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14 de maio de 2024

Vaga aberta para bolsista de Treinamento Técnico (TT-IV) no Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar)

O Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos CEPIDs/FAPESP, com sede no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), tem vaga para um(a) bolsista de Treinamento Técnico (TT4), pelo período de 12 meses, em um dos projetos desenvolvidos no âmbito do Centro junto ao Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo), sob a orientação/supervisão da Profa. Ilana Camargo.

O projeto “Avaliação de atividade antibacteriana, citotóxicas e eficácia contra biofilmes bacterianos de compostos prospectados e preparados pelos pesquisadores que atuam junto ao CIBFar” tem como objetivo buscar novos compostos com atividade antibacteriana dentre os diversos compostos fornecidos pelos pesquisadores do CIBFar, realizando a triagem em modo cinético com incubação realizada no equipamento multiusuário (EMU) Omnilog (Biolog).

Este equipamento multiusuário foi adquirido pelo CIBFar e instalado no LEMiMo e o(a) bolsista ficará responsável pelo mesmo. As atividades incluem também a determinação da concentração inibitória mínima e concentração bactericida mínima, realização de teste de erradicação de biofilmes, interferência de quórum-sensing na redução de biofilmes pré- formados com um painel de isolados de Vibrio campbelli mutantes, realizar testes de citotoxicidade como a avaliação de atividade hemolítica e ensaios de time-kill.

Requisitos:

*Ser graduado(a) em Ciências Físicas e Biomoleculares, Farmácia, Biomedicina ou áreas afins, ter dois anos de experiência após a graduação, ou título de mestrado em áreas relacionadas à microbiologia ou correlatas, sem vínculo empregatício;

*Ter conhecimento prático para trabalhar em laboratório de nível de biossegurança 2, com microrganismos de classe de risco 2 (OGM ou não);

*Ter conhecimento para usar o software Oringin;

*Ser pró-ativo(a) e ter boa organização;

As atividades serão desenvolvidas junto ao LEMiMo (IFSC-USP), supervisionado pela Profa. Ilana Camargo, em São Carlos (SP).

Atividades a serem realizadas pelo bolsista:

1 – Avaliar a ação antimicrobiana de diferentes compostos que os pesquisadores enviam ao LEMiMo em fluxo contínuo frente a várias bactérias multidroga resistentes do grupo ESKAPE determinando a concentração inibitória mínima, concentração bactericida mínima, capacidade de erradicação de biofilme formado por Staphylococcus epidermidis, S. aureus e A. baumannii, dentre outras;

2 – Operar o equipamento multiusuário Omnilog (Biolog), após treinamento, que é usado para padronizar a triagem e verificar a cinética de crescimento bacteriano ou para servir aos usuários deste EMU, tratando os dados e gerando os gráficos em Oringin;

3 – Verificar a interferência de quorum sensing como mecanismo de erradicação de biofilmes usando um painel de Vibrio mutantes recentemente adquirido pelo LEMiMo;

4 – Realizar ensaios de time-Kill e despolarização de membranas em bactérias selecionadas;

5 – Escrever relatórios anuais do MEU Omnilog e laudos com resultados dos testes do CIBFar;

6 – Aprender e sintetizar peptídeos para testes;

7 – Auxiliar na organização, preparo de reagentes e limpeza do LEMiMo e em orçamentos no processo de compras.

A jornada de trabalho do(a) bolsista será de 40h semanais, de segunda a sexta-feira, e o mesmo desenvolverá suas atividades no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo) do Instituto de Física de São Carlos – Universidade de São Paulo (IFSC/USP), Campus área II.

A bolsa é de Treinamento Técnico IV – (TT-IV) da FAPESP por 12 meses, com início imediato, no valor de R$ 3.810,40/mês.

Interessado(a)s podem enviar currículo, link para CV Lattes, nomes e e-mail para contato de dois pesquisadores como referências e carta de intenção para o e-mail: ilanacamargo@ifsc.usp.br com o assunto “Candidato à bolsa TT-4”.

Receberemos documentos até 27 de Maio de 2024, quando iniciaremos a seleção para as entrevistas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de maio de 2024

CEPOF-IFSC/USP e UFSCar realizam avaliação de pacientes com Alzheimer

(Créditos: TeleMed2U)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotânica (CEPOF e o Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN), localizado no Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estão realizando uma avaliação de saúde para pessoas que possuem o diagnóstico ou suspeita de doença de Alzheimer.

Nesse sentido, essa parceria está convidando pacientes voluntários para participarem de uma avaliação de saúde composta por coleta de sangue para avaliação bioquímica e avaliação cognitiva e funcional, para avaliar o impacto da doença na vida cotidiana dos pacientes.

Esses exames serão realizados por profissionais especializados na área da saúde, que irão realizar a coleta em casa dos pacientes, garantindo a sua segurança e bem-estar durante todo o processo, sendo que essa avaliação de saúde será realizada no (LABEN).

Essa avaliação é importante para que se possam identificar os sintomas precoces, sendo que a participação dos pacientes contribuirá para o avanço das pesquisas sobre a doença de Alzheimer, que atinge principalmente pessoas idosas e causa perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias.

Recordamos que uma das principais linhas de pesquisa do LABEN é o estudo de biomarcadores para a doença de Alzheimer, onde os pesquisadores tentam buscar a validação de novos biomarcadores sanguíneos para o diagnóstico precoce e preciso da doença, os quais possuem reduzido custo e método de obtenção menos invasivo, se comparado aos procedimentos atualmente empregados.

Os interessados em participar nesta avaliação de saúde poderão entrar em contato como LABEN através do telefone (16) 99183-2461, ou através do email laben.alzheimer@gmail.com.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em abril de 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de abril de 2024, clique AQUI, ou acesse o “Repositório da Produção USP”  (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico: “Nano Letters” (VER AQUI).

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2024

IFSC/USP e Santa Casa da Misericórdia de São Carlos fazem chamada para pacientes com Doença de Parkinson

Um projeto de pesquisa já em desenvolvimento pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), está fazendo uma chamada – com vagas limitadas – de pacientes voluntários (qualquer faixa etária) já diagnosticados com a Doença de Parkinson, mas que não tenham grande grau de comprometimento, com a finalidade de se completarem os estudos.

Os interessados em participar desta pesquisa deverão entrar em contato através do telefone (16) 3509-1351, sendo que o desenvolvimento deste projeto de pesquisa está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) da SCMSC, localizada na Rua 15 de novembro, 952

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de maio de 2024

Pesquisadora do IFSC/USP é uma das vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”

Mirian Stringasci (Foto: arquivo pessoal)

A pesquisadora do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mirian Stringasci, foi uma das vencedoras da terceira edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”, cuja cerimônia de premiação ocorrerá hoje (10/05), na sala do Conselho Universitário da USP, às 14 horas. Este prêmio é instituído e uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), em parceria com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), ambas da USP, e os recursos são provenientes de um convênio estabelecido com o Banco Santander.

Esta edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras” contemplou pesquisadoras que desenvolvem seus estudos e pesquisas nas áreas de  Ciências Exatas e da Terra e Engenharias, e contou com a inscrição de 39 pesquisadoras, sendo que o edital contemplava inscrições em diferentes fases da carreira acadêmica – docência, pós-doutorado, pós-graduação e graduação -, pelo fato de a maternidade afetar, de maneiras distintas, o estágio das carreiras das pesquisadoras.

Mirian Denise Stringasci, pesquisadora do CEPOF-IFSC/USP, uma das vencedoras do prêmio, é formada em Física pela Universidade Estadual de Campinas e concluiu os trabalhos de mestrado e doutorado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Mesmo com os desafios trazidos pelo processo de elaboração e defesa da tese de doutorado, ela optou por ser mãe durante esse período: “Na cabeça de muita gente, aquilo era uma loucura completa. Eu iria entrar na fase de prestar concursos tendo uma criança pequena. A gente sempre tem uma pressão: envolver-se em projetos, escrever e publicar artigos, prestar concursos. Tudo para não deixar o currículo desatualizado”.

Mirian conta que decidiu tentar conciliar a carreira na academia com a maternidade pois ambos eram grandes desejos seus. “A impressão, às vezes, é de que a gente não vai conseguir conciliar tudo. Você fica se perguntando, ‘será que eu não terei que abrir mão da carreira para ter um filho ou abrir mão de ser mãe para ser bem-sucedida?’. A gente precisa tomar uma decisão. Eu decidi ter filhos e me dedicar na vida profissional. Tive meu primeiro filho no final do doutorado e o segundo quatro anos depois”, relata. “Por isso eu gostei muito desse concurso [Prêmio USP Mães Pesquisadoras]. Acho que ele ajuda a dar visão para outras mulheres. Será que é possível seguir a carreira e ter filhos, sem abrir mão de uma dessas coisas? Elas, vendo que é possível, acredito que ajude muito.”

A pesquisadora é mãe de Gabriel (7) e Rafael (3). Ela relembra que, na primeira gestação, a organização foi fundamental para conciliar as demandas. Assim que terminou de escrever a tese, afastou-se para a licença-maternidade. Ainda durante as primeiras semanas de vida de Gabriel, escreveu e submeteu um projeto para uma bolsa de pós-doutorado, que foi aprovado. Ao fim dos seis meses de afastamento, ela defendeu o doutorado e implementou a nova bolsa em seguida.

Mirian compara esse episódio com o da segunda gravidez: “Na época da gestação do meu filho mais novo, eu tentei correr com um monte de projetos. Pensava ‘não vou deixar o meu currículo defasado’. Mas aí ele completou um ano, e eu vi que não tinha conseguido atingir o número de publicações que eu queria. Eu não tive o mesmo rendimento de antes porque não tive como. Eu me culpei um pouco por conta disso. Eu queria provar para mim mesma que eu daria conta. Isso causa uma frustração na gente”, admite.

Ela também diz ter tido muito apoio da família e dos colegas de trabalho para conciliar as esferas acadêmica e familiar. “Eu me sinto uma pessoa bem favorecida porque tenho mãe e sogra bem próximas, então tenho muito apoio. Eu escrevi isso na minha carta de inscrição do prêmio. Às vezes é muito difícil… você tem compromissos e a criança está doente, então como você deixa ela em casa e vai ao laboratório?”

Fototerapia no combate ao câncer

Em sua pesquisa, ela busca maneiras de associar rádio e fototerapia em procedimentos de combate ao câncer. A radioterapia é uma técnica comumente utilizada no tratamento do câncer. Ela consiste em direcionar raios ionizantes para a região do corpo onde o tumor está localizado, destruindo as células cancerosas e evitando que elas se multipliquem. Como os raios ionizantes têm uma elevada taxa de penetração nos tecidos biológicos, a  radioterapia é uma técnica muito eficaz. Entretanto, pelo mesmo motivo, ela pode provocar efeitos colaterais, tais como câncer secundário, morte de tecidos adjacentes à área do tumor e debilitação.

Já a fototerapia é menos invasiva, mas também menos eficaz. Ela é utilizada internacionalmente no tratamento de alguns tipos de câncer e, no Brasil, é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada nos casos de câncer de pele não melanoma — tipo mais comum de câncer de pele entre os brasileiros. “Eu procuro associar os tratamentos para ter um que seja bem eficaz e que provoque menos efeitos colaterais. Para a terapia fotodinâmica, ainda não existem protocolos fechados e há muito a ser aprimorado para melhorar a eficácia”, explica a pesquisadora.

O tratamento explorado por Mirian utiliza a luz. Então, é necessário que o paciente receba um medicamento fotossensibilizador, que pode ser via oral, injetável ou tópico. Durante o processo, são fatores importantes o tamanho e a localização – parte do corpo, profundidade e vascularização da região. É preciso que as células absorvam tanto o medicamento quanto a luz que será incidida. Para evitar que as células saudáveis absorvam o medicamento destinado às células tumorais, são utilizadas moléculas seletivas, ou seja, que possuam características físico-químicas que potencializem sua absorção apenas pelas células-alvo.  A molécula utilizada no tratamento irá definir o comprimento de luz que será usado nas sessões de tratamento. Mirian cita como exemplo a porfirina, substância que absorve a luz no comprimento de 400 nanômetros, o que corresponde à luz azul. A energia da luz é absorvida e transferida para os átomos de oxigênio do tecido. O oxigênio se transforma em uma espécie reativa e citotóxica, causando a morte do tumor.

A física de formação conta que, no ano passado, foi feita uma submissão para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a terapia fotodinâmica um procedimento custo-efetivo para ser implementado no SUS. Até então, o tratamento era realizado apenas em clínicas particulares ou em centros de saúde parceiros da Universidade. “Essa vai ser a primeira técnica a ser implementada no SUS que foi solicitada por uma universidade pública. Geralmente, as implementações derivam de submissões feitas por empresas. Essa é a primeira submissão aprovada que foi feita por uma universidade”, destaca Mirian.

As duas outras pesquisadoras vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024” são: Kamilla Vasconcelos, do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP) da Escola Politécnica (EP) da USP e, desde 2022, docente no Departamento de Engenharia de Transportes, também da EP; e Cassia Fernandez, pesquisadora no Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (Citi) da USP.

(Texto adaptado de original publicado pelo Jornal da USP – edição de 06/05/2024).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP

Dando continuidade ao Programa de Mobilidade Estudantil Internacional, a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani) anuncia às Unidades USP os critérios para concessão de Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP (VER AQUI).

A Unidade USP poderá decidir sobre o valor de cada bolsa a ser ofertada até atingir o total que lhe foi destinado. Isto é, o valor de referência poderá ser fracionado, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade, não podendo ultrapassar o valor de R$ 28.000,00 por bolsa.

Não será permitida a concomitância da bolsa de intercâmbio internacional com qualquer outra bolsa registrada nos sistemas administrativos da USP (iniciação científica, monitoria, etc.), exceto os auxílios de natureza socioeconômica.

As orientações que disciplinam sobre procedimentos financeiros relativos ao pagamento e prestação de contas de bolsas estão disponíveis no ofício emitido pelo Departamento de Finanças-RUSP em 20 de março de 2024 (anexo). Converse com os responsáveis pela área financeira da sua Unidade e estabeleça um fluxo de trabalho para a realização de pagamentos e prestações de contas.

Tome atenção:

1 – Bolsas – Bolsas no valor individual de até R$28.000,00 (vinte e oito mil reais), ficando a critério da Unidade USP o fracionamento deste valor de referência, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade. 2 – Para concorrer à Bolsa: O estudante de graduação deve ter sido aprovado por meio de edital de oferta de vagas gerenciado através do sistema Mundus e indicado para intercâmbio pela Unidade USP.

3 – Destinos – Instituições de Ensino Superior (IES) estrangeiras com cooperação internacional formalizada, vigente e que estabeleça o intercâmbio de graduandos (verificação através do Sistema MercúrioWeb – e-Convênio no momento da indicação do aluno no sistema Mundus), com interveniência da Unidade USP. A seleção dos bolsistas deverá, além de priorizar os requisitos mínimos apresentados no item 1.2.2., garantir uma distribuição homogênea de bolsas entre os países das IES estrangeiras conveniadas com a Unidade.

4 – Período do intercâmbio: Duração: de 30 a 180 dias. Para efeito de pagamento da bolsa, não são considerados períodos de eventuais cursos de idioma, “recuperação” e/ou disciplinas anuais realizados na IES estrangeira.Início entre 01/07/2024 e 30/06/2025.

Tome nota:

O período de indicação de alunos para o recebimento da bolsa será de 15 de maio a 22 de outubro de 2024, através do sistema Mundus. O estudante a ser indicado deve atender cumulativamente aos requisitos mínimos estipulados pelo programa, de acordo com os dados acadêmicos registrados nos sistemas USP.

Cada Unidade deverá estabelecer seus critérios complementares de seleção, cronograma, procedimentos locais e resultados, aos quais deverá ser dada ampla publicidade durante todas as fases do processo de concessão de bolsa. Considerando que a Média Normalizada por Turma indicada dentre os critérios mínimos é uma “nota de corte”, a Unidade poderá estabelecer outros critérios de avaliação dos candidatos para a concessão do benefício.

Orientações para indicação dos bolsistas no sistema Mundus são apresentadas na área restrita do sistema > Ajuda/Manuais > Bolsas > Como indicar alunos para bolsas de mobilidade internacional (VER AQUI).

Possíveis dúvidas poderão ser esclarecidas em reunião virtual (https://meet.google.com/xzg-cdyx-jxi) que ocorrerá em 08 de maio de 2024, às 14h30. Além da oportunidade durante a reunião, outras dúvidas poderão ser esclarecidas via Fale Conosco do sistema Mundus – Assunto: Bolsas de intercâmbio para graduação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

CEPOF e SCMSC iniciam “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”

Aula com a Drª Fernanda Alves (IFSC/USP) sobre controle microbiano

Iniciou-se no dia 27 de abril último o “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”, uma iniciativa conjunta do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), com o apoio da EMBRAPII.

Totalizando 360 horas de conteúdo ao longo de um ano e meio, este curso está sendo ministrado, de forma presencial, nas instalações da SCMSC, sob a coordenação do pesquisador, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior e com a supervisão do docente e pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato.

Envolvendo mais de vinte alunos oriundos de diversas áreas da saúde, como, por exemplo, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, educadores físicos e terapeutas, entre outras, este curso é  focado na abordagem das novas tecnologias para uma melhor compreensão do laser rumo ao desenvolvimento tecnológico e à formação de profissionais capacitados para potenciar o bem-estar da sociedade no atendimento clínico.

Contando com docentes das áreas de fisioterapia, odontologia, enfermagem, biomedicina e estética, entre outras, o curso compreenderá temas como dores crônicas, feridas, descontaminação, processos de cicatrização, artrite, analgesias, fibromialgia e mesmo alguns sintomas da Doença de Parkinson, sendo que a proposta é introduzir e difundir as novas metodologias como forma adicional às terapias convencionais e, em alguns casos, como terapias principais.

Silvia Migliato da Fonseca

Silvia Migliato da Fonseca (59) iniciou sua carreira como professora de educação física (1985), mas a paixão por tentar compreender os vários problemas físicos que atingem as pessoas levou a que seguisse a profissão de massoterapeuta, em São Carlos, com foco nos processos de dor, motivo pelo qual decidiu ingressar neste curso. “Quando comecei a entender a área de atuação do laser, o que mais me interessou foi utilizar as técnicas e as potencialidades dessa área para combater as dores musculares, já que tenho muitos pacientes que sofrem com dores lombares, dores cervicais, fibromialgia, etc.. E é sempre um desafio querermos minimizar esses estados dolorosos das pessoas”, comenta Silvia, acrescentando que os métodos tradicionais utilizam muito o esforço manual dos profissionais. “Além do esforço e do cansaço, esses processos tradicionais demoram algum tempo a surtir efeito, ou seja, até podermos ter resultados satisfatórios. Com as novas terapias utilizando laser, não só o trabalho dos profissionais fica simplificado, como também os resultados aparecem em pouco tempo, beneficiando, principalmente, os pacientes, algo que é extraordinário”.

Tendo como foco a continuação de seu objetivo em tratamentos que possam eliminar as inflamações e processos dolorosos de seus pacientes, contribuindo para o bem-estar deles, Silvia Fonseca afirma que quando terminar o curso a sua atuação profissional ficará mais ampla e diversificada com os novos equipamentos e protocolos desenvolvidos pelo Instituto de Física de São Carlos e pela Santa Casa da Misericórdia.

O coordenador deste curso sublinha que “o curso é uma união dos tratamentos convencionais com as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, principalmente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)”.

Já para o docente do IFSC/USP e simultaneamente pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, que ministrou a aula inaugural deste curso, remotamente a partir do Texas (EUA), as novas tecnologias são fundamentais para o rápido desenvolvimento de diversas áreas fundamentais, como a saúde. “O laser e as terapias foto-estimuladas são fantásticas. No entanto, é fundamental que os profissionais estejam bem preparados para seu uso. Saber como funciona e quando usar uma nova ferramenta torna o profissional muito melhor preparado para seu uso. Desta forma, um curso  que treine os profissionais, deixando-os preparados para o uso desta ferramenta é fundamental. De nada servem os avanços tecnológicos se o valor humano não for adicionado a eles. Preparar as pessoas é dar o valor humano à tecnologia”, sublinha o cientista são-carlense.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2024

Em maio – USP Filarmônica regressa ao Teatro Municipal de São Carlos

No âmbito das comemorações dos “30 anos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)”, a “USP Filarmônica”, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto  (FFCLRP/USP), volta a apresentar-se em concerto – desta vez com a sua total composição de músicos – no próximo dia 29 de maio, às 20h00, no Teatro Municipal de São Carlos, sob a regência do Maestro Prof. Dr. Rubens Russomanno Ricciardi e  com a participação especial do solista violonista João Camarero.

No programa desta série “Concertos USP – 2024 – 194º Concerto da USP Filarmônica”, além de clássicos da música popular brasileira, serão interpretados o “Concerto para Violão e Orquestra” de Heitor Villa-Lobos e a abertura trágica “Candelárias”, de Rubens Russomanno Ricciardi.

A entrada para este concerto é gratuita e os ingressos estarão disponíveis na Assessoria de Comunicação do IFSC/USP nos dias 27 e 28 de maio, entre as 08h00/11h30 e as 14h00/17h30, e no dia 29 de maio, junto à bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos, entre as 18h30/19h55.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2024

USP e University of Birmingham (Reino Unido) lançam edital para pesquisa conjunta

Estão abertas até dia 17 de julho as inscrições para o Edital AUCANI nº 1910 – University of Birmingham – UBBI-USP Seed Fund 2024 (VER AQUI),  fruto do convênio de colaboração estratégica entre USP e University of Birmingham (Reino Unido) (VER AQUI).

O período de execução dos projetos será de setembro de 2024 a julho de 2025 e o edital é voltado aos docentes e doutorandos.

Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade.

Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

A University of Birmingham, por meio de seu Instituto Brasileiro (UBBI), e a Universidade de São Paulo (USP) assinaram um novo convênio para consolidar a Parceria Estratégica de Colaboração entre as duas instituições. Este convênio reconhece as fortes relações institucionais, acadêmicas e de nível executivo que foram cultivadas na última década, delineando o compromisso de desenvolver uma colaboração especial, ampla e de longo prazo, com base em princípios de reciprocidade sustentada e benefício mútuo, apoiada por um programa de financiamento inicial (“seed funding”) conjunto recém-estabelecido.

O financiamento inicial conjunto permitirá que o corpo docente da USP e da University of Birmingham identifiquem pontos fortes complementares, facilitem o uso de sinergias e promovam o desenvolvimento de projetos futuros de destaque em pesquisa e ensino.

Os editais de financiamento inicial estão abertos a todas as Unidades da USP, e projetos de pesquisa interdisciplinares serão incentivados.

O Edital UBBI-USP 2024 prevê o financiamento de até 7.500 libras esterlinas pela USP para cada projeto aprovado.

Acesse o link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais –  Docentes – Nº do Edital 1910 (aqui)

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco –  (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2024

Edital Aucani – USP e COFECUB lançam novo edital para pesquisa conjunta com a França – Docentes USP

Até 16 de julho de 2024, estão abertas as inscrições ao Edital 1909 – Programa USP-COFECUB – 2024 (VER AQUI), em parceira com o Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB), França.

O período de execução dos projetos será durante o biênio 2025-2026, com possibilidade de renovação para o biênio 2027-2028, e o edital é voltado aos docentes e doutorandos. Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade. Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

O Programa USP-COFECUB, iniciado em 1994 entre Brasil e França, tem contribuído para o sucesso das cooperações acadêmicas, produções científicas e formação de jovens pesquisadores. Pelo lado francês, o programa é financiado pelo Ministère de l’Europe et des Affairs Étrangères (MEAE) e pelo Ministère de l’Enseignement Supérieur et de la Recherche (MESR), e coordenado pelo Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB). Pelo lado brasileiro, o programa é financiado e coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), por meio da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI).

O objetivo do programa é fomentar e desenvolver a cooperação acadêmica a partir do intercâmbio de pesquisadores, o que propicia a realização de pesquisas conjuntas entre grupos da USP e da França, facilita a troca de informações e a colaboração entre as duas comunidades científicas. Este programa conjunto envolve a mobilidade de pesquisadores, dando prioridade ao treinamento em nível de doutorado.

O Edital USP-COFECUB 2024 prevê o financiamento anual de até 32 mil reais pela USP para cada projeto aprovado.

Link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais Docentes Nº do Edital 1909:https://uspdigital.usp.br/mundus/editalintercambiopublicoListar?nivpbcavo=D&codmnu=3144

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco – (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

O problema dos três corpos (Parte-1) – Artigo: Prof. Roberto N. Onody

A Netflix lançou no mês de março o seriado “O problema dos três corpos”. Nele, uma astrofísica chinesa consegue contacto com uma civilização alienígena que vive em um planeta iluminado por três sóis. Percorrendo uma trajetória caótica, o planeta ora é incinerado ora é congelado (Figura 1).

Figura 1 – Visão artística do sistema estelar triplo Gliese 667. Ele se encontra bem perto da Terra, a cerca de 22 anos-luz de distância, na direção da constelação de Escorpião. Hoje, no sistema Gliese 667, são conhecidos 6 exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável

O seriado se baseia na trilogia escrita pelo engenheiro chinês Liu Cixin. É uma ótima oportunidade para fazer contacto com a cultura chinesa e com o problema de três corpos, que há mais de 300 anos desperta o interesse e a imaginação de físicos e matemáticos.

O problema dos três corpos é um tema clássico e muito frequente na mecânica celeste. Considere um sistema em que 3 corpos se atraem mutuamente de acordo com a lei da gravitação de Newton. Dadas as posições e velocidades iniciais dos 3 corpos, será que é possível calcular, exata e analiticamente, esses valores num instante posterior qualquer? Salvo raras exceções, a resposta é não, pois o sistema é inerentemente caótico.

Figura 2 – Retrato de Isaac Newton em 1689, aos 46 anos. Ele formulou as 3 leis da mecânica e a teoria da gravitação universal em seu formidável livro “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”

Num sistema caótico, duas configurações iniciais mesmo que infinitesimalmente próximas, podem evoluir para configurações finais muito diferentes. Por exemplo, no problema dos 3 corpos, é possível que um deles seja expulso, ejetado, de maneira a afastar-se indefinidamente dos outros, reduzindo o sistema a um problema de 2 corpos (que tem solução analítica exata).

O estudo do problema dos 3 corpos trouxe resultados que são muito importantes. Entre eles, a utilização do efeito de estilingue gravitacional para as viagens espaciais, a determinação das trajetórias de asteróides e cometas que se aproximam da Terra e a utilização dos pontos de Lagrange para um posicionamento seguro dos nossos telescópios espaciais.

Considerações Iniciais

O sistema solar é estável? Era essa a pergunta que se fazia o matemático francês Henry Poincaré quando, no final do século 19, se inscreveu numa competição de mecânica celeste em comemoração ao sexagésimo aniversário do rei Oscar II da Suécia.

A questão proposta na competição dizia: “para um sistema com n partículas atraindo-se mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton, supondo que duas dessas partículas nunca colidam, encontre uma expansão em série uniformemente convergente no tempo das coordenadas de cada partícula em termos de funções conhecidas”.

Poincaré enviou para a comissão julgadora um calhamaço de 300 páginas, ganhou a competição, mas não encontrou a solução. Entretanto, seu trabalho deu início a chamada teoria do caos.

A solução do problema de 3 corpos, como proposto na competição, foi obtida em 1912 pelo matemático finlandês Karl Sundman.  A colisão de 2 corpos corresponde a presença de singularidades nas equações diferenciais. Sundman eliminou essas singularidades por um processo chamado de regularização. Ele apresentou sua solução na forma de uma série de Puiseux. A convergência é absurdamente lenta, precisando levar em conta 108.000.000de termos da série!

A aplicação da 2ª. lei de Newton ao problema dos 3 corpos resulta em um conjunto de 9 equações diferenciais de 2ª. ordem acopladas. Podemos integrar essas equações numericamente. Com os computadores modernos cada vez mais rápidos, podemos fazer previsões bem longínquas no tempo mesmo no caso das configurações caóticas.

Figura 3 – As trajetórias permitidas no problema de 2 corpos são as chamadas curvas cônicas: círculo, elipse, parábola e hipérbole. Todas elas podem ser obtidas pela intersecção de um plano com um cone, daí seu nome. Qual dessas curvas os corpos vão percorrer depende da energia mecânica total inicial do sistema

Foi em 1687, no seu trabalho monumental: “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, que Isaac Newton propôs a Teoria da Gravitação Universal e as suas três Leis de Movimento (Figura 2).

Na teoria da gravitação de Newton, duas partículas pontuais de massas m1 e m2 se atraem mutuamente com forças diretamente proporcionais ao produto dessas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Essas forças têm a direção da reta que une as partículas e sentidos opostos.

Se os corpos não forem pontuais, mas sim, macroscópicos, deve-se utilizar cálculo integral e diferencial e levar em conta o caráter vetorial da força.

Na sua formulação original, a teoria pressupunha que a força gravitacional agia instantaneamente entre dois corpos, quaisquer que fossem as distâncias entre eles. Mas, como hoje sabemos que o campo gravitacional se propaga com a velocidade da luz, o cálculo da força gravitacional precisa levar em conta a distância entre os corpos e o correspondente atraso da informação.

A teoria da gravitação de Newton explicou, com total sucesso, as três leis empíricas obtidas pelo astrônomo Johannes Kepler ao investigar o sistema solar. Dessa forma, a teoria da gravitação de Newton ganhou o status de lei da gravitação de Newton. Entretanto, já no final do século XIX, a exatidão dessa teoria estava sendo questionada. Vejamos por quê.

Todos os planetas do sistema solar executam órbitas elípticas. O periélio é o ponto dessas órbitas em que o planeta está mais próximo do Sol. E o periélio de todos os planetas precessiona, isto é, gira com o passar do tempo. Por exemplo, o periélio da Terra ocorreu no dia 02 de janeiro de 2024 quando a direção Terra-Sol apontava para a constelação de Capricórnio. Daqui há 13 mil anos, ela terá girado 180 graus e apontará na direção da constelação de Câncer.

Levando-se em conta a perturbação gravitacional que os planetas exercem uns sobre os outros, as velocidades de precessão dos planetas puderam ser calculadas. Todas coincidiam, razoavelmente, com os resultados observacionais, exceto para o planeta Mercúrio. O valor calculado para Mercúrio era de 531 segundos de arco por século e o valor observado era de 574 segundos de arco por século (ou 1 grau a cada 627 anos). A diferença só foi explicada com a Teoria da Relatividade Geral proposta por Albert Einstein em 1915.

Podemos afirmar que a teoria da gravitação de Newton é boa, mas, falha na presença de campos gravitacionais muito intensos como aqueles criados nas proximidades de estrelas ou buracos negros. A teoria não prevê a existência dos buracos negros, a curvatura da luz ao passar por corpos celestes muito massivos e nem a dilatação temporal (o tempo passa mais devagar em regiões com campos gravitacionais mais intensos).

O problema dos 2 corpos

Suponha duas partículas de massas m1 e m2 se atraindo mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton. As forças gravitacionais entre elas têm mesmo módulo,  direção e sentidos opostos. Na ausência de forças externas, a força resultante é nula, o que implica que o centro de massa tem aceleração zero, ou seja, ele se move com velocidade constante.

Como a força gravitacional tem a direção da reta que une as duas partículas ela é uma força central. Forças centrais não produzem torque e, portanto, conservam o vetor momento angular total do sistema. Consequentemente, os dois corpos podem apenas se movimentar no plano que é perpendicular ao vetor momento angular total do sistema.

O problema de 2 corpos tem solução analítica exata. Escolhendo o centro de massa como a origem do sistema de coordenadas e utilizando coordenadas relativas ao centro de massa, o problema de 2 corpos se reduz ao problema de 1 corpo só com a chamada massa reduzida m1m2/(m1+m2).

As trajetórias permitidas podem ser circulares, elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. São as chamadas curvas cônicas (Figura 3). Como as forças gravitacionais são conservativas, a energia mecânica total do sistema E (que é a soma da energia cinética com energia potencial gravitacional) é constante no tempo. Se E < 0, teremos trajetórias elípticas (ou circular, se a excentricidade da elipse for zero); se E = 0, ela será parabólica e se E > 0, ela será hiperbólica.

O problema dos 3 corpos

Tão logo o problema de 2 corpos foi resolvido, as atenções se voltaram para próxima etapa: o problema dos 3 corpos.

Quando passamos para um sistema com 3 corpos interagindo gravitacionalmente, quais os resultados de 2 corpos que continuam valendo? A resposta é simples: as constantes de movimento. Explicitamente: o vetor velocidade do centro de massa, o vetor momento angular total do sistema e a energia mecânica total.

Figura 4 – Soluções periódicas de configurações centrais. As massas m1, m2 e m3 são arbitrárias. Euler: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa (c.m.) sempre mantendo o alinhamento (linha verde) dos 3 corpos. Lagrange: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa e estão dispostas formando um triângulo equilátero (linha verde). Com o tempo, os lados do triângulo equilátero se modificam dinamicamente (linha laranja)

A trajetória de cada um dos 3 corpos dependerá, de maneira crucial, da inicialização do sistema, ou seja, das posições e das velocidades atribuídas inicialmente a cada um dos corpos. Teremos soluções periódicas e também   soluções caóticas. Lembrando que, no problema de 2 corpos, não existem soluções caóticas, somente soluções periódicas (elípticas) e não-periódicas (parabólicas ou hiperbólicas).

*As soluções periódicas de Euler e Lagrange

Euler, em 1767, e Lagrange, em 1772, encontraram soluções periódicas

para o problema de 3 corpos que são do tipo configurações centrais. Nessas configurações centrais, as acelerações dos 3 corpos apontam sempre para o mesmo ponto – o centro de massa do sistema.

Na solução de Euler, os 3 corpos permanecem sempre ao longo de uma mesma linha reta e percorrem elipses diferentes, mas, confocais (Figura 4). As elipses têm mesma excentricidade e o foco comum delas está localizado no centro de massa. A solução de Euler é instável e se desfaz com qualquer pequena perturbação.

Na solução de Lagrange, os 3 corpos estão sempre formando um triângulo equilátero. Aqui também, os corpos evoluem ao longo de elipses diferentes, mas, com a mesma excentricidade e mesmo foco (localizado no centro de massa). Há tanto regiões de estabilidade quanto de instabilidade.

Para um encaminhamento bem bacana dessas soluções (hoje históricas) veja aqui.

*O problema restrito dos 3 corpos

O problema restrito dos 3 corpos é um caso especial do problema geral quando um deles tem massa muito menor do que a dos outros dois. Como a aceleração gravitacional provocada pelo corpo pequeno sobre os outros é desprezível, os dois corpos massivos se movimentam sentindo apenas a presença um do outro. Dessa forma, os corpos massivos percorrerão círculos ou elipses em torno do centro de massa mútuo (que é, basicamente, o centro de massa dos 3 corpos). Eles correspondem ao problema circular restrito e ao problema elíptico restrito, respectivamente. Focaremos o caso circular por ele ser mais simples e muito mais estudado. O caso elíptico você encontra aqui.

No problema circular restrito de 3 corpos escolhe-se um sistema de coordenadas sinódico, com origem no centro de massa e que rotaciona com velocidade angular uniforme no plano de órbita e junto com os 2 corpos massivos. Neste sistema de coordenadas, os 2 corpos massivos estão parados (coisa que não acontece no caso elíptico). Trata-se, portanto, de um referencial não inercial, e nele aparecerão forças centrífugas e forças de Coriolis. Além disso, nesse referencial, há também uma lei de conservação – a constante de Jacobi.

Neste sistema existem pontos em que as forças gravitacionais e centrífugas se anulam. São 5 pontos de equilíbrio conhecidos como pontos de Lagrange.

Cada par de corpos celestes massivos têm o seu próprio (e diferentes) conjunto de pontos de Lagrange: Terra-Sol (veja Figura 5), Terra-Lua, Saturno-Sol, Saturno-Titã etc.

Um aspecto muito importante dos pontos de Lagrange trata da estabilidade desses pontos. Se o corpo pequeno for ligeiramente afastado dos pontos de equilíbrio de Lagrange, ele retornará ou se afastará?

Os pontos L1, L2 e L3 são pontos instáveis, mais especificamente, eles são pontos de cela pois têm máximo em uma direção e mínimo em outra. Naves ou satélites localizados nesses pontos precisarão fazer manobras para permanecerem na posição.

Figura 5 – Sistema Terra-Sol. Os pontos de Lagrange L1, L2 e L3 estão ao longo da linha Terra-Sol. Suas distâncias aproximadas, a partir do centro da Terra: L3 trezentos milhões de quilômetros; L1 e L2 um milhão e 500 mil quilômetros. Entre o Sol e a Terra, no ponto L1 , está o satélite Deep Space Climate Observatory (https://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Space_Climate_Observatory) que estuda os ventos solares. Depois da órbita da Lua, no ponto L2, estão os telescópios James Webb (https://en.wikipedia.org/wiki/James_Webb_Space_Telescope) e Euclid (https://en.wikipedia.org/wiki/Euclid_(spacecraft)). Os pontos L4 e L5 formam com o Sol e a Terra um triângulo equilátero e, portanto, estão a 150 milhões de quilômetros do centro da Terra. O ponto L3 está tão longe que qualquer corpo lá localizado sofreria muito mais influência de Vênus do que da própria Terra

Os pontos L4 e L5 são estáveis desde que a razão entre as massas dos dois corpos massivos seja maior do que 24,96 (que é o caso do sistema Terra-Sol).

Devido a essa estabilidade, são nos pontos L4 e L5 que encontramos os asteróides troianos. Eles acompanham um planeta (qualquer planeta), percorrendo a mesma órbita deste. Alguns vão à frente, outros seguem atrás do planeta. Quase todos os planetas do sistema solar têm seus asteróides troianos. A Terra tem 2 asteróides troianos conhecidos: o 2010TK7, que tem diâmetro de 300 metros e o 2020XL5, cujo diâmetro é de 1,2 km. Ambos seguem à frente da Terra próximos do ponto L4.

Figura 6 – A órbita de Arenstorf (https://pymgrit.github.io/pymgrit/applications/arenstorf_orbit.html) com a Terra no centro e a Lua à sua direita. Ela é uma órbita periódica e fica no plano de rotação do sistema Terra-Lua

O problema circular restrito dos 3 corpos tem infinitas soluções periódicas e infinitas soluções caóticas. A NASA, através do Jet Propulsion Laboratory, disponibiliza centenas de milhares de órbitas periódicas conhecidas para vários sistemas: Terra-Sol, Terra-Lua, Sol-Marte etc.

Na Figura 6 mostramos a órbita de Arenstorf. Ela foi utilizada pela NASA para salvar a tripulação da Apolo 13. Essa órbita permitiu à espaçonave permanecer próxima do ponto de Lagrange L1 (do sistema Terra-Lua), consumindo um mínimo de combustível.

A técnica da gravidade assistida é outro resultado importante do problema circular restrito dos 3 corpos. Utilizando a gravidade dos planetas, essa técnica permite manobrar espaçonaves tanto para aumentar quanto para diminuir a sua velocidade, poupando, em ambos os casos, combustível.

Essa técnica foi utilizada pela primeira vez em 1959 quando a sonda soviética Luna 3 alcançou o lado oculto da Lua.

Vou tentar explicar a gravidade assistida de maneira não quantitativa utilizando apenas análise vetorial e mudança de referencial, seguindo este texto da NASA.

Considere uma espaçonave se aproximando do planeta Júpiter.

Na Figura 7 (a), a espaçonave se aproxima do planeta por trás, no mesmo sentido da órbita de Júpiter em torno do Sol. No referencial de Júpiter, a velocidade da nave muda apenas de direção, mas, não de módulo (vetor azul v). No referencial do Sol, Júpiter tem velocidade v´ (verde) e a velocidade da nave será a soma vetorial v + v´ (pela regra do paralelogramo). Vemos que a velocidade final da nave Vf é maior do que a sua velocidade inicial Vi. A nave aumentou a velocidade, é o efeito estilingue gravitacional.

Na Figura 7 (b), a espaçonave se aproxima do planeta pela frente, no sentido oposto ao da órbita de Júpiter em torno do Sol. Vemos que a velocidade final da nave Vf é menor do que a sua velocidade inicial Vi. A nave diminuiu a velocidade, é um freio gravitacional.

Figura 7 – (a) Efeito estilingue gravitacional; (b) Efeito freio gravitacional

Para ilustrar esse efeito de maneira realística e quantitativa, apresentamos, na Figura 8, o aumento de velocidade da nave Voyager 2 quando ela se aproximou dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Sem o estilingue gravitacional ela só chegaria até Júpiter e não conseguiria sair do sistema solar.

Figura 8 – Gráfico da velocidade em relação ao Sol (em km/s) versus distância ao Sol (em unidade astronômica ~ 150 milhões de km) da nave Voyager 2. Em amarelo, a velocidade de escape para a Voyager 2 conseguir sair do sistema solar. Fonte: Steve Matousek, JPL

(Continua na parte 2 – em breve)

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*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP / e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

Série “Concertos USP” traz ao Teatro Municipal de São Carlos o “Trio Praxicordas” – Dia 24 de abril – 20h00 – Entrada gratuita

A série “Concertos USP”, que se iniciou no passado dia 27 de março com a interpretação das “Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, pela USP Filarmônica, sob a regência do Maestro Prof. Rubens Russomano Ricciardi, regressa no próximo dia 24 de abril ao Teatro Municipal de São Carlos, às 20h00, com entrada gratuita, com a apresentação do “Trio Praxicordas”.

Este trio de cordas – violino, violão e violoncelo – traz uma combinação de timbres e textura de sons única, com a mescla de instrumentos de cordas friccionadas e cordas dedilhada

O “Praxicordas” é formado pelos professores doutores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), André Micheletti, Gustavo Costa e Marcos Santos. O grupo tem realizado diversos recitais e masterclasses em território nacional e internacional, fazendo uma ponte entre a universidade e sociedade.

O programa – sem intervalos – está organizado da seguinte forma:

Grand Trio Extrait de Mozart – Pierre Porro (1750-1831)

– Allegro non tanto;

-Tempo di minueto;

5 Miniaturas Brasileiras – Edmundo Villani-Cortês (1930)

-Prelúdio;

-Toada;

-Chorinho;

-Cantiga de ninar;

-Baião;

Cuatro Estaciones Porteñas – Astor Piazzolla (1921-1992)
Arranjo: Walisson Cruz (*1996);

-Primavera Porteña;

-Verano Porteño;

-Otono Porteño;

-Invierno Porteño;

Os músicos:

Violão: Gustavo Silveira Costa – Tem prêmios nos concursos de violão Musicalis (Brasil), Ville d’Antony de Paris, René Bartoli da Aiz-em-Provence (França), Internacional de Guitarra Andrés Segovia e Internacional de Guitarra Francisco Tárrega (Espanha). Bacharel pelo IA-UNESP, é mestre e doutor pela ECA-USP, com especializações em Nürnberg-Augsburg e Estrasburgo. Já atuou como violeiro e violonista solista à frente de orquestras como Filarmônica de Estrasburgo, Ciudad de Torrent, Del Certamen Andrés Segovia, OSUSP, OSRP, OSESP, Sinfônica da Petrobrás, USP Filarmônica e Sinfônica de Limeira. Integra o Ensemble Mentemanuque e atuou no Quarteto Brasileiro de Violões, com o qual recebeu o prêmio Grammy Latino. É professor doutor de violão e viola caipira do DM-FFCLRP-USP.

Violino: Marcos Vinícius Miranda dos Santos  Formado pelo Conservatório de Tatuí, é mestre pela University of Southern Mississippi e doutor pela Universidade do Alabama (ambas nos EUA). Atuou em orquestras e grupos de câmara no Brasil (Orquestra Filarmônica de São Carlos) e nos EUA (Capstone String Quartet, Mobile Symphony EUA, IRIS Orchestra e Memphis Symphony). Foi solista do Concerto para dois violinos em Ré menor BWV 1043 de Johann Sebastian Bach com a IRIS Orchestra, ao lado do violinista Joshua Bell. Foi professor de violino do IA-UNICAMP, do Conservatório de Tatuí e da plataforma europeia iClassical. Fundou ainda a Bravo Academia de Música. Dedica-se a projetos sociais com educação musical. Atualmente é professor do DM-FFCLRP-USP.

Violoncelo: André Luís Giovanini Micheletti – Bacharel pelo IA-UNICAMP, mestre pela Northwestern University em Chicago e doutor pela Indiana University, é professor do DM-FFCLRP-USP, onde integra o NAP-CIPEM, o Ensemble Mentemanuque e fundou e dirige o Fratres Cello Ensemble. Atuou nas orquestras Columbus Indiana Philharmonic, Sinfônica Municipal de São Paulo, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP e Filarmônica Bachiana SESI. Apresentou-se como solista nas orquestras sinfônicas de Heliópolis (Baccarelli), Jovem do Estado de SP, Goiás, Municipal de Campinas, da UNICAMP, Sorocaba, Piracicaba e Belém, além da USP-Filarmônica, Experimental de Repertório, Camerata Fukuda, Câmera da UNESP e Bachiana-Sesi – além de North Shore Chamber Orchestra e Bach Gamut Ensemble nos EUA.

Com entrada gratuita, os ingressos para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 22 e 23 de abril na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) entre as 08h00 e as 11h30 / 14h00 e 17h30) e no dia 24 de abril na bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos a partir das 18h30.

Este evento insere-se nas comemorações do 30º aniversário do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

Pesquisa visa tratamento de lesões neurológicas periféricas – IFSC/USP desenvolve novos protocolos com base em tecnologia inovadora

 

Drª Ana Carolina Canelada

 

Uma nova pesquisa realizada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) levou ao desenvolvimento de um novo equipamento cuja tecnologia utilizada – inovadora –  poderá permitir a introdução de novos protocolos para o tratamento de lesões neurológicas periféricas, que normalmente acontecem nas regiões cervical, torácica e lombar.

Contudo, este estudo desenvolvido pela fisioterapeuta e pesquisadora do IFSC/USP, Drª Ana Carolina Canelada, está indicado para o tratamento de dois tipos de lesão, em suas fases iniciais, que apresentam processos dolorosos e com incômodos diários aos pacientes –  a axonotmesis e a neuropraxia.

Para entender melhor

O corpo humano é composto por um emaranhado de “ligações” – nervos – que conectam e transmitem mensagens entre o cérebro e as diferentes partes do corpo e que podem sofrer lesões, como as dos nervos periféricos, que, tais como os restantes nervos, têm suas características próprias no sistema nervoso central. Uma lesão nervosa possui suas próprias características e impactos específicos no sistema nervoso, que pode variar em gravidade e tipo, desde danos temporários até lesões mais sérias e permanentes. Desta forma e dentre as lesões dos nervos periféricos, a neuropraxia e a axonotmesis são aquelas que se consideram menos graves e cujos tratamentos podem ser eficazes quando aplicados em tempo oportuno, ou seja, quanto mais cedo melhor.

A neuropraxia é uma lesão leve e temporária do nervo periférico, onde ocorre uma interrupção temporária na transmissão dos sinais nervosos, não existe um dano estrutural permanente no nervo, mas apenas uma interrupção temporária na função nervosa. Sinais mais comuns: dormência, formigamento, fraqueza muscular. Quanto à axonotmesis, ela é uma lesão nervosa periférica mais grave do que a neuropraxia, sendo que nesse caso ocorre uma interrupção na continuidade dos axônios (por isso o seu nome), que são as estruturas responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Em resumo, os axônios são como fios dentro dos nervos que carregam sinais elétricos do cérebro para outras partes do corpo. A bainha de mielina atua como um isolante ao redor desses axônios, acelerando a transmissão dos impulsos nervosos. As causas da axonotmesis podem ser por lesões mais graves, como estiramentos intensos nos nervos, compressão prolongada na região, ou até mesmo por lesões traumáticas com facas, acidentes graves ou impactos diretos nos nervos. Sintomas: dormência, formigamento, fraqueza muscular e perda parcial da função nervosa na área afetada.

(Créditos: “Neurocoluna Dor”)

Outra lesão neurológica periférica, mas que não está inserida nesta pesquisa, é a neurotmesis, onde os nervos não têm a capacidade de se curar por conta própria. Essa interrupção pode ser resultado de lesões traumáticas severas, como cortes profundos, lacerações, esmagamentos ou lesões por armas de fogo. Sintomas: perda total da sensação, paralisia muscular e perda de controle sobre a área afetada.

O estudo e a pesquisa

Dr. Antonio de Aquino Junior

“Ao contrário do que acontece com a neurotmesis, a neuropraxia e a axonotmesis são lesões que, ao serem tratadas, conseguimos, através da fisioterapia, ver resultados positivos, principalmente uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes através da redução da dor e desinflamação, bem como um aumento da amplitude de movimentos e o aumento da força muscular, com recuperação da massa muscular.  Com este novo equipamento que está sendo desenvolvido e testado pelo IFSC/USP e que é ainda um protótipo, ele auxilia na promoção de uma ação conjugada de estímulos elétricos e laser num tempo relativamente curto,  e os resultados que observamos são realmente muito bons. Na fisioterapia, usamos o tratamento convencional, através da estimulação elétrica, que é para a dor, e o ultrassom, que é para desinflamação. Quando o paciente sente uma melhora na dor, o fisioterapeuta inicia a atividade física, algo que demora cerca de três a quatro meses, por vezes mais… É bem demorado”, pontua a pesquisadora.

O pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio de Aquino Junior, que coordena este novo programa, salienta que é a primeira vez que o IFSC/USP utiliza estimulação elétrica e laser no mesmo equipamento neste novo modelo, “O diferencial de tentativas anteriores é a disposição desses dois segmentos de tratamento, o que nos testes realizados até o momento tem dado resultados muito interessantes, diminuindo em muito o tempo de recuperação do paciente, chegando a ser de três a quatro sessões para o paciente ter uma alta completa, o que equivale a cerca de um mês e meio”.

Este novo tratamento já está em curso, em sua fase experimental desde o dia 02 deste mês de abril, atendendo cerca de sessenta pacientes da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos já diagnosticados com as citadas lesões e com o atendimento a ser realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica, sendo que, consoante os resultados obtidos, o novo equipamento – já patenteado – passará para a fase seguinte, colocando o projeto à disposição dos profissionais de saúde.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de abril de 2024

Entre os dias 22 e 27 de abril – “2nd. São Carlos School on Glasses and Glass-Ceramics”

CeRTEV/LaMaV

Realiza-se entre os dias 22 e 27 de abril, no Auditório “Proff Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a “2nd. São Carlos School on Glasses and Glass-Ceramics”, uma escola internacional promovida pelo Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (CeRTEV- Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials), cujos laboratórios e restantes instalações estão localizadas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Este evento, que conta com participantes estrangeiros, tem como um de seus objetivos fornecer informações atualizadas sobre a estrutura, processos dinâmicos (difusão, fluxo viscoso, relaxamento e cristalização) e propriedades ópticas, elétricas, mecânicas e bioquímicas de vidros e vitrocerâmicas. Outro objetivo é divulgar o corpo docente, a infraestrutura e as instalações do CeRTEV para pesquisadores e estudantes nacionais e estrangeiros, fortalecer a rede internacional de colaboradores do CeRTEV e atrair futuros estudantes, pós-doutorados e cientistas visitantes.

Sob coordenação do Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto, da UFSCar, o grupo reúne um vasto grupo constituído por professores, pesquisadores, alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorandos da UFSCar, USP – São Carlos e da UNESP-Araraquara.

Para acessar todas as informações sobre esta escola, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de abril de 2024

IA desenvolvida na USP de São Carlos é a melhor do mundo para o reconhecimento de texturas

Modelos mais desenvolvidos de IA para processar imagens, de visão mais geral, têm dificuldade quando usados em algum tipo de dado em que é muito difícil enxergar alguma coisa, pois são treinados para ver imagens cotidianas – Fotomontagem de Jornal da USP com imagens de Elina4ka; Des_Callaghan; Dr. Cecil Fox/National Cancer Institute; El*Falaf; via Wikimedia Commons

Programa pode rodar em computadores pessoais, de configuração básica, e especializar inteligências artificiais na interpretação de texturas e padrões complexos em imagens de exames e microscopias

Um marceneiro precisa ter os olhos bem treinados para saber de cor qual madeira é qual apenas olhando para tábuas e retalhos. Esse reconhecimento pode ser feito olhando para as cores, para o formato dos anéis mais escuros e para as ranhuras únicas de cada espécie. De forma parecida, um profissional da saúde estuda e pratica muito até conseguir interpretar um exame de imagem com precisão, identificando alterações no organismo que podem indicar um problema.

Para aprender a perceber detalhes visuais como esses, uma inteligência artificial (IA) moderna precisaria de um banco de imagens com milhões de possibilidades, uma supermáquina com vários processadores gráficos e muitos dias de treinamento. Isso mudou quando cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveram o Radam (random encoding of aggregated deep activation maps, algo como codificação aleatória de mapas agregados de ativação profunda).

Há mais de um ano, a arquitetura de visão computacional é considerada a mais precisa no reconhecimento de texturas, como mostra o ranking do site “Papers With Code” (VER AQUI) . Além disso, basta um computador doméstico convencional para fazer com que o Radam ensine uma IA a classificar novos tipos de texturas visuais.

“Os modelos mais desenvolvidos de IA para processar imagens, de visão mais geral, como o Google Lens, encontram objetos, mas têm dificuldade quando usados em algum tipo de dado em que é muito difícil enxergar alguma coisa, porque eles são treinados para ver coisas cotidianas”, conta Leonardo Scabini, pesquisador do IFSC que esteve à frente do projeto.

O primeiro artigo sobre o Radam (VER AQUI)  foi publicado em 8 de março de 2023 no portal em que figura como melhor método e, em novembro do mesmo ano, na revista científica Pattern Recognition (VER AQUI).

A foto da esquerda é uma microscopia em alta resolução de um sensor após detectar uma amostra cancerígena e a da direita é uma amostra saudável. São imagens sem objetos do cotidiano que, para uma pessoa comum, seriam quase idênticas. Uma inteligência artificial comum também teria dificuldade para notar as diferenças, mas o Radam se especializa nesse tipo de padrão complexo, de acordo com a finalidade – Fotos: Leonardo Scabini

As inteligências artificiais adaptadas pela técnica brasileira superam especialistas em algumas tarefas. Isso pode ser usado para distinguir desenhos sem formas definidas, que para uma pessoa comum seriam praticamente idênticos.

Assim como a textura da madeira, que é perceptível a olho nu e reflete características como aspereza ou suavidade de superfícies cotidianas, as texturas visíveis em imagens médicas revelam detalhes estruturais invisíveis sem ampliação, mas que refletem as propriedades das células dos outros microrganismos.

“Às vezes, em uma imagem de microscopia de dois tipos de células, nem o médico consegue ver que uma é cancerígena e a outra não, porque é um dado que está em um nível de muita complexidade ou em uma escala em que o especialista não consegue discernir nada. Porém esse tipo de inteligência artificial consegue.”

Essa categoria de algoritmo pode ser usada também na indústria para a inspeção e controle de qualidade, no sensoriamento remoto, na análise de solo, na nanotecnologia, ciências ambientais e em biossensores para uso médico.

A ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores do IFSC é a melhor do mundo para reconhecer padrões em imagens não convencionais, possibilitando a detecção de espécie de plantas com base na imagem microscópica da madeira, entre outros usos. Imagem: Leonardo Scabini

Treinamento em pequena escala

Para criar instrumentos de visão computacional, as grandes empresas usam máquinas enormes com vários processadores e terabytes de memória. Depois de meses, o processamento das bilhões de informações cria redes neurais artificiais que simulam o cérebro humano.

O Radam é inédito porque sintetiza o conhecimento dessas inteligências artificiais genéricas e refina para um problema específico, ao invés de construir uma arquitetura inteligente do zero.

Isso significa que ele não precisa de milhares de dados para especializar um algoritmo em cada aplicação. Além da escassez de dados, o custo de produzir tomografias e microscopias pode ser bem alto em muitos casos. De outra forma, a falta de um grande volume de imagens disponível tornaria o recurso inviável.

Como o número de dados é milhões de vezes menor, o Radam pode fazer em questão de horas e em computadores muito mais modestos o que um aprendizado de máquina convencional levaria semanas.

Inteligências artificiais de grandes empresas conseguem encontrar objetos do dia-a-dia em fotografias, mas não foram treinadas para entender padrões em imagens microscópicas. A imagem mostra plantas de espécies diferentes, cada uma com um tipo de estrutura microscópica. Com o Radam, as ferramentas de visão computacional de ponta aprendem a ter um olhar de especialista, como a de um botânico. Imagem: Leonardo Scabini

Uma IA que treina outras IAs

A ferramenta brasileira poderia ensinar a habilidade que alguns veterinários e biólogos possuem, como diferenciar um gato de um cachorro tendo apenas uma foto ampliada de alguns milímetros dos pelos de cada um deles.

“É como se a gente transformasse a capacidade do Google Lens de detectar uma folha em uma árvore na capacidade de detectar uma célula em uma imagem microscópica com milhares de células”, explica Leonardo.

Leonardo Scabini

Basta um computador portátil comum, sem placa de vídeo e uma quantidade mínima de exemplos para criar um programa que diferencie uma célula cancerígena de uma não cancerígena ou para identificar uma madeira ilegal. “Você tira uma imagem microscópica da madeira e consegue identificar a espécie baseada nisso”, exemplifica Leonardo.

O método consiste em codificar o que sai de uma inteligência artificial robusta e genérica usando uma pequena rede neural. Em seguida, um sistema especialista é treinado localmente para um desafio colocado. Dessa forma, o processo de aprendizado de máquina é muito mais rápido e menos custoso.

Modelo especialista

O professor enfatiza que a precisão do Radam pode ser maior do que a de profissionais em alguns casos testados. “É um assunto até polêmico, mas há várias situações em que o ser humano não tem habilidade visual e cérebro para reconhecer o padrão nas imagens.”

O reconhecimento de texturas visuais é estudado desde a década de 1970 e nos últimos anos tem superado a capacidade humana em algumas tarefas. Porém, isso não significa que a tecnologia seja infalível. “Ela até pode errar um diagnóstico. A taxa de acerto nunca é 100%”, avalia o professor Odemir Martinez Bruno, do IFSC, que orientou o desenvolvimento do Radam.

Segundo ele, um botânico poderia precisar da flor e da semente para identificar uma espécie vegetal. Já a técnica computacional desenvolvida faz esse reconhecimento através dos padrões visuais de um detalhe da folha ou de microscopias.

“Se colocarmos duas gotas de sangue, uma de gato e outra de cachorro, nós não conseguimos diferenciar visualmente. O sistema especialista Radam consegue”, complementa o professor.

O desafio tem sido interpretar não apenas capturas muito ampliadas, mas também muito reduzidas, como fotos do espaço feitas por satélites.

Renovação constante

Leonardo Scabini explorou o Radam em vários conjuntos de dados de textura, nos quais alcançou resultados de ponta com computadores de diferentes orçamentos. Até a data da publicação, eles eram os melhores do mundo.

Ocorre que, por ser um código compartilhado abertamente e existirem muitos programadores interessados em melhorias para essa mesma área da visão computacional, Odemir Bruno acreditava que outra técnica superasse o Radam em poucos meses. “O fato do método estar há um ano ranqueado em primeiro no mundo é uma coisa muito louvável.”

Outra vantagem do sistema é poder ser usado também em tecnologias que ainda virão, como antecipa Leonardo. “Se alguém criar uma nova inteligência artificial que bata o nosso resultado e aplicarmos o Radam nela, ele provavelmente melhorará os resultados. Essa é uma grande vantagem, pois nosso método é um módulo que se acopla em outras IAs.”

Nos próximos meses, o pesquisador pretende criar uma segunda versão do Radam em sua estada no Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo, na Suécia.

Mais informações: e-mails scabini@ifsc.usp.br, com Leonardo Scabini, e bruno@ifsc.usp.br, com Odemir Martinez Bruno

(Por: Jornal da USP – Texto: Ivan Conterno – Estagiário, com orientação de Luiza Caires / Arte: Joyce Tenório – Estagiária sob supervisão de Simone Gomes de Sá)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de abril de 2024

Resultado da inscrição para o Edital PRPG – 03/2024 (PDSE)

Para conhecimento dos alunos e docentes do IFSC/USP, informamos que o resultado da inscrição selecionada no âmbito do Edital PRPG nº 03/2024 (PDSE) – Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior -, está divulgado na página da pós-graduação (VER AQUI).

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de abril de 2024

Inteligência artificial e as profissões: egressos da USP em destaque no mercado de trabalho falam sobre o tema

Evento “Alumni USP Talks” ocorrerá no dia 25 de abril, a partir das 16h30, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, no campus da USP em São Paulo – inscrições são gratuitas.

As oportunidades e os desafios do uso da IA (Inteligência Artificial) e como ela interfere na formação e atuação de profissionais de diferentes áreas são os temas discutidos no próximo evento Alumni USP Talks, que ocorrerá no dia 25 de abril, das 16h30 às 18h30, no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

O objetivo do evento é a interação entre egressos da USP de destaque pela atuação no mercado de trabalho com estudantes, docentes e público interessado.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na página do evento (VER AQUI).

A Reitoria da USP vai disponibilizar um ônibus para os estudantes de graduação e pós-graduação da USP São Carlos interessados em participar do evento presencialmente. Clique AQUI e acesse o formulário para demonstrar seu interesse. Os interessados serão selecionados por ordem de preenchimento deste formulário (AQUI).

São quatro convidados: Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, engenheiro eletricista egresso da Escola Politécnica (Poli) da USP, abordará a evolução da IA e as oportunidades e desafios para as profissões e instituições de ensino e pesquisa.

Juliano Souza de Albuquerque Maranhão, egresso e docente da Faculdade de Direito (FD) da USP e diretor-presidente da Associação Lawgorithm de Pesquisa em Inteligência Artificial, vai falar sobre os padrões éticos e jurídicos para o uso da IA de forma confiável, inclusiva e acessível na formação de profissionais nas diferentes áreas.

A cientista da computação Camila Fernandez Achutti, egressa do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, CEO e cofundadora da Mastertech, Forbes como Under 30 em tecnologia e educação, discutirá as implicações da IA no mercado de pesquisa on-line e profissões para as mulheres.

E, por fim, Paulo Schwartzman, empreendedor social, fundador de startups, idealizador de projeto de empregos para recém-graduados, advogado, egresso da Faculdade de Direito da USP e aluno de mestrado do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, debaterá as implicações da IA no mercado de pesquisa on-line e as profissões.

(Por: Portal USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de abril de 2024

Inscrições para a eleição dos representantes discentes junto ao Conselho Deliberativo do CDCC

Estão abertas, até às 16h00 do próximo dia 06 de maio, as inscrições para a eleição dos representantes discentes junto ao Conselho Deliberativo do CDCC, conforme disposto na Portaria CDCC – 348, de 09-04-2024.

O pedido de inscrição individual ou por chapa dos candidatos, formulado por meio de requerimento, será recebido na Administração do CDCC, no e-mail adm-cdcc@usp.br,  mediante declaração de que o candidato é aluno regularmente matriculado em curso de Graduação ou Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) ou do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP).

A eleição ocorrerá uma única fase, no dia 16 de maio de 2024, das 09h00 às 16h00, por meio de sistema eletrônico de votação e totalização de votos.

Confira AQUI a Portaria;

Confira AQUI o Requerimento de Inscrição;

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de abril de 2024

FAPESP prepara mudanças em suas modalidades de apoio à pesquisa

A FAPESP está dando início a uma série de mudanças em suas modalidades de apoio com o objetivo de proporcionar aos pesquisadores, sobretudo àqueles em início de carreira, mais eficácia na gestão de seus projetos de pesquisa. Avalizadas pelo seu Conselho Superior, as iniciativas se orientam para a melhoria da gestão e do custeio dos projetos de pesquisa.

“Acreditamos que tais mudanças atendam a demanda da comunidade de pesquisa”, afirma Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fundação.

A modalidade Auxílio à Pesquisa Regular (APR) passará a ter um teto orçamentário de R$ 600 mil por um período de até três anos, sem considerar os valores da Reserva Técnica e da Reserva Técnica Institucional. Atualmente, esse valor é de R$ 300 mil por um período de até dois anos.

“Esse valor total incluirá bolsas como item orçamentário, de Iniciação Científica a Pós-Doutorado, passando pelo Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto, entre outras, o que permitirá ao pesquisador responsável compor sua equipe”, afirma o diretor científico. “Esse apoio funcionará de forma semelhante aos grants oferecidos por agências de fomento internacionais.”

Essas mudanças, tão logo entrem em vigor, valerão para as novas solicitações de auxílios. Os APR em andamento poderão se enquadrar nessa nova regra no momento do pedido de renovação.

As Bolsas de Pós-Doutorado passarão a ser concedidas por um período de até 36 meses – hoje são 24 meses. “O prazo ampliado valerá para os novos pedidos de bolsas, não incidindo sobre os projetos em andamento”, sublinha Castro.

Outra alteração importante será o aumento dos valores de Bolsa de Doutorado Direto, que passarão a ser equiparados aos das Bolsas de Doutorado, sendo o valor equivalente ao DR1 para os dois primeiros anos e o valor equivalente ao DR2 para os anos seguintes. “Eliminaremos as diferenças de valores entre as duas modalidades”, explica o diretor científico.

(Por: Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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