Notícias

11 de abril de 2025

Oportunidade de Pós-Doutorado no CEPOF-IFSC/USP

O Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) está em busca de candidatos(as) altamente treinados(as) e motivados(as), de qualquer nacionalidade, para duas vagas distintas de pós-doutorado com duração de um ano, nas seguintes áreas:

1-Física Experimental com Átomos Frios

Áreas de interesse: turbulência quântica; termodinâmica de átomos frios; relógios atômicos com átomos frios.

O projeto tem como foco a investigação de características inovadoras em sistemas atômicos frios, incluindo Condensados de Bose-Einstein de Na, Rb, e Metrologia de Tempo e Frequência com Cs.

2-Biofotônica

Áreas de interesse: Fundamentos e aplicações da terapia fotodinâmica.

Cada candidato(a) selecionado(a) receberá uma Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP ( https://fapesp.br/bolsas/pd).

Requisitos: Doutorado em Física, Engenharia ou áreas afins

Prazo para inscrição: 30 de maio de 2025

Para se candidatar, envie por e-mail os seguintes documentos:

– Currículo atualizado, incluindo lista de publicações e áreas de atuação;
– Carta de interesse (máximo uma página) diminuir a área de pesquisa escolhida;
– Duas cartas de recomendação (ou nome e contato de dois profissionais que serão fornecidos).

Envie as candidaturas e dúvidas para: sec_cientifica_go@ifsc.usp.br .

Por favor, inclua no assunto do e-mail: “Candidatura a Pós-Doutorado – [Área]”.

Os(as) candidatos(as) selecionados(as) deverão iniciar uma bolsa de pós-doutorado em junho ou julho de 2025.

A vaga está aberta para brasileiros e estrangeiros.

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 12.000,00 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Confira todas as informações AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de abril de 2025

Úlceras venosas – IFSC/USP inicia tratamentos após resultados de pesquisa

(Créditos – “Melbourne Varicose Vein”)

Após pesquisas e estudos realizados por seus pesquisadores, o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) iniciou já um novo processo de tratamento de pacientes portadores de úlceras venosas – também conhecidas como úlceras varicosas.

A úlcera venosa é caracterizada por uma ferida na perna, próxima ao tornozelo, que ocorre devido à dificuldade do retorno do sangue das pernas ao coração. É o estágio mais avançado e grave de uma condição chamada “Insuficiência Venosa Crônica”. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, são múltiplos os fatores que contribuem para seu aparecimento, incluindo varizes, obesidade, trombose venosa profunda e falha da bomba muscular da panturrilha, por exemplo. Aproximadamente 1% da população apresenta úlcera venosa.

Pesquisadora do IFSC/USP Carolaine Bernardo

Habitualmente, a úlcera venosa é precedida por alterações da pele, nessa mesma região, como escurecimento da perna, inflamação da pele e endurecimento/atrofia da pele da perna. Em geral é pouco dolorosa, mas pode demorar para cicatrizar ou aumentar de diâmetro e/ou profundidade se não for adequadamente tratada. Além do impacto social e na qualidade de vida das pessoas, outras complicações podem ocorrer, como uma infecção da úlcera, que se manifesta com dor, mau cheiro, aumento da quantidade de secreção e vermelhidão ao redor da ferida.

O tratamento desenvolvido pela equipe de pesquisadores do IFSC/USP poderá ser uma alternativa aos processos cirúrgicos atualmente existentes, consistindo num procedimento que utiliza luz laser com uma determinada frequência, incidindo diretamente na área da lesão ao longo de várias sessões.

A enfermeira e pesquisadora do IFSC/USP, Carolaine Bernardo, é a profissional que está assumindo os procedimentos do novo protocolo, sob a supervisão dos pesquisadores Dr. Eduardo de Aquino Junior e Fernanda Mansano Carbinatto, também do IFSC/USP, na sequência de uma pesquisa realizada por ela e descrita em um artigo científico onde aparece como primeira autora na revista internacional “Journal of Palliative Care & Medicine”. “O artigo publicado relata o meu trabalho realizado com um paciente que apresentava uma úlcera aberta desde há dez anos e que não cicatrizou ao longo desse tempo.  Com este novo tratamento com laser, aplicado duas vezes por semana, a ferida fechou em nove meses”, informa a pesquisadora. Segundo ela, o paciente possuía muitas comorbidades – diabetes, problemas de retorno venoso e de insuficiência venosa, vítima de infarto por duas vezes, e com amputação de quatro dedos no mesmo pé, algo que contribuiu para o início deste processo do IFSC/USP.

Confira AQUI o artigo científico publicado na  revista internacional “Journal of Palliative Care & Medicine”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de abril de 2025

Para alunos do ensino médio e dos cursos pré-vestibulares – IFSC/USP organiza visitas monitoradas

Numa iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, estão se iniciando as “Visitas Monitoradas” nas Unidades de Ensino, Museus e Órgãos de Integração e Apoio da Universidade de São Paulo, direcionadas aos estudantes do Ensino Médio e dos Cursos Pré-vestibulares que estão em processo de escolha de carreira para ingresso no ensino superior.

As inscrições para as Visitas Monitoradas são disponibilizadas em dias úteis a partir das 10h.

Para a inscrição de colégios/escolas/cursinhos serão disponibilizadas até 20 vagas por visita monitorada.

A duração média de uma visita monitorada é de 3 horas, podendo variar de acordo com a Faculdade/Instituto/Órgão/Museu.

O IFSC/USP receberá estudantes Ensino Médio (todos os anos), Curso Pré-vestibular, Educadores e/ou acompanhantes, para visitas aos cursos de Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares; Física; Física Computacional; Licenciatura em Ciências Exatas.

A primeira visita ocorrerá no dia 14 de abril, entre as 14h00 e as 17h00, com 100 vagas (inscreva-se AQUI  partir do dia 07 de abril), sendo que a segunda visita acontecerá no dia 29 de maio, igualmente entre as 14h00 e as 17h00 e para 100 vagas .

Consulte AQUI o calendário completo das “Visitas Monitoradas”.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de abril de 2025

Inovação – Novo gerador de energia feito com niobato de lítio (LiNbO3) promete benefícios para o dia a dia

(ISTOCK)

Futuro mais sustentável

Imagine carregar o celular apenas caminhando ou usar roupas que geram eletricidade sozinhas. Isso pode estar mais perto da realidade do que se imagina. Pesquisadores desenvolveram um novo tipo de gerador de energia capaz de transformar os movimentos do dia a dia em eletricidade. Esse avanço pode ajudar a reduzir a dependência de baterias e oferecer alternativas mais sustentáveis para alimentar pequenos aparelhos eletrônicos.

O estudo, publicado na revista “Crystal Growth & Design”, foi conduzido por cientistas brasileiros da Universidade Federal do Ceará e do IFSC/USP, juntamente com colegas do MIT (EUA) e do Instituto Tecnológico de Monterrey (México). A equipe utilizou uma fibra especial feita de niobato de lítio (LiNbO3), um material altamente eficiente na conversão de movimentos humanos em eletricidade. Nos testes, o gerador foi capaz de produzir energia elétrica suficiente para alimentar sensores e pequenos dispositivos sem precisar de fonte externa.

Prof. Antonio Carlos Hernandes

Com essa tecnologia, no futuro, será possível desenvolver roupas que carregam celulares enquanto a pessoa caminha, tênis que alimentam sensores de saúde, e até implantes médicos que funcionam sem necessidade de recarga frequente. Além disso, o novo material não contém substâncias prejudiciais ao meio ambiente, tornando-o uma opção sustentável e ecológica. Outro grande benefício é a sua durabilidade e eficiência, que minimiza o desperdício de energia e permite a produção em larga escala. Essa inovação tem o potencial de transformar a maneira como utilizamos a eletricidade em nosso dia a dia, tornando-a mais acessível e sustentável.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, um dos autores desse estudo, explica qual foi a sua contribuição para a pesquisa. “A fabricação das fibras de LiNbO3 foi feita aqui em São Carlos em um equipamento especial que utiliza um laser de alta potência, capaz de atingir temperaturas de até 2.500OC. O pós-doutorando Sérgio Marcondes, que atua em nosso Laboratório, definiu a melhor metodologia para obter fibras com a qualidade desejada”, sublinha.

A pesquisa contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Os próximos passos incluem aprimorar ainda mais o gerador e buscar maneiras de integrá-lo a produtos do cotidiano.

Confira AQUI o artigo científico relativo a esta pesquisa.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de abril de 2025

No Campus USP de São Carlos – Fórum sobre o “Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação”

De modo a popularizar este tema, o próximo dia 11 de abril será dedicado a reflexões sobre o “Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação” no Campus USP de São Carlos

 

Quando se discute as contribuições essenciais da Universidade para a Sociedade, é comum que poucos conheçam o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, uma legislação que não apenas estimula, mas também oferece diretrizes e oportunidades para promover a integração entre a Academia e a Sociedade de maneira eficaz.

 

No lançamento do Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (VER AQUI), o Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, fez a seguinte colocação:

 

O Brasil conseguiu constituir nas últimas duas décadas um sistema robusto de pesquisa e pós-graduação, que possibilitou avanços importantes na formação de recursos humanos e na ampliação da produção científica nacional. No entanto, o avanço da ciência brasileira não se refletiu na melhoria dos indicadores tecnológicos e de inovação nas empresas.

 

Pode-se, entretanto, estender suas valiosas palavras, acrescentando que: “No entanto, o avanço da ciência brasileira não se refletiu de maneira significativa na melhoria dos indicadores de Desenvolvimento Socioeconômico Inclusivo e Sustentável”, como destacado nos princípios da construção da Lei, apresentados a seguir. Isso evidencia a necessidade de se direcionarem os esforços para que os benefícios da ciência e da inovação alcancem toda a Sociedade, promovendo um impacto mais amplo e equitativo — um papel fundamental que cabe também à Academia desempenhar.

 

De forma concisa, a Lei foi construída seguindo alguns princípios a apresentados pelo Ministro, a destacar:

 

“1. Promoção das atividades científicas e tecnológicas como estratégicas para o desenvolvimento econômico e social.Promoção da cooperação e interação entre os entes públicos, entre os setores público e privado e entre empresas.

1-Incentivo à constituição de ambientes favoráveis à inovação e às atividades de transferência de tecnologia;

2-Estímulo à atividade de inovação nas empresas e nas ICT.

3-Simplificação de procedimentos para gestão de projetos de ciência, tecnologia e inovação e adoção de controle por resultados em sua avaliação.”

 

De modo a popularizar este tema, o próximo dia 11 de abril será dedicado a reflexões sobre o “Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação” no Campus USP de São Carlos, com a seguinte programação:

1) Mesa Redonda: “O Marco Legal da CT&I é conhecido pela Comunidade e está sendo efetivamente aplicado? Um debate entre membros da Hélice Tríplice

Horário: manhã

2) Fórum: “O Marco Legal da CT&I é conhecido pela Comunidade Acadêmica e está sendo efetivamente aplicado“?

Horário: tarde

Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas – Instituto de Física de São Carlos – Campus USP – Área 1

Participem!

Clique AQUI para conferir os palestrantes, informações atualizadas e inscrições.

Evento apenas presencial e com vagas limitadas. Façam suas inscrições!

Uma iniciativa do InovaUSP – Complexo São Carlos, com o apoio da Reitoria/USP, PRPI/USP, FDRP/USP – CEADIN e InovaUSP – Complexo Ribeirão Preto.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de abril de 2025

Docente do IFSC/USP participa da “Fapesp Week Germany”

Profª Patrícia C. M. Castilho

Na semana passada, entre os dias 25 e 26 de março, aconteceu a “Fapesp Week Germany”, a 24a edição de um evento da Fapesp que visa promover colaborações internacionais entre pesquisadores do estado de São Paulo e pesquisadores do país sede, no caso, a Alemanha.

A docente do IFSC/USP, Profª Patrícia C. M. Castilho, esteve presente no evento, participando da seção de “Tecnologias Quânticas”, um dos quatro temas escolhidos como estratégicos para esta edição. Durante o evento, a docente apresentou os resultados de seu novo laboratório, que visa estudar as propriedades super fluídas de gases bidimensionais e como estes sistemas podem ser usados como plataformas experimentais para simulação quântica.

“Simular materiais complexos, como supercondutores, é um grande desafio da física moderna. Devido à complexidade do sistema, as simulações em supercomputadores clássicos são limitadas a um número muito baixo de partículas. Computadores quânticos podem ajudar nesta questão, mas o número de qubits lógicos ainda é pequeno. Por outro lado, gases ultrafrios configuram sistemas quânticos macroscópicos com milhares de partículas e alto grau de controle das suas propriedades e têm sido vastamente utilizados como simuladores quânticos em diversas áreas”, informa a docente.

O comportamento de sólidos, como os supercondutores, pode ser simulado com o uso de redes ópticas, formadas pela interferência de dois ou mais feixes de laser. “Assim como os elétrons em um sólido estão sujeitos a um potencial periódico resultado da rede cristalina dos íons do material, átomos ultrafrios em redes ópticas estão sujeitos a um potencial semelhante, uma vez que as franjas de interferência apresentam um padrão senoidal. Assim, acompanhando a dinâmica dos átomos nestes sistemas, podemos entender melhor o comportamento de sistemas de matéria condensada e validar teorias”, pontua a professora.

Produzir gases ultrafrios e aprisioná-los em redes ópticas não é uma tarefa simples e a professora estima que em cerca de dois anos será possível realizar essas redes em seu experimento no IFSC/USP.

Com relação ao evento, a Profª Patrícia acredita que foi uma ótima oportunidade de conhecer melhor os grupos na Alemanha e como é possível estabelecer novas parcerias. “Tive a oportunidade de visitar o laboratório de um colega, o primeiro condensado de Bose-Einstein de Berlim. Além disso, assistir palestras em temas diversos, para além da Física, como as da Amazônia +10 e da mesa de discussão sobre o futuro da produção de comida no mundo, é sempre uma experiência muito proveitosa e me ajudou a compreender melhor o papel da FAPESP em outras áreas e ao incentivo de startups, finaliza a docente”.

A programação completa da FAPESP week pode ser conferida no site: https://fapesp.br/week/2025/germany/program

Para quem quiser mais informações acerca da pesquisa da Profa. Patrícia Castilho, pode acessar o site www.ifsc.usp.br/~pcastilho e a página no Instagram https://www.instagram.com/2dklab?igsh=OWRnMjA0aGhoNWdn&utm_source=qr

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de abril de 2025

Pesquisadores do IFSC/USP contribuem para a descoberta de nova forma de procurar Matéria Escura

(Science Alert / sakkmesterke/iStock)

Pesquisadores do IFSC/USP e do Instituto de Física e Matemática da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), junto com colegas da Universidade Paris-Saclay, publicaram recentemente na revista científica “Physical Review D” um estudo inovador que pode ajudar a resolver um dos maiores mistérios da ciência: a natureza da matéria escura, que compõe cerca de 85% do Universo. O grupo de pesquisadores identificou uma nova forma de detectar sinais dessa matéria invisível, observando uma forma de luz extremamente energética vinda do espaço, conhecida como “raios gama”.

Desde há longo tempo que os cientistas sabem que a matéria escura existe, já que ela influencia o movimento das galáxias e das estrelas. No entanto, até hoje ninguém conseguiu observá-la diretamente, pois ela, sob condições normais, não emite luz nem interage com a matéria comum de forma perceptível. Resolver esse mistério pode mudar completamente nossa compreensão do Universo e levar a avanços revolucionários na física.

Uma das pistas mais promissoras para desvendar a matéria escura são as partículas chamadas ALPs (Axionlike Particles), que podem compor essa misteriosa substância e estarem espalhadas ao redor da Via Láctea. Este novo estudo sugere que essas partículas podem interagir com outras partículas espaciais extremamente rápidas, conhecidas como raios cósmicos, resultando na produção de “raios gama”, por sua vez, detectáveis por telescópios avançados instalados no nosso planeta, oferecendo um novo caminho para encontrar a matéria escura.

Uma nova forma de procurar o “invisível”

Prof. Aion Viana

Os pesquisadores mostraram que observatórios modernos, como o Cherenkov Telescope Array e o Southern Wide-field Gamma-ray Observatory, atualmente em construção e desenvolvimento, respectivamente, possuem capacidade para detectar esses sinais pela primeira vez, o que significa estarmos mais perto de encontrar pistas concretas sobre a matéria escura e entender como ela influencia a estrutura do cosmos.

Segundo os pesquisadores, a ciência entra em uma nova era no campo da astronomia, onde existe, finalmente, a hipótese de começar a revelar os segredos da matéria escura, sendo que se essa abordagem for confirmada, pode revolucionar toda a compreensão da física e ajudar a responder a questões fundamentais sobre a origem e a evolução do Universo.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Aion Viana, um dos autores do artigo científico publicado, comenta esta pesquisa da seguinte forma: “Este estudo é o resultado de quatro anos de trabalho do doutorando Igor Reis, do grupo APOEMA-IFSC-USP, em co-tutela com a Universidade Paris-Saclay (França), em colaboração com nosso colega Prof. Victor P. Gonçalves, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Trata-se do segundo artigo de uma série de pesquisas em que exploramos essa promissora ideia de que a interação entre raios cósmicos de ultra-altas energias, frequentemente observados na Terra, e partículas de matéria escura, pode produzir sinais detectáveis por modernos observatórios de “raios gama”, com os quais estamos diretamente envolvidos aqui no IFSC/USP. Com os avanços nesse campo, estamos cada vez mais próximos de desvendar a matéria escura. A próxima década tem o potencial de transformar nossa compreensão do Universo e, quem sabe, finalmente revelar a verdadeira natureza de um dos maiores mistérios da física”, conclui o pesquisador.

Além de Aion Viana, assinam esta pesquisa: Victor P. Goncalves, Emmanuel Moulin e Igor Reis.

Para conferir o estudo, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de abril de 2025

Abertas as inscrições para o “Prêmio Capes de Tese – Edição 2025”

O Edital nº 6/ 2025 do Prêmio Capes de Tese – Edição 2025 , que contempla as teses defendidas em 2024, bem como as Orientações da CPG sobre à abertura das inscrições e as regras internacionais de seleção da CPG, estão disponíveis na página do programa no menu “Processo Seletivo” (VER AQUI).

Os assuntos relevantes encaminhar a documentação necessária para análise da CPG até às 17:00h do dia 30/04 , impreterivelmente.

Dúvidas sobre o Edital nº 6/2025 da CAPES deverão ser esclarecidas por meio do e-mail: premiocapes@capes.gov.br 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de abril de 2025

“Programa Vem Saber” realiza formação de professores de física em suas instalações no Campus USP de São Carlos

Prof. Antonio Carlos Hernandes recebendo os professores

Pela primeira vez desde a sua criação (2019), o “Programa Vem Saber”, do IFSC/USP, realizou o projeto “Formação de Professores de Física” nas suas instalações localizadas na Área-2 do Campus USP de São Carlos, acolhendo ao longo de todo o dia 27 de março, entre as 08h00 e as 17h00, cerca de quarenta docentes oriundos das escolas públicas pertencentes à rede estadual de ensino – Diretoria de Ensino de Araraquara. Tradicionalmente, o “Programa Vem Saber”, coordenado pelos professores Antonio Carlos Hernandes e Herbert Alexandre João, tem organizado em cerca de seis vezes por ano esse projeto de orientação técnica na formação de professores de Física, visitando inúmeras diretorias de ensino, sendo que, desta vez, o projeto visou acolher docentes.

Profª Sandra Aparecida Martins (Araraquara)

Formação teórico-experimental, levando em consideração, também, uma introdução a aspectos considerados importantes para que os professores possam trabalhar o projeto de vida de seus alunos – acesso e permanência estudantil na USP e política de reservas de vagas na Universidade, entre outros -, conceitos de física e experimentos utilizando metodologias ativas de ensino e uma visita didática aos Laboratórios instalados no prédio do IFSC/USP – Área-2 -, bem como ao hangar da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), constituíram o programa dedicado a essa visita, que incluiu um almoço no refeitório da USP.

Prof. Adilson Cardoso (Matão)

Valéria Santos Lima é professora na EE Professor Oacyr Antonio Ellero (Araraquara), sendo a quarta vez que visita o “Programa Vem Saber”, ou seja, é uma assídua participante junto com seus alunos. Desta vez, Sandra veio com seus colegas professores. “É sempre muito bom para vir aqui, já que sempre encontro algo novo, coisas diferentes, e isso tem contribuído para eu enriquecer a aprendizagem dos meus alunos. Por exemplo, a questão do custo/benefício em relação a experimentos que podemos realizar em sala de aula foi o que mais me despertou a atenção nesta formação, atendendo a que as escolas não possuem verbas suficientes para essa finalidade. Contudo, a possibilidade de podermos adaptar ou improvisar materiais e equipamentos foi algo que despertou minha atenção, bem como a interação com meus colegas, que foi muito boa”, comenta a professora.

Profª Valéria Santos Lima (Araraquara)

Adilson Cardoso é professor na EE José Inocêncio da Costa, em Matão, e considera que esta visita superou suas expectativas, classificando a formação muito interessante, com bastante aprendizado. “Várias inovações e métodos que podem ser discutidos em sala de aula. Foi muito proveitosa esta visita e permanência, até porque o Prof. Hernandes teve a oportunidade de nos mostrar como funciona a USP, algo que podemos replicar para nossos alunos, desmistificando conceitos, já que, independentemente da renda familiar, qualquer um deles pode entrar, sim, na Universidade. Apesar das dificuldades inerentes à escassez de verbas nas escolas, o que vi foi que temos muitas opções para usar materiais baratos, sendo que, na pior das hipóteses, podemos usar vídeos explicando metodologias e experimentos, algo que contribui para “acender algumas luzes” em nós próprios no sentido de nos podermos adaptar a coisas que podem ser utilizadas para aumentar a qualidade de nossas aulas. Enfim, tudo em prol da Educação”, remata o docente.

Por último, a Profª Sandra Aparecida Martins veio de uma escola de ensino integral de Araraquara. A docente é formada na USP de São Carlos (mestrado e doutorado em química) e considera que esta formação é bastante produtiva. “As demonstrações feitas aqui são algo que podemos adaptar nas nossas escolas e tudo o que estamos aprendendo aqui vai fazer com que nós, professores, nos aproximemos ainda mais de nossas comunidades escolares, principalmente da minha, que é muito carente, demonstrando, também, que a USP está completamente acessível aos nossos alunos. Eles podem, sim, ingressar na USP”, comenta a docente, acrescentando que esta formação se traduz em um crescimento profissional importante, valorizado pelo contato enriquecedor com todos os professores participantes.

Estiveram presentes nesta “Formação de Professores de Física” docentes de dez municípios da Diretoria de Ensino de Araraquara, a saber: Araraquara; Trabiju; Boa Esperança do Sul; Gavião Peixoto; Nova Europa; Matão; Américo Braziliense; Santa Lúcia; Rincão e Motuca.

Uma experiência que, com certeza, será repetida.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2025

Pesquisadores do IFSC/USP criam tecnologia para melhorar dispositivos eletrônicos

Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em colaboração com colegas da “École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL) – Suíça – (colaboração FAPESP/SNSF-Swiss National Science Foundation 2021/03311-3), descobriram uma forma inovadora de melhorar o desempenho de materiais bi-dimensionais, no caso MoS2. O estudo foi publicado em uma das mais importantes revistas científicas internacionais – ACS Nano -, podendo abrir caminho para novas tecnologias no futuro.

O dissulfeto de molibdênio (MoS₂) bi-dimensional é um material semicondutor que tem atraído grande interesse devido às suas propriedades eletrônicas, ópticas e mecânicas únicas. Uma das aplicações mais promissoras é em eletrônica flexível e de baixo consumo de energia, onde o MoS₂ pode ser utilizado como um semicondutor em transistores de efeito de campo (FETs) de alta eficiência. Além disso, sua estrutura atômica fina e alta sensibilidade à superfície o torna ideal para sensores químicos e biológicos, capazes de detectar moléculas específicas com alta precisão. No entanto, ele apresenta um desafio: sua fina espessura faz com que absorva pouca luz, o que pode limitar sua aplicação em determinadas áreas, como telas de celulares e sensores ópticos.

Para superar esse problema, os pesquisadores testaram uma solução criativa, que foi combinar o MoS2 com estruturas de ouro em escala nanométrica. O resultado surpreendeu a equipe, já que, ao colocar o MoS2 sobre essas estruturas metálicas, o material passou a ter um desempenho muito melhor. Sua capacidade de interagir com a luz e de conduzir eletricidade foi aprimorada, tornando-o ainda mais promissor para a criação de novas tecnologias.

Prof. Euclydes Marega Junior

Para o Prof. Euclydes Marega Junior, pesquisador e docente do IFSC/USP e um dos autores da pesquisa, o que se descobriu foi que ao posicionar o MoS2 sobre pequenas aberturas em superfícies de ouro, ele se adapta ao formato da superfície. Esse ajuste altera a maneira como o material conduz eletricidade e absorve luz, tornando-o mais eficiente. Além disso, a interação entre o MoS2 e o ouro gera um efeito que permite um controle mais preciso sobre suas propriedades eletrônicas. Outro ponto importante da descoberta, segundo Marega Junior, é que a maneira como a luz incide sobre o material influencia seu funcionamento. Isso significa que, dependendo da forma como a luz é direcionada, o MoS2 pode responder de maneiras diferentes, o que pode ser explorado para criar sensores mais avançados e dispositivos que funcionem com base em diferentes tipos de radiação.

“O artigo publicado é parte de nossa colaboração com a EPFL – Suíça, parceria que mantemos desde 2019. Esta é nossa primeira publicação conjunta dentro dessa colaboração, cujo objetivo é combinar as expertises dos dois grupos. Nosso grupo de pesquisa tem investigado a interação da radiação com a matéria em nanoescala há mais de uma década e, com a colaboração do grupo do Prof. Andras, conseguimos desenvolver estruturas híbridas envolvendo materiais bidimensionais em plasmônicas ocupacionais. Pretendemos fortalecer essa parceria por meio do intercâmbio de estudantes para projetos futuros”, sublinha o pesquisador.

Assinam esta pesquisa, além do Prof. Euclydes Marega Junior, os pesquisadores Matheus Fernandes Sousa Lemes, Ana Clara Sampaio Pimenta, Gaston Lozano Calderón, Marcelo A. Pereira-da-Silva, Alessandra Ames, Marcio Daldin Teodoro, Guilherme Migliato Marega, Riccardo Chiesa, Zhenyu Wang e Andras Kis.

Para conferir o artigo científico relativo a esta pesquisa, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de março de 2025

Santa Casa de São Carlos inicia terceiro Curso de Pós-Graduação em Laser em Saúde – Pesquisador do IFSC/USP ministra aula inaugural

Alunos na aula inaugural

Com a presença do provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos (SCMSC), Dr. Antônio Valério Morillas Jr., iniciou-se no dia 22 deste mês o terceiro Curso de Pós-Graduação em Laser em Saúde, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da Santa Casa, com duração de um ano e meio e com aulas aos sábados e domingos.

A terceira turma deste curso foi recebida pelo Dr. André Mascaro, diretor de ensino do IEP, que, de forma abreviada, fez considerações não só sobre o Instituto, como também das instalações onde ocorrerão as aulas e sobre a atenção que os alunos deverão ter ao circularem em um ambiente hospitalar considerado de alta complexidade, que atende cerca de 450 mil pessoas não só em São Carlos, como também em cidades vizinhas, pelo que, sublinhou “se torna indispensável o cumprimento de algumas regras”.

Antonio Eduardo de Aquino Junior e André Mascaro

Em relação ao curso propriamente dito, coube ao coordenador do mesmo, o pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, tecer breves considerações e pormenores, tendo feito uma breve introdução sobre a aula inaugural que se seguiria, ministrada pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato. O cientista são-carlense começou por explicar, sucintamente, o trabalho que está desenvolvendo desde há algum tempo na Universidade A&M, no estado do Texas (EUA), envolvendo diversos estudos e pesquisas em laserterapia para tratamentos de câncer de pele, (melanomas), pneumonias, artrose, diabetes, doença de Parkinson, controle biológico e fototerapia, entre outras, utilizando equipamentos desenvolvidos no IFSC/USP. Tudo isso sendo desenvolvido em uma infraestrutura parecida com aquela que existe no IFSC/USP, igualmente coordenada pelo Prof. Bagnato, envolvendo dezenas de pesquisadores na universidade americana e que se articulam com os colegas da USP de São Carlos.

O Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), que se traduz em uma evolução do Departamento de Ensino da Instituição, idealizado pelo provedor da SCMSC, Dr. Antônio Valério Morillas Jr., foi inaugurado em fevereiro de 2021, contando com quatro salas de aula, um Centro de Simulação Realística com sala de controle, salas de apoio às atividades acadêmicas, área de convivência, uma biblioteca e também um laboratório para atividades práticas para cursos e treinamentos.

A biblioteca conta, além do acervo físico, com conteúdos virtuais por meio de terminais com acesso à Internet. Além disso, uma das salas de aula conta com equipamentos de última geração. Já o Centro de Simulação Realística, um dos mais modernos do interior de São Paulo, simula uma sala de cirurgia real com um robô que tem as mesmas reações de um ser humano, o que torna possível fazer todo tipo de simulação cirúrgica – cardíaca, neurológica e abdominal – e treinar também procedimentos de primeiros socorros.

Prof. Vanderlei Salvador Bagnato

Em relação aos anteriores cursos, o IEP realizou um relatório final de pesquisa junto aos discentes da Pós-Graduação em Laser. Total de alunos 44 – participantes da pesquisa 39

Desta forma, ao total, 53,8% dos participantes da pesquisa são da turma 2 e 46,2% são da turma 1. Confira AQUI os resultados desse relatório.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2025

Desenvolvimento de filmes otimizados – A chave para uma tecnologia mais eficiente e sustentável

Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e UNICAMP, sobre o aprimoramento de filmes otimizados, publicado na revista científica “Applied Energy Materials – ACS”, revelou um passo importante para o futuro da energia renovável e da eletrônica, abrindo caminho para inovações que podem impactar nosso dia a dia de maneira significativa. De fato, pequenas mudanças na espessura desses materiais podem melhorar a eficiência de painéis solares, telas eletrônicas e de outros equipamentos usados no cotidiano do ser humano.

Imagine um material capaz de transformar a luz do sol em eletricidade de maneira eficiente e acessível. É isso que os cientistas estudam ao explorar os filmes finos de perovskita, uma tecnologia promissora para painéis solares e dispositivos eletrônicos.

Usando simulações computacionais, os cientistas descobriram que, quanto mais espesso for o filme, melhor a passagem da eletricidade dentro dele. Isso significa que dispositivos como celulares, televisores e painéis solares podem funcionar com mais eficiência e durar mais tempo.

Além disso, os pesquisadores perceberam que a espessura também influencia a forma como os elétrons são liberados do material, o que afeta diretamente sua capacidade de produzir energia. Quanto mais grossa a camada, mais fácil se torna esse processo, tornando os filmes de perovskita ainda mais úteis para diversas aplicações.

Outro ponto essencial é que filmes mais espessos conseguem absorver mais luz, aumentando sua eficiência na conversão de energia solar. Isso pode ser um grande avanço para a criação de painéis solares mais potentes e acessíveis.

A conclusão é de que as propriedades variam com a espessura, mas a variação não é tão simples como se imaginaria. Isso é uma vantagem, porque permite escolher a espessura ideal conforme a aplicação que se deseja. Por exemplo, para células fotovoltaicas, mais espessura tende a aumentar a absorção de luz, o que é bom, mas um número grande de camadas acaba reduzindo a condução de eletricidade; quem quiser fazer células fotovoltaicas poderá escolher o número ideal.

Impactos positivos

Dentre os impactos positivos gerados pelo desenvolvimento desses filmes estão, em primeiro lugar, uma energia mais limpa e sustentável, já que uma maior eficiência dos painéis solares pode impulsionar o uso de energia renovável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e diminuindo os impactos ambientais. Por outro lado, temos um melhor aproveitamento da eletricidade, atendendo a que dispositivos eletrônicos, como celulares e televisores, podem se tornar mais eficientes e acessíveis ao público.

A estabilidade dos filmes de perovskita pode resultar em dispositivos mais duráveis, reduzindo a necessidade de substituições frequentes e gerando menos lixo eletrônico, sendo que a capacidade de ajustar a espessura dos filmes pode abrir caminho para novas aplicações em telas flexíveis, sensores inteligentes e até mesmo na construção de janelas que geram energia.

Além de painéis solares e telas eletrônicas, esta tecnologia pode beneficiar carregadores sem fio, baterias mais eficientes, drones movidos a energia solar, dispositivos vestíveis, sensores de alta precisão e até carros elétricos com melhor aproveitamento energético.

Dr. Israel C. Ribeiro

Para o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Luiz Nunes de Oliveira, que é um dos autores deste trabalho “Um filme de perovskita é um pouco como um bolo de camadas. Uma criança acha que quanto mais camadas houver, melhor será, porque ela terá mais bolo para comer. Entretanto, uma boleira experiente sabe que o sabor muda com o número de camadas e escolhe quatro ou cinco conforme queira realçar o sabor do chocolate no recheio ou do creme na cobertura. Os filmes de perovskita são muito finos: seriam necessárias dez mil camadas para chegar na espessura de um fio de cabelo. Nossa simulação mostrou que, quando há poucas camadas, a absorção de luz e a movimentação dos elétrons varia muito com o número de camadas. Por isso, para cada aplicação desejada existe um número ideal que torna o filme mais eficiente. E, nestes tempos de mudanças climáticas, eficiência na geração ou no uso da energia são preocupações de primeira hora”, complementa.

Para o pós-graduando Dr. Israel C. Ribeiro, principal autor deste trabalho: “A ciência computacional de materiais desempenha um papel fundamental na compreensão e no design de novas tecnologias avançadas. Utilizando simulações baseadas na teoria do funcional da densidade, conseguimos explorar, em nível atômico, como a espessura dos filmes de perovskita influencia suas propriedades eletrônicas e ópticas. Nosso estudo revelou que mesmo pequenas variações na espessura podem ter um impacto significativo na transferência de carga e na absorção de luz, permitindo otimizar esses materiais para aplicações específicas, como células solares e dispositivos optoeletrônicos. Esses resultados não apenas validam a importância da espessura no desempenho dos filmes de perovskita, mas também fornecem insights valiosos para futuras pesquisas experimentais, sublinha o pesquisador, acrescentando que a compreensão detalhada de como a espessura afeta as propriedades do material é essencial para o desenvolvimento de dispositivos mais eficientes e sustentáveis. “Isso não apenas contribui para a otimização de tecnologias emergentes, mas também impulsiona a transição energética e a redução do impacto ambiental”, finaliza.

Além dos pesquisadores Israel C. Ribeiro e Luiz Nunes de Oliveira, assinam este artigo científico Felipe D. Picoli (IFSC/USP), Pedro Ivo R. Moraes (IQSC/USP), André Fonseca (UNICAMP), Ana Flavia Nogueira (UNICAMP) e Juarez L F Da Silva (IQSC/USP)

Para conferir o artigo científico publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2025

Professores participam de formação em Física do “Programa Vem Saber” em Jaú

Jaú recebeu, no último dia 19 de março, uma importante iniciativa de qualificação para professores do ensino médio da região.

A formação foi conduzida pelos professores Antonio Carlos Hernandes e Herbert Alexandre João, do “Programa Vem Saber”, ligado ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

O evento reuniu 43 educadores que lecionam disciplinas da área de Ciências da Natureza em 12 cidades atendidas pela Diretoria de Ensino de Jaú.

A capacitação combinou teoria e prática, abordando estratégias para tornar o ensino de Física mais dinâmico e envolvente.

Além de discussões sobre metodologias ativas, os participantes vivenciaram experimentos em temas como termodinâmica, circuitos elétricos, óptica, luz e laser e acústica.

A iniciativa ofereceu subsídios aos professores sobre o acesso ao ensino superior e a permanência estudantil, com foco especial nos estudantes interessados em ingressar na USP.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de março de 2025

Pós-graduandos da Bélgica e Alemanha se especializam no IFSC/USP

Michiel Rollier – Tim Van Wesemael – Prof. Odemir Bruno e Louis Böhn

Ao contrário do que normalmente tem acontecido nos últimos anos, em que alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – e da própria USP de São Carlos – ingressam em programas de pós-graduação no exterior -, constata-se agora a tendência para um movimento inverso, ou seja, além de docentes e pesquisadores, estudantes universitários oriundos principalmente da Europa procuram nosso Instituto para uma troca de experiências acadêmicas e científicas ao abrigo de convênios protocolados com a USP, procurando, inclusive, a conquista de uma dupla titulação.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Odemir Bruno, está credenciado como orientador na Universidade de Ghent (Bélgica) desde há alguns anos, tendo como foco os temas de Sistemas Complexos e Inteligência Artificial, uma parceria de longa duração que já rendeu muitos artigos científicos, projetos acadêmicos e o intercâmbio de vários alunos das duas universidades. Recentemente, o grupo do Prof. Odemir Bruno recebeu três alunos orientandos seus vindos  da Europa – dois doutorandos da Universidade de Ghent e um outro (mestrando) da Universidade de Humboldt (Alemanha) – todos com o foco de conquistarem uma dupla titulação. Os doutorandos Michiel Rollier e Tim Van Wesemael vieram da Universidade de Ghent para passarem 06 meses no IFSC/USP, período que está prestes a expirar, enquanto Louis Böhn viajou da Alemanha até o nosso Instituto, patrocinado pelo governo de seu país, para aprofundar seus conhecimentos em ciências computacionais, com uma estada mais prolongada no sentido de concluir seu mestrado. Aprendizado de máquina e automatismo em celulares são as áreas de interesse de Michiel, enquanto Tim se dedica a estudar fenômenos relativos à fusão de informação dentro das redes.

Na véspera de seu regresso à Bélgica, Michiel e Tim fizeram uma espécie de balanço de sua estada no nosso Instituto. “Encontrei algumas coisas que são claramente diferentes da minha universidade de origem. Uma delas é a grande comunidade que existe aqui no IFSC/USP. Está tudo em um único campus e sempre tem algo acontecendo, o que provoca diálogos intensos e profícuos. É um campus muito bonito, com muitas plantas nativas e jardins bem cuidados, o que cria um ambiente agradável para caminhar, conversar e nos inspirar no trabalho. Isso, definitivamente me chamou a atenção. Além desses pormenores, andando por aqui é fácil conseguir ajuda. Nem sempre é fácil falar diretamente com as pessoas por causa da barreira do idioma, mas elas estão sempre dispostas a tentar ajudar e isso é algo muito positivo e me fez sentir bem-vindo”, sublinhou Michiel Rollier. No que diz respeito ao seu trabalho, Michiel pontuou que é uma continuação do que vem fazendo na Universidade de Ghent, sendo que a maior parte dessa pesquisa tem sido realizada em colaboração com o grupo de pesquisa do Prof. Odemir e também de forma remota com o grupo de sua universidade de origem.

Na véspera de regressar à Bélgica, Tim Van Wesemael afirmou que embora tenha trabalhado com disseminação de doenças na Universidade de Ghent, sua vinda para o IFSC/USP fez com que aplicasse seu conhecimento de uma forma muito diferente, por exemplo, classificando tipos de redes, como redes metabólicas de diferentes espécies de animais. Quanto ao campus da USP São Carlos, Tim confessa que só teve tempo para ver uma pequena parte dele. “É um campus muito bom. Dá para sentir que há muito investimento em pesquisa, muitas pessoas inteligentes por aqui. E o ambiente também é ótimo. Os prédios, as plantas… Enfim, é um ótimo lugar para estudar”, conclui o estudante.

Louis Böhn, da Universidade de Humboldt, na cidade de Berlim, Alemanha, conheceu a pós-graduação de nosso Instituto através da Internet e tornou-se mais um orientado do Prof. Odemir Bruno.  Patrocinado pelo governo alemão, ele está no IFSC/USP para fazer seu mestrado após ter concluído o bacharelado em seu país de origem, justificando sua escolha da seguinte forma. “Teve vários motivos para essa escolha. Primeiro, queria fazer meu mestrado fora de meu país para ganhar experiência internacional, especialmente na área de ciências computacionais. É importante ter conhecimento internacional e entender como funcionam os sistemas em diferentes países. Além disso, escolhi o Brasil por interesse na cultura e no próprio país. No fim, escolhi a USP porque durante minha pesquisa vi que ela sempre era classificada como a melhor universidade do Brasil. Então, decidi vir para cá”, sublinha o jovem estudante, pontuando que ao deixar sua família e amigos para trás se tratou de um processo tranquilo para ele, já que sempre foi assim, propenso a mudar de um lado para outro em busca de conhecimento, de aprimoramento de suas pesquisas.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2025

Campus de São Carlos recebe visita de dirigentes do CNRS – França

Visita a um dos laboratórios no Campus USP de São Carlos

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu no passado dia 20 de março a visita de quatro dirigentes do centro nacional de pesquisas da França – Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) -, cujo foco foi consolidar as bases para a criação e instalação de um centro internacional de pesquisas do CNRS/USP na Área-2 do campus USP de São Carlos e que será essencialmente dedicado às áreas de Física e Engenharia.

A delegação do CNRS foi constituída pelo seu diretor, Dr. Thierry Dauxois; diretor científico, Dr. Bertrand Georgeot; diretor científico para as áreas de física da matéria condensada, nanociência e propriedades eletrônicas, Dr. Frédéric Petroff; e a diretora científica para as áreas de átomos, moléculas, plasma, óptica e laser, Drª Saïda Guellati-Khelifa.

Dr. Liviu Nicu, Diretor Internacional do CNRS para a América Latina

Esta visita, idealizada e organizada pelo docente do IFSC/USP e coordenador do Centro de Inovação da USP, no campus de São Carlos, Prof. Tito José Bonagamba e coordenada pelo Dr. Liviu Nicu, Diretor Internacional do CNRS para a América Latina, com escritório sediado na USP São Paulo, iniciou-se com as apresentações do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a cargo do diretor da Unidade, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), a cargo do diretor, Prof. Fernando Martini Catalano, tendo-se seguido a apresentação do CNR pelo seu diretor, Thierry Dauxois. Após o período do almoço, os convidados visitaram diversos laboratórios do IFSC/USP e EESC/USP.

Para o Dr. Liviu Nicu, esta visita demonstrou a grande capacidade que o campus da USP de São Carlos possui em termos de ciência nas áreas de Física e Engenharia, o que consolida a criação de um centro internacional de pesquisa CNRS/USP, uma ideia que, segundo Nicu, surgiu há cerca de um ano. “O que é muito importante para nós, do CNRS, é que esta ideia tem como ponto fundamental o fato de já existirem muitas colaborações científicas entre a França e os Institutos de Física e Engenharia do campus USP de São Carlos, o que materializa a ideia e o projeto da criação desse centro nessas duas áreas do conhecimento e que, tudo indica, possa estar concluído no espaço de um ou dois anos. A França deseja muito esta ciência compartilhada, sem fronteiras, reunindo os nossos melhores parceiros científicos, como é o caso da USP”, pontuou Liviu Nicu.

Prof. Tito José Bonagamba

Ao sublinhar que o Diretor Internacional do CNRS para a América Latina, Dr. Livu Nicu, teve um papel importante nesta visita, com um olhar abrangente para as potencialidades que o campus USP de São Carlos tem para albergar o centro internacional de pesquisa do CNRS, o Prof. Tito José Bonagamba considera que este foi um  passo fundamental para consolidar a ideia, além de abrir as portas para que se crie uma integração em duas instituições que historicamente contribuem para a inovação – o IFSC/USP e a EESC/USP. “O trabalho desenvolvido por essas duas Unidades da USP tem contribuído de uma forma exemplar para a inovação dedicada à sociedade, para o desenvolvimento socioeconômico e a inclusão, numa perspectiva ambientalmente correta. A criação desse centro internacional constituirá um enorme passo para a internacionalização do campus USP de São Carlos, lembrando que nesse espaço já temos um centro de inovação da USP e que tem assumido um papel relevante para trazer essa nova infraestrutura, aumentando a cultura de empreendedorismo e da inovação”.

O CNRS é uma instituição pública francesa fundada em outubro de 1939, subordinada ao Ministério da Educação Superior e Pesquisa. Esta instituição comporta dez divisões científicas, a saber: Matemática, Informática, Engenharia, Química, Física, Terra e Espaço, Ecologia e Ambiente, Biologia, Humanidades e Ciências Sociais, Núcleos e Partículas.

(Fotos: Maria Zilda / Adão Geraldo)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2025

IFSC/USP desenvolve sensor flexível para monitoramento da qualidade do ar em tempo real

Um novo avanço tecnológico, promissor, acaba de ser desenvolvido por pesquisadores do IFSC/USP e da Universitat Rovira i Virgili, na Espanha. Trata-se de um sensor flexível, inovador, capaz de detectar poluentes atmosféricos, especialmente o dióxido de nitrogênio (NO2), um dos principais responsáveis pela poluição urbana. A tecnologia, que combina materiais de ultima geração, permite um monitoramento preciso e contínuo da qualidade do ar.

Principais benefícios

Dentre os principais benefícios apresentados por este novo sensor, podem-se destacar a sua alta sensibilidade, sendo capaz de detectar NO2 abaixo do limite de segurança imposto pela OMS (1 ppm), sua eficiência energética e baixo custo. Além disso, o sensor é fabricado em substrato de PET e com materiais que não apresentam toxidade, podendo ser reciclado. O novo sensor apresenta-se portátil e bastante versátil, podendo ser incorporado em roupas e acessórios para monitoramento em tempo real da qualidade do ar, ajudando a prevenir a exposição a gases tóxicos em áreas urbanas e industriais que liberam grande concentração de poluentes tóxicos.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Valmor Roberto Mastelaro é um dos autores do artigo científico publicado na revista científica “Materials Science in Semiconductor Processing”, que dá a conhecer esta inovação, e sobre a pesquisa que foi feita para o desenvolvimento deste novo sensor ele comenta: ­“Este trabalho faz parte da pesquisa de doutorado da aluna Amanda Akemy Komorizono e foi realizado em colaboração com o Prof. Eduard Llobet, da Universitat Rovira i Virgili, da Espanha, cujo destaque vai para o desenvolvimento de um sensor flexível de baixo custo capaz de detectar concentrações de NO2 abaixo do limite recomendado pela OMS”, pontua o pesquisador.

No que concerne às dificuldades encontradas para concluir esta pesquisa, a pesquisadora Drª Amanda Akemy Komorizono ressalta que “a principal dificuldade foi conseguir uma composição de rGO/ZnO que operasse a temperatura ambiente e ao mesmo tempo tivesse uma boa sensibilidade. O rGO é conhecimento por operar a baixas temperaturas, no entanto apresenta uma baixa resposta. Já os semicondutores de óxidos metálicos, como o ZnO, exibem excelente resposta, mas operando em temperada elevada (> 200 °C). Neste trabalho, estudamos composições que obtivessem os melhores resultados através da formação do compósito de rGO/ZnO. Além disso, por se tratar de um sensor flexível, também tivemos que tomar cuidado na escolha dos materiais para fabricar os eletrodos e na aderência do rGO/ZnO a esse eletrodo, para que o sensor não fosse danificado quando estivesse flexionado. A importância deste trabalho é o desenvolvimento de um sensor de gás de baixo custo, operando sem a necessidade de um aquecedor e que possa ser acoplado em roupas e acessórios para o monitoramento, em tempo real, do ar atmosférico”, conclui a pesquisadora.

Além do Prof. Valmor Mastelaro e da pesquisadora Amanda Akemy Komorizono, assinam este artigo científico os pesquisadores, Ramon Resende Leite, Silvia De la Flor e Eduard Llobet.

Este projeto contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e colaboração internacional.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2025

SARS-Cov-02 – Aprendizado de máquina e microscopia óptica possibilitam desenvolvimento de imunossensores ultra-sensíveis

Pesquisador Dr. Pedro Ramon Almeida Oiticica

IFSC/USP avança na detecção do SARS-CoV-2

Pesquisadores do IFSC/USP, em colaboração com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Embrapa Instrumentação, desenvolveram uma plataforma inovadora para diagnóstico, que combina aprendizado de máquina e microscopia óptica para detectar o SARS-CoV-2 em concentrações extremamente baixas. O estudo, publicado na revista científica “ACS Sensors”, apresenta uma nova técnica de imunossensoriamento que supera os métodos convencionais em sensibilidade e especificidade, abrindo caminho para um diagnóstico mais acessível e rápido.

A pesquisa, liderada pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Jr. e sua equipe, demonstra que essa nova plataforma para diagnóstico pode identificar a presença do SARS-CoV-2 em concentrações tão baixas quanto 1 unidade formadora de placa por mililitro (PFU/mL). Essa capacidade de detecção é mil vezes mais sensível do que os sensores baseados em ressonância de plásmons localizada (LSPR) convencionais, usando a mesma tecnologia de imunossensoriamento.

Revolucionando a detecção de vírus com imagens impulsionadas por IA

Os biossensores tradicionais dependem de técnicas de medidas, que requerem equipamentos nem sempre à disposição em ambientes clínicos ou em prontos atendimentos primários. Ao aproveitar a microscopia óptica e a IA, a nova abordagem oferece uma alternativa de baixo custo com muito mais sensibilidade.

A plataforma utiliza uma rede neural convolucional (CNN –  “Convolutional Neural Networks”) conhecida como MobileNetV3_Small, juntamente com um classificador baseado no algorítmo Máquinas de Vetores de Suporte (SVM – “Support Vector Machines”), atingindo uma precisão de 91,6% e uma especificidade de 96,9% na distinção de amostras negativas. Além disso, na classificação binária, onde apenas resultados positivos e negativos foram considerados, o modelo alcançou uma impressionante precisão de 96,5%, destacando sua robustez como ferramenta diagnóstica.

Como a Tecnologia Funciona

O imunossensor é baseado em substratos de vidro com nano-ilhas de ouro (AuNI) funcionalizados com anticorpos e que visam a proteína Spike S1 do SARS-CoV-2. Quando expostos a amostras contendo o vírus, esses sensores sofrem mudanças texturais sutis, observáveis por microscopia óptica. Algoritmos de IA analisam então as imagens, detectando padrões indicativos da presença viral com precisão extraordinária.

Uma descoberta fundamental do estudo é que a textura da imagem – em vez da cor – desempenha um papel essencial na detecção do vírus. Isso sugere que o método pode ser aplicado a outras plataformas de biossensores baseadas em mecanismos de detecção por adsorção.

Implicações para diagnósticos futuros

A capacidade de detectar concentrações ultrabaixas de SARS-CoV-2 abre possibilidades para a triagem de infecções em estágio inicial e monitoramento em tempo real em ambientes clínicos e comunitários. Comparado a testes de antígeno tradicionais que possuem limites de detecção mais altos, esta nova técnica alcança uma sensibilidade comparável ao RT-PCR, o padrão ouro para diagnósticos virais.

Além disso, os pesquisadores enfatizam que a abordagem pode ser adaptada para a detecção de outros patógenos virais e biomarcadores, tornando-se uma ferramenta versátil para futuras aplicações em biossensores. Estudos em andamento exploram sua implementação com microscópios de menor ampliação e até câmeras de smartphones, o que poderá aumentar ainda mais sua acessibilidade.

Expansão da tecnologia além da COVID-19

A integração do aprendizado de máquina com a microscopia óptica oferece um caminho promissor para o desenvolvimento de dispositivos diagnósticos portáteis e de baixo custo. A equipe de pesquisa demonstrou que a plataforma pode ser implantada com recursos computacionais mínimos, tornando-a viável para uso em ambientes com recursos limitados. O modelo MobileNetV3_Small, por exemplo, processa imagens em apenas 0,18 segundos, permitindo detecção em tempo real.

Além disso, a capacidade da plataforma de diferenciar entre diferentes concentrações de partículas virais pode ser crucial para a detecção precoce, mesmo em indivíduos assintomáticos. Essa funcionalidade é essencial para o controle de doenças infecciosas e para mitigar surtos antes que eles se tornem pandêmicos.

Os pesquisadores também destacam a possibilidade de adaptação da metodologia para detectar outros patógenos, como influenza, vírus sincicial respiratório (RSV) e novas ameaças virais emergentes. Modificando a funcionalização dos substratos plasmônicos, o imunossensor pode ser ajustado para detectar biomarcadores específicos associados a diversas doenças.

Perspectivas futuras

Embora o estudo atual tenha se concentrado em microscopia óptica de alta ampliação (400X), pesquisas em andamento buscam explorar técnicas de imagem de menor ampliação, incluindo o uso de câmeras de smartphones para aplicações nos pontos de atendimento. Esse desenvolvimento pode ampliar ainda mais a acessibilidade e a relação custo-benefício, expandindo o alcance dos diagnósticos avançados além dos laboratórios especializados.

A equipe de pesquisa também está investigando arquiteturas de aprendizado profundo que possam otimizar ainda mais o desempenho da classificação. Além disso, estão sendo feitos esforços para integrar abordagens de aprendizado de máquina, combinando múltiplas técnicas de extração de características para aprimorar a robustez da detecção viral.

O pesquisador do IFSC/USP, Dr. Pedro Ramon Almeida Oiticica, primeiro autor do artigo científico, comenta esta pesquisa da seguinte forma: “Este novo estudo representa um passo significativo na democratização dos diagnósticos avançados por meio da integração de IA e microscopia e o nosso trabalho só foi possível graças ao apoio das agências de fomento à pesquisa: FAPESP, CAPES e CNPq. Acreditamos que políticas sólidas de apoio à ciência e tecnologia são fundamentais para que nosso país se desenvolva mais rapidamente, gerando um grande retorno para a sociedade. Temos muita satisfação em aproveitar esses recursos para desenvolver pesquisas que contribuam para a sociedade, promovendo o bem-estar e o fortalecimento científico do país. Continuaremos trabalhando para desenvolver soluções inovadoras e acessíveis na área de sensores, aplicadas em diversas frentes da biotecnologia e do diagnóstico”, finaliza o pesquisador

Além de Pedro R. A. Oiticica, este estudo pioneiro foi conduzido por uma equipe multidisciplinar composta por: Monara Angelim, Juliana Soares, Andrey Soares, José Proença-Módena, Odemir Bruno e Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

Acesse AQUI o artigo científico.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de março de 2025

Docente do IFSC/USP assume funções dentro da Diretoria Científica da FAPESP

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, foi convidado pelo Diretor Científico da FAPESP, Prof. Dr. Marcio de Castro Silva Filho, a desenvolver as funções de Coordenador Geral de Programas Estratégicos e Infraestrutura da Direção Científica da Fundação.

Dentre as funções que irão ser desempenhadas pelo docente estão, entre outras, o auxílio na análise de propostas de pesquisa e a representação da citada Diretoria Científica.

O IFSC/USP parabeniza o Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho.

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de março de 2025

Destaque da Produção Científica do IFSC/USP em fevereiro de 2025

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de fevereiro   de 2025, clique (AQUI) ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à Biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC/USP, no periódico “ACS Nano” (VER AQUI).

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de março de 2025

Pesquisadores do IFSC/USP revelam como a resistência a antibióticos carbapenêmicos se espalha em hospital brasileiro

(Créditos – “First Post”)

Estudo liderado por pesquisadores do IFSC/USP alerta para nova ameaça à saúde pública.

Um estudo inovador liderado por pesquisadores do IFSC/USP, em parceria com o University Medical Center Utrecht (Holanda) e o Hospital Risoleta Tolentino Neves (MG), revelou que um tipo de material genético, chamado plasmídeo IncQ1, está ajudando a espalhar genes que resistem a antibióticos em um hospital brasileiro.

Publicado na prestigiada revista científica Microorganisms, o estudo alerta para o risco crescente desse fenômeno invadir e permanecer no ambiente hospitalar, o que pode dificultar o tratamento de infecções.

Os antibióticos carbapenêmicos são considerados uma das últimas opções para tratar infecções graves, mas, no entanto, muitas bactérias desenvolveram um mecanismo de defesa contra eles, chamado KPC, que torna esses antibióticos ineficazes. O estudo analisou 49 amostras de bactérias coletadas entre 2009 e 2016 em um hospital de Belo Horizonte e descobriu que 67% delas possuíam o gene blaKPC, responsável por essa resistência. Dessas, 85% tinham o gene armazenado em uma configuração genética denominada NTEKPC-IId diferente das normalmente encontradas no país, um pequeno pedaço de DNA que pode ser

Esquema do plasmídeo IncQ1 que carrega o elemento genético NTEKPC-IId, que se espalhou pelas bactérias do hospital

transferido facilmente entre diferentes bactérias. O grupo identificou, também, que essa configuração genética estava sendo carreada entre as diferentes bactérias do hospital através de um elemento genético conhecido como plasmídeo IncQ1.

Os pesquisadores descobriram que esse material genético pode passar de uma bactéria para outra, atingindo espécies como Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Enterobacter spp., sem prejudicar a sobrevivência das bactérias, significando que a resistência pode se espalhar rapidamente entre microrganismos diferentes dentro do hospital.

Uma das descobertas mais preocupantes foi a identificação de uma bactéria da espécie Enterobacter cloacae, que possuía 8 plasmídeos diferentes, sendo que quatro deles carregavam um total de 24 genes de resistência a antibióticos de diferentes classes. Além do gene de resistência ao carbapenêmico nesta bactéria, os pesquisadores ressaltam outro gene chamado mcr-9, que confere resistência à colistina – um antibiótico usado como última alternativa para tratar infecções graves. A combinação desses vinte e quatro genes de resistência dificulta ainda mais o tratamento, tornando algumas infecções praticamente intratáveis.

Os pesquisadores destacam a importância de monitorar e entender como essas bactérias resistentes se espalham para desenvolver estratégias eficazes de combate. “A presença desses plasmídeos móveis e sua capacidade de transmissão entre diferentes espécies representam um grande desafio para o controle da resistência aos antibióticos”, afirma a Profª Dra. Ilana Camargo, do Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares – LEMiMo – do IFSC/USP e coordenadora do estudo, que acrescenta: “Quando falamos sobre a disseminação da resistência antimicrobiana (RAM), pensamos na disseminação de uma espécie de bactéria resistente por toda a enfermaria do hospital ou UTI. No entanto, esta não é a única maneira pela qual a RAM se espalha”, explica a pesquisadora.

Profª Dra. Ilana Camargo

Neste estudo, conduzido pela Dra. Camila Boralli durante o seu Doutorado junto ao LEMiMo (ISFC-USP), ela mostrou que elementos genéticos móveis podem se esconder em várias espécies de bactérias e dificultar a percepção de que há uma disseminação. “A Dra. Boralli queria estudar diferentes ambientes genéticos carregando o gene blaKPC em bactérias gram-negativas de um hospital em Belo Horizonte. O hospital forneceu bactérias resistentes a carbapenêmicos de 2009 a 2016, e Camila as rastreou para a presença do gene KPC, a presença de Tn4401 e clonalidade. Ela investigou apenas diferentes clones carregando NTEKPC e, para nossa surpresa, havia apenas o tipo NTEKPC-IId naquele hospital. Além disso, esse elemento estava em plasmídeos do tipo IncQ1, mostrando disseminação multiespécies. Embora ela também tenha investigado a capacidade de replicação e conjugação desses plasmídeos em diferentes espécies – cientistas, vale a pena conferir! -, a primeira mensagem que precisamos que você se lembre é que a disseminação de RAM também significa disseminação de genes. Você pode não ter apenas uma espécie se espalhando, mas um plasmídeo escondido e conjugando-se a diferentes espécies bacterianas. Neste caso, plasmídeos do tipo IncQ1 carregando NTEKPC-IId foram encontrados em várias bactérias, incluindo as linhagens clonais de alto risco K. pneumoniae ST11 e ST147”, finaliza a pesquisadora.

Este estudo contou com os financiamentos da CAPES e CNPq.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

(Créditos da imagem na Home – “Global Press Journal”)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP