado para os grupos de pesquisas, nas áreas principalmente de eletroquímica, de biossensores, e o outro mercado é a de laboratórios de ensino nas partes de física e engenharias.

O grupo de pesquisa onde Lorenzo Buscaglia desenvolveu o seu projeto, liderado pelo Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior (IFSC/USP), utiliza esta técnica de espectroscopia de impedância, que é a técnica que o “SIMPLE-Z” aplica, sendo que ela já serviu para a detecção do vírus da COVID-19, de bactérias em leite, detecção de mastites em vacas leiteiras, de agrotóxicos em cascas de frutas, enfim, um lote enorme de aplicações.

Para mais informações sobre este equipamento, acesse www.blatron.com/simplez, ou contate lorenzo.buscaglia@blatron.com para dúvidas.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de julho de 2023

Usuários do SUS com câncer de pele basocelular serão tratados com inovação 100% nacional

Terapia fotodinâmica recomendada pela Conitec foi desenvolvida em universidade brasileira com investimento público nacional

“A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação no SUS da terapia fotodinâmica que poderá ser mais uma alternativa para o tratamento de pacientes com câncer de pele no Brasil.

De baixo custo e fácil produção, o aparelho foi projetado pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), considerado único no mundo com duplo sistema na mesma plataforma: permite o diagnóstico e o tratamento de câncer, sendo capaz de avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando mutilações e procedimentos dolorosos.

A tecnologia faz parte do projeto Terapia Fotodinâmica Brasil (TFD) que começou em 2012, na USP, e envolveu instituições de pesquisas, empresas e hospitais para tornar a técnica aplicável em larga escala.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi a fonte geral de financiamento para o desenvolvimento da técnica, além do programa de fomento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em conjunto com o Ministério da Saúde, para o desenvolvimento do equipamento.

Essa é a primeira demanda de uma universidade para incorporação de uma tecnologia no SUS, um case de sucesso da inovação tecnológica no país.

“As universidades brasileiras tem papel central na inovação, reconhecendo as necessidades do SUS, impulsionando a pesquisa, desenvolvimento e inovação, produzindo evidências clínicas, capacitando os serviços de saúde e participando do processo de incorporação e oferta de uma nova tecnologia no SUS”, afirmou a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS), Luciene Bonan.

O demandante para incorporação foi a USP e o Núcleo de Avaliação de Tecnologias da UNIFESP (membro da REBRATS) atuou como NATS colaborador do Ministério da Saúde na análise dessa demanda.”

Confira AQUI a matéria completa sobre este tema, publicada no portal do Ministério da Saúde.

(Fonte: Ministério da Saúde)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de junho de 2023

Nova linha de pesquisa no IFSC/USP – Abordagem inovadora para tratamento de diversos processos cognitivos: entre eles a falta de memória

 

(Créditos – Cornell University)

 

O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP), em parceria com o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – CEPID da FAPESP alocado neste Instituto -, liderado pelo pesquisador Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, irá lançar uma nova linha de pesquisa (com pós-doutoramento) no sentido de avaliar a possibilidade de utilização dos protocolos, equipamentos e técnicas não-invasivas desenvolvidas no Instituto para recuperar a memória recente de pacientes pós-COVID e com fibromialgia. O projeto prevê também ampliar esse horizontes para outras questões cognitivas associadas ao envelhecimento natural.

Essa proposta de criação de uma nova linha de pesquisa, que surgirá provavelmente até o final do corrente ano, irá envolver uma vasta equipe multidisciplinar – médicos de diversas especialidades, pesquisadores e psicólogos, dentre outros profissionais da saúde -, cujos estudos e ações estarão sob os auspícios da Comissão de Ética, num trabalho minucioso de acompanhamento dos pacientes ao longo das diversas fases do trabalho.

Dr. Antonio Aquino

O Dr. Antonio de Aquino Junior, pesquisador e coordenador desse projeto, sustenta a relação existente entre a COVID-19 e as sequelas de falta de memória apresentadas por pacientes. “Existem estudos que apontam que as sequelas relacionadas com a a ausência de olfato e paladar podem estar também relacionadas com a perda de memória em pacientes pós-COVID. Embora não exista uma total certeza, o certo é que os estudos sugerem isso. Nessa linha, um estudo feito com dez pacientes mostrou alterações significativas em um tipo de células específicas – *astrócitos -, que são extremamente importantes na área cerebral”, pontua o pesquisador. Os cientistas do IFSC/USP também têm acompanhado a redução na memória recente em pacientes com fibromialgia, embora com fatores distintos, pelo que esta nova linha de pesquisa propõe a introdução de uma terapia não-invasiva na busca por um tratamento. Atendendo a que hoje os pesquisadores possuem uma compreensão mais abrangente, tudo leva a crer que talvez seja possível, ao longo de um período dilatado, introduzir técnicas não-invasivas associadas a uma medicação específica, de forma a poderem potencializar os tratamentos para a recuperação de memória, entre outros aspectos cognitivos.

“Temos feito muitos estudos com abordagens efetivas de terapias não-invasivas e, por exemplo, constatamos que elas interferem positivamente na pressão intracraniana, com uma reverberação neuronal de uma memória de curto prazo. Vimos, também, a possibilidade de reduzir processos inflamatórios intestinais, no caso da fibromialgia. Existem estudos que mostram, em processos degenerativos, como na Doença de Parkinson e na Doença de Alzheimer, que o início das consequências nefastas dessas duas doenças surge em um processo inflamatório intestinal, com a inevitável produção de proteínas que são extremamente prejudiciais no contexto cerebral. Sabemos que, no caso da Doença de Alzheimer, o paciente vai perdendo a memória recente, mantendo a memória de longo prazo. Contudo, essa memória, com o passar do tempo, também irá ser afetada progressivamente”, sublinha Antonio Aquino.

Com uma variedade grande de situações relacionadas com a perda de memória e de outras capacidades cognitivas, os pesquisadores do IFSC/USP acreditam que esta nova linha de pesquisa irá durar alguns anos até se conseguir ter resultados promissores.

Para conferir os estudos já efetuados no IFSC/USP, clique AQUIAQUIAQUI.

* A infecção dos astrócitos pelo coronavírus produz um ambiente tóxico para os neurônios. Na prática, isso provoca parte dos problemas neurológicos a longo prazo observados em diversas pesquisas, como perda de memória, falta de concentração, déficit de atenção, raciocínio mais lento e sonolência.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de junho de 2023

CONITEC recomenda a inclusão no SUS da Terapia Fotodinâmica para tratamento de câncer de pele – Técnica foi desenvolvida e aperfeiçoada no IFSC/USP

Após 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) atinge uma grande vitória. O CONITEC- Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde  ( SUS), acaba de recomendar ao Ministério de Saúde a incorporação da Terapia Fotodinâmica (TFD), técnica desenvolvida e aperfeiçoada pela Universidade de São Paulo para ser adotada como tratamento para câncer de pele no sistema único de saúde. Serão milhares ou mesmo milhões de pessoas que agora poderão ser beneficiadas por esta adoção, se aprovada pela secretaria do SUS. O câncer de pele é o tipo mais frequente de câncer no Brasil, segundo o INCA, sendo que cerca de 177.000 novos casos são registrados anualmente, resultando em uma enorme fila para a realização dos procedimentos cirúrgicos.

O Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da equipe do IFSC/USP, salienta esta conquista. “Nosso trabalho de mais de vinte anos, grandemente custeado pelo povo Brasileiro através do fomento e projetos, fica recompensado em poder retornar de forma amplificada um grande ganho para a sociedade”.

Prof. Vanderlei Bagnato

FAPESP, CNPq, BNDES e Embrapii são órgãos que acreditaram e financiaram a iniciativa, sendo que o projeto contou com diversas gerações de estudantes, participação de médicos e, principalmente, a cooperação com empresas que já produzem os equipamentos e medicamentos necessários para que fosse possível chegar a este ponto. A técnica simplifica os procedimentos e permite tratar de forma rápida e segura lesões iniciais para que não evoluam até chegar ao ponto onde somente a cirurgia poderá resolver.

Atualmente, no IFSC/USP, a equipe é composta pelo Prof. Bagnato, a Profa Cristina Kurachi, a médica Dra. Gabriela Salvio, a Profa. Hilde Buzza (atualmente no Chile), a Profª Kate Blanco, as pesquisadoras Dra. Natalia Inada e Lilian Moriyama, além dos   pós-doutores Michelle Requena, Mirian Stringasci e  José Dirceu Vollet Fiho. Muitas gerações de alunos e pesquisadores que passaram pelo IFSC ou que colaboraram em outras instituições ajudaram a produzir uma técnica que elimina o carcinoma basocelular em aproximadamente 93% dos casos tratados com procedimento ambulatorial e não cirúrgico.

“Essa conquista é um grande exemplo da relevância da pesquisa básica associada à pesquisa aplicada e translacional para o desenvolvimento de novos produtos e procedimentos na área da saúde. Nosso grupo trabalha para o melhor entendimento dos processos biológicos induzidos pela terapia e, juntamente com nossos parceiros clínicos, na otimização e desenvolvimento de novos protocolos clínicos”, diz a Profa. Kurachi.

Para todos os membros da equipe, esta incorporação poderá mudar a forma de se lidar com o câncer de pele não melanoma no Brasil, promovendo tratamento simples e de baixo custo, enquanto as lesões ainda são pequenas, evitando sua evolução e complicações posteriores. “Esperamos que a Secretaria do Ministério da Saúde acate com rapidez a recomendação do CONITEC para que possamos de fato iniciar o benefício à população brasileira de forma mais ampla e efetiva. Fazer ciência é bom e quando vem com responsabilidade social é ainda melhor” afirma Bagnato.

(Créditos de imagem destaque na Home Page – Peter Dazeley /Getty Images)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de maio de 2023

Combate ao zumbido no ouvido – Estudos do IFSC/USP comprovam a eficácia do laser

(Crédito – Treble Health)

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – CEPID da FAPESP alocado no IFSC/USP -, em colaboração com colegas de outras instituições científicas, dentre elas cientistas do Tyndall National Institute, University College Cork (Irlanda), realizaram um estudo abrangente para tratamento do zumbido no ouvido, cujos resultados apontaram que a aplicação de laser dentro do pavilhão auditivo tem um efeito anti-inflamatório e de relaxamento.

O conteúdo desse estudo e os resultados obtidos foram publicados em março último na revista “Journal of Personalized Medicine”, uma publicação cujo escopo é o desenvolvimento de tratamentos personalizados dentro da área da medicina.

O zumbido no ouvido é um sintoma cuja causa específica ainda não foi identificada, com tratamentos que nem sempre são eficientes, pois cada caso é um caso, o que se sugere o uso de protocolos personalizados. Insuficiência da irrigação periférica nos tecidos próximos ao labirinto (aparelho auditivo interno), lesões, insuficiência microcirculatória originada por oclusão devido a embolia ou hemorragia, diabetes mellitus, ou hipertensão arterial, são alguns dos casos onde pode ocorrer o zumbido no ouvido.

Dr. Vitor Hugo Panhoca

O estudo acima citado envolveu uma vasta equipe de profissionais multidisciplinares, liderados pelo pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, que se concentraram em aplicar possíveis modalidades alternativas de tratamento com o intuito de identificar qual a metodologia mais eficaz. Neste sentido, os pesquisadores aplicaram diversos tipos de protocolos em um grupo constituído por mais de uma centena de pacientes voluntários, que ficaram divididos em dez sub-grupos e que se submeteram a oito sessões, com os seguintes resultados:

Um grupo de pacientes foi tratado apenas Flunarizina – medicamento indicado para zumbido no ouvido -, enquanto outro grupo foi tratado apenas com Ginkgo biloba – medicamento fitoterápico indicado para o mesmo fim. Já outros grupos foram tratados com aplicação de laser conjugado com ultrassom, enquanto a outro grupo foi aplicado laser conjugado com vacuoterapia. Dois outros grupos receberam aplicação de laser combinado com acupuntura (laserpuntura). O melhor resultado foi a aplicação de laser dentro do pavilhão auditivo, conforme descreve o pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e um dos autores do estudo, Dr. Vitor Hugo Panhoca. “Com a aplicação de laser nessa região do ouvido atingiu-se um efeito anti-inflamatório e de relaxamento. Com estes resultados, acreditamos que o laser tenha esse efeito, podendo também aumentar a irrigação periférica, obtendo dessa forma, resultados ainda maiores na luta contra o zumbido no ouvido.”

Este estudo e seus resultados foram igualmente publicados no  “PubMed” plataforma do National Institute of Health (NIH), instituição mantida pelo governo norte-americano.

Para acessar o artigo relativo a este estudo, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de maio de 2023

Novo biossensor detecta ocratoxina nos grãos de café para controle de qualidade – Uma micotoxina geradora de câncer

Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e das Universidades Simão Bolívar, e Del Norte, ambas na Colômbia, desenvolveram recentemente um biossensor portátil, de baixo custo, que tem a particularidade de detectar, no local, a presença de ocratoxina nos grãos de café presentes nas plantações ou nos armazenamentos.

A ocratoxina (OTA), que é produzida por diversos tipos de fungos e que frequentemente se encontra no café, é uma micotoxina –  metabólito tóxico secundário produzido por fungos filamentosos –  que pode provocar câncer, e considerada um risco para a saúde humana e animal, com grande impacto na economia dos países produtores de café.

Muito resistente a diversas condições ambientais, como altas temperaturas e acidez, as análises atualmente utilizadas para detectar a ocratoxina são complexas, demoradas e dispendiosas, necessitando de laboratórios e  recursos humanos especializados, o que de certo modo inviabiliza o tratamento rápido do produto.

O Prof. Dr. Jairo Pinto de Oliveira, primeiro autor do estudo, que foi já publicado na revista científica internacional “Talanta”, explica que “Este biossensor foi desenvolvido baseado no uso de anticorpos como moléculas de reconhecimento orientados na superfície de um eletrodo com filme de ouro. O dispositivo apresentou resultados promissores quando aplicado em amostras reais, com elevada sensibilidade e seletividade para OTA. É válido  ressaltar que o dispositivo desenvolvido é passível de portabilização e integração com smartphone, via bluetooth, e software intuitivo de fácil operação. Por se tratar de um método rápido, de baixo custo e detecção no local, este novo sistema poderá ser disponibilizado para utilização em toda a cadeia produtiva do café, ampliando o monitoramento confiável com atendimento a legislação nacional e internacional e agregando valor a esta commodity.

Este novo biossensor é resultado dos estudos que estão sendo feitos desde há algum tempo utilizando a nanotecnologia, algo que é promissor para outras vertentes, por exemplo, as áreas da saúde, meio-ambiente e energias renováveis, entre outras. Sobre este assunto e a importância deste novo dispositivo, o coordenador do GNano-IFSC/USP e co-autor deste estudo, Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, comenta que “Atualmente, a convergência entre a Nano e a Biotecnologia representa uma das áreas científicas e tecnológicas de maior relevância. Semelhante ao impacto que a Nanobiotecnologia já apresentou na área da saúde (por exemplo, com as vacinas à base de RNA), esperamos que em breve essa revolução ocorra também no Agronegócio”

Este projeto foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do ES (FAPES) e CNPq, sendo que o pedido de patente sobre o desenvolvimento da tecnologia está em andamento com a equipe da Agência de Inovação da USP.

 

Para conferir o artigo científico relativo a este estudo, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de maio de 2023

Chamada de pacientes voluntários – Tratamento das consequências da Doença de Parkinson

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está realizando uma chamada para vinte (20) pacientes voluntários portadores da Doença de Parkinson, visando a realização de uma nova pesquisa para tratamento das dores e tremores provocados por essa doença.

A chamada destina-se a pacientes de ambos os sexos, de qualquer faixa etária, cujo diagnóstico da doença tenha sido feito há menos de três anos e que estejam sendo acompanhados clinicamente.

Esta pesquisa, supervisionada pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, será realizada pelos pesquisadores do IFSC/USP, Dra Ana Maria de Góis e Dr Vitor Hugo Panhóca, ao longo três meses, constituída por 24 sessões (duas vezes por semana), que ocorrerão na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos.

Os interessados em participar nesta pesquisa poderão obter mais informações e fazer seu cadastramento através do Telef. (16) 3509-1351, com a secretária Mônica.

(Imagem – Créditos: Getty Images)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2023

Sensor monitora nível de paracetamol na saliva em tempo real para tratamento personalizado

O paracetamol é o maior causador de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos

O consumo de drogas terapêuticas, como analgésicos, antibióticos, antidepressivos e antivirais, cresce em todo o mundo – com uma projeção de gastos globais de US$ 1,8 trilhão até 2026 –, refletindo o envelhecimento da população e a disseminação de pandemias. Porém, receitados em doses padronizadas, independentemente do metabolismo, das condições clínicas e de nutrição dos pacientes, esses medicamentos muitas vezes não funcionam como deveriam, o que pode resultar em desperdício ou mesmo em efeitos colaterais indesejados. Por esses motivos, cientistas e médicos têm apostado em prescrições personalizadas.

Com essa estratégia em mente, pesquisadores dos institutos de Física (IFSC) e de Química de São Carlos (IQSC), ambos da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um sensor flexível, simples e de baixo custo que rastreia o analgésico paracetamol na saliva e monitora sua ação em tempo real, permitindo correções na dosagem. O estudo foi publicado recentemente na revista Small: nano micro.

Após a administração de uma dose única de comprimido oral do analgésico, os eletrodos localizados na superfície do dispositivo conseguem detectá-lo de forma rápida e não invasiva, em uma pequena amostra de saliva humana. Isso porque o paracetamol contido na secreção é oxidado pelos sensores produzindo uma corrente elétrica.

“O protocolo é promissor para observar e acertar flutuações interindividuais na absorção e nas respostas ao paracetamol”, diz Paulo Augusto Raymundo Pereira, pesquisador do IFSC-USP e coordenador da pesquisa. “Uma dosagem imprecisa pode ter efeitos prejudiciais não apenas para o tratamento, mas sobre o próprio organismo.”

Apesar de ser o mais recomendado para dores suaves pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre os não opioides, o consumo excessivo de paracetamol está associado a problemas hepáticos e renais causados pelo acúmulo de metabólitos tóxicos nesses órgãos. Outros efeitos adversos possíveis são sangramento gastrointestinal e anemia.

De acordo com a American Liver Foundation, o paracetamol é o maior causador de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos, responsável por mais de 50% de todos os casos e, segundo análises de arquivos e bancos de dados do país, 458 mortes ocorrem a cada ano devido a overdoses associadas ao medicamento. Como o número real de problemas de saúde e internações é potencialmente maior, especialistas alertam para que um médico seja sempre consultado antes do consumo de qualquer medicamento de venda livre, especialmente se houver histórico de doenças hepáticas ou renais. Também ressaltam a importância de as doses recomendadas serem sempre seguidas.

“Nossa metodologia também ajudaria a diminuir a contaminação de água, pois o que nosso organismo não metaboliza é excretado pela urina. E as estações de tratamento de água e esgoto não possuem ainda um tratamento 100% eficiente para a remoção dos fármacos”, completa a química Nathalia Oezau Gomes, doutoranda no IQSC-USP e coautora da pesquisa.

Baixo custo

O dispositivo desenvolvido pelo grupo de pesquisadores, que contou com apoio da FAPESP por meio de dois projetos (16/01919-6 e 20/09587-8), foi fabricado com a mesma técnica simples usada em estampagem de camisetas (serigrafia). Sobre uma tela com o desenho dos sensores é colocada uma porção de pasta de carbono condutor e, embaixo dela, ficam folhas de transparência de poliéster compradas em papelaria. Então, a pasta é dispersada com um rodo.

Outra vantagem é que ele é portátil e conta com sensores baratos, que custam individualmente menos de US$ 0,02 ou cerca de R$ 0,10 – valor significativamente inferior ao de outros instrumentos usados para análise, que muitas vezes são volumosos e requerem pessoal qualificado.

A opção de usar amostras de saliva também traz vantagens, como facilidade de coleta e o fato de a secreção refletir os níveis de analitos livres (componentes químicos da amostra). Além disso, assim como outros biofluidos corporais não invasivos (suor e lágrima, por exemplo), seu uso no monitoramento de medicamentos terapêuticos (do inglês, Therapeutic Drug Monitoring ou TDM) vem aumentando por conta do baixo custo em relação à amostragem, coleta, armazenamento, transporte, processamento e análise sanguínea em laboratório centralizado e especializado.

“Os resultados do nosso estudo demonstram o grande potencial de uma estratégia simples”, afirma Pereira. “Os dispositivos eletroquímicos de baixo custo se consolidam como alternativa atraente para rastreamento de medicamentos devido às suas características analíticas, como resposta rápida, capacidade de miniaturização, portabilidade, simplicidade, facilidade de uso, versatilidade, custo de instrumentação relativamente baixo e possibilidade de obtenção de análises in loco e em tempo real.”

O protótipo do sensor já está finalizado com cabos, fios e conectores e pronto para transferência de tecnologia para uma futura empresa parceira interessada em produzir em larga escala e comercializar. Os próximos passos incluirão análises com um número maior de voluntários e comparação dos dados obtidos com uma técnica padrão-ouro.

O artigo  On-Site Therapeutic Drug Monitoring of Paracetamol Analgesic in Non-Invasively Collected Saliva for Personalized Medicine pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/smll.202206753

(Julia Moióli | Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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