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IFSC/USP – Programa de pesquisa para estudantes visitantes
O Programa de Pós-Graduação em Física do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe, até 15 de novembro, inscrições de candidatos para participarem do Programa de Pesquisa para Estudantes Visitantes.
O objetivo do programa é estimular a colaboração dos orientadores da pós-graduação com estudantes de outras instituições e estimulá-los a realizar doutorado no instituto.
Estão disponíveis vagas nas áreas de Física Teórica e Experimental, Física Biomolecular ou Física Computacional. Os candidatos selecionados terão os custos de viagem e estadia financiados pela Comissão de Pós-Graduação (CPG) do IFSC para realizar estágio de pesquisa de no máximo um mês no IFSC-USP.
A estadia deverá ocorrer entre janeiro e março de 2019.
Os candidatos precisam ter formação com perfil para atuar nas áreas do Programa de Pós-Graduação de acordo com as linhas de pesquisa dos orientadores plenos credenciados do programa. Além disso, devem ser estudantes regularmente matriculados em um curso de graduação ou mestrado de reconhecidas instituições de ensino
O processo seletivo é constituído por etapa única de análise de documentação que comprove o mérito acadêmico e o potencial para realizar o projeto de pesquisa pretendido pelo candidato. Não haverá entrevista em nenhuma etapa do processo de seleção.
Serão aceitas duas formas de inscrição: solicitação do estudante com indicação de orientadores plenos do IFSC de interesse do candidato ou solicitação do orientador pleno do IFSC/USP com indicação do estudante.
Para fazer sua inscrição, clique AQUI.
Para mais informações, clique AQUI.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

A partir do IFSC/USP: a Física Computacional no setor industrial
Quando ingressou no ensino médio, sua intenção era estudar o máximo possível para poder entrar em uma das melhores universidades públicas do país e essa paixão pelas ciências exatas, principalmente pela matemática, fez com que Lucas Eduardo Visolli Sala, hoje com 25 anos, escolhesse o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), principalmente depois de ter lido sobre o curso de física computacional ministrado pela Instituição.
Nascido em Ribeirão Preto, mas tendo vivido toda a sua infância em Porto Ferreira, também no interior do estado de São Paulo, Lucas cumpriu seu ensino fundamental na escola pública Mário Borelli Thomaz e já nesse período a atração pelos números e pela computação era muito forte, um sentimento que acompanhou o jovem ao longo do ensino médio. Nessa época, surgiu a oportunidade de participar de um processo seletivo, onde ganhou uma bolsa integral no Colégio Cooperativo, uma instituição particular localizada em Porto Ferreira (SP).
Assim que passou na Fuvest, Lucas teve a oportunidade de conversar com alguns professores e amigos e foi aí que surgiu a decisão de ingressar no IFSC/USP e mudar-se para São Carlos, acompanhado por três colegas seus, o que imediatamente desencadeou a ideia de fundarem uma república. Quando iniciou essa nova etapa de sua vida acadêmica, Lucas foi confrontado com aquilo que ele classifica ser a “dificuldade” do curso de física, mesmo depois de mergulhar profundamente nas disciplinas que exigiam mais esforço, estudo e dedicação. Todavia, o jovem afirma que essa sensação de dificuldade desapareceu ao longo do primeiro semestre:
“Quando nós levamos os estudos a sério, tudo acaba dando certo”, comenta Lucas. Com a ideia fixa de poder fazer pesquisa dentro ou fora da academia e ainda com muitas indecisões sobre o futuro, o segundo semestre de Lucas foi alucinante, tendo trancado quatro das cinco disciplinas em que havia se matriculado: “Eu só fiz uma disciplina – a de computação – porque eu estava bem indeciso. Eu não sabia se deveria continuar fazendo física computacional, ou se deveria optar por ciência da computação”, explica Lucas. Prestes a mudar de curso, o jovem teve oportunidade de conversar com alguns docentes e profissionais da área e todos eles opinaram que a física seria o melhor curso para ele, mesmo que futuramente optasse pela carreira em outra área. Foi a partir desse momento que o jovem estudante decidiu continuar cursando física computacional no Instituto, sendo que a partir do terceiro semestre se tornou bolsista de iniciação científica, o que se estendeu até o último ano de sua graduação: “O IFSC/USP foi um ótimo lugar, porque ele me ensinou a correr atrás para aprender”.
Com a graduação concluída, Lucas tinha as portas abertas para entrar no mestrado, mas a vontade do então jovem físico era conhecer e se aventurar no mercado de trabalho, fora da universidade, tendo principal interesse pela área de mineração de dados. “Eu gostei bastante, porque é uma intersecção de várias áreas interessantes, como computação, modelagem matemática e estatística. Durante uma conversa com um de meus amigos, que trabalhava na Ícaro Technologies, uma empresa de tecnologia de informação sediada em Campinas, soube que tinham interesse em formar um centro de excelência para trabalhar com mineração de dados. Inscrevi-me, fui admitido como estagiário, tendo posteriormente sido contratado e onde atuo até hoje”, pontua Lucas, que atualmente já tem seu mestrado concluído na UNICAMP.
A Ícaro Technologies tem como principal foco a integração de serviços em tecnologia de informação, atendendo, em sua maioria, companhias de telecomunicações. Ao lado de seis profissionais, Lucas é responsável por algoritmos de aprendizagem de máquina e análises estatísticas no centro de excelência da empresa e sua intenção é poder ir mais longe, cogitando poder trabalhar, no futuro, em outras empresas no Brasil e ter uma experiência fora do país.
Segundo Lucas Sala, um aluno que já tenha terminado a graduação e pretenda atuar na mesma área profissional em que ele está, poderá receber um salário inicial de R$ 3.500,00, porém, no exterior, poderá alcançar o triplo do valor. Para o ex-aluno do IFSC-USP, é preciso aproveitar o máximo as oportunidades durante a vida acadêmica, porque quando se sai da universidade é que o estudante percebe a superior qualidade de seu instituto, que lhe proporcionou uma ótima formação.
Além disso, ele diz que é importante que todos os alunos façam iniciação científica, mesmo que não pretendam permanecer na academia. “É sempre um diferencial!”, finaliza Lucas.
(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Prof. Vanderlei Bagnato é nomeado “Fellow Faculty” na Texas A&M University
O diretor do IFSC/USP, Prof.Vanderlei Bagnato, foi recentemente nomeado Fellow do Instituto Hagler de Estudos Avançados da Texas A&M University (EUA), juntamente com outros oito renomados cientistas que têm contribuído para avanços significativos em pesquisas nas áreas de engenharia, química, física, ciência dos materiais, energia e ciência política.
No anúncio oficial da nova classe de docentes, o presidente da Texas A&M University, Michael K. Young, enalteceu o fato das nomeações abrangerem membros da Academia Nacional de Ciências e da Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos, da Academia Americana de Artes e Ciências e de academias equivalentes em todo o mundo, além das sociedades reais da Inglaterra, Canadá e Austrália: “Mais uma vez, o Instituto Hagler reuniu uma classe de acadêmicos e pesquisadores com qualificações excepcionais. Estes nove membros do corpo docente trabalharão em estreita colaboração com nossos pesquisadores do corpo docente para avançar nas fronteiras da pesquisa acadêmica, para melhorar a reputação da pesquisa da Texas A&M e para apresentar oportunidades transformacionais aos estudantes de graduação e pós-graduação de nossa instituição.”
Cada membro do corpo docente agora nomeado fará parceria com um ou mais departamentos que oferecem cursos de pós-graduação alojados nas 16 faculdades ou escolas da Texas A&M, ou no campus destas universidades, em Galveston – Estados Unidos. O Instituto Hagler fornece bolsas para estudantes de pós-graduação trabalharem com os bolsistas do corpo docente, bem como financiamento para apoiar estudantes de pós-graduação visitantes e pesquisadores de pós-doutorado afiliados aos bolsistas de faculdades.
A cada ano, o Instituto Hagler seleciona seus bolsistas de entre os principais acadêmicos que se destacaram por meio de excelentes realizações profissionais ou reconhecimento significativo. “Esta sétima turma de membros do corpo docente (Fellows) compreende um conjunto diversificado de personalidades que enriquecerá nossos programas de pesquisa e nos permitirá destacar o calibre dos alunos e pesquisadores da Texas A&M para o resto do mundo”, disse, durante o anúncio, o diretor fundador do Instituto Hagler, John Junkins.
A Fellow Faculty entregue ao Prof. Bagnato compreenderá recursos vindos da Universidade do Texas para custear todas suas visitas àquela instituição, bem como recursos adicionais para levar consigo estudantes, pós-doutores e colaboradores para trabalharem em conjunto com ele. Segundo Bagnato, nos próximos quatro anos estará viajando algumas vezes por ano ao Texas para realizar, junto com pesquisadores de lá e com colaboração de pesquisadores do IFSC/USP, diversos trabalhos. “Tenho muitas obrigações com meu IFSC-USP, tanto como pesquisador/professor, mas também como diretor. Mesmo assim, tenho que fazer um esforço para levar este projeto adiante, pois vejo que ele é uma oportunidade para estreitar os laços com o Texas e criar espaços profícuos para meus excelentes parceiros da USP e de outras instituições”.

Sebastião Pratavieira (2º na imagem) e Vanderlei Bagnato (5º na imagem) com membros do Hagler Institute da U. Texas, por ocasião da assinatura da aceitação da “Fellow Faculty”
Estão colaborando com Bagnato, nesta oportunidade, Sebastião Pratavieira, jovem docente e pesquisador contratado pelo IFSC/USP, e a Profa. Dra Cristina Kurachi (IFSC/USP), com os quais serão realizados projetos na área de câncer e detecção precoce de problemas vasculares, com técnicas inovadoras. Além destes, os Dr. Gustavo Telles e Dra. Mônica Caracanhas colaborarão em desenvolvimento de conceitos termodinâmicos para condensados de Bose-Einstein. “É também uma excelente oportunidade para tornar nossa instituição mais internacional”, acrescenta Bagnato.
Tudo indica que a primeira visita do Prof. Bagnato ao Texas ocorrerá no início de 2019, participando em uma série de palestras e na solenidade oficial de posse dos novos Fellows da Universidade do Texas A &M. “ Esta Universidade é uma das maiores escolas de engenharia dos EUA e esta oportunidade vem na hora certa, quando queremos unir física, química, matemática e engenharia em prol de inovações que beneficiarão cursos e atividades no Campus de São Carlos “, diz Bagnato, referindo-se às novas tentativas de ter novas áreas como bioengenharia, física médica e química médica na USP São Carlos.
Veja abaixo os nomeados e as tarefas que os mesmos terão pela frente, a partir de agora:
Vanderlei Salvador Bagnato é professor titular de física e ciência dos materiais da Universidade de São Paulo, do Instituto de Física de São Carlos – Bagnato realizou uma pesquisa significativa em resfriamento a laser, capturando átomos neutros e aplicando os princípios da ótica e lasers em ciências da saúde. Bagnato é membro da Academia Nacional de Ciências, da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, da Academia Mundial de Ciências e da Academia Brasileira de Ciências, além de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico do Brasil. Bagnato colaborará com professores e alunos na Faculdade de Engenharia e na Faculdade de Ciências.
Michael J. Duff é professor emérito de física teórica e investigador sênior de pesquisa no Imperial College, em Londres – A pesquisa de Duff explorou a gravidade quântica, a informática quântica, a teoria das cordas, a teoria M e as teorias unificadas das partículas elementares. Duff é membro da Royal Society of London e detém a Medalha de Ouro e Prêmio Paul Dirac do Instituto de Física, o Prêmio de Distinção para Pesquisa do Texas A&M e uma Medalha de Ouro em Encontro do Colégio Nacional. Duff irá colaborar com professores e alunos no Instituto de Ciências Quânticas e Engenharia.
Yonggang Huang é professor de Engenharia Mecânica, Engenharia Civil e Ambiental e Ciência e Engenharia de Materiais na Northwestern University – Entre os esforços de pesquisa de Huang estão a mecânica de materiais elásticos e manufatura aditiva. Ele desenvolveu circuitos flexíveis com potencial uso em sensores flexíveis, dispositivos microfluídicos e transmissores. Huang é membro da Academia Nacional de Engenharia. Ele detém a Medalha William Prager da Society of Engineering Science, o Prêmio Memorial Gustus L. Larson, da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos, e o Prêmio de Pesquisa para Cientistas e Acadêmicos dos EUA, da Fundação Alexander von Humboldt. Huang colaborará com professores e alunos da Faculdade de Engenharia.
Cameron Jones é Distinguished Chair de Química na Monash University, Melbourne, Austrália – Jones liderou um grupo de pesquisa no desenvolvimento de facetas da química que procuram refinar as visões existentes sobre estrutura, ligação e estabilidade. Jones detém o prêmio de pesquisa sênior de retorno da Fundação Alexander von Humboldt, é membro eleito da Academia Australiana de Ciências, membro honorário do Magdalen College, em Oxford, Inglaterra, e ganhou o Prêmio Frankland da Royal Society of Chemistry e a Medalha Memorial HG Smith do Royal Australian Chemical Institute. Ele vai colaborar com professores e alunos da Faculdade de Ciências.
Stefan H.E. Kaufmann é diretor fundador e chefe do Departamento de Imunologia no Instituto Max Planck de Biologia Infecciosa, Alemanha – Conhecido pela pesquisa e vacinas contra a tuberculose, Kaufmann é membro eleito do Royal College of Physicians de Edimburgo, membro da Academia de Ciências Leopoldina e membro da Academia de Ciências de Berlim-Brandenburgo. Ele detém o prêmio Gardner Middlebrook Lifetime Achievement, da Becton Dickinson Diagnostic Systems, um prêmio da Fundação Robert Pfleger, do Merckle Research Prize e do SmithKline Beecham Science Prize. Kaufmann irá colaborar com professores e alunos nas faculdades de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas, Medicina, Engenharia e Agricultura e Ciências da Vida, bem como com a Texas A&M AgriLife Research e com a Texas A&M Experiment Station.
Vincent Poor é professor de engenharia elétrica da Universidade de Henry Henry Strater e da Universidade de Princeton, Estados Unidos – A pesquisa em andamento de Poor inclui o avanço rápido do desenvolvimento de tecnologia, como em redes sem fio, sistemas de energia e energia e redes sociais. Poor é membro da Academia Nacional de Ciências e a Academia Nacional de Engenharia, além de membro estrangeiro da Academia Europeia e da Royal Society do Reino Unido. Ele também é membro da Academia Nacional de Inventores e da Academia Americana de Artes e Ciências. Poor colaborará com os professores e alunos da Faculdade de Engenharia e da Faculdade de Ciências.
Robert D. Putnam é professor de Políticas Públicas na Kennedy School of Government, Universidade de Harvard, Estyados Unidos- A pesquisa de Putnam engloba uma série de tópicos, incluindo religião na sociedade, a queda e renascimento da comunidade americana e as lacunas de oportunidade em relação a alcançar o sonho americano. Putnam é membro da Academia Nacional de Ciências e da Academia Americana de Artes e Ciências e é ex-presidente da American Political Science Association. Ele detém o Prêmio Johan Skytte, o maior prêmio que um cientista político pode obter, recebeu a Medalha Nacional de Humanidades do Presidente Obama, em 2012, e é autor de 15 livros. Putnam colaborará com professores e alunos na Faculdade de Artes Liberais.
Andrea Rinaldo é professor de hidrologia e recursos hídricos, e diretor do Laboratório de Eco-Hidrologia da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, na Suíça – Rinaldo conduziu pesquisas que levaram a uma teoria de redes fluviais fractais auto-organizadas e de redes de transporte eficiente. Rinaldo é membro da Academia Nacional de Ciências, da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Real de Ciências da Suécia. Ele detém o Prêmio de Ciências Hidrológicas da União Geofísica Americana, a Medalha Dalton da União Européia de Geociências, e o Príncipe Sultão Abdulaziz International Water Prize, do Reino da Arábia Saudita. Rinaldo irá colaborar com professores e alunos da Faculdade de Engenharia.
William G. Unruh é professor de física da Universidade da Columbia Britânica, Estados Unidos – Unruh fez contribuições significativas para a relatividade geral e, com Stephen Hawking, refinou os fundamentos da mecânica quântica em relação aos buracos negros. Unruh é membro da Royal Society de Londres e Canadá e é membro honorário estrangeiro da Academia Americana de Artes e Ciências. Ele detém a Medalha Rutherford da Royal Society of Canada, bem como a Medalha Herzberg e a Medalha de Conquista da Associação Canadense de Físicos. Unruh irá colaborar com professores e alunos da Faculdade de Ciências.
O Instituto Hagler de Estudos Avançados foi criado em dezembro de 2010 pela Diretoria de Regentes da Texas A&M University para aproveitar a crescente reputação acadêmica desta Universidade e fornecer uma estrutura para atrair acadêmicos de todo o mundo para nomeações de até um ano. A seleção dos membros do corpo docente inicia-se sempre com indicações do corpo docente de academias nacionais e acadêmicos do calibre do Prêmio Nobel, que se alinham aos pontos fortes e ambições existentes na Universidade.
Sobre a Texas A&M University, ela é uma das principais instituições de pesquisa do mundo, colocando-se na vanguarda através de contribuições significativas para bolsas de estudo e descobertas, incluindo a da ciência e tecnologia. Para o diretor do IFSC/USP “Tão importante como fazer contribuições para a ciência é tê-las reconhecidas e aceitas pela comunidade. Vejo esta fellowship como uma oportunidade de tornar a USP e nosso Instituto ainda mais internacionais, levando com isto o nome de São Carlos ainda mais longe”, conclui Bagnato.
Para saber mais sobre esta Universidade, clique AQUI.
(Colaboração de Kleber Chicrala – CEPOF/IFSC)
Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

“Growing of apatite particles on natural rubber surfaces”
Growing of apatite particles on natural rubber surfaces and its effects on blood wettability foi o título da palestra apresentada pelo pós-doutorando na área de Física Aplicada – Materiais Nanoestrurados, Rodney Marcelo do Nascimento, do Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas avançadas (IFSC/NaCA), realizada no dia 09 de novembro nas instalações do citado grupo (Área-2 da USP São Carlos).
Em sua apresentação, Rodney abordou as propriedades recentemente descobertas de uma borracha natural híbrida incorporada com micropartículas de cerâmica bioativa à base de fosfato de cálcio (CaP) visando aplicações em campos biomédicos. Em particular, foram discutidos os efeitos da molhabilidade e do anel de sangue na superfície do material.
Técnicas de imagem espectroscópica óptica e eletrônica associadas a medidas de ângulo de contato foram empregadas para avaliar com sucesso a capacidade de encapsulamento NR, a estabilidade de revestimentos / membranas e a fenomenologia. da interface fluido-material do corpo. Além disso, a resposta do revestimento híbrido ao fluido corporal simulado (SBF) foi avaliada incubando as amostras por 30 dias.
Após a exposição a um ambiente biológico, as superfícies de NR foram quimicamente modificadas, aumentando a molhabilidade do sangue e diminuindo as cargas de superfície negativas e o ângulo de contato para valores próximos aos associados à adsorção de proteínas e adesão celular.
Estas características tornam o material um candidato para engenharia de tecidos, sendo esta a ênfase do trabalho do palestrante.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Produção científica do IFSC/USP em outubro de 2018
Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Outubro de 2018, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) no final da página principal do IFSC.
A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico: Materials Science and Engineering C, v. 94, p. 417-425, Jan. 2019
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

No IFSC/USP: Curso de Licenciatura em Ciências Exatas
O caminho aberto para ser professor.
CLIQUE NA IMAGEM PARA ASSISTIR O VÍDEO
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Falecimento do Prof. Stefano Caldarelli – Univ. Aix-Marseille (França)
Vítima de doença prolongada, faleceu no início desta semana o Prof. Stefano Caldarelli, professor do Departamento de Química da Universidade de Aix-Marseille (França) desde 2001.
Originalmente formado como especialista em RMN em estado sólido, ele fez várias contribuições não só neste campo em particular, tendo sido, por exemplo, um dos membros fundadores das prestigiosas Conferências de NMR de estado sólido de Chamonix, mas também no campo conhecido como “cromatografia de RMN”.
Conhecido por seu bom humor e entusiasmo, a ciência internacional perde, assim, mais um de seus mais apaixonados membros.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Criado biossensor que detecta pré-disposição para contrair HPV-16
Pesquisadores do IFSC/USP, em estreita parceria com colegas do Hospital de Câncer de Barretos, da Universidade Estadual de Maringá (PR) e da Escola de Saúde da Universidade do Minho (Portugal), desenvolveram um biossensor que é capaz de detectar o denominado HPV-16 no corpo humano.
O HPV – Vírus do Papiloma Humano – é responsável por um elevado número de infecções, que normalmente são assintomáticas e de regressão espontânea, enquanto outros tipos de HPV têm sido associados a câncer nos órgãos genitais, quer em homens como em mulheres. Estes casos são considerados de “alto risco”, podendo evoluir para o denominado câncer de cabeça/pescoço, que aparece na garganta, traqueia, faringe, laringe, boca, língua etc., e cuja gênese começa com a mutação de células.
Andrey Coatrini Soares, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (USP), é o autor principal do artigo científico publicado recentemente na revista ACS Applied Materials and Interfaces e que aborda a criação do citado biossensor. “Toda a equipe trabalhou de forma diligente nas diversas frentes de uma pesquisa multidisciplinar, tendo em vista o resultado final”, relata Andrey. “Uma das contribuições mais importantes originou do Hospital de Câncer de Barretos, que, através de amostras extraídas de pacientes com o HPV-16, conseguiu construir uma sequência de DNA, fundamental para o resto do trabalho”, pontua nosso entrevistado.
O novo biossensor é constituído por um filme nanoestruturado que possui dois polímeros naturais biocompatíveis e biodegradáveis – a quitosana e o sulfato de condroitina -, sendo que este último é um dos componentes do tecido cartilaginoso presente nos seres humanos. “Esse filme também é composto por uma sonda, que é uma sequência de bases nitrogenadas complementares à sequência de DNA acima descrita. Quando o filme entra em contato com uma célula infectada com o HPV-16 é gerado um sinal elétrico, a partir do qual se detecta que a pessoa tem altíssimas chances de desenvolver algum câncer de cabeça/pescoço no futuro. Esse diagnóstico serve de alerta para o paciente fazer um tratamento e evitar esse tipo de câncer”, elucida Andrey, que acrescenta que essa detecção pode acontecer muitos anos antes de o câncer se manifestar.
A ideia é que este biossensor possa fazer parte, no futuro próximo, do conjunto de equipamentos tradicionais que existem em hospitais e consultórios médicos para utilização cotidiana. O resultado de um exame feito com este novo biossensor demora cerca de dez minutos, prevendo-se que tenha um custo muito baixo.
Segundo o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr, que igualmente assina o artigo “O processo de patenteamento deste biossensor, junto da Agência USP de Inovação, será iniciado em breve. O próximo passo da equipe é desenvolver outro biossensor para detecção preditiva do HPV-18, vírus muito agressivo que é responsável pelo aparecimento de câncer nos órgãos genitais femininos”.
Para acessar o artigo publicado pela equipe de pesquisadores na ACS Applied Materials and Interfaces, clique AQUI.
(Foto principal: Michigan Health Lab)
Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Alunos do IFSC/USP desenvolvem equipamento didático
Renan dos Reis, Solano Felicio e Pedro Hiroshi são alunos do 2º ano do IFSC/USP, nomeadamente dos cursos de Ciências Físicas e Biomoleculares, Física, e Física Computacional: até aqui nada de extraordinário; mas, de qualquer forma, qual é o particular interesse em torno destes três jovens?
Em finais de 2017, na disciplina Laboratórios de Física II, os jovens tiveram que preparar um seminário que abordava os temas vibrações e ressonância, com a motivação de que podiam mostrar como um terremoto pode afetar prédios e outras estruturas. Aproveitando uma máquina que pertencia a um projeto antigo e já abandonado, os três jovens lançaram mãos à obra e transformaram aquilo que à primeira vista era considerado “ferro-velho” num equipamento funcional.
Na verdade, os jovens propuseram um dispositivo para demonstrações em sala de aula, baseado em ressonância em hastes cilíndricas. O dispositivo consiste em um aro com varetas de diferentes comprimentos ligado a uma fonte de vibração, que é um disco desbalanceado rodando sob o efeito de um motor. Quando é ligado o dispositivo, observa-se que uma das varetas vibra muito mais intensamente do que as demais, fenômeno chamado de ressonância. Este efeito, no caso de um terremoto, potencializa a destruição de estruturas, como edifícios.
“Dependendo da frequência predominante emitida por um terremoto, ele afeta com maior ou menor intensidade as estruturas que tenham maior ou menor altitude, e essa máquina abandonada era o ideal para nós avançarmos com o projeto, quase sem custos, fazendo um paralelo entre ressonância em hastes e danos sofridos por prédios de diferentes tamanhos”, sublinha Renan. O instrumento foi adaptado às necessidades de pesquisa dos alunos e apresentado ao docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Fernando Paiva, que incentivou os jovens a escreverem um artigo, que foi já publicado em maio deste ano, na Revista Brasileira de Ensino de Física.
Além de demonstrar o efeito de terremotos, o dispositivo tem uso como material didático. A frequência de vibração do equipamento é ajustável, mostrando que varetas menores ressoam em frequências maiores, permitindo que se faça uma análise qualitativa e quantitativa dos chamados modos de vibração. Além disso, o experimento também permite medir o módulo de elasticidade, uma propriedade do material de que as hastes são feitas.
“A utilidade didática dessa ferramenta é que podemos testar diretamente as equações de vibração em corpos cilíndricos, usando diversas variáveis. Se mudarmos a frequência, isso afeta o padrão de vibração observado nas hastes, conforme seu comprimento; por outro lado, se mudarmos os materiais, podemos observar como a frequência de ressonância se comporta e comparar com o que era esperado. Assim, fica mais palpável o que diz a teoria”, pontua Solano, acrescentando que o estudo de resistência dos materiais é essencial em muitas áreas da engenharia. “Com algumas melhorias, também é possível que a máquina seja útil em engenharia, para medida de módulos de elasticidade”, acrescenta Renan.
Contudo, o aproveitamento deste equipamento para fins didáticos é, sem dúvida, o grande objetivo deste trabalho. “Um dos métodos didáticos que julgamos importantes é ter uma demonstração visual que possa se aliar às questões teóricas, ao modelo matemático do sistema. A máquina está pronta para ser utilizada em sala de aula, para testar certos tipos de material, como outras ligas metálicas, e estamos cogitando a forma de podermos simplificar a replicação desta máquina, incentivando sua construção para que mais delas possam ser usadas em outras universidades”, afirma Pedro.
Para acessar o artigo publicado pelos alunos na Revista Brasileira de Ensino de Física, clique AQUI.
Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Prof. William Phillips debate “Ordinary Faith, Ordinary Science”
Embora a cultura popular muitas vezes retrate a relação entre ciência e religião como um conflito, o fato é que muitos cientistas pelo mundo fora – e tidos como “convencionais”- também são pessoas com fé religiosa.
Para falar sobre esse assunto, o evento Filosofísica, realizado no final da tarde do dia 05 de novembro do corrente ano, no amplo Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP), conectou, através de videoconferência, com o Prof. William Daniel Phillips docente e pesquisador na Universidade de Maryland – EUA (laureado pelo Prêmio Nobel de Física em 1997), onde falou sobre suas concepções pessoais relacionadas com ciência e religião e o peso que cada uma tem em sua vida.
Para Phillips, embora a ciência e a religião difiram em muitos aspectos, por exemplo, na verificabilidade e falseabilidade das afirmações, elas também têm características comuns (por exemplo, entendimento baseado na experiência, razão e sabedoria recebida).
O cientista discutiu sua crença em Deus como um criador cósmico que está em um relacionamento pessoal com todos nós e considera as dúvidas e questões que os cientistas, ou quaisquer pensadores críticos com fé religiosa, enfrentam.
Vale a pena assistir à conversa que o Prof. William Phillips manteve com quem decidiu comparecer neste evento, clicando AQUI.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Licenciandos da USP São Carlos visitam Escola de Aplicação da FEUSP
No dia 26 de outubro, licenciandos do campus da USP, em São Carlos, conheceram o trabalho realizado pela Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP (FEUSP).
Criada com o objetivo de realizar ensaios de técnicas de ensino, a Escola de Aplicação também tem como objetivo oferecer cursos de aperfeiçoamento para professores, inclusive de outros países, por meio de convênio estabelecido com a UNESCO.
A viagem didática foi promovida pelo Laboratório de Educação Matemática e pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores, ambos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
Além disso, contou com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação da USP, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), do Instituto de Química de São Carlos e do departamento de Matemática do ICMC.
Confira as fotos desta visita AQUI e AQUI.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Do IFSC/USP para a Petrobras – Desafios no mercado de trabalho
O ex-aluno do IFSC-USP, Rafael Guolo Dias, sempre teve facilidade com as ciências exatas. Na quarta série ele já demonstrava interesse nessas áreas, mas no oitavo ano, assistindo ao programa televisivo O Mundo de Beakman, Rafael decidiu definitivamente que iria cursar Física, até porque sempre teve um grande apoio de seus pais nos estudos, quer participando de diversas atividades extracurriculares que a escola oferecia durante o ensino médio, ou mesmo integrando grupos de estudos avançados em Física e Matemática, além de suas participações em olimpíadas escolares.
Na transição do ensino médio para o superior, Rafael prestou vestibular nas principais universidades da região e, como já havia participado de um concurso no Instituto de Física de São Carlos, tendo recebido, inclusive, o Prêmio Milton Ferreira de Souza (IFSC-USP), o ambiente acadêmico do Instituto e o perfil dos professores contribuíram decisivamente para a decisão de prosseguir seus estudos no Instituto.
Após terminar seu mestrado em Física, Rafael sentiu-se atraído pelo trabalho de pesquisa de um professor da UNICAMP, mas sua expectativa se gorou: “Eu tinha gostado do trabalho dele, mas ele teria que viajar para o exterior para completar o pós-doutorado; então, se eu continuasse com essa ideia, teria que esperar um ano para começar a colaborar com ele”, explica Rafael Dias. Pressentindo que seu caminho profissional estava cada vez mais complicado, já que, por opção, tinha escolhido uma área “árida na Física”, Rafael resolveu conversar e se aconselhar com seus ex-professores do IFSC-USP. Ele não sabia, mas a partir desse encontro muitas portas se abririam para a sua carreira profissional: “Foi puro acaso. Conversando com o Prof. Leonardo Maia, ele sugeriu que eu prestasse o concurso na Petrobras. Na época, eu nem estava sabendo desse concurso”, recorda Rafael. Ao ser aprovado no citado concurso da Petrobras, empresa na qual Rafael atua até hoje, o ex-aluno do IFSC-USP resolveu encarar o desafio como uma experiência. “Eu tinha uma ‘veia’ bastante acadêmica, já que trabalhava com análise de física teórica, mas agora está sendo uma experiência interessante na Petrobras, já que é outro universo e uma enorme rede de aprendizado”, completa o especialista.
Na Petrobras, Rafael trabalha na área de desenvolvimento de novos projetos, numa equipe formada por geofísicos, geólogos e engenheiros. Todos esses profissionais atuam em conjunto, visando a possível descoberta de novos campos petrolíferos, fazendo delimitações das áreas e analisando os volumes de petróleo que podem ser extraídos, entre outros processos. De acordo com o especialista, o salário na Petrobras é nivelado, mas um profissional que trabalhe na empresa pode auferir, em média, cerca de dez mil reais.
Para Dias, a grande diferença entre a área acadêmica e a produtiva, está na aplicabilidade. Em sua fase acadêmica, Rafael atuava em física teórica e matemática, o que para ele “era mais intelectual”; já na área industrial, o trabalho é bem mais aplicado, “você tem uma atividade definida e um objetivo, o que muda totalmente o foco”. Quanto aos obstáculos enfrentados em sua carreira, o ex-aluno do IFSC-USP afirma que eles de fato existem: “Apesar de a geofísica estar mais ligada à Física, ela é historicamente uma subárea da geologia. Entre os profissionais mais antigos, existem certas resistências em trabalhar com físicos. Eu estou numa área que não é bem a especialidade da Física, é necessário obter bons conhecimentos em geofísica e, devido a isso, precisei estudar bastante”, conta Rafael.
De acordo com o ex-aluno de nosso Instituto, as principais metas para seu futuro dentro da Petrobras será buscar sempre aprender coisas novas e não estagnar. Para ele, é necessário evoluir, crescer na empresa e adquirir mais conhecimentos na área de geofísica: “Eu fui para a área de projetos, o que talvez tenha sido a melhor vertente que eu poderia atuar, até porque estou aprendendo muito”, revela Rafael.
Finalmente, para aqueles que pretendem seguir a carreira na Física, Rafael diz que os alunos não podem desistir de seus sonhos, mas devem buscar a melhoria e aprendizagem, independente de o caminho ser difícil ou não. “Os estudantes precisam ter persistência, dedicação e saber muito bem o que querem”, finaliza Rafael Dias.
(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

No IFSC/USP – Aprendendo ciências através da experimentação
Existe sempre uma vontade enorme de repassar conhecimentos, metodologias, conceitos e conselhos para quem pretende seguir uma carreira de professor nos ensinos fundamental e médio, principal na área de exatas. Essa é e sempre foi a firme intenção do IFSC/USP em seu Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas, que é oferecido em conjunto com o Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), recentemente classificado como cinco estrelas no Guia do Estudante.
Ao oferecer todas as disciplinas de exatas, além de biologia, com uma grade curricular que contempla também diversas disciplinas pedagógicas, este curso permite que o aluno tenha uma formação ampla em ciências, motivo pelo qual têm surgido iniciativas paralelas levadas a efeito pelo Instituto, beneficiando do entusiasmo e altruísmo de seus professores e pesquisadores.
No dia 25 de outubro, mais uma iniciativa congregou os jovens alunos do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas em torno de uma aula/palestra coordenada pelo docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Dr. Luiz Antonio de Oliveira Nunes, subordinada ao tema Aprendendo ciências através da experimentação, que, por meio de diversos experimentos muito simples, mostrou como os professores podem utilizar os mesmos no início de suas aulas, de forma a despertar a curiosidade e incentivar os jovens alunos dos ensinos fundamental e médio.
Para Gabriel, (32), que frequenta o 3º ano do curso, os conceitos que foram explicados pelo Prof. Luiz Antonio são de extrema importância. “Principalmente para o meu caso, que escolhi a vertente da Física, tudo o que assisti faz todo o sentido, com experimentos muito simples e que realmente me podem ajudar no futuro a apresentar aulas bem mais interessantes”.
Para Claudio Broense Bretas, Técnico de Laboratório do IFSC/USP e que sempre se interessa por este tipo de apresentação, é muito importante o estudante – seja de que curso for – assistir a este tipo de palestra. “É um aprendizado importante e neste caso concreto para todos quantos decidiram seguir a carreira de professor. Experimentos simples, que podem cativar os alunos na sala de aula, magistralmente apresentados pelo Prof. Luiz Antonio, que, recordo, tem um canal específico no Youtube, denominado “Oficiência”, e que poderá servir também inspiração para os interessados”.
Maria Clara (20) vive em Araraquara e frequenta o 3º ano do Curso de Bacharelado em Química, sendo que sua vocação é ser professora. “Esta palestra mostrou o quanto é importante oferecermos aos alunos aulas mais dinâmicas, onde a prática possa complementar a teoria na medida certa. Colocar as mãos dos alunos “na massa” é afastá-los do celular e tenciono aplicar tudo aquilo que observei nesta palestra”.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Pesquisador do IFSC/USP debate o futuro da medicina em seminário
Promovido pela Scientific American Brasil, realiza-se no dia 06 de novembro, ao longo de todo o dia e com entrada livre e gratuita, o seminário O Futuro da Medicina, que ocorrerá no Auditório do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289, Edifício-C – Cidade Universitária – São Paulo).
Este importante evento será constituído por várias mesas redondas que discutirão temas relacionados com a medicina, como, por exemplo, os novos desafios é ticos e a formação do médico para o século XXI, entre outros.
Entre os oradores convidados para este seminário, estará o docente e pesquisador do IFSC/USP, coordenador do CEPID CIBFar alocado em nosso Instituto, Prof. Adriano Andricopulo, que, no âmbito da Mesa-3, que tem como tema Medicina para todos ou para poucos, apresentará a palestra intitulada Doenças Negligenciadas.
Para se inscrever neste evento e/ou obter mais informações, clique AQUI.
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Do IFSC/USP para a Suíça – portas abertas para a ciência no mundo
Nicolau Beckmann, de 55 anos, nasceu na cidade de Joinville (SC), lugar onde completou os ensinos fundamental e médio, primeiro em uma escola católica, depois numa escola técnica. Cursou o último ano de colégio num estabelecimento que havia constituído a escola alemã até 1940. Durante o ensino fundamental, já gostava da área médica e de física, principalmente devido à personalidade forte e muito profissional de uma de suas professoras de matemática.
Nicolau teve, também, um docente de física que o incentivou a seguir o caminho das ciências exatas. Foi no ensino médio que Nicolau começou a cogitar em fazer engenharia, devido ao seu gosto pela matemática e física; para ele, essas disciplinas eram “naturais”, principalmente por estar estudando numa escola técnica. No segundo ano do ensino médio começou a se interessar por astrofísica e teve a oportunidade de ler as obras do escritor e bioquímico Isaac Asimov. Ainda nessa época e durante as férias, realizou um estágio na empresa Consul, em Joinville, mas esse primeiro contato com o ambiente industrial não o agradou. Todavia, esse estágio foi de extrema importância para Nicolau, pois percebeu que o ambiente industrial não deveria ser o seu foco.
Quando chegou a difícil época do vestibular, nosso entrevistado já havia se decidido por cursar física, só que a única questão era escolher o local onde iria estudar. Após uma conversa com alguns de seus professores do colegial, Nicolau viajou até São Carlos onde conheceu o Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), tendo gostado bastante do ambiente. “Nessa época, conversei com algumas pessoas e decidi que essa era a direção que eu queria”, afirma o ex-aluno do Instituto. Interessante foi o fato que, para o vestibular, a matéria que mais estudou foi biologia, por duas razões: primeiro, porque não tinha base suficiente, pois essa disciplina não fazia parte do currículo da escola técnica, mas principalmente porque também a biologia o fascinava.
Quando iniciou a vida universitária, o então jovem estudante estava muito entusiasmado. Porém, alguns momentos tensos marcaram essa época, como, por exemplo, a greve ocorrida na USP, em 1979 – já que foi a primeira que ele acompanhou de perto. O entusiasmo pela física sofreu certa desilusão nessa fase inicial, até que ele descobriu a existência do campo da biofísica, uma das áreas fortes do Instituto, na época. Certo dia, o jovem teve a oportunidade de assistir a uma palestra do físico Mário Schenberg, onde o especialista proferiu uma frase que, segundo o nosso entrevistado, marcou a sua vida para sempre: “O futuro da física está na biologia”. Além disso, conversava ocasionalmente com o Prof. Sérgio Mascarenhas e outros membros do grupo de biofísica do IFSC/USP. Assim, Nicolau decidiu que atuaria na área de física médica ou em biofísica, e esse fato o levou a cursar o resto da graduação com grande motivação.
Após a graduação, Nicolau realizou seu mestrado em ressonância magnética (RM), sob orientação do Prof. Horácio C. Panepucci (IFSC-USP). O grupo de Horácio estava iniciando o trabalho no domínio de imagens e Nicolau sentiu que essa área seria um ótimo compromisso entre seus diferentes interesses científicos. Já durante o mestrado começou a pensar seriamente como concretizar seu sonho de estudar no exterior, principalmente na Europa, pois desejava conhecer as raízes de sua família (Alemanha, Itália, França e Irlanda). Assim que terminou o mestrado, não perdeu tempo e pediu uma bolsa para o governo alemão. Quando preparava sua saída do Brasil surgiu a oportunidade de dar aulas no IFSC-USP e Nicolau acabou por aceitar a proposta. Contudo, a vontade de sair do Brasil foi mais forte e, mesmo tendo sido contratado como professor, o jovem deixou tudo para trás e rumou para a Alemanha em 1986, onde iniciou um estágio na empresa Siemens, que desenvolve equipamentos de RM para fins médicos. Naquela empresa, Nicolau conheceu Stefan Müller, um assistente de Joachim Seelig, do Biocentro da Universidade de Basiléia, na Suíça. Esse estágio na Siemens também tinha o propósito de poder trabalhar com o grupo de pesquisa local, que se preparava para adquirir um equipamento da citada firma. “Conversei com o Stefan e disse que estava procurando um lugar para fazer o doutorado, ao que ele respondeu que iria falar com seu professor sobre essa eventualidade de colocação. Ele fez o contato e fui apresentado ao professor Seelig, que logo me aceitou como doutorando”, pontua Nicolau. Depois de terminar seu estágio na Siemens, foi para Basiléia, na Suíça, onde em 1987 iniciou o seu trabalho com o professor Seelig, na área de biofísica, usando a técnica de RM para estudar o metabolismo de açúcares no cérebro e no fígado de humanos. O tema da tese era interdisciplinar, pois exigia a aquisição e combinação de conhecimentos de física, matemática, computação, eletrônica, biologia, química e medicina.
Alguns meses antes da defesa da tese de doutorado, ocorrida em maio de 1990, Nicolau iniciou os preparativos para sua partida para os Estados Unidos, onde havia sido aceito como pós-doutorando por Kâmil Uğurbil. Mas, em dezembro de 1989, Nicolau foi surpreendido por uma proposta do professor Seelig para continuar o pós-doutorado em seu grupo. “Seelig sabia que eu havia decidido ir aos Estados Unidos, pois ele mesmo escreveu uma carta de recomendação. E havia-lhe comunicado a aceitação por Kâmil. Como era a época de Natal, resolvi ir à Itália para pensar no assunto. Foi lá que decidi permanecer na Europa” recorda Nicolau. Durante o pós-doutorado, o físico até pensou em mudar de área e dedicar-se à investigação de estruturas de proteínas por RM. Após pleitear uma posição em Lausanne, igualmente na Suíça, no grupo de Geoffrey Bodenhausen, Nicolau teve uma importante conversa com aquele docente e percebeu que estava pretendendo entrar numa área que era mais voltada a químicos que a físicos. “Bodenhausen disse que me aceitaria em seu grupo, mas em sua opinião seria melhor para o meu futuro que continuasse na área biomédica. Foi um choque para mim, mas refleti e aceitei seu conselho. Anos mais tarde, durante um congresso em Lausanne, agradeci-lhe o excelente conselho, que acabou tendo uma influência decisiva no meu desenvolvimento posterior”, conta Nicolau.
Em 1993, Nicolau aceitou o convite de Markus Rudin para ingressar em seu grupo de RM na indústria farmacêutica, ainda na Basiléia. Um campo novo de atuação abria-se, voltado a aplicações na área biomédica e em farmacologia. Esta cidade é particular, pois apesar de ser pequena (aproximadamente 160.000 habitantes), oferece uma das maiores densidades de pesquisa biomédica no mundo. Além da pesquisa na Universidade, Basiléia prima pela pesquisa aplicada realizada em seus laboratórios farmacêuticos. Vários laços unem as instituições acadêmicas e industriais, apesar de todas guardarem suas autonomias. Dentro deste espírito, hoje Nicolau continua a trabalhar num laboratório farmacêutico, mas atua também como professor livre-docente no Biocentro da Universidade de Basiléia.
Como ex-aluno de uma universidade brasileira e docente de uma estrangeira, Nicolau diz que os doutorandos suíços trabalham de forma diferente, bastante organizada. Segundo ele, os estudantes suíços chegam ao instituto por volta das 9h, almoçam às 12h e vão embora às 16h. Depois de três ou quatro anos de estudos intensivos, eles defendem suas teses e publicam bem. “Eles são extremamente organizados e concentrados, só que a hora do lazer é sagrada. Sabem muito bem diferenciar uma coisa da outra. Quando estava em São Carlos, era freqüente trabalharmos até tarde da noite e durante os fins-de-semana. Acho que éramos menos organizados, mas em compensação, mais sonhadores e talvez até mais entusiasmados pelo que fazíamos. Aprendi muito com os colegas na Suíça, mas mantive algumas das características do tempo de São Carlos – continuo a trabalhar longas horas, usar muito a intuição e meu entusiasmo pela pesquisa não diminuiu com as décadas”, comenta o ex-aluno.
Quanto aos planos futuros, Nicolau revela que, se surgisse uma oportunidade, ele deixaria o setor produtivo e se focaria na área acadêmica novamente, uma vez que já faz vinte anos que está atuando na vertente industrial. De acordo com nosso entrevistado, a física é uma área que oferece uma base muito boa para diferentes tipos de atividades. Como exemplo, ele destaca profissionais que se formaram nessa área, mas que não atuam no campo acadêmico, mas sim em instituições industriais, bancárias e até na bolsa de valores da Suíça. “O caso mais interessante que soube foi de um assistente do Richard Ernst, em Zurique, que deixou a RM para dedicar-se à psicanálise. E hoje é um psicanalista de renome”, diz.
Para ele, os jovens alunos pensam que há apenas um caminho para seguir, porém, no fundo há diversos rumos que eles podem tomar. Nicolau ainda diz que a física abre portas para diversas aplicações e o importante é que os estudantes procurem aquilo que realmente gostam e que não tenham medo de trilhar caminhos insólitos ou de buscar informações. Fazer o que se gosta, com dedicação, é fundamental em cada profissão e particularmente na pesquisa. Por fim, o ex-aluno do IFSC-USP relembra o conselho que recebeu de seu pai, que dizia que não abandonasse uma atividade escolhida no meio do caminho, sem a levar ao término. “Este conselho foi importante em diferentes fases de minha formação e continua sendo importante até hoje”, comenta.
Além disso, Nicolau ressalta o apoio e exemplo recebidos de Horacio Panepucci, Joachim Seelig e Markus Rudin durante o seu desenvolvimento profissional. Sublinha as oportunidades que teve em trabalhar em lugares e ambientes diferentes, em Joinville, São Carlos, São Paulo, na Alemanha, Suíça e em Boston, onde há alguns anos realizou um sabático num dos hospitais de Harvard e o convite recebido de um professor de Tóquio para dar uma série de palestras no Japão, em 1996, onde acabou conhecendo a sua atual esposa: e a influência benéfica de conversas que teve com, entre outros, Sérgio Mascarenhas, Mário Schenberg, Geoffrey Bodenhausen, Kâmil Uğurbil, Floyd Bloom, e Richard Ernst.
(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)
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