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22 de maio de 2015

IFSC/USP equipará laboratórios da Escola de Engenharia de Lorena

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) vai auxiliar na remodelação dos laboratórios de física da Escola de Engenharia de Lorena (EEL/USP), um projeto que compreende a concepção e construção de kits didáticos, beneficiando da longa experiência do Instituto no ensino de física experimental.

Prevê-se que o IFSC/USP desenvolva um total de 193 kits, que serão entregues ao longo dos próximos dois anos à Escola de Engenharia de Lorena, sendo que o primeiro lote deverá ser entregue ao longo do segundo semestre de 2015.

Resultado de vários diálogos entre o Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, o Pró-Reitor de Graduação da USP, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, o Diretor da EEL, Prof. Dr. Antonio Marcos de Aguirra Massola e os docentes da EEL/USP, Prof. Dr. Carlos Todero e Prof. Dr. Carlos Menegatti, este projeto, inicialmente de âmbito local do IFSC/USP, ganha agora contornos específicos como um modelo de cooperação inter-unidades da Universidade de São Paulo, o que, para o Reitor da USP, Prof. Marco Antonio Zago, poderá contaminar de forma positiva todas as instâncias de ensino da Universidade.

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Pró-Reitor de Graduação da USP, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, com o Diretor do IFSC, Prof. Dr. Tito José Bonagamba e responsáveis da EEL/USP (Foto: Marcos Santos – USP)

Para a execução do projeto, o IFSC/USP contará com o fundamental apoio da equipe de servidores dos Laboratórios de Ensino e das Oficinas da Unidade.

Antecedentes

A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) foi incorporada à Universidade de São Paulo em 2006 e, desde sua incorporação, um conjunto de reestruturações tem sido implementado em diversos níveis, inclusive nos seus quadros de docentes e funcionários técnico-administrativos, bem como em sua infraestrutura, que está sendo renovada. Neste âmbito, os laboratórios de ensino de física, que estão em estado de deterioração, precisavam de renovação emergencial.

Além da concepção e construção dos citados kits didáticos, o projeto também tem como objetivo a restruturação completa dos citados laboratórios da EEL/USP, contando com o auxílio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP e a colaboração do Instituto de Física de São Carlos, destacando-se o apoio que será dado através das infraestruturas e pessoal dos Laboratórios de Ensino de Física e das Oficinas de nossa Unidade, que oferecerão a reprodução de vários experimentos e as respectivas apostilas para a realização das práticas, que serão úteis para todos os cursos oferecidos pela EEL/USP.

Assim, o grande objetivo é que a EEL/USP possa ter laboratórios com o mesmo nível de qualidade daqueles que existem no IFSC/USP e que foram sendo construídos e apetrechados ao longo dos anos.

O IFSC/USP contribui, de forma ativa e solidária, para o prestígio e qualidade da USP, como um todo, repassando para outras Unidades as próprias experiências obtidas com alto grau de sucesso.

O entusiasmo dos técnicos da Unidade

De acordo com Cláudio Boense Bretas, técnico 1BRETAS250de laboratório do Instituto de Física de São Carlos, os kits didáticos surgiram através das diversas atividades práticas desenvolvidas no IFSC/USP, como, por exemplo, as voltadas à mecânica, óptica e eletricidade. Os primeiros kits de física foram disponibilizados no Instituto há décadas, com as aulas práticas ministradas pelos Profs. Sérgio e Yvonne Mascarenhas, explica.

Ercio Santoni, que também é técnico de laboratório na nossa Unidade, acrescenta que nessa época, quando o IFSC/USP ainda tinha a designação de Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), não existiam empresas no Brasil que fabricassem ou fornecessem kits didáticos para aulas de física; portanto, parte desses primeiros kits foi importada da Leybold – LD Didactic, uma empresa alemã. Posteriormente, com o aumento do número de alunos, houve a necessidade de se aumentar o número de novos kits e foi a partir desse momento que o Instituto, com o auxílio das suas Oficinas Mecânica e Eletrônica, começou a fabricá-los e a modificá-los segundo as suas próprias necessidades. Podemos dizer que, atualmente, os kits comprados não têm a qualidade e durabilidade dos equipamentos construídos em nossa Unidade.

3jae200Cada disciplina do IFSC/USP tem entre seis e doze atividades práticas, sendo que cada docente pode solicitar até treze kits por prática. Para o técnico Jae Antonio de Castro Filho, que tem acompanhado ao longo do tempo o processo de desenvolvimento dos kits, A qualidade dos equipamentos tem melhorado cada vez mais. Muitos desses aparelhos requerem partes eletrônicas que são montadas com a paciência, dedicação e profissionalismo do técnico Antenor Fabbri Petrilli Filho. Há sistemas que têm várias funções, como cronômetro e frequencimetro, por exemplo. Então, temos 4petrilli250diversos equipamentos que atualmente são separados e agora estamos transformando-os em um único aparelho. Segundo ele, esta primeira etapa da iniciativa, que envolve a criação de kits para Física 1 e 2, está estimada para ser concluída em seis meses, já que para cada disciplina é necessária a elaboração de 12 conjuntos de experimentos, sendo que cada conjunto será composto por 11 kits/bancadas de equipamentos, inclusive um de reserva.

5ademir200Esta iniciativa só foi possível graças aos laboratórios de ensino do IFSC terem excelentes técnicos com especialidades em diversas áreas, o que contribui para a qualidade dos equipamentos desenvolvidos no Instituto. Ademir Morais, chefe da Oficina Mecânica do IFSC/USP, revela que todos os membros de sua área estão reunidos no desenvolvimento dos equipamentos para a EEL/USP. Todos da Oficina estão contribuindo e empenhados para que os kits sejam concluídos dentro do prazo. Para isso, estamos realizando a sua programação, buscando afetar o mínimo possível o prazo de entrega dos demais trabalhos relativos ao IFSC, afirma ele.

Por sua vez, o técnico Ercio Santoni também 2ercio250destaca a longa trajetória dos laboratórios de ensino do Instituto de Física de São Carlos, bem como a equipe que sempre está disposta a colaborar. Nossos laboratórios têm mais de quarenta anos. Quando entrei no Instituto, em 1975, o Laboratório de Ensino de Física já existia; funcionava em uma sala junto ao Grupo de Biofísica e contava com a colaboração dos técnicos Sebastião Bastos Pereira (técnico do Laboratório de Ensino), Carlos Alberto Trombella (técnico do Laboratório da Cristalografia) e Salvador Binda Sanchez Vera (técnico do Laboratório da Biofísica). Assim, posso dizer que acompanhei quase o nascimento e o crescimento de toda a Unidade. A credibilidade do Instituto é muito grande e por isso mesmo nunca se deixou de investir em novos equipamentos, outro fator que, segundo ele, facilitou a contribuição do IFSC/USP para com a EEL/USP.

Além disso, Ercio destaca o apoio da Oficina de Óptica do IFSC, que colabora na confecção dos componentes ópticos do atual Laboratório de Física 4 da nossa Unidade, e que também cooperará na elaboração de equipamentos para a EEL/USP.

Cláudio Bretas ressalta o importante papel do técnico Amauri Gentil, que atualmente está na Área II do Campus USP – São Carlos, e também do ex-técnico, já falecido, Sebastião Bastos Pereira, cujo dedicado trabalho realizado no Laboratório de Ensino do IFSC/USP será sempre lembrado.

Ao longo do desenvolvimento dos equipamentos que serão disponibilizados à EEL, outros membros dos demais setores dos Laboratórios de Ensino de Física do IFSC/USP deverão se unir nesta iniciativa de cooperação.

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Grupo de técnicos dos Laboratórios de Ensino de Física do IFSC/USP

Em breve, os citados técnicos visitarão o Campus USP – Lorena para conhecerem o espaço físico onde serão instalados os laboratórios de ensino de física da EEL/USP.

350 alunos da EEL irão se beneficiar dos futuros laboratórios de ensino

O Prof. Dr. Carlos Todero, docente da EEL/USP, explica que a situação dos laboratórios de ensino de física da Escola de Engenharia de Lorena é extremamente complicada, porque são infraestruturas que nasceram a partir da Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL/USP) e que nunca sofreram obras. Há vinte anos, esses laboratórios eram excelentes ambientes de ensino, porém, atualmente estão sucateados. Eles foram se deteriorando, porque não houve mais investimento, relata o docente. Atualmente, existem apenas duas salas laboratoriais, mas com a criação de um novo prédio no Campus USP de Lorena serão instalados mais dois laboratórios, onde os estudantes terão aulas de Física 1, 2, 3 e 4.

7TODERO350Segundo Todero, com a deterioração das infraestruturas, uma das mais nefastas consequências foi a redução do número de aulas ocorrida ao longo dos últimos anos. No laboratório de Física 4, por exemplo, eram ministradas apenas quatro aulas práticas, que eram concluídas em apenas um mês e meio. Nós estávamos em uma situação muito crítica. Então, não tínhamos mais previsão de quanto tempo conseguiríamos manter aqueles laboratórios em funcionamento.

A sugestão da cooperação do IFSC/USP surgiu através do Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, ex-diretor do IFSC/USP e atual Pró-Reitor de Graduação da Universidade de São Paulo, que encontrou imediato e total apoio dos atuais diretores do IFSC, Prof. Dr. Tito José Bonagamba, e da EEL, Prof. Dr. Antonio Marcos de Aguirra Massola. Quando comentei sobre essa situação com o Prof. Hernandes, ele ficou muito preocupado e sugeriu que buscasse o apoio do IFSC, que imediatamente encontrei por intermédio do Prof. Bonagamba. O IFSC/USP tem uma experiência única e exemplar na construção de laboratórios e essa parceria vai fazer com que cerca de 350 alunos devam se beneficiar das futuras salas laboratoriais da EEL/USP, semestralmente, o que me deixa muito feliz como educador que sou, conclui Carlos Todero.

Assessoria de Comunicação

21 de maio de 2015

Docente do IFSC/USP é eleito Fellow

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Adriano Andricopulo, foi eleito, recentemente, Fellow da The Royal Society of Chemistry, do Reino Unido, considerada a principal comunidade química do mundo, uma honraria que poucos brasileiros possuem, constituindo, assim, mais um reconhecimento internacional à competência do agora eleito.

A nomeação foi feita pelo atual presidente da entidade, Prof. Dominic J. Tildesley, em reconhecimento às contribuições significativas que Adriano Andricopulo tem dado para as ciências químicas e, em particular, aos seus contributos para a Sociedade Brasileira de Química, na qual o pesquisador é o atual presidente.

Dominic Tildesley destaca, em mensagem, que graças à contribuição de Adriano Andricopulo houve uma maior continuidade na promoção, desenvolvimento, prática e aplicação das ciências químicas no mundo.

Assessoria de Comunicação

21 de maio de 2015

Concerto com o Ensemble Mentemanuque

Integrado na série Concertos USP / Prefeitura Municipal de São Carlos, ocorrerá no próximo dia 27 de maio, no Teatro Municipal de São Carlos, a partir das 20 horas, um extraordinário concerto com o Ensemble Mentemanuque – Grupo de Música de Câmara do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP), um evento que tem o apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Este magnífico concerto contará com a participação de nove solistas instrumentistas, que interpretarão obras de Luís Álvares Pinto, Giulio Caccini, Claudio Monteverdi, Henry Purcell, Georg Händel, Gottfried Stölzel, Johan Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, José Maria Xavier e Edmundo Russomano, destacando-se algumas obras que serão interpretadas ao som de um instrumento que é raro ouvir ao vivo – o cravo.

A regência deste concerto estará sob a responsabilidade do Maestro Prof. Dr. Rubens Russomano Ricciardi.

Histórico do Ensemble Mentemanuque

Fundado em 1993, por Rubens Russomanno Ricciardi, Diósnio Machado Neto e Domingos Iunes Elias, e, desde então, sob direção artística de Rubens Russomanno Ricciardi, orquestra-250o Ensemble Mentemanuque é um grupo de música de câmara voltado principalmente à divulgação da música brasileira contemporânea e a recuperações histórico-musicológicas (numa relação indissociável entre composição, interpretação/execução e pesquisa musical).

Constituído inicialmente por solistas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP), o Ensemble Mentemanuque também conta, desde 2002, com os solistas (docentes, alunos e funcionários) do Curso de Música de Ribeirão Preto da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da USP).

Finalmente, desde 2011, o Ensemble Mentemanuque passa a ser integrado por solistas do Departamento de Música da FFCLRP-USP e em especial, da USP-Filarmônica. Desde 2012, suas atividades estão também estreitamente relacionadas com o Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música (NAP-CIPEM) da FFCLRP-USP.

No exterior, o Ensemble Mentemanuque já se apresentou na Sala de Concertos da Academia de Música da Basiléia (Suíça); no Teatro Municipal de Münster (Alemanha) em trabalho conjunto com a Universidade de Münster; no Teatro Savoia, pela prestigiosa série de concertos da Associazione Amici della Musica – Walter De Angelis em Campobasso (Itália); no Museu Internacional de Cerâmica de Faenza (Itália) e no Teatro Municipal de Cento (Itália), em trabalho conjunto com a Escola de Música Municipal de Faenza – sempre com repertório de música brasileira e, em especial, com apresentação de obras dos compositores da USP de Ribeirão Preto.

No Brasil, o Ensemble Mentemanuque já se apresentou em Ribeirão Preto (Casa do Advogado, SESC, Teatro Municipal, Theatro Pedro II, Centro Cultural Capela da USP, Sala de Concertos da Tulha e Auditório da FDRP-USP), São Paulo (Centro Cultural São Paulo, Teatro Sérgio Cardoso, MASP e Teatro Anchieta do SESC-Consolação), Prados (Lira Ceciliana), Tiradentes (Matriz de Santo Antônio), Santos (Teatro Municipal e Teatro Guarany) e São Carlos (Auditório Sérgio Mascarenhas do IFSC-USP).

O Ensemble Mentemanuque está em processo de edição e gravação de seu primeiro CD, dedicado às modinhas brasileiras editadas por Theodor Lachner (1826) no Anexo musical do livro Viagem no Brasil de Martius & Spix, pela série Coleção USP de Música do NAP-CIPEM da FFCLRP-USP.

A entrada para este concerto é gratuita, mediante apresentação de convites que estarão sendo distribuídos entre os dias 20 e 27 de maio, na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos, no horário compreendido entre as 08h/12h e 14h/17h.

Os convites também estarão sendo distribuídos na bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos, no próprio dia do espetáculo, sujeitos ao número limitado de dois por pessoa.

Assessoria de Comunicação

20 de maio de 2015

Relembrando a criação do IFSC/USP

O dia 19 de maio de 1994 ficará sempre na memória de todos quantos, ao longo dos anos, fizeram e continuam a fazer parte da comunidade do Instituto de Física de São Carlos (USP), pois foi nessa data que foi criado o Instituto, há precisamente 21 anos.

Deliberadamente – ou não -, a data da criação do Instituto de Física de São Carlos coincide com as comemorações do Dia do Físico, uma efeméride que muitas vezes, devido ao trabalho intenso que diariamente se desenrola nos laboratórios, nas salas de aulas e nos setores administrativos, acaba por não ser devidamente salientada.

Comemoramos o 21º Aniversário do IFSC/USP e, simultaneamente, celebramos a data de 19 de maio – Dia do Físico -, na certeza de que essa efeméride estará sempre presente nos restantes 364 dias de todos os anos.

Assessoria de Comunicação

20 de maio de 2015

Educação no Brasil vista pelo “The Guardian”

Numa extensa matéria publicada no dia 18 de maio, em um encarte especial (The Report Company) com 28 páginas, o prestigiado jornal diário britânico The Guardian incidiu sua atenção na Educação, Ciência e Tecnologia desenvolvidas no Brasil nos últimos anos, fazendo links diretos com inovação, internacionalização e setor produtivo. O The Report Company publicou, ainda, uma extensa entrevista com o Prof. Glaucius Oliva (IFSC/IFSC), onde o docente teve oportunidade de abordar diversas temáticas relacionadas às áreas de ciência e tecnologia, além de uma breve retrospectiva de seu mandato como presidente do CNPq, .

Com sugestivo título inicial Lançando bases para a mudança, a reportagem começa por enfatizar o esforço que o governo brasileiro tem feito para oferecer uma educação de qualidade à população e o intercâmbio entre instituições acadêmicas e o setor produtivo, visando o desenvolvimento nacional, que, segundo o jornal, nem sempre foi uma aposta bem sucedida, mas que agora parece estar no centro das atenções, até pela pressão feita por uma sociedade mais jovem e dinâmica, que encontrou nas ruas o eco de seu clamor.

Ao fazer um rápido percurso pela política brasileira, principalmente nos últimos dez anos, o The Guardian sublinha os altos e baixos na popularidade de seus políticos, a crise econômica que assolou o país e o mar de burocracia que quase afoga os brasileiros, apontando como a solução mais urgente a aposta forte que deverá ser feita qualitativamente na área da Educação.

O Plano Nacional de Educação (PNE) é um dos temas focados pelo jornal, complementado com outras áreas, que vão da modernização, inovação e internacionalização das universidades, à concorrência cada vez mais notória entre as instituições de ensino superior público e privado, culminando na desejável interligação entre universidades e indústrias, argumantando-se que a agilidade do setor privado é susceptível de criar um irreconhecível futuro para a educação em massa da juventude no Brasil, na próxima década.

O The Guardian classifica, ainda, a cidade de São Paulo como a Terra da Inovação, salientando o fato do Estado estar investindo pesadamente em treinamento e logística para criar um terreno fértil para que novas empresas tecnológicas se estabeleçam no país, citando, inclusive, o Prof. Celso Laffer, atual Presidente da FAPESP, quando este enaltece o fato do Estado de São Paulo gastar 1,6% do seu PIB nas áreas de ciência e pesquisa, ou seja, o mesmo que alguns países europeus disponibilizam para essas áreas. Com base nessa constatação, o jornal passa também a enaltecer a USP como uma das melhores universidades do mundo.

Além de Celso Laffer, o The Guardian ouviu outras personalidades do mundo acadêmico e científico, como foram os casos de Jorge Tadeu (Reitor da UNICAMP), Marilza Vieira Cunha Rudge (Reitora da UNESP), Marco Antonio Zago (Reitor da USP), Paulo Gadelha (Presidente da Fiocruz), Mauricio Lopes (Presidente da Embrapa) e Glaucius Oliva docente e pesquisador do IFSC/USP e ex-presidente do CNPq (acesse aqui o encarte especial do The Guardian).

Entrevista a Glaucius Oliva

Outro grande destaque do The Report Company foi a entrevista feita ao Prof. Glaucius Oliva. Ao considerar o nosso docente como um dos maiores pesquisadores brasileiros, o The Guardian destaca Glaucius Oliva como docente do Instituto de Física de São Carlos e dos esforços feitos na sua recente missão de ter conduzido os destinos do CNPq ao longo dos últimos quatro anos.

Na entrevista, Glaucius Oliva fala sobre a educação no Brasil, o papel e a missão do CNPq, os sucessos do programa Ciência sem Fronteiras, investimento das empresas em pesquisa, internacionalização e, por último, as possibilidades do Brasil trabalhar mais estreitamente com o Reino Unido na área científica.

Uma entrevista que merece ser lida, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação

20 de maio de 2015

O IFSC/USP e o cenário profissional idealizado para 2020

Prever as profissões do futuro é bastante difícil, como bem demonstram as IFSC2020-001falhas nas previsões de pesquisadores ou nos filmes e livros de ficção-científica. Por isso, em 2011, o Institute for the Future (IFTF), uma instituição norte-americana voltada a estudos avançados, publicou o relatório Future Work Skills 2020, em que a ênfase estava na formação necessária para profissionais se adaptarem às novas formas de trabalho que deveriam prevalecer no ano de 2020.

Recentemente, ao recuperar o citado relatório do IFTF, o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross” (IFSC/USP), constatou, com visível surpresa e agrado, que as sugestões apresentadas no mesmo já são em larga medida adotadas no IFSC/USP.

No citado documento, pesquisadores do IFTF fizeram um levantamento entre funcionários e especialistas, cujas respostas foram discutidas em um workshop com profissionais de instituições de diversas áreas (Right Management; University of Phoenix Research Institute; Electronic Arts; IBM; Media X, da Stanford University; Apollo Group; Procter & Gamble; e The Walt Disney Company). Baseado nas respostas dos questionários e nas discussões feitas durante o evento, o instituto norte-americano identificou seis motores de mudança que julgou importante para a adaptação da sociedade em 2020.

O primeiro motor é a “Longevidade extrema”, IFSC2020-02em virtude do aumento de expectativa de vida. Uma consequência importante é a necessidade de prolongar o processo de aprendizagem formal da sociedade. Hoje, normalmente, um indivíduo finaliza a educação formal aos 30 anos ou menos. Daqui a alguns anos, o número de pessoas mais velhas será muito maior, requerendo educação continuada. Ou seja, mesmo após os 50 ou 60 anos, as pessoas deverão buscar novos conhecimentos, adaptando-se às inovações. O segundo motor é o “Surgimento de máquinas e sistemas inteligentes”, que está relacionado com o terceiro, denominado “Mundo computacional”, que visa à interligação entre os diversos sistemas computacionais, além das futuras tecnologias.

O quarto motor de mudança – “Novo sistema de mídias” – refere-se aos meios de comunicação e interação, que têm sido estendidos enormemente. Outro motor de mudança elaborado pelo IFTF é intitulado “Organizações superestruturadas”, que diz respeito às inovações tecnológicas que provocarão reorganização no ambiente profissional. Nesse motor de mudança destaca-se o princípio de big data, segundo o qual grande quantidade de informação pode ser processada. O sexto motor, “Mundo conectado”, ressalta a globalização, já que grande parte da sociedade deverá estar muito mais conectada na internet daqui a cinco anos.

Além dos seis motores de mudança, o relatório do IFTF listou 10 habilidades que seriam necessárias para um profissional de alto nível se adaptar às mudanças. São elas: “Capacidade de interpretação sofisticada”, “Inteligência social”, “Capacidade de adaptar o pensamento”, “Competência multicultural”, “Pensamento computacional”, “Letramento em novas mídias de comunicação”, “Transdisciplinaridade”, “Mente voltada à solução de problemas”, “Gerenciamento do excesso de carga cognitiva” e “Colaboração Virtual”.

Uma visão particular no contexto do Future Work Skills 2020

IFSC2020-03Para o Prof. Osvaldo Novais, há vários anos que o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) tem se preocupado em fornecer sólida formação acadêmica a seus estudantes, por forma a que eles possam exercer múltiplas funções no ambiente de trabalho. De fato, o IFSC/USP tem exemplos de egressos que atuam em muitas áreas. Além das tradicionais em universidades e institutos de pesquisa, também em renomadas empresas de informática, petrolíferas, instituições bancárias e de segurança. Para ele, uma formação sólida significa a aquisição das diversas habilidades já mencionadas. Muitas dessas habilidades dependem de ensinamentos que há anos tentamos passar aos nossos alunos, diz Novais, que salienta a grande importância do domínio das línguas naturais e do formalismo matemático: O domínio desse tipo de conhecimento está por trás da formação essencial de que precisamos para atuar em qualquer área.

O docente explica que o IFSC/USP tem IFSC2020-04incentivado seus alunos a terem formação sólida em matemática, conceitos fundamentais de física e em línguas naturais. Para estas últimas, por exemplo, o IFSC/USP propicia cursos de escrita científica e de inglês, inclusive realizando a Semana da Escrita Científica. Além disso, o IFSC/USP investe na interação social, oferecendo atividades voltadas à integração entre alunos de graduação e pós-graduação, eventos culturais, e um programa de internacionalização.

O ensino ligado à pesquisa está na genética do IFSC/USP, já que ensina a seus estudantes como inovar e solucionar problemas, através de exemplos e trabalhos de pesquisa. O IFSC também investe na utilização de novas mídias e no raciocínio computacional, com disciplinas voltadas à computação e formação matemática de alto nível. Para o Prof. Osvaldo Novais, a transdisciplinaridade sempre foi inerente às atividades do Instituto, líder em iniciativas de pesquisa integrada no âmbito nacional. Com as novas mídias, o Instituto se tornou um importante nó de redes de pesquisadores, principalmente com colaboração virtual.

Três vertentes de ensino e pesquisa no Instituto focalizam a estrutura da matéria para o desenvolvimento de novas tecnologias; a matéria viva que envolve as ciências físicas e biomoleculares; e os sistemas computacionais que também são aplicados nos sistemas biológicos. Portanto, na graduação e pós-graduação do IFSC/USP, os estudantes já têm contato com áreas multidisciplinares e que abordam os temas mais relevantes do artigo do IFTF, ressalta o docente da nossa Unidade.

Embora tenha achado o artigo bastante esclarecedor e bem feito, Osvaldo Novais faria alterações no relatório, já que os motores de mudança de dois a seis, por exemplo, estão relacionados a máquinas inteligentes e computacionais. Vivemos em um mundo completamente diferente, porque temos conexão global e grande quantidade de informação que pode ser utilizada para muitos serviços. Apesar de existirem nuances entre os cinco últimos motores, todos estão ligados à tecnologia de informação amplamente disponível, finaliza o docente, salientando que o futuro imaginado pelo IFTF já é realidade para o IFSC.

Para conferir o relatório Future Work Skills 2020 na íntegra, acesse AQUI.

Assessoria de Comunicação

19 de maio de 2015

21º Aniversário do IFSC/USP

Hoje, dia 19 de maio, comemora-se o 21º Aniversário do IFSC/USP.

Em comunicado difundido pela comunidade, o Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, agradeceu a todos a contribuição dada para o reconhecido sucesso do Instituto em todas as atividades-fim da Universidade de São Paulo.

Em sua mensagem, o dirigente sublinhou a esperança na continuidade do trabalho conjunto, no sentido de se manter a tradição construída desde o início das atividades da Unidade: primeiro, como o Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos, no início da década de 1950 e, posteriormente, como o Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física e Química de São Carlos, de 1971 a 1994, quando, enfim, o IFSC/USP emergiu com identidade própria.

Que este dia 19 de maio seja não só um motivo de celebração, mas também de reflexão.

Assessoria de Comunicação

19 de maio de 2015

Laser e LED tratam a Disfunção Temporomandibular e Paralisia Facial

1Laser-200Dois métodos executados pelo Dr. Vitor Hugo Panhóca, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), comprovaram a eficácia do laser de baixa potência e do LED – vermelho e infravermelho -, no tratamento não-invasivo de Disfunção Temporomandibular (DTM) e Paralisia Facial de Bell. Em seus testes, o especialista comparou a qualidade de ambas as técnicas, com o intuito de melhorar a condição de vida de indivíduos que são acometidos pelas citadas doenças.

A eficácia do uso de laser e LED como efeito analgésico consta há anos na literatura médica. Segundo Vitor Panhóca, os fótons* originados pelo LED são tão eficientes quanto os obtidos através do laser. Quando interagem com o tecido da pele, os fótons adquiridos por essas luzes, atingem e estabilizam as células nervosas do tecido humano, causando o efeito analgésico. Com base nesses conhecimentos, o pesquisador comparou a qualidade dos dois métodos, onde concluiu que, apesar de ambos terem o mesmo efeito de analgesia, o LED é mais vantajoso, uma vez que tem maior durabilidade, menor consumo de energia, abrange maior área do tecido a ser tratado e seu custo é muito mais baixo do que o do laser.

2Laser-500

Disfunção Temporomandibular

A articulação temporomandibular é a região 3Laser-250responsável por unir a mandíbula ao osso temporal. É essa estrutura anatômica que também nos permite abrir a boca, sorrir, falar, mastigar e bocejar. Ranger os dentes, manter a cabeça em má posição, apoiar o queixo sobre a mão, sofrer traumas, estresse, ansiedade, roer unhas ou utilizar próteses dentárias mal adaptadas, são situações que favorecem o surgimento da Disfunção Temporomandibular, podendo causar dores, limitar a capacidade de movimentar a mandíbula, dificultando, inclusive, a mastigação.

Segundo o pesquisador, o efeito analgésico provocado pela luz do laser ou pelo LED vermelho e infravermelho, além de eliminar as dores provocadas pela doença, permite melhor movimentação mandibular dos pacientes. O laser e o LED permitem que os pacientes com dificuldades de movimentação mandibular possam mexer a boca com mais facilidade e sem dor após dois meses de tratamento, diz Vitor Panhóca, que realizou a pesquisa com duas sessões semanais, tendo obtido sucesso em pacientes com sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM), sendo que a luz era aplicada durante 1 minuto em cinco pontos de cada lado da face na região pré-auricular, temporal e corpo do músculo masseter. A técnica acelera o restabelecimento da mastigação sem dor pelo indivíduo, podendo impedir o retorno dos sintomas por vários anos. A aplicação do laser ou LED no tratamento da DTM pode ser realizado isoladamente ou combinado aos tratamentos convencionais.

4Laser-250A luz do laser ou do LED é aplicada através de uma caneta, cuja ponta ativa é direcionada à região externa a ser tratada. Um dos receios de Vitor Panhóca nesta análise era o superaquecimento que a luz poderia causar na pele, porém, com as aplicações realizas durante os testes, o pesquisador observou que o aumento de temperatura não ultrapassou 5,7 graus, nível considerado baixo e seguro para esse tipo de aplicação.

O artigo referente a esse estudo foi publicado recentemente na revista científica Lasers in Medical Science. Para conferi-lo na íntegra, clique AQUI.

Paralisia Facial de Bell

Por outro lado e aproveitando os 5Laser-300estudos, o laser terapêutico (baixa potência) também foi testado pelo pesquisador no tratamento de Paralisia Facial de Bell, doença que provoca a perda dos movimentos faciais e que é relacionada com indivíduo submetido a alto grau de estresse. Acredita-se que essa paralisia é causada pelo vírus herpes zoster, pois é possível detectá-lo através de exames da urina em pacientes acometidos por essa doença, diz Panhóca.

Hoje, para curar a doença, os pacientes são submetidos a tratamento térmicofisioterapêutico, e tratamento com vitamina B, que ajudam na regeneração do tecido facial. Vitor Panhóca realizou testes com pacientes apresentando Paralisia Facial de Bell, tendo aplicado o laser e comprovando a recuperação desses indivíduos: Tenho dois pacientes em tratamento e já solucionamos outros casos com sucesso, explica o pesquisador do IFSC/USP, que realizou as avaliações durante dois e quatro meses, sendo que cada sessão foi feita em aproximadamente 30 minutos, duas vezes por semana.

De acordo com o especialista, é importante que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível após o acometimento da paralisia; portanto, é necessário que os indivíduos tenham um correto diagnóstico médico, para terem a certeza de que se trata da denominada Paralisia Facial de Bell. Por isso, antes do tratamento é indispensável uma avaliação neurológica. É preciso diagnosticar a doença para realizar o procedimento correto, explica ele, ressaltando que, mesmo após o tratamento existem chances desses pacientes serem acometidos pela afecção novamente, já que o principal papel do laser e do LED é acelerar o processo de recuperação dos movimentos da face dos indivíduos tratados.

6LaserVitor-500

Em janeiro deste ano, a aplicação do laser no tratamento dessa paralisia rendeu ao Dr. Vitor Panhóca um prêmio no World Federation for Laser in Dentistry, um congresso internacional que foi promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – APCD, em São Paulo.

*Partículas presentes em qualquer tipo de luz.

Assessoria de Comunicação

18 de maio de 2015

Trabalhos do IFSC selecionados para 2ª etapa

22_SIICUSPO Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da Universidade de São Paulo (SIICUSP) é um programa de iniciativa que da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP realizado com o objetivo divulgar resultados de projetos de pesquisas científicas e tecnológicas realizadas por alunos de graduação da USP e de outras universidades.

Em sua 22ª edição, a comissão coordenadora do SIICUSP selecionou para 2ª etapa do Simpósio de 10 a 15% dos trabalhos inscritos, sendo que quatro deles são autoria de alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que concorrerão a premiações especiais, caso estejam entre os 20% de trabalhos que serão selecionados na 2ª fase.

Sobre os trabalhos do IFSC selecionados

Cursando Ciências Físicas e Biomoleculares no IFSC, o estudante Nicolau Barbosa Palma Filho, orientado pela docente Ana Paula Ulian de Araujo, inscreveu no SIICUSP seu trabalho sobre pesquisas realizadas com Septinas (SEPT), proteínas responsáveis pelo último estágio de divisão celular- a citocinese.

SIICUSP-NicolauNicolau trabalhou com cinco mutantes da Septina 3 (SEPT3) analisando os efeitos das mutações na interação da SEPT3 com a SEPT7. Os experimentos realizados por Nicolau trouxeram três resultados principais: formação de dímeros da SEPT3, interferência de uma das mutações na interface G da SEPT3 e a desestabilização na formação de tetrâmeros.

Outro trabalho selecionado foi o da estudante do curso de Licenciatura em Ciências Exatas Maria Eduarda Vizotto, orientada pela docente Nelma Regina Bossolan e co-orientada pela educadora Gislaine Costa, e que teve como foco a alfabetização científica a alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas de São Carlos, em espaços não formais de educação, neste caso no Espaço Interativo de Ciências (EIC/USP), coordenado pela docente do IFSC Leila Beltramini. “Quisemos trabalhar com diversos experimentos com foco no método científico, ou seja, trabalhar no levantamento de hipóteses, experimentação, obtenção de resultados e discussão”, explica Maria Eduarda.

SIICUSP-Maria_EduardaDentro dessa proposta, diversas temáticas científicas foram trabalhadas com os alunos durante as 28 atividades realizadas no decorrer do curso, que durou um ano, além de cinco outras atividades complementares. “Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2014, eles também apresentaram à comunidade algumas atividades realizadas durante o nosso curso. Outra atividade complementar foi um workshop realizado no próprio EIC, no qual os alunos tiveram chance de apresentar trabalhos que desenvolveram durante o curso, colocando em prática diversos ensinamentos, inseridos dentro de nossa proposta experimental”, relembra a estudante.

Atualmente no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), o estudante Andreas Munte Foerster trabalha ativamente também no EIC. Também com foco na alfabetização científica de alunos do ensino fundamental e médio, Andreas é um dos responsáveis pelo desenvolvimento do software “Série parasitas: malária”. “Um dos projetos do EIC foca no desenvolvimento de mídias interativas para auxiliar no ensino sobre doenças negligenciadas brasileiras. Quando comecei a participar desse projeto, o software sobre a malária e Doença de Chagas já estavam prontos. Com a minha entrada, passamos a trabalhar na atualização dos softwares já existentes, utilizando o programa Unity 3D na criação do software da malária”, recorda o aluno.

De acordo com Andreas, o projeto levou em consideração importantes detalhes relacionados à doença para a produção da mídia interativa, inclusive no que diz respeito à fauna e flora originais da região Norte do Brasil, na qual se encontra o maior número de casos da malária no Brasil.

SIICUSP-_AndreasO quarto trabalho do IFSC selecionado para 2ª etapa do SIICUSP é de autoria do estudante de Bacharelado em Física Ciro Thadeu Tomazella Ferreira. Orientado pela docente Cibelle Celestino Silva, o trabalho teve como foco a história da Ciência, mais especificamente aos fatos históricos relacionados ao físico e químico Michael Faraday, que realizou diversos estudos na área de eletroquímica e é considerado um dos maiores experimentadores da história da Ciência. “Pretendo aplicar esse trabalho no futuro, ministrando aulas para cursos de graduação. Através de um episódio histórico, quero explorar algumas questões relacionadas à filosofia da ciência que, normalmente, não são abordadas durante as aulas”, afirma Ciro.

Ele conta que, durante a graduação, teve a disciplina “História da Física” e que foi a partir daí que se deu conta de que coisas novas poderiam ser exploradas através do viés filosófico, “não necessariamente da Ciência em si, mas sim de seu funcionamento”, afirma.

Planos e projeções

Por se tratar de projetos de iniciação científica, não é de se surpreender que os quatro alunos queiram dar continuidade às pesquisas realizadas até o momento.

Nicolau diz que pesquisa com Septinas trazem uma boa colaboração para estudos na área, já que pouco se sabe sobre a misteriosa proteína que alguns acreditam ser a chave para se desvendar algumas doenças, como Mal de Alzheimer, por exemplo. “Uma vez que alguém realiza esse tipo de trabalho, mais conhecimentos serão acumulados, e isso é sempre bom, principalmente quando se trata de estudos que ainda têm muitas lacunas”, conta Nicolau.

SIICUSP-_CiroCiente da importância desse estudo, ele diz que pretende dar continuidade ao mesmo futuramente, quando já tiver concluído a graduação. “Já até comecei outra parte do projeto, tentando cristalizar o complexo da SEPT3 com a SEPT7, dessa vez sem os mutantes”, adianta.

Maria Eduarda conta que o feedback que teve dos avaliadores do SIICUSP, ainda durante a primeira etapa, foi positivo. “Uma das avaliadoras, que é professora do curso de enfermagem, disse que atividades como a nossa são aplicadas, inclusive, no ensino universitário”, conta. “Acredito que essas atividades sejam importantes para trazer aos participantes até mesmo uma pequena orientação vocacional”.

Andreas conta que, num primeiro momento, esteve envolvido somente com a parte de programação da Série parasitas: malária, sendo que a parte gráfica coube ao estudante de Bacharelado em Física do IFSC Yvan Cezarino Fernandes. “Ir para segunda fase do SIICUSP é um mérito que dou ao trabalho em equipe que foi realizado nesse projeto”, afirma Andreas, que já está envolvido em outro projeto que tem como objetivo a construção de um jogo, e não somente de uma mídia interativa, ainda dentro da temática de doenças negligenciadas. “Quando entrei no projeto, eu não sabia programar muito bem, não conhecia as ferramentas necessárias para isso e também. Pude perceber minha evolução durante a participação no projeto, bem como da equipe com a qual trabalhei”, comemora o aluno.

Já Ciro, quando questionado sobre o mérito de seu trabalho, acredita que o que tenha chamado atenção dos avaliadores tenha sido o tratamento teórico de entidades inseridas no contexto científico. “Quando se pensa na aplicação de estudos nas áreas de exatas, é possível realizá-las sem dar atenção ao contexto social onde foram produzidos. Eu penso que para se ter uma visão mais madura do que é a ciência e qual papel ela exerce na vida das pessoas, ter conhecimentos sobre a história da ciência é algo muito importante”, finaliza o estudante.

Para saber mais sobre o SIICUSP, acesse http://www.usp.br/siicusp/22siicusp/

Imagens: pela ordem, Nicolau, Maria Eduarda, Andreas e Ciro

Assessoria de Comunicação

18 de maio de 2015

Cursinho Popular da Licenciatura lança calendário

Entre 24 de março e 4 de abril, das 14 às 18 horas, estarão ocorrendo as inscrições para o Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

SACExAqueles que se inscreverem neste período farão uma prova de conhecimentos gerais no dia 13 de abril e entre 14 e 18 de abril será realizada a entrevista socioeconômica com os inscritos, segunda etapa do processo de seleção.

Em 21 de abril, será divulgado o resultado da primeira chamada e os aprovados deverão fazer sua matrícula entre os dias 22 e 24 do mesmo mês.

O início das aulas será no dia 5 de maio e os alunos selecionados receberão um e-mail informando sobre sua aprovação. Além disso, a lista de aprovados ficará exposta na sala da Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACex), localizada no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF/IFSC), também a partir de 21 de abril.

Seleção de professores

Alunos do ensino superior interessados em ministrar aulas no Cursinho Popular (disciplinas de física, química, matemática ou biologia) poderão se inscrever entre os dias 24 e 28 de março. O processo seletivo constará na escolha de um tema pelos coordenadores do cursinho, e os candidatos inscritos deverão ministrar uma aula teste relacionada ao tema escolhido.

Para mais informações sobre o processo seletivo de alunos e professores ou informações gerais a respeito do Cursinho Popular, basta entrar em contato pelo e-mail dos coordenadores, Rafaela Masson (masson.rafaela@gmail.com) e/ou Paulo Chiari (chiaripaulo28@gmail.com) ou pelo telefone (16) 3373-6682.

Assessoria de Comunicação

18 de maio de 2015

Workshop “O artista como manipulador de energias”

Estão abertas até 19 de maio as inscrições para o workshop“O artista como manipulador de energias- investigando o feminino na cena”, uma iniciativa do Teatro USP e da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, que será coordenada por Viviane Dias e Ismar Rachmann.

O evento, que integra o XII Circuito Tusp de Teatro, ocorrerá nos dias 23 e 24 de maio (sábado e domingo, respectivamente), das 10 às 14 horas, no Centro Cultural da USP de São Carlos. As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas.

Para mais informações sobre o workshop, clique aqui.

Com informações da equipe TUSP de São Carlos

Assessoria de Comunicação

18 de maio de 2015

USP promove o I Congresso de Graduação

Entre os dias 25 e 27 de maio, a Pró-Reitoria de Graduaçãoda Universidade de São Paulo realizará o I Congresso de Graduação, no Centro de Convenções Rebouças, com o objetivo de compartilhar experiências didático-pedagógicas, estimular a integração de professores e pesquisadores, fazer um balanço das melhores práticas de ensino e discutir políticas que modernizem o ensino de Graduação.

Nesse congresso serão abordados temas como, metodologias ativas de ensino-aprendizagem; o uso de tecnologias como recurso didático; inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo; produção de materiais didáticos; avaliação e indicadores de aprendizagem na Graduação; experiências em mudanças curriculares; esportes e demais práticas corporais no ensino de Graduação; experiências em educação a distância; multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de Graduação; e educação tutorial na formação dos estudantes.

A solenidade de abertura ocorrerá no dia 25, às 17h30. Logo em seguida, o prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentará a conferência de abertura.

Abrindo os trabalhos do segundo dia do congresso, o professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Valdes Roberto Bollela, ministrará a conferência Desenvolvimento docente para as profissões de saúde: Por quê? Como? Onde? e Quando?. Bollela é pesquisador na área de Educação Médica, com ênfase em desenho e avaliação curricular, avaliação do estudante e internato médico. No período da tarde, acontecerá a conferência subordinada ao tema Pesquisa em Ensino de Bioquímica, que será apresentada pelo professor do Instituto de Química (IQ), Bayardo Baptista Torres, especialista em Metodologia de Ensino e Produção de Novos Materiais de Ensino, Convencionais e Softwares.

No dia 27, o professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), Paulo Rogério Miranda Correia, apresentará a palestra Mapas conceituais: tornando visíveis as estruturas de conhecimento durante o processo de ensino-aprendizagem. À tarde, uma conferência proferida pelo senador da República e ex-ministro da Educação, Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque, encerrará o evento.

As inscrições para o I Congresso da Graduação já estão encerradas, mas as atividades serão gravadas e disponibilizadas na página da Pró-Reitoria de Graduação.

O Centro de Convenções Rebouças fica na Av. Rebouças, 600, perto da estação Clínicas do Metrô, em São Paulo. A programação completa pode ser conferida no site do Congresso. Mais informações pelo telefone (11) 3091-2310 ou pelo e-mail cong.prg.usp@gmail.com

(Com informações da Assessoria de Imprensa da USP)

Assessoria de Comunicação

15 de maio de 2015

Livro de docente do IFSC/USP repercute no país

Confira 10 dicas para escrever um bom artigo em inglês: este foi o título da mais recente notícia abordando a qualidade e alcance didático do livro da autoria do Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Jr., docente e pesquisador de nosso Instituto.

Em matéria assinada pela jornalista Luiza Piffero, do prestigiado jornal Zero Hora, de Curitiba (PR), a matéria, datada de 14 de maio último, evidencia os erros usualmente cometidos em artigos científicos escritos em inglês, sendo citado o livro de Oliveira Junior como uma ferramenta indispensável para evitar esses “tropeções”.

A citada matéria jornalística – curta, mas objetiva (como é da praxe) -, levanta um pouco o véu de como Osvaldo Novais de Oliveira Junior – considerado, atualmente, um dos mais credenciados especialistas na área da escrita científica – conseguiu vencer seus próprios erros, tendo-se inspirado no tradicional tradutor do Google para escrever Writing Scientific Papers in English Successfully: Your Complete Roadmap, uma publicação dedicada a docentes e alunos, mas também ao público em geral que se interesse pelo tema.

Para conferir a matéria do jornal Zero Hora, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

15 de maio de 2015

Bolsas para doutorados sanduíches

Até 15 de outubro de 2015, estão abertas as inscrições para a 3ª chamada para bolsas do projeto BE MUNUDUS, coordenado pela Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, no âmbito do programa Erasmus Mundus da Comissão Europeia. A Universidade de São Paulo é uma das instituições parceiras do projeto, que conta com nove universidades europeias, onze brasileiras e sete universidades e entidades associadas.

As bolsas são dirigidas aos doutorandos brasileiros para períodos de mobilidade de 6 a 10 meses nas seguintes instituições europeias parceiras do projeto: Vrije Universiteit Brussel (Bélgica), University of Zagreb (Croácia), Karlsruhe Institute of Technology (Alemanha), Sapienza University of Rome (Itália), Silesian University of Technology (Polônia), Universidade do Porto (Portugal), Universidade Nova de Lisboa (Portugal) e Cardiff Metropolitan University (Reino Unido).

As áreas contempladas são, Engenharias e Tecnologia e Ciências Básicas relacionadas à Engenharia e Tecnologia. As bolsas abrangem subsídio mensal de 1.500 euros, despesas com passagens aéreas, seguro e taxas escolares, se necessário.

Para acessar o edital e informações de como se candidatar, clique AQUI.

(Com informações da Agência USP Internacional)

Assessoria de Comunicação

15 de maio de 2015

Novos desafios do LHC, muito além da descoberta do Higgs

No dia 15 de maio, pelas 10h30, ocorreu no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a palestra Novos desafios do LHC, muito além da descoberta do Higgs, apresentada pelo Prof. Dr. Jun Takahashi, do Instituto de Física “Gleb Wataguin”, da Universidade Estadual de Campinas (IFGW/UNICAMP). O evento inseriu-se na programação da iniciativa Colloquium diei.

O ano de 2012 entrou na JUN_TAKAHASHI_350história como um marco importante para a área de física de partículas, devido a descoberta da partícula conhecida como Bóson de Higgs, peça importante do quebra-cabeças para compreender as características fundamentais da matéria dentro do que chamamos de “Modelo Padrão”. Mas os testes do citado modelo e as possibilidades do LHC vão muito além desta importante descoberta.

Em 2015, o LHC retornou suas operações após uma pausa para manutenção e upgrade de seus sistemas e detectores. Este período também foi importante para avançar e concluir diversas análises dos dados coletados nos primeiros anos de operação e ter melhor previsão do que esperar e procurar neste início de operações. Em particular, um dos grandes desafios abordados pelo docente em sua palestra, foi o estudo do comportamento da matéria nuclear em condições extremas de temperatura e densidade.

Takahashi também explicou que esquentou o vácuo da QCD e recriou um estado da matéria em condições extremas, similares às do universo primordial logo após o Big-Bang. Este estado, conhecido como Quark-Gluon Plasma, teria graus de liberdade partônicos, portanto, permitindo um estudo direto das interações fundamentais existentes entre os elementos primordiais da matéria e da teoria que descreve estas relações.

O estudo das características do QGP e da evolução deste estado até a formação da matéria nuclear ordinária permite testar e tentar compreender as características globais de nosso universo atual. Três dos quatro experimentos do LHC medem colisões de Chumbo-Chumbo, sendo que, dentre estes, o experimento ALICE é dedicado ao estudo destas colisões. Assim, Jun Takahashi também falou sobre esse projeto que tem participação brasileira, com pesquisadores da USP e da UNICAMP, que contribuem em diversas análises de física e também ao desenvolvimento de tecnologia em instrumentação e computação. Portanto, de acordo como palestrante, o LHC é não somente um dos maiores experimentos de física já construídos, mas também um grande propulsor de novas tecnologias.

Jun Takahashi tem graduação em Física pela USP, mestrado em Física Nuclear e doutorado em Desenvolvimento de Detectores de Silício pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor no IFGW/UNICAMP, onde atua com experiência na área de física, com ênfase em Física Nuclear de Altas Energias das Partículas Elementares e Campos, Quark Gluon Plasma, experimento STAR do acelerador RHIC, experimento ALICE, e física de estranheza.

Assessoria de Comunicação

15 de maio de 2015

A imagem na descoberta dos mistérios da deterioração de materiais

Um terço de todo o minério de ferro transformado em aço é perdido anualmente devido à corrosão, efeito que consiste na deterioração de materiais através de ações químicas ou eletroquímicas. Com o intuito de desvendar os mistérios deste efeito, o Prof. Dr. Odemir Martinez Bruno, do Grupo de Computação Interdisciplinar do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tem trabalhado em conjunto com o Prof. Dr. Ernesto Chaves Pereira, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e com pesquisadores da Universiteit Gent, Bélgica, na análise do mecanismo do processo da corrosão, via imagens em escala nanométrica.

Segundo Odemir Bruno, essas análises, que são feitas através de imagens de microscopia eletrônica e óptica, poderão ajudar no entendimento e descoberta de fenômenos que ocorrem no processo da corrosão. De acordo com ele, essa parceria surgiu através de seus estudos envolvendo a Teoria do Caos* e os Padrões Complexos**, metodologias que tem permitido a investigação de diferentes superfícies de materiais. Para o olho humano, uma superfície pode ser igual a outra, mas quando analisamos com um olhar matemático, podemos visualizar esses padrões distintos entre superfícies, diz Odemir Bruno.

Por seu turno, Ernesto Pereira afirma que, quando se trabalha com a corrosão, é preciso acompanhar e “olhar” o processo do efeito da deterioração, já que a reação pode ocorrer de forma diferente ao longo da superfície, o que torna o trabalho do Prof. Odemir muito importante, porque ele domina as ferramentas matemáticas que podem contribuir às análises. Ernesto Pereira tem interesse na área de ciência não-linear, um fenômeno que ocorre comumente durante os experimentos complexos realizados. Nos meus experimentos sobre corrosão, a presença de comportamentos não-lineares é muito comum, afirma o docente da UFSCar.

A origem da pesquisa

Os trabalhos sobre o cloreto de sódio viabilizaram a realização de novas pesquisas envolvendo corrosão na área petrolífera, já que o petróleo contém água salina – composição semelhante à água do mar -, que pode causar graves problemas na tubulação de transporte do óleo. A corrosão é um dos grandes problemas na indústria petrolífera, desde o processo de produção até à etapa realizada nas refinarias. Em todas estas fases existem problemas de corrosão e detalhes que devem ser aprimorados, prevenidos ou remediados, diz Ernesto.

Segundo o Ernesto Pereira, Ernesto350seus estudos envolvendo a corrosão permitiram observar o efeito da deterioração de ligas usadas em dutos de petróleo, bem como em água do mar. Muitas vezes, nos dutos, existe também uma porção de água do mar junto ao óleo, sendo esta bastante agressiva por conter cloreto de sódio que, por sua vez, causa um tipo de corrosão considerada como a mais perigosa – a corrosão por pites, provocada por furinhos que vão de um lado até o outro do material. Na primeira etapa de nosso trabalho, estudamos a corrosão em solução de cloreto de sódio, onde o ânion*** exerceu um papel primordial, tendo provocado uma deterioração que, ao ser filmada, nos forneceu informações que ainda não tínhamos, como, por exemplo, a profundidade dos pites ao longo do experimento, que nunca tinha sido medida antes”, explica ele.

Para estudarem os fenômenos não-lineares da corrosão, os pesquisadores tem trabalhado com duas metodologias inseridas na Teoria do Caos, que são as fractais – figuras produzidas através de equações matemáticas – e os autômatos celulares – conjunto de células evolutivas. Estudamos a Teoria do Caos para criarmos modelos matemáticos voltados à análise de padrões complexos, diz Odemir Bruno. Para ele, a solução desses problemas é um caminho para se desenvolverem novos métodos matemáticos, o que permitirá, inclusive, dar um novo passo para outras pesquisas na área das ciências Odemir_350não-lineares, tendo em vista que existem diversos fenômenos que ainda não têm respostas. Além disso, a resolução dos diversos enigmas envolvendo a corrosão pode refletir no desenvolvimento de novos modelos para os estudos destes fenômenos em diversas áreas, dada a importância econômica deste fenômeno em particular. Esta ideia, por exemplo, está descrita em um artigo escrito pelos pesquisadores, em parceria com os especialistas da universidade belga, publicado na revista Neurocomputing, neste ano.

Outra meta desses pesquisadores é estudar a propriedade dos filmes que crescem sobre os metais durante o processo de corrosão e melhorar o crescimento dessa capa protetora. De acordo com Ernesto Pereira, esses filmes podem oferecer informações que ajudarão no entendimento e prevenção da própria corrosão.

Os pites e os próximos passos

Hoje, utilizando técnicas eletroquímicas, é possível determinar a quantidade perdida de ferro, exatamente devido aos pites – causados pelo cloreto de sódio. Contudo, essa metodologia atual não é capaz de demonstrar a profundidade desse buraco.

Com isso, os pesquisadores pesquisadoresobep-350filmaram um material com pites através de imagens em duas e três dimensões (2D e 3D). Antes, eu tinha a informação 3D, mas não tinha a coordenada ou a posição do local onde o processo acontecia. Agora, obtemos informação bidimensional, o que nos permite saber a posição correta onde o problema ocorre, explica Ernesto Pereira, acrescentando que o próximo passo da pesquisa é refinar o conhecimento sobre este efeito, já que existem pites que crescem até aparecerem do lado oposto dos materiais, enquanto o crescimento de outros é interrompido. Isso já me abriu um novo caminho para tentar descobrir porque isso ocorre, finaliza ele.

*A Teoria do Caos, que trata de sistemas complexos, propõe que um simples fenômeno pode originar consequências imprevisíveis.

**Referem-se a padrões que representam uma ciência não-linear, como, por exemplo, as superfícies dos materiais, em que determinadas diferenças não são visíveis a olho nu.

***Elementos químicos com cargas elétricas negativas.

Assessoria de Comunicação

15 de maio de 2015

Phases and phase transitions in disordered quantum systems

Ocorreu no dia 15 de maio, na sala 18 do bloco F2 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a última parte do minicurso Phases and phase transitions in disordered quantum systems, onde o Prof. Thomas Vojta, da Missouri University of Science and Technology (Missouri S&T), discutiu as transições de fase Smeared. O minicurso também ocorreu nos dias 04, 06, 11 e 13 de maio.

Voltado a não-especialistas, o THOMAS_VOJTA__350evento teve como principal objetivo abordar importantes conceitos básicos de efeitos em fases e transições de fase em sistemas quânticos.

O Prof. Thomas trabalha com matéria condensada e física estatística, e investiga o comportamento de longo prazo e de grande distância de sistemas quânticos com elevados graus de liberdade, utilizando a teoria quântica de campo, bem como simulações numéricas. Ele tem experiência em quântica e transições de fase clássica, comportamento crítico, magnetismo, supercondutividade e transporte de materiais desordenados.

Além do Departamento de Física, a Missouri S&T congrega os departamentos de Engenharia Aeroespacial; Estudos Aeroespaciais; Artes, Letras e Filosofia; Ciências Biológicas; Negócios e Tecnologia da Informação; Engenharia Química e Bioquímica; Química; Engenharia Civil, Arquitetura e Meio Ambiente; Ciência da Computação; Economia; Engenharia Eletrotécnica e de Computadores; Engenharia de Gestão e Engenharia de Sistemas; Inglês Técnico e Comunicação; Geociências e Geologia e Engenharia de Petróleo; História e Ciência Política; Engenharia de Manufatura; Ciência dos Materiais e Engenharia; Matemática e Estatística; Mecânica e Aeroespacial; Mecânica; Ciência Militar; Mineração e Engenharia Nuclear; e Ciência Psicológica.

Assessoria de Comunicação

14 de maio de 2015

Cerimônia teve participação de Cônsul da Alemanha

Na manhã de quinta-feira, 14 de maio, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do docente do Grupo de Óptica (GO), Emanuel Alves de Lima Henn, recebeu o Cônsul Geral Adjunto da Alemanha, Uwe Heye, para realizar a inauguração simbólica da Célula de Efusão, equipamento doado pela Humboldt Foundation, instituição alemã que tem como um de seus objetivos “promover cooperações acadêmicas entre excelentes cientistas e instituições da Alemanha e do exterior”.

A doação é o resultado de uma solicitação do próprio Emanuel, feita quando a Humboldt Foundation abriu uma chamada para doação do equipamento em questão. “A Fundação apoia seus bolsistas por toda vida. A doação de equipamentos, inclusive, é parte de um programa da Humboldt voltado para esse público”, explica o docente.

A Célula de Efusão é um dos equipamentos centrais de um experimento com átomos frios, coordenado por Emanuel, para feitura de gases quânticos de átomos extremamente magnéticos. Porém, é óbvio que não é somente o experimento ou a pesquisa de Emanuel que serão beneficiados pelo novo equipamento: de acordo com ele, de um modo geral, a Célula de Efusão, além de ser o “chute inicial” para essa linha de pesquisa específica, pode gerar diversos outros estudos relacionados. “No próprio IFSC, temos grupos que trabalham com materiais magnéticos. Existem também sistemas com os quais se trabalha em estado sólido que podem ser replicados em sistemas de gases quânticos”, elucida Emanuel.

Uwe conta que conheceu Emanuel através da Humboldt Foundation, mesmo motivo pelo qual já teve contato com outros dois docentes do IFSC, Hellmut Eckert e Andréa Simone Stucchi de Camargo Alvarez Bernardez, também ex-bolsistas da Fundação, sendo que Andréa é presidente do Clube Humboldt do Brasil.

Muito entusiasmado com a visita ao IFSC, Uwe afirmou, em diversos momentos, inclusive durante a cerimônia de inauguração do equipamento, que existe uma enorme intenção de parcerias científicas entre a Alemanha e o Instituto. “É muito importante ter parcerias entre pesquisadores alemães e brasileiros através das instituições de pesquisa. Queremos melhorar a aprofundar as parcerias científicas entre os dois países, e essa ocasião é um dos passos para isso”, afirmou o Cônsul, que mencionou as German Houses of Research and Innovatton, que inaugurou uma de suas unidades em São Paulo (SP), há cinco anos.

Disputada por outros pesquisadores do globo, Emanuel acredita que a Célula de Efusão tenha tido seu destino definido graças ao local no qual seria instalada, ou seja, o IFSC. O docente conta que qualquer ex-bolsista da Humboldt pode solicitar doação de equipamentos, embora alguns dos programas sejam abertos somente a bolsistas de países em desenvolvimento. “Por ser considerada uma instituição de ponta, o IFSC acaba se destacando perante outras instituições, e também garante à Humboldt a aplicação de recursos num local que, realmente, trará retorno para Ciência de uma maneira geral”, conclui Emanuel.

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Imagem: Parte do público presente na cerimônia de inauguração, realizada na Sala de Seminários do Grupo de Óptica (GO). Da esq.: Jarbas Caiado (docente do GO), Philippe Courteille (docente do GO), Vanderlei Bagnato (docente do GO), Cristina Kurachi (docente do GO), Uwe Heye, Tito Bonagamba (diretor do IFSC) e Emanuel Henn (docente do GO). Na mesa, à direita, o equipamento doado pela Humboldt Foundation

Assessoria de Comunicação

14 de maio de 2015

Pós-doutorado em Física

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) dispõe de uma oportunidade de Bolsa de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto Temático Desenvolvimento de sensores quânticos com átomos ultrafrios, apoiado pela FAPESP.

O bolsista atuará no desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulado “Um sensor átomo-plásmon integrado”.

O objetivo do projeto é estudar experimentalmente a realização possível de sensores quânticos baseados em átomos aprisionados perto da superfície nanoestruturada de um microchip ou de um metamaterial fotônico.

Segundo o coordenador do projeto, átomos são sensores extremamente sensíveis para forças fracas, mas, para medir o seu estado com alta fidelidade, precisam acoplar fortemente com um campo de luz, que faz a leitura desse estado e traz a informação para um detector.

O bolsista construirá experimentos para estudar as propriedades fotônicas do microchip, resfriar átomos opticamente até temperaturas de microKelvin e trazê-los perto do microchip, tentando obter um acoplamento forte entre os átomos e modos de luz evanescentes ou plasmônicos.

Para se candidatar, é preciso enviar carta de interesse, currículo atualizado e dados de contato de dois pareceristas para o coordenador do projeto, professor Philippe Wilhelm Courteille (philippe.courteille@ifsc.usp.br).

A data-limite para inscrição é 1º de junho de 2015 e esta vaga está aberta tanto para brasileiros quanto para estrangeiros.

Para visualizar esta oportunidade de bolsa, clique AQUI

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.143,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação.

Para obter mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

14 de maio de 2015

Geografia e História do Universo

No início de tudo, há mais ou menos 14,3 bilhões de anos, o Universo estava num estado totalmente caótico. Ao longo do tempo, a força da gravidade foi estabelecendo uma ordem, que atualmente se manifesta por meio de inúmeras galáxias, estrelas, planetas e assim por diante.

Hoje, sabemos que o nosso sistema solar é apenas um entre bilhões de sistemas planetários semelhantes na nossa galáxia – a Via Láctea – e também sabemos que essa UNIVERSO-350mesma Via Láctea é apenas uma entre uma infinidade de galáxias no universo.

O Prof. Dr. Raul Abramo, do Instituto de Física da USP (IFUSP) é um pesquisador que, quando possível, explana, através de palestras dedicadas ao público em geral, o panorama daquilo que ele considera ser a diversidade ecológica do universo, utilizando a expressão de breve excursão pelo zoológico de objetos astronômicos, tais como estrelas canibais, buracos negros supermassivos e enxames de galáxias, abordando, igualmente, sobre os principais mistérios da cosmologia na atualidade, que são as misteriosas substâncias conhecidas como matéria escura e energia escura.

Raul Abramo, que participou recentemente de mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, promovido pelo IFSC/USP, explicou um pouco aquilo que chama de diversidade ecológica do Universo, que, para ele, é um panorama pouco familiar para a maioria da população, já que ela está mais acostumada a assistir a programas relacionados com a natureza do seu próprio planeta – Terra – e a compreender um pouco mais algumas particularidades dele, como, por exemplo, a complexidade do deserto do Saara ou a imensidão e os mistérios contidos no fundo dos oceanos.

Abramo salientou que, para ter uma visão do Universo, as pessoas precisam ser instruídas a terem simultaneamente uma visão mais abrangente e completa do lugar comum: existem escalas de tempo e de tamanho diferentes, objetos diferentes, enfim, tudo é diferente: As pessoas não têm noção de qual é a grandeza e nem o que vive na dimensão do Universo; o que as coisas estão fazendo lá, qual a dinâmica daquilo que está acontecendo, como é que os objetos evoluem… Assim como você tem um ambiente que lhe é familiar, que é o do nosso planeta Terra, onde as coisas nascem, crescem, morrem, e são substituídas por outras,o mesmo acontece no Universo, só que em uma escala quase que incompreensivelmente maior, sublinhou o pesquisador.

Contudo, o curioso é que a forma como os cientistas observam o Universo – de maneira muito particular -, contempla a história no tempo e a história no espaço, que estão misturadas, ou seja, as duas são uma única coisa; ao mesmo tempo em que existem limites, aqui na Terra, os cientistas recebem milhões de informações que chegam ininterruptamente, vindas dos confins do universo, criando perspectivas ilimitadas.

Por exemplo, abramo325as galáxias mostram que sua distribuição no Universo é muito particular e que guarda uma espécie de memória que registra como ele começou, numa espécie de sopa primordial, ou seja, de uma forma altamente caótica. Podemos perguntar como é que, em cerca de 15 bilhões de anos, o Universo conseguiu arrumar tudo. De fato, quem fez isso e quem continua a fazer tudo isso é a própria força da gravidade, cuja teoria moderna sobre esse tema está comemorando cem anos. A história sobre como essa sopa primordial – uma ótima expressão inventada pelo russo George Ganov -, como esse caos começou, gerou tudo o que está aí, com a constatação de que há uma diversidade absurda, comparativamente à da Terra. O Universo tem infinitas outras terras com essa diversidade e tudo isso nasceu de um estado caótico e extremamente simples, pontuou Abramo.

Bilhões de sistemas planetários semelhantes à nossa galáxia é uma grandeza que não dá para imaginar e difícil de entender, embora a utilização da palavra bilhões seja uma conjectura, já que o horizonte mais real poderá ser o infinito. Até onde se sabe, o Universo é infinito no espaço, mas, por outro lado, ele não é infinito no tempo, o que significa dizer que a geografia do Universo pode ser infinitivamente diversa, mas a história dele não, sendo quase certo que ela tenha cerca de 15 bilhões de anos. Segundo Abramo, não há um fim previsto para o Universo. Não há nenhuma indicação de que o Universo vá terminar com uma explosão ou implosão. Só na nossa galáxia deve haver milhões de terra; imagine nos outros bilhões e bilhões de galáxias que já conhecemos, imagine, ainda, nos outros muitos bilhões que ainda não vimos, mas que iremos ver um dia, e nos possíveis bilhões que nunca chegaremos a ver, sublinhou Raul Abramo.

Já no que diz respeito a matéria escura e energia escura, o cientista da USP afirma que pouco há a dizer sobre elas, até porque muito pouco se sabe. Os átomos – a matéria normal – representam apenas 4% de tudo o que existe no Universo, sendo que os 96% restantes são formas de matéria e de energia que se desconhece por completo. Na teoria atual, que descreve o Universo, existem indicações muito fortes de que estão faltando muitas coisas, enquanto muitas pessoas afirmam que a teoria está errada. Para Abramo, ambas as hipóteses são possibilidades interessantes de se considerar, porque falta uma teoria melhor e, claro, muita observação. Para você ter uma ideia, foi só nos últimos dez anos que conseguimos avançar consideravelmente, com profundidade, conhecendo essa geografia do Universo. Na verdade, há muito tempo que sabemos que o Universo se expande, que teve um início muito quente e denso há alguns bilhões de anos, mas, em detalhe, só nos últimos dez anos é que tivemos constatações claras. Então, é muito recente esse conhecimento detalhado sobre o Universo. A grande diferença não foi do lado teórico, mas foi do lado das observações, graças aos avanços da tecnologia, pois sem isso não estaríamos com toneladas de dados nas mãos, observações galxia350e descobertas, inclusive com a descoberta de que o universo está se expandindo de maneira acelerada. Então, tem tudo a descobrir ainda. Essa imagem não está terminada. Ainda temos tudo para fazer, enfatizou o pesquisador.

O avanço das observações do Universo está diretamente relacionado com o lançamento do telescópio Hubble, que está completando 25 anos de vida útil, mas em termos de cosmologia o seu papel foi limitado. Ele foi importante porque forneceu imagens maravilhosas e detectou objetos com uma precisão nunca antes conseguida. Contudo, para conhecer a grande escala do cosmos é necessário ter outros tipos de instrumentos, conforme exemplificou Abramo. Se você segurar uma moeda de dez centavos com a cara a um metro, o pingo do i corresponde ao tamanho do campo de visão do Hubble. Então, o Hubble pode permitir conhecer muito bem uma região muito pequena, onde tem uma, duas ou algumas galáxias muito localizadas, enquanto que para conhecer o cosmos é necessário observar grandes áreas do céu. Quer isto dizer que necessitamos de outros tipos de telescópios, que já começaram a ser construídos nos últimos quinze anos e que cada vez mais estão se tornando importantes.

O Chile é o lugar onde hoje existe um maior número de telescópios. Tem outros países que também possuem telescópios com a característica de conseguir mapear grandes volumes do universo rapidamente e isso permitiu grandes avanços. O Brasil tem várias iniciativas em curso, nesse sentido, sendo parceiro em vários projetos internacionais que se dedicam ao levantamento de informações sobre o cosmos, o que permite ao nosso país participar de grandes experimentos e observações do universo.

O certo é que vamos ter que aguardar um pouco mais para ver até onde a pesquisa do Universo nos pode levar e quais são as novas fronteiras que estão por descobrir.

Assessoria de Comunicação

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