Notícias

3 de dezembro de 2018

Na Colômbia: Bagnato fala sobre relações entre academia e setor produtivo

Contar com infraestruturas modernas e com parques tecnológicos onde os pesquisadores e empresários trabalhem conjuntamente no desenvolvimento de suas ideias, são bases fundamentais que deverão ser inseridas em uma estratégia de inovação, devidamente enquadradas nos processos burocráticos.

Em entrevista à Agência de Notícias UN, da Colômbia, quando de sua recente visita aquele país para participar em uma banca de defesa de tese, o Diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, destacou a própria experiência da Universidade de São Paulo na introdução feita acima: “Quando a USP, na década de 90, começou a dar os primeiros passos rumo à inovação e à transferência tecnológica, não havia uma única empresa que partilhasse ideias, projetos e espaços de debate com ela: hoje, contamos com cerca de 200 incubadoras. É certo que algumas delas não irão sobreviver, mas certamente que a maioria terá a projeção esperada por seus criadores. Um dos exemplos de sucesso é uma empresa da área de óptica que começou apenas com três pessoas e que ousou um dia iniciar um processo de desenvolvimento de satélites de telecomunicações, contando hoje com cerca de trezentos funcionários”, comenta o cientista.

Para Bagnato, atendendo a que construir laboratórios para pesquisa é extremamente oneroso, as universidades têm todas as condições para disponibilizar seus espaços não só para a geração de conhecimento, mas, também, para inovação e progresso. Na opinião do Diretor do IFSC/USP, estudantes professores e servidores devem estar sempre atentos na identificação de problemas que possam surgir no seio das sociedades, para que possam desenvolver soluções eficazes que sejam aplicadas em curto espaço de tempo: “Não se espera nem se deseja que os cientistas se transformem em empresários: o quje se espera e deseja é que eles possam transformar suas ideias em produtos, até para que as universidades façam parte integrante do processo de geração de riqueza para o país, tal como aconteceu na Europa, no pós-guerra, algo que, inclusive, a América Latina poderia seguir o exemplo através de um modelo que fosse capaz de combinar necessidades e oportunidades.

Para Vanderlei Bagnato, embora o financiamento público para a ciência seja fundamental, o certo é que as universidades devem demonstrar para a sociedade que essa transformação de paradigma vale a pena e que se podem colher resultados muito positivos para o país.

Outro aspecto abordado por Bagnato em sua entrevista, é que, embora haja um grande potencial humano e um interesse crescente pela área de inovação, os alunos continuam sua formação tendo como objetivo principal obter uma posição em uma empresa, e é por isso que deve haver uma mudança de mentalidade que lhes permita prosseguir seus estudos no sentido de criarem novos produtos e empregos.

Uma boa estratégia, que começou a dar seus primeiros frutos na Universidade de São Paulo, foi a implementação de cursos de empreendedorismo para que os alunos adquiram conhecimentos mais abrangentes, e logo a partir do primeiro semestre de suas carreiras, inclusive com a utilização do idioma inglês, que deve ser obrigatório. “Embora a pecuária no Brasil seja muito forte, os estudantes dos Estados Unidos são os que investem nesse campo. Nosso objetivo é mudar essa situação a partir de um tipo de educação na área financeira que permita aos nossos alunos gerenciar melhor seus recursos “, afirma Vanderlei Bagnato, acrescentando que ter uma unidade especializada em inovação e empreendedorismo é fundamental para esse propósito.

(Traduzido e adaptado por Rui Sintra – jornalista – no original da autoria de fin/JCMG/dmh /LOF/UN – UNIMEDIOS – Universidade Nacional de Colombia)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..