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19 de fevereiro de 2019

Alunos de Licenciatura em Ciências Exatas fazem visitas técnicas

Um grupo de alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas do Campus USP de São Carlos, liderados pelo educador do IFSC/USP, Herbert Alexandre João, realizou na semana que agora termina duas visitas técnicas especiais ao Colégio e Cursinho do Grupo SEB – Unidade Lafaiete, localizados em Ribeirão Preto, um dos principais estabelecimentos de ensino do Sistema Educacional Brasileiro que aplica o sistema COC.

Outra visita que congregou a atenção dos alunos, nesse mesmo dia, foi ao Instituto SEB, que oferece um lote de atividades culturais, sociais e de empreendedorismo, onde os estudantes tiveram uma visão de mercado, o que é e como funciona uma escola privada, qual a formação ideal de um profissional para que ele desenvolva seu trabalho, bem como o que uma escola com esse perfil espera de um professor, de um formando do Curso de Licenciatura. No decurso dessa visita, o grupo teve a oportunidade conhecer também uma versão de um cursinho popular onde o objetivo é dar oportunidades a quem não tem condições de fazer cursinhos pagos tendo em vistas o ingresso no ensino superior.

Verdadeiramente agradados com estas visitas técnicas, que muito contribuíram para sua formação, os alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas percorreram os espaços destinados a coworking e espaço maker, entre outros, tendo participado de uma aula designada de “SEB – Super Colegial”, destinada a alunos das 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, preparando-os para o ENEM e para os principais vestibulares do país desde a 1ª Série do Ensino Médio. O programa oferece aulas adicionais no contraturno para aprofundamento do conteúdo, com professores especialistas em aprovação. O agrupamento de alunos comprometidos e detentores de bom desempenho escolar cria um ambiente ideal para os estudos, visando o ingresso nas melhores universidades. Os alunos são acompanhados de perto e, através da realização de provas e simulados, testam regularmente seus conhecimentos.

No grupo de alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas marcaram presença os estudantes que fizeram o estágio supervisionado em ensino de física, no ano de 2018, bem como os que desenvolvem atualmente atividades de coordenação do Cursinho Popular do IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

15 de fevereiro de 2019

IFUSP – Proposta de um dispositivo baseado no SPIN

No último dia 25 de janeiro, em pleno feriado em homenagem à fundação da cidade de São Paulo, foi publicado na revista Physical Review Letters (PRL) (clique AQUI para acessar o artigo) um dos artigos científicos mais importantes da área de física dos materiais dos últimos tempos.

O mesmo acrônimo que usamos quando queremos dizer dos nossos sentimentos de pertencimento e de estranhamento a essa que é uma das maiores metrópoles do mundo, e que carinhosamente foi cantada em verso e prosa pelo poeta e músico Caetano Veloso na sua famosa canção SAMPA, é utilizado para designar um dos grupos de pesquisadores do IFUSP, que se dedica ao estudo de propriedades eletrônicas, estruturais, magnéticas e de transporte em materiais nanoestruturais.

As pesquisas realizadas no SAMPA (http://portal.if.usp.br/sampa/pt-br/node/342) por dois desses pesquisadores, os professores Adalberto Fazzio e Carlos Mera Acosta, deram suporte a escrita do artigo científico que foi publicado na PRL e ajudaram na formulação de uma nova proposta para os isolantes topológicos duais.

Esse novo entendimento formulado pelos pesquisadores brasileiros poderá ser fundamental na construção do transistor spintrônico, uma evolução dos atuais transistores eletrônicos para um estágio mais eficiente no uso de energia, por exemplo, em equipamentos de microeletrônica e na computação em geral.

Abaixo, uma entrevista concedida pelo Professor Adalberto Fazzio:

1) Fale um pouco sobre as pesquisas que levaram a descoberta dessa nova classe de materiais.

Os Isolantes Topológicos (TI) foram propostos em 2005 pelos pesquisadores americanos C. Kane e E.J.Mele e, desde essa época, o tema me interessou. Em 2011 publiquei o primeiro artigo que era sobre a quebra de simetria e as mudanças na textura de spin provocadas por impurezas magnéticas. Desde então, eu estou sempre ligado ao problema da textura de spin.

Com meu aluno de doutoramento Leandro Seixas em 2015, nós publicamos um artigo científico na revista Nature Communications que tratava também da textura de spin, mas em interfaces. Nessa época, o Carlos Mera estava iniciando o doutoramento comigo e havíamos publicado um trabalho na revista Physical Review Letters PRL, sobre efeito Rashba em TI que apresenta uma textura de spin não convencional. Enfim esses trabalhos foram sempre pensados no desenho de um dispositivo de spintrônica.

Recentemente, nós começamos a estudar um pouco sobre outra classe de isolantes Topológicos, os chamados Topológicos Cristalinos (TCI). E pensamos em um material topológico que tinha duas proteções, uma “time-reversal” e, outra, de simetria cristalina, ambos chamados de dual (DTI). A ideia simples é que poderíamos com a quebra de simetria de um plano de espelho via campo elétrico poder contralar o spin. O Carlos trabalhou bastante em um modelo que realizamos também usando cálculos DFT. Enfim saiu uma proposta para um dispositivo!

2) Quais são os possíveis impactos dessa pesquisa para o avanço na área da spintrônica e, consequentemente, no desenvolvimento de novas tecnologias:

Para ser bem sincero não vejo um impacto em novas tecnologias. Meu olhar é para a ciência básica, pois a realização desse dispositivo exige muita “estrada” experimental para torná-lo factível. Mas, poderá dar alguma luz para outras propostas.

3) Há quanto tempo seu grupo de pesquisa desenvolve essas pesquisas? O trabalho de doutoramento de seu aluno Carlos Mera Acosta foi decisivo na descoberta dessa nova classe de materiais?

Como já falei anteriormente, eu comecei o trabalho com esses materiais no início de 2011. O Carlos Mera é um pesquisador de primeira linha, ele tem uma excelente formação e para essa pesquisa o “suor” dele é que definiu o trabalho!

4) Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que vocês estão realizando atualmente? Onde?

Eu sou Diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNANO) e o Carlos atualmente é pos-doc na UFABC sob a supervisão do professor Dalpian. A colaboração que mantenho com Carlos atualmente é em descobertas de novos materiais via Machine Learning. E também uma colaboração com o grupo da universidade do Colorado em efeito Rashba, onde o Carlos deverá ir no próximo mês.

(Com informações de José Clóvis Medeiros – IF/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de fevereiro de 2019

“Um país em crise investe na ciência: no Brasil a pirâmide está invertida”

Vitor em seu laboratório no Canadá

Researcher senior no Lab Lee, coordenado pelo Prof. Jeffrey E. Lee, na Universidade de Toronto, Canadá, Vitor Hugo Balasco Serrão, 31 anos, ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos, é referência para os jovens pesquisadores brasileiros que desejam construir carreira no exterior, ou, como o próprio salienta “(…) não veem no Brasil abertura e investimentos necessários para o desenvolvimento científico (…)”.

Paulistano de nascimento, Vitor sempre se interessou bastante pela área de ciências, embora tivesse igualmente uma grande tendência para a área de história. “Eu me dava muito bem em ciências e meu pai sempre gostou muito de história, de humanas. Então, fiquei balançado entre aquilo que eu realmente gostava e o desejo de meu pai. Dilema: fazer história e seguir carreira em humanas, ou fazer carreira na área de ciências? Eu nunca decidi isso até o momento em que ingressei no ensino médio”, explica Vitor. Na escola pública de Barueri, cidade da Grande São Paulo onde fez ensino médio, Vitor destacou-se em ambas as áreas de estudo, mas foi especialmente incentivado pelos professores a fazer cursos ligados às disciplinas de exatas e biológicas. “Pressionado de ambos os lados, não sabia muito bem o que queria, então resolvi prestar medicina. Obviamente… Não passei”, acrescenta, com humor, aparentemente aliviado.

No ano seguinte, o cursinho pré-vestibular onde ingressou categorizava os alunos em salas de acordo com o interesse de cada um – humanas, exatas e biológicas – e, assim, decidido em cursar história, matriculou-se em humanas. Entretanto, segundo Vitor, a decisão perdurou apenas até metade daquele ano. “Eu e alguns de meus amigos prestamos o vestibular de meio de ano na Unesp. A ideia era prestar para um curso concorrido, como forma de treinamento e assim poderíamos ver nossas capacidades. Acabei passando em biotecnologia. Foi quando meus professores questionaram: ‘se você passou por causa das disciplinas de exatas e biológicas, porque você não segue um curso nessa área?’. Nem esperei mais. Migrei imediatamente para exatas”, diz Vitor, acrescentando: “Por coincidência, foi o ano do lançamento do Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, na USP de São Carlos (IFSC/USP), que era exatamente a vertente que eu estava procurando”.

A mudança de São Paulo para São Carlos não foi difícil, segundo o ex-aluno. O único vestibular prestado na cidade de São Paulo foi na Unifesp, que mesmo depois da aprovação não era a primeira opção de Vitor. “Meu pai me perguntou por que eu não ficava em São Paulo, mas o que eu queria era sair de lá. Optei por São Carlos não só por ser um curso da USP, mas também pelo fato de ser um curso novo”, enfatiza.

Segundo Vitor, por ter sido a primeira turma do curso, os ingressantes de 2006 observaram várias mudanças na grade horária, que foi adaptada durante os anos. “O curso, por ser dentro do Instituto de Física, era de Física com matérias de Bioquímica e Biomolecular, então era uma grade horária muito densa para os alunos. Durante os anos, essa grade foi alterada: matérias entraram, saíram, deixaram de existir, mudaram, reduziram, transferiram de semestre, viraram requisito… Tudo para alinhar o que era necessário com o que é humanamente possível”, acrescenta, bem humorado. “Eu gosto muito da minha formação. É muito completa”.

O Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, embora concluído idealmente em quatro anos, tomou mais um ano de Vitor, que realizava muitas atividades no Instituto. “Eu deveria ter formado em 2009, mas formei só em 2010. Uma das causas disso foi porque eu fiz várias coisas durante a graduação e isso me atrasou um pouco: fundei a empresa-júnior (IFSCJr.), fiz estágio na OPTO com o Prof. Jarbas Caiado de Castro Neto, joguei futsal na Atlética durante quatro anos e toquei na Bateria os cinco anos que fiquei na faculdade, além de fazer Iniciação Científica com o Prof. Richard Charles Garratt e com o Prof. Otávio Henrique Thiemann em cristalografia de proteínas”, diz Vitor, que acrescenta não se arrepender. “Junto com a graduação, consegui fazer muita coisa e ainda me formar em cinco anos. Acho que isso foi muito interessante”.

A entrada de vírus envelopados, como o vírus influenza A, HIV-1, SARS-CoV e Ebola e outros, utiliza glicoproteínas virais em sua superfície para mediar a ligação celular, o tropismo e a fusão da membrana viral (Lee Lab)

Finalizada a graduação no IFSC/USP, Vitor se viu dividido entre seguir carreira na área acadêmica ou em business, dúvida que logo foi resolvida ao cursar, paralelamente ao mestrado, o curso de Engenharia de Produção. “Eu resolvi cursar Engenharia de Produção porque eu resolveria parte da graduação e faria apenas a parte administrativa. Infelizmente, por me dedicar ao mestrado naquela época, não passei no vestibular e resolvi fazer MBA”, conta Vitor. O aluno dividia-se entre o mestrado com o Prof. Otávio Thiemann (IFSC/USP), como orientador, também em cristalografia, e o MBA em Gestão Empresarial e Comunicação, na Fundação Getúlio Vargas (FGV) de Ribeirão Preto. “Ela [FGV] tem um consórcio com o Babson College, em Boston, então eu fiz parte do MBA lá, durante o mestrado. Tive que adiar a conclusão do MBA porque não estava conseguindo equilibrar com o que precisava fazer para o mestrado. Terminei o MBA em 2014, quando já estava no doutorado”.

Sobre o doutorado, Vitor tinha clara a ideia de conciliar a carreira acadêmica e a área de business. “Aqui no IFSC/USP nós temos casos de sucesso, como por exemplo, o Prof. Jarbas Caiado de Castro Neto e o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, que conseguem intermediar as duas áreas”, menciona Vitor. Em 2013, entretanto, devido a problemas familiares, a bolsa de doutorado não era mais suficiente para suprir as necessidades financeiras de Vitor, que decidiu prestar o concurso para uma vaga de professor substituto no departamento de Física da UFSCar. “O salário era muito bom e eu passei. Fiquei dois anos como professor substituto, até ir para o programa Ciências Sem Fronteiras, na Holanda, no começo de 2015”, conta Vitor, que passou sete meses trabalhando no mesmo laboratório que visitou durante o mestrado. “No final de 2015 voltei para concluir o doutorado, mas não fiquei muito mais tempo no Brasil”.

O sistema imunológico inato humano desenvolveu respostas complexas para impedir a disseminação de patógenos (Lee Lab)

Entre os anos de 2015 e 2016, Vitor constatou que o investimento científico no país estava decaindo e, por isso, já era hora de fazer carreira internacional: então, inscreveu-se para um pós-doutorado fora do Brasil, tendo sido aprovado no Harvard Medical School, em Boston (EUA), como pesquisador, no final de 2016. “O laboratório buscava publicações de alto impacto e isso demandava tempo. Eu era o cara que tinha acabado de chegar, no meio de pós-doutores muito mais antigos. O plano era concretizar a minha publicação durante os três anos de meu contrato e sair; mas, em um ano, percebi que o projeto não iria mais para frente e eu queria me mover rapidamente; vi que ficaria igual aos meus colegas de laboratório e eu não queria isso”, relata. “Conversei com o meu chefe e chegamos a um acordo: estava na hora de sair”.

Aplicando para outras vagas, Vitor recebeu uma oferta da Universidade de Toronto para trabalhar no laboratório do Prof. Jeffrey E. Lee, em mecanismos de fusão. “Se pararmos para pensar na evolução, existem dois tipos de organismos que conseguem entrar nas células sem destruí-las – os vírus e o esperma durante o processo de fecundação. Lee trabalha entendendo como se dão esses processos e eu entrei para coordenar a parte de fertilização”, explica Vitor, que pretende seguir na área, mesmo após a saída do laboratório. “No exterior, quando você sai de um laboratório, você leva parte dele para continuar sua carreira. Conversando com o meu chefe concordamos que eu darei continuidade à parte de fertilização”.

Quanto ao local de atuação, Vitor não tem dúvidas em continuar no exterior. “Estou moldando minha carreira para continuar fora do país, definitivamente. Fora do Brasil existe a cultura de resultados. Não importa o quanto você vai gastar para chegar a determinado resultado, pois os investidores querem que você obtenha o resultado prático dentro do prazo estabelecido. Já no Brasil, o investimento é escasso e aí você é obrigado a refletir se participar do projeto vale a pena; se o que você ganha pelo seu tempo se sobrepõe aquilo que você gasta”, menciona Vitor. “Sobre os financiamentos, hoje em dia há um retrocesso no investimento em pesquisa. Qualquer país que esteja em crise investe na ciência: No Brasil a pirâmide está invertida”.

Usando os modelos estruturais do Lee Lab como um modelo molecular, o foco é desenvolver novas estratégias terapêuticas para combater os vírus. Entender a entrada e a restrição imunológica dos patógenos virais é fundamental (Lee Lab)

Segundo nosso entrevistado, a carreira de pesquisador, embora bem consolidada para os termos brasileiros, ainda tem o que avançar muito. As diferenças de modelos de contratação entre o Brasil e o exterior são mencionadas por Vitor como fator importantíssimo para o planejamento do futuro profissional. “A forma de contratação de pesquisadores e docentes no exterior é diferente da que ocorre no Brasil. No Brasil, é formulado um concurso e cabe a você se inscrever quando é aberta a chamada, Já no Canadá, por exemplo, a contratação é feita através de indicações. Por exemplo, um departamento precisa de um novo profissional, então eles se perguntam quem poderá suprir essa necessidade. Se o seu nome surge, você é convidado a apresentar um seminário e conversar com todos os docentes: se gostarem de você e perceberem que você de fato preenche aquela lacuna, você é convidado”, aponta Vitor. “É necessário um currículo bem estruturado e é nisso que atualmente estou trabalhando. Pretendo finalizar meus projetos durante os próximos três anos, concluir os artigos que preciso para direcionar minha vida e fazer disso tudo o meu business card”, enfatiza Vitor.

Quando obtido o business card e contratado como professor, ou pesquisador, Vitor salienta que um profissional bem estabelecido atinge um salário suficiente para viver bem no hemisfério norte. “O salário inicial de um pesquisador é de, em média, 45 mil dólares canadenses por ano – que equivale a 135 mil reais – mais ou menos R$ 10 mil por mês, podendo chegar a 55 mil. Já um professor começa a ganhar cerca de 90 mil dólares canadenses por ano e, durante a carreira, consegue atingir os 150 ou 160 mil. Se comparado ao que um pós-doutor ganha hoje no Brasil, é pouco, mas vale lembrar que no Canadá a desigualdade salarial é pequena, diferentemente do que acontece no nosso país: se no primeiro existe os que ganham menos e os que ganham mais, no segundo existem os que ganham muito e os que ganham quase nada. Lá a faixa é muito próxima”.

Vitor ainda menciona a possibilidade de progredir tanto na carreira, quanto no aspecto financeiro. “No Canadá existe um schoolarship famoso – o Banting -, uma espécie de FAPESP do Canadá. Se você consegue esse financiamento, o seu salário dobra e possibilita mais oportunidades: pode dar simpósios, aulas, etc. A sua função de pesquisador não é restrita, não existe contrato de dedicação exclusiva, você pode fazer outras atividades que complementam seu trabalho”.

Estudar Ciências Físicas e Biomoleculares no IFSC/USP? Sim! Vale a pena perder o cabelo!!!

A junção do próprio mérito com a formação de qualidade obtida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) foi o que, na opinião do ex-aluno, trouxe a conquista profissional presente. “Durante a graduação fiz muitas disciplinas que não me agradavam, para as quais não tinha aptidão – era muito amplo –, mas que você é obrigado a fazer para conseguir o diploma. Foi pesado, foi sofrido. Olhando fotos minhas antes de entrar na graduação é possível perceber a quantidade de cabelo que eu tinha e quanto eu perdi ao longo do tempo. O IFSC/USP é 90% responsável por isso”, brinca Vitor. “Só depois do mestrado e do doutorado – onde fiz disciplinas que me agradavam mais –, quando fui para o exterior, é que percebi o quanto o curso é um diferencial. Fora do Brasil é muito difícil encontrar uma formação abrangente que reúna física, química e biologia, e mais raro ainda encontrar quem saiba das três disciplinas e consiga discutir todas elas. No fim, eu preciso estudar muito pouco para o meu pós-doutorado. Eu não tenho dificuldades”.

Aos alunos de Ciências Físicas e Biomoleculares do IFSC/USP, Vitor Serrão declara: “Vale a pena perder o cabelo!”

(Fotos Lee Lab/Universidade de Toronto-Canadá / IFSC/USP)

Rui Sintra – com Carolina Falvo – estagiária em jornalismo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de fevereiro de 2019

Docente do IFSC/USP opina sobre combate às doenças negligenciadas

As designadas “doenças negligenciadas” são doenças que majoritariamente acometem as populações mais pobres no mundo, não sendo, por isso, “interessantes” para as grandes empresas farmacêuticas mundiais, isso porque não geram os lucros esperados. Dentre essas doenças contam-se a dengue, malária, esquistossomose, tuberculose, chikungunya, doença de Chagas e outras consideradas tropicais, bem como outras que atingem e comprometem o sistema intestinal.

Contribuindo apenas com 11% do total de enfermidades existentes no mundo, as doenças negligenciadas foram “brindadas” entre os anos de 2012 e 2018 com apenas oito novos fármacos inseridos em um total de duzentos e cinquenta e oito, mantendo praticamente a média verificada entre os períodos de 1975-1999 e 2000-2011: a diferença é que todos esses oito novos medicamentos foram desenvolvidos apenas para duas doenças – malária e tuberculose, sendo que as novas terapias para a tuberculose (bedaquilina), com um novo mecanismo de ação, e para a malária por Plasmodium vivax (tafenoquina) – são novidades marcantes nos últimos 40 e 60 anos, respectivamente.

Prof. Adriano Andricopulo

O levantamento mais recente sobre essas mazelas foi publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases por dois pesquisadores da Universidade de São Paulo, que mostram que ainda há muito a se fazer, principalmente no que se refere às doenças tropicais negligenciadas. Em uma nota inserida nessa publicação os autores do artigo – Adriano Andricopulo e Leonardo Ferreira – salientam que “Ao incorporar ciência e tecnologia na fronteira do conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas progrediu consideravelmente. No entanto, o estudo revela uma grande distância entre o impacto dessas doenças e o desenvolvimento de novas terapias para elas”.

Para o Prof. Adriano Andricopulo – docente e pesquisador do IFSC/USP – “os restantes seis fármacos aprovados de 2012 para cá para esse grupo de doenças foram reposicionados, biológicos ou novas formulações. Os reposicionados, por exemplo, eram aplicados no tratamento de outras enfermidades e acabaram sendo aprovados para novos usos clínicos. Em todos os casos não se trata do que chamamos de novas entidades químicas, que são fruto de inovação em relação à diversidade química e aplicação terapêutica”.

A OMS estabeleceu como meta para 2030 acabar com as epidemias de doenças negligenciadas. Além disso, a Declaração de Londres sobre Doenças Tropicais Negligenciadas, de 2012, estabeleceu planos de ação para controlar, eliminar ou erradicar dez dessas doenças até 2020.

“Ao incorporar ciência e tecnologia na fronteira do conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas progrediu consideravelmente. No entanto, o estudo revela uma grande distância entre o impacto dessas doenças e o desenvolvimento de novas terapias para elas,” escreveram os autores, em notícia publicada pela Agência FAPESP.

Os pesquisadores destacam, no entanto, o grande avanço que será a liberação do fexinidazol para tratar a tripanossomíase africana humana, em 2019. “Agora está sendo testado para doença de Chagas”, disse Andricopulo.

(Com informações da Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação –IFSC/USP

15 de fevereiro de 2019

Pesquisa no IFSC/USP – nanogel bactericida ativado por luz

Neste trabalho, foram desenvolvidos nanogéis na forma de nanocápsulas a base de quitosana e anilina contendo nanopartículas de prata.

O material tem propriedades sanitizantes e bactericidas, e é ativado pele incidência de luz.

O trabalho é parte da tese de doutoramento de Camilo Ballesteros, orientado pelo Prof. Valtencir Zucolotto, coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP, e conta com a participação da Dra Juliana Cancino (GNano) e do Dr. Daniel Correa, da Embrapa Instrumentação.

Para conferir o trabalho, publicado na ACS Applied Bio Materials, clique AQUI.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de fevereiro de 2019

CIBFar-IFSC/USP participa da Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade

Setenta e um laboratórios pertencentes a dezoito estados brasileiros inscreveram-se em 2018 em um projeto ousado, financiado com R$ 1 milhão pelo Instituto Serrapilheira, denominado Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade – lançado no corrente ano sob a coordenação do médico e neurocientista da UFRJ, Olavo Amaral.

O citado projeto visa medir quão reprodutível é a pesquisa biomédica no Brasil, sendo que um dos laboratórios selecionados está alocado no IFSC/USP, sob a coordenação do docente e pesquisador  Prof. Adriano Andricopulo, inserido no CIBFar – Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão – CEPID/FAPESP). Refira-se que esse Centro tem como foco principal realizar ciência básica e aplicada, bem como o desenvolvimento tecnológico em todas as áreas de biodiversidade e de descoberta de fármacos com base em pesquisas que utilizam o estado da arte da química de produtos naturais, química orgânica sintética, biologia molecular e estrutural, bioquímica, química medicinal, planejamento de fármacos e ensaios farmacológicos.

O objetivo da Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade é testar se um experimento utilizado em um estudo pode ser replicado por outros laboratórios, sendo que essa condição se torna essencial para garantir a qualidade e confiabilidade da pesquisa científica, algo que ainda apresenta uma lacuna no mundo todo. Formando uma rede nacional que vai replicar experimentos publicados em artigos na área biomédica, a Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade tenta, assim, suprir essa demanda no país.

Com o financiamento do Instituto Serrapilheira, vai ser possível replicar de 50 a 100 experimentos, de modo que cada um deles seja reproduzido por pelo menos três laboratórios distintos e, se o resultado original for verificado nas replicações, considera-se que ele é reprodutível.

Para saber mais sobre o projeto, clique na imagem ao lado.

Para o Instituto Serrapilheira, trata-se de um investimento estratégico que não se limitará a gerar apenas o primeiro índice nacional de reprodutibilidade, mas, também, mobilizar um grupo de pessoas interessadas em um tema importante para tornar a ciência mais confiável e com mais impacto, permitindo conexões entre elas.

Para replicar os experimentos, os laboratórios selecionados utilizarão quatro técnicas comuns na pesquisa biomédica, como a Western blot, que detecta e mede a quantidade de determinada proteína em uma amostra com o auxílio de anticorpos, e o labirinto em cruz elevado, teste comportamental em roedores. A ideia é aproveitar a estrutura dos laboratórios sem atrapalhar sua rotina de pesquisas, sendo que a expectativa é que o projeto chegue aos primeiros resultados no segundo semestre do corrente ano.

Para o IFSC/USP – e particularmente para o CIBFar e para o Prof. Adriano Andricopulo, que no Centro ocupa o cargo de Coordenador de Inovação – é certamente um prazer e um orgulho, mas também uma grande responsabilidade, fazer parte da Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade.

Saiba mais sobre o CIBFar, clicando na imagem abaixo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

14 de fevereiro de 2019

Dia 21 de fevereiro – Instituto de Física da USP recebe “WorkNano 2019”

Organizado pelo Prof. Dr. Cristiano Luis Pinto de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), e pelo Dr. Lionel Gamarra, do Hospital Albert Einstein, o workshop WorkNano 2019, com enfoque em ciência dos materiais, ocorrerá nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2019, no Auditório Adma Jafet, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP), em São Paulo (Capital).

O workshop contará com a participação de pesquisadores do Brasil, Alemanha, Argentina e Uruguai na discussão de avanços de aplicação em relação às ciências nanomateriais, tanto do ponto de vista prático, quanto teórico. Além de possibilitar um ambiente científico frutífero e abrangente, o workshop favorecerá o desenvolvimento de parcerias para futuros projetos inter-instituições.

Quanto à programação, o início do evento se dará às 8h30 da quinta-feira, dia 21 de fevereiro, com as inscrições, seguido pela abertura oficial do workshop às 8h50. Após a abertura, os inscritos assistirão a palestras de vinte minutos, cada, ministradas pelos Prof. Danilo Mustafá (IF/USP), Prof. Wendel Andrade Alves (UFABC), Dr. Tulio Rocha (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNSL), e Dr. Cristiane Barbieri Rodella (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS).

Às 10h20 ocorrerá uma pausa de 20 minutos, seguida de três breves palestras ministradas pelos Prof. Luiz Tadeu Fernandes Eleno (EEL/USP), Prof. Valmor Roberto Mastelaro (IFSC/USP) e Prof. Reinhard B. Neder (University of Erlangen-Nuremberg – UEN). Seguidamente, ocorrerá um momento com dois patrocinadores do evento, na circunstância, a Quantum Design e a Bruker, que terminará às 12h20.

O reinicio dos trabalhos ocorrerão após almoço, às 14h00, com a palestra “Synthesis of metallic nanoparticles”, apresentada pelo Prof. Matthias Epple (University of Duisburg Essen – UDE). Em seguida, às 15h00, serão realizadas curtas palestras com os Prof. Italo Odone Mazali (UNICAMP), Profª. Helena Maria Petrilli (IF/USP), Prof. Emerson R. Silva (UNIFESP), Prof. Alioscka Augusto C. A. Sousa (UNIFESP) e Prof. Valmir A. Chitta (IF/USP).

No segundo dia de evento, na sexta-feira, dia 22 de fevereiro, o workshop será reiniciado às 9h00, com curtas palestras ministradas por Prof. Martha Simões Ribeiro (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN), Prof. Leandro Martín Socolovsky (Universidad Tecnologia Nacional Faculdad Regional Santa Cruz – UTN FRSC, Argentina), Prof. Cristiano Luis Pinto de Oliveira (IF/USP), Dr. Oleg Prymak (University of Duisburg Essen – UDE), Prof. Márcia C. A. Fantini (IF/USP), Dr. Lionel Gamarra (Hospital Albert Einstein) e Prof. Eduardo Méndez (Universidad de la República – UdelaR, Uruguai), com pausa para Coffee-Break, novamente, às 10h20. Finalizando o período da manhã, ocorrerá a participação de dois outros patrocinadores do evento, Xenocs e Associação Brasileira de Cristalografia (ABCr).

O período da tarde será preenchido com a palestra “Thermophoresis of biological and biocompatible systems”, a cargo da Profª. Simone Wiegand (University of Cologne). Logo após, às 15h00, retornarão as palestras de 20 minutos com o Prof. Antônio M. F. Neto (IF/USP) e o Dr. Ulf Wiedwald (UDE).

Para mais informações sobre o evento, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de fevereiro de 2019

Ex-aluno do IFSC/USP e o sucesso nas áreas de óptica e fotônica

Reginaldo Afonso Ribeiro, hoje com trinta e dois anos, nasceu em Cambé (PR), mas vive em São Carlos desde os três anos de idade. Ingressou no IFSC/USP no ano de 2005 e desde o ensino fundamental já tinha facilidade em lidar com ciências exatas, algo que para ele foi natural, sem esforço ou incentivos. Desde muito cedo optou por trabalhar, embora nunca tivesse descartado os estudos, motivo pelo qual fez o ensino médio no período noturno. Além do trabalho e dos estudos, Reginaldo também se dedicou intensamente à formação profissionalizante, tendo frequentado o SENAI. Durante um período de férias, surgiu a hipótese de realizar um estágio de sete meses na empresa Faber Castell, em São Carlos e, em 2002, surgiu a oportunidade de poder atuar no setor de manutenção da TAM, onde ficou até 2004, desempenhando as funções de mecânico dos dispositivos internos das aeronaves.

Foi um ano antes, em 2003, já com vinte anos de idade, que Reginaldo se sentiu impelido em ingressar numa universidade para melhorar suas condições profissionais, porque, para ele, apenas um curso profissionalizante em seu currículo não seria bastante para alcançar uma progressão profissional significativa, já que ele queria ir mais longe e ter um leque maior de oportunidades. Nessa época, conheceu um programa da USP, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que estava sob a responsabilidade dos Profs. Sérgio Carlos Zilio e Milton Ferreira de Souza, chamado Acesso, que proporcionava bolsas de estudos e a frequência de cursinho para alunos oriundos das escolas públicas: “Participei do processo seletivo, fui selecionado e decidi abandonar o meu emprego na TAM. Foi um risco, mas eu já tinha me preparado para isso, já que durante o tempo em que trabalhei consegui guardar algum dinheiro para poder me manter dentro da universidade”, revela Ribeiro.

Após prestar o vestibular, Reginaldo foi aprovado em três universidades – USP, UNICAMP e UNESP -, tendo optado por fazer o curso na USP, já que conhecia a “fama” do Grupo de Óptica do IFSC/USP. Assim, ingressou no Instituto a fim de atuar na física, com ênfase em óptica e fotônica. Como nunca acreditou possuir um perfil acadêmico, seu foco estava no mercado de trabalho. Já no segundo ano de graduação, Reginaldo desenvolveu a sua iniciação científica com o Prof. Milton, do Departamento de Materiais da Óptica e, no terceiro ano, realizou mais uma iniciação, dessa vez, com o Prof. Francisco Guimarães, na área de Polímeros. No quarto ano do curso, quando realizou o estágio obrigatório com ênfase na área de óptica e fotônica, Reginaldo teve a oportunidade de ingressar na empresa FHOCUS, voltada à fabricação de lentes oftálmicas: “A empresa estava com a firme intenção de montar um laboratório antirreflexo e, inclusive, tinha já um contato para fornecer esse tipo de equipamento. Os responsáveis pela empresa vieram ao Instituto de Física de São Carlos, conversaram com o Prof. Zilio, que me indicou para esse trabalho e, em 2008, dei início ao meu estágio obrigatório”, informa o ex-aluno do IFSC-USP.

Leybold Optics – Alemanha

No ano seguinte, ainda estagiando na FHOCUS, Reginaldo deslocou-se à sucursal da empresa alemã Leybold Optics, nos Estados Unidos, onde a FHOCUS havia adquirido seus equipamentos. Ainda em 2009, o laboratório que Reginaldo iria gerenciar, em São Carlos, estava finalmente montado e o ex-aluno do IFSC-USP começou a supervisionar a produção, calibrando e cuidando dos equipamentos e gerenciando os operadores: “Dispendi cerca de quatro meses a ajustar o laboratório para as necessidades da empresa e, nesse período, a Leybold Optics me convidou para trabalhar com eles, pois a empresa ainda não tinha nenhum funcionário que a representasse no Brasil”. Em janeiro de 2010, Reginaldo viajou para os EUA, onde assinou um contrato de trabalho com a Leybold Optics, companhia na qual trabalha até hoje, mas agora com funções diferentes, já que o ex-aluno do IFSC-USP assume a posição de Service Engineer, dando suporte técnico a todos os equipamentos desenvolvidos e comercializados pela empresa norte-americana: “No sentido de rentabilizar investimentos e despesas com RH, como a empresa não tem uma estrutura montada na América Latina, sou eu que presto serviço em toda essa área geográfica, atuando na área de TI, mecânica, elétrica, software e no processo oftálmico. Atualmente, grande parte de minhas atividades profissionais estão ligadas diretamente àquilo que aprendi no Instituto de Física de São Carlos”, explica Reginaldo.

Atualmente, Reginaldo está numa fase em que se dedica mais à área de processo do que ao campo de suporte técnico. Ainda no decurso de 2014 teve um treinamento na matriz da Leybold Optics, na Alemanha, estando no caminho certo para abraçar e desenvolver funções como engenheiro de processo da Leybold na América Latina, com sede no Brasil: “Trabalho em sistema home office, aqui em São Carlos. Isso é vinte por cento do meu trabalho, já que nos outros oitenta por cento eu viajo e atuo diretamente nas empresas, oferecendo suporte técnico”.

Reginaldo Ribeiro afirma que não foi um aluno brilhante durante a sua graduação, mas reconhece que foi um estudante bastante esforçado. Ele terminou sua graduação em 2011, no prazo máximo em que conseguiu, porque quando começou a se envolver no mercado de trabalho deixou de se dedicar o quanto deveria aos estudos; porém, não deixou de estudar e conseguiu terminar o curso: “Se uma pessoa tem um objetivo, ela deve persistir nele. Ninguém deve desistir no meio do caminho”, finaliza Ribeiro.

Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de fevereiro de 2019

IFSC/USP: “Café com Física” – “Entanglement Thermodynamics”

Em mais uma edição da iniciativa Café com Física, ocorrida no dia 13 do corrente mês, o docente e pesquisador do Departamento de Física da Universidade de Regensburg (Alemanha), Prof. Dr. John Schliemann, apresentou o seminário que se subordinou ao tema Entanglement Thermodynamics.

Em sua apresentação, o pesquisador apresentou as pesquisas focadas na relação entre o espectro de entrelaçamento de um sistema composto de muitos corpos e o espectro de energia de um subsistema, usando os conceitos da termodinâmica canônica.

O pesquisador sublinhou, entre outros aspectos abordados na sua dissertação, de que forma em muitos casos importantes o emaranhamento Hamiltoniano é, no limite de forte acoplamento entre os subsistemas, proporcional à energia Hamiltoniana do subsistema.

O fator de proporcionalidade é um parâmetro de acoplamento bem definido, sugerindo interpretar o último como uma temperatura inversa.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de fevereiro de 2019

11/02 – Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

Em reconhecimento dos esforços da UNESCO, ONU Mulheres, UIT e outras organizações relevantes que apoiam e promovem o acesso das mulheres e raparigas à educação, formação e atividade de investigação científica, tecnológica, de engenharia e matemática,  a Assembleia-Geral das Nações Unidas adotou a resolução A/70/474/Add.2, declarando o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência.

A ciência e a igualdade de gênero são dois fatores vitais para levar a cabo com sucesso a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Ao longo dos últimos 15 anos, a comunidade global fez muitos esforços para inspirar e envolver as mulheres e meninas na ciência, mas, infelizmente, muitas continuam a ser excluídas desta área.

De acordo com um estudo levado a cabo em 14 países, a probabilidade de mulheres obterem o grau de licenciatura, mestrado e doutorado em campos relacionados com a ciência é de 18%, 8% e 2%, respectivamente; enquanto que as percentagens masculinas são de 37%, 18% e 6%.

O Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, que este ano se subordinou ao tema “Transformar o Mundo: Igualdade para todos” , visa ajudar as instituições a promoverem o trabalho das mulheres na ciência e, a partir do exemplo das mesmas e a encorajar as meninas a escolherem  a ciência como uma profissão para a vida.

(In: ONU)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de fevereiro de 2019

Pesquisador do IFSC/USP recebe título de “Distinguished Lecturer”

No último dia 7 de Fevereiro de 2019, o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), recebeu da Universidade do Texas A&M, o título de Distinguished Lecturer, outorgado pelo Departamento de Engenharia Biomédica. Bagnato, que recebeu recentemente outra honraria da mesma universidade (Hagler Fellow), vem proferindo, nesse âmbito, diversas palestras naquele estado norte-americano.

Em uma palestra especial proferida no dia 07 do corrente mês para todo o Departamento de Engenharia Biomédica da citada universidade, Bagnato lançou a discussão sobre a importância das novas tecnologias para melhoria da saúde dos cidadãos e do meio ambiente. Segundo Bagnato “não podemos parar de desenvolver novas tecnologias que tornem a vida melhor, que tornem possível o tratamento mais eficazes  de certas doenças crônicas, mas temos que ser cuidadosos para não produzir tecnologia que torne proibitivo  o tratamento das pessoas  pelo alto custo. Na área da saúde, tecnologia deve vir aliada a realidade econômica”.

As palestras e seminários que o diretor do IFSC/USP tem proferido abordam principalmente a física que o pesquisador desenvolve na área de átomos frios, com um foco especial em seu trabalho voltado a óptica para a saúde, algo que tem despertado muito interesse entre os participantes.

A universidade do Texas A&M é um dos maiores centros estudantis de engenharia dos Estados Unidos.

(Com a colaboração de Kleber Chicrala (CEPOF/IFSC/USP))

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de fevereiro de 2019

IFSC/USP: estudantes visitantes integram-se para uma semana de trabalho

Iniciou-se no último dia 04 de fevereiro o Programa de Estudantes Visitantes da Pós-Graduação, onde interessados nos cursos de mestrado e doutorado  do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) se propuseram a realizar uma permanência de duas semanas com professores da instituição, nas respectivas áreas de interesse.

O Programa, coordenado pelo Presidente da Comissão de Pós-Graduação do IFSC/USP, Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, objetiva atrair alunos do estado de São Paulo e de outras regiões do Brasil, assim como do exterior, para se especializarem nas áreas de Física Teórica e Experimental, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, constantes dos cursos oferecidos pelo IFSC/USP. “Os alunos participantes são de diversas regiões, como, por exemplo, do Paraná, três ou quatro do Piauí, de Minas Gerais, vários oriundos do Mato Grosso do Sul, além de outros que, inclusive, vieram do México e da Colômbia”, narra o Prof. Luís Vitor, que ainda menciona o procedimento de inscrição dos alunos no Programa. “A inscrição ocorreu de duas formas. Na primeira, o próprio aluno se inscreveu, indicando os orientadores pelos quais tinha interesse em trabalhar. Na segunda, o próprio professor-orientador cadastrou-se no programa e indicou o aluno que gostaria de orientar”.

Prof. Luiz Vitor de Souza Filho

A abertura do evento ocorreu logo pela manhã, tendo contado com uma palestra de introdução ao Programa de Pós-Graduação, ministrada pelo Prof. Luiz Vitor, que enalteceu, em especial, a relevância e qualidade do IFSC/USP no meio acadêmico. “A Universidade de São Paulo é respeitada e é a universidade brasileira que quase sempre está no topo dos rankings mundiais. Isso é muito importante para o eventual desenvolvimento acadêmico e profissional no exterior, porque facilita o processo de aceitação de estudante que veio de uma universidade reconhecida internacionalmente”, relembra.

Quanto às bolsas fornecidas pela CAPES, CNPq e FAPESP, Luiz Vitor relaciona o alto índice de concessão de bolsas – que em conjunto correspondem a 200 – com o prestígio da instituição. “As bolsas da CAPES (112) e do CNPq (56) são divididas em função da nota atribuída pela CAPES ao nosso Instituto, que desde o início tem sido consecutivamente a máxima (7); por isso conseguimos esse número tão alto de bolsas. Já as concedidas pela FAPESP (32), o IFSC/USP consegue um número muito superior em comparação com outras universidades. Muito possivelmente, não existe outro Instituto de Física no Brasil que consegue tantas bolsas de mestrado e doutorado quanto o nosso”. O docente ainda argumenta em favor da posição de São Carlos como cidade de baixo custo de vida para o polo tecnológico que a mesma abriga. “A bolsa concedida é a mesma, independente do lugar onde você fará a pós-graduação, então o que você faria em São Carlos com o valor da bolsa de pesquisa, seria quase três vezes mais do que você faria em São Paulo, com a mesma bolsa. Cabe a você analisar qual programa de pós-graduação é de maior qualidade para um custo de vida acessível”.

Profª Yvonne Mascarenhas

Após a introdução do Prof. Luiz Vitor, uma das fundadoras e primeira diretora do Instituto de Física de São Carlos, Prof.ª Yvonne Mascarenhas, ministrou uma palestra onde descreveu todo o processo de fundação do Instituto, ao lado de seu ex-marido, Prof. Sérgio Mascarenhas, e as pesquisas na área da cristalografia. “Logo depois que eu e meu ex-marido nos formamos em química – que é nossa área de interesse inicial – no Rio de Janeiro, na década de 1950, recebemos um convite, em 1955, para vir trabalhar em uma nova escola que estava se formando no interior de São Paulo – a Escola de Engenharia de São Carlos. Nós resolvemos aceitar, porque naquele tempo o custo de vida no Rio de Janeiro era muito alto para nós, que recebíamos uma pequena bolsa do CNPq e que supríamos nossas dificuldades ministrando algumas aulas na cidade. A oferta era de dois cargos: uma para o Sérgio, de professor catedrático, e uma para mim, que era sua assistente – como bem convinha para as esposas de cientistas na época”, narra Prof.ª Yvonne, com humor, sobre a oferta que dividiu opiniões entre seus amigos cariocas. “As pessoas diziam que ir para São Carlos seria atestar nosso óbito intelectual, o que, graças a Deus, não se confirmou”.

Gregorio Roberto

Inicialmente, Yvonne e Sérgio Mascarenhas criaram o Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos, que mais tarde viria a se constituir no Instituto de Física e Química da São Carlos (IFQSC), no ano de 1971, devido a reforma universitária. “Separaram-se em três institutos: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) e o Instituto de Ciências Matemática e da Computação (ICMC). Foi só em 1994 que houve o desdobramento do Instituto de Física e do Instituto de Química a partir do IFQSC, passando a ser, até o presente momento, duas unidades independentes”, diz a professora, que também participou da fundação da Sociedade Brasileira de Física, no período da ditadura militar.

Quanto ao interesse por cristalografia, a pesquisadora mencionou o início de seus estudos em Pittsburg, nos Estados Unidos, que, por influência de um amigo pesquisador, os perpetuou no Brasil. Novamente, nesse período, Yvonne foi lembrada do possível “suicídio científico” por colegas que diziam não haver espaço para a cristalografia no Brasil, o que novamente não veio a se concretizar.

Amanda

Finalizadas as palestras de introdução, os docentes passaram a palavra para quatro alunos da pós-graduação do Instituto de Física de São Carlos. Vitor – mestrando em Física Biomolecular; Lucas – mestrando em Física Computacional, na área de ressonância magnética; André – doutorando em Física Teórica, na área de termodinâmica quântica ; e Jéssica – doutoranda em Física Experimental, na área de fotônica, jovens que praticamente assumiram o papel de “monitores” dos visitantes, esclarecendo dúvidas quanto às possíveis áreas de especialização no Instituto e sobre o motivo pelo qual escolheram o IFSC/USP para “sediar” as respectivas pesquisas. “O Instituto tem uma infraestrutura incomparável, com equipamentos de ponta, laboratórios bem abastecidos. Além disso, possibilita o intercâmbio para fora do país, o que é algo a se pensar na hora de escolher onde fazer mestrado ou doutorado”, salientaram os alunos.

Lana com Profª Yvonne Mascarenhas

Ao final da abertura, os alunos seguiram para os respectivos laboratórios com grandes expectativas. O mexicano, Gregório Roberto, de Guadalajara, comentou brevemente acerca de suas impressões sobre a universidade brasileira, quanto ao tratamento dos integrantes e sua relação com a ciência. “Todos aqui são muito amigáveis e fiquei muito impressionado com a paixão com que tratam a ciência, o jeito de fazer ciência”, destacou Gregório, que deixou claro a área de interesse para a especialização. “Quero fazer fotônica. É a área do futuro”.

Já a estudante brasileira Amanda Kaiser, da Universidade Federal do Mato-Grosso do Sul (UFMS), argumentou em favor da estrutura e oportunidade de conhecimento oferecido pelos cursos do IFSC/USP. “A estrutura é ampla e diferenciada, assim como as oportunidades de pesquisa e conhecimento. A minha intenção aqui é me aprofundar na área de cristalografia”, tendo salientado como ficou impressionada e encantada com a brilhante Prof.ª Yvonne Mascarenhas. “O IFSC/USP possui um corpo docente de renome e é localizado no centro de um polo tecnológico de excelência. Isso influencia muito a decisão de realizar aqui minha pós-graduação”, explicou.

Herison

Lana, Herison e Cláudio, estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e candidatos ao mestrado, ainda mencionaram o incentivo dos professores, que são formados no Instituto, pela procura da pós-graduação. “Aqui é completamente diferente de onde eu venho, a estrutura é magnífica e a universidade tem muitos recursos. Eu vim com a ideia de seguir a área de óptica neolinear, mas pelo que consegui reparar, existem tantas áreas que acabei ficando meio perdida”, brinca Lana, que apesar das dúvidas, se mantém firme na decisão inicial. Herison, por sua vez, enxerga no Instituto uma oportunidade de vida. “Sempre ouvi falar muito bem do IFSC/USP, até por pertencer a uma universidade respeitada, mas vem superando minhas expectativas. Deu um ânimo maior para fazer o mestrado aqui. Eu fui muito influenciado pelos meus professores, que procuram que eu trilhe um caminho parecido com o deles. A minha área de interesse é a física aplicada, a biologia e medicina, mais especificamente, física médica”.

Cláudio

Por fim, Cláudio depõe, animado. “Eu esperava que [o instituto] fosse grande, mas não tão grande assim! Estar aqui me deixa cada vez mais maravilhado. Eu tenho vontade de seguir o mestrado na área de polímeros, que já é a temática da minha iniciação científica, e o IFSC/USP foi muito indicado por meus orientadores”, argumentou por ser o IFSC/USP sua primeira opção.

“O histórico daqui é muito bom. Além disso, agora que estou conhecendo a cidade, isso favorece muito: é uma cidade boa, pequena. Na minha chegada perguntei ao motorista do Uber se São Carlos é uma cidade violenta; ele deu risada e brincou comigo, dizendo que todo dia acontecia alguma coisa. Eu achei graça: dá pra ver que é uma cidade tranquila”, finaliza, bem humorado.

 

(Texto: Carolina Falvo – estagiária de Jornalismo / Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de fevereiro de 2019

Pesquisa no IFSC/USP: um caso clínico de fibromialgia masculina

(In: UK Fibromyalgia)

Liderados pelo pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Antônio Eduardo de Aquino Júnior e sob a coordenação do Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, os fisioterapeutas Daniel Marques Franco, Michelle Luise de Souza Simone, a biomédica, Heloísa Ciol e o mestre em psicologia, Otávio Beltramello, são parte importante da equipe que desenvolve seu trabalho na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT) sediada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), tendo como topo da pirâmide o Grupo de Óptica do IFSC/USP. Além de ser um exemplo de preocupação social a ser seguido, este pequeno grupo representa outro bem mais vasto que se empenha em erguer um projeto de pesquisa inovador – quer no quesito da criação de equipamento desenvolvido dentro do próprio IFSC/USP, quer no método terapêutico utilizado no tratamento de dores em pacientes com artrose e, mais recentemente, com fibromialgia.

Fisioterapeuta Michelle Simone

Desenvolvida inicialmente para o tratamento de pacientes com artrose, e posteriormente para o alívio das dores da fibromialgia – síndrome que afeta majoritariamente (?) mulheres e que causa dores intensas por longos períodos e hipersensibilidade em músculos, articulações e outros tecido moles –, a pesquisa levou esse grupo à introdução do método que trata pessoas que sofrem com esta última doença. “Temos atendido centenas de casos nos últimos três anos. Certa vez, atendi uma paciente que tomava cinco doses de morfina por dia e vários outros medicamentos para amenizar as dores. Depois de dez sessões de tratamento, ela conseguiu eliminar quase todos os medicamentos, exceto a morfina, que tem que passar por uma fase de ‘desmame’: atualmente, essa paciente toma apenas um comprimido por dia”, comenta a fisioterapeuta, Michelle. O processo de retirada autônoma do medicamento não é recomendada, como destaca Daniel Franco, ao salientar a importância do envolvimento médico na questão. “Muitos de nossos pacientes não veem necessidade da medicação depois do sucesso do tratamento. Outros, já tentaram retirar os medicamentos antes do projeto, mas afirmam que as dores voltam, então procuram intercalar os remédios, tomando-os dia sim, dia não. Em todo caso, é sempre importante consultar o médico”.

Fisioterapeuta Daniel Franco

A procura pelo tratamento – disponível apenas em São Carlos – por pessoas oriundas de todo o território nacional e mesmo do estrangeiro, obrigou o grupo a reforçar o atendimento que é feito na SCMSC, bem como abrir outro local de atendimento, este localizado no Bairro Vila Prado – Clínica Multifisio. O objetivo é estender o horário de atendimento de segunda a sábado até cerca das 21 horas, atendendo principalmente aqueles que não podem comparecer no horário regular, seja por motivos de trabalho, ou por não morarem na cidade. “Nós já atendemos cerca de 900 pessoas, e após a reportagem exibida ano passado no Jornal Nacional, da Globo, a lista de espera chegou a perto de 700. Sentimos mais do que a obrigação de estender os horários de atendimento, de acordo com o aumento da demanda”, comenta Antonio Aquino, esperançoso em poder atender as cerca de 200 pessoas que ainda permanecem em fila de espera, antes da comercialização do equipamento, prevista, em princípio, para o próximo mês de abril.

Heloísa Ciol (Biomédica)

Combinando frequências específicas de ultrassom e laser, o tratamento para as dores e inflamação causadas pela artrose mostraram-se como uma nova esperança de qualidade de vida para todos quantos sofrem da doença, tendo acontecido o mesmo no caso da fibromialgia. Contudo, neste último caso, os pesquisadores do IFSC/USP foram mais longe em seus estudos e pesquisas: de fato, ao invés de aplicar a conjugação de ultrassom e laser diretamente no local onde se manifestam as dores, a aplicação começou a ser feita nas palmas das mãos dos pacientes. “Um estudo observou que nas palmas das mãos de pacientes com fibromialgia existe um maior número de neuromecanoreceptores – terminais nervosos que chegam nas palmas das mãos e levam informações para o cérebro interpretar como dor”, relata Heloísa Ciol, que vê aí um possível caminho para identificar a causa da doença. “A nossa hipótese trabalha em cima do efeito da luz e do ultrassom em toda a parte sensorial que existe na mão e que consegue levar informações para o cérebro, de forma que ele pare de interpretar que o corpo está em uma situação de dor constante e ajude a modular tanto a parte celular e muscular, para tentar reduzir os processos inflamatórios.” Em relação a artrose, a biomédica explica que as dores são provocadas pelo desgaste da cartilagem e processos inflamatórios que fazem com que o paciente perca mobilidade, força e dependa de acessórios para se locomover, ou até mesmo da ajuda de outras pessoas. “Com a aplicação da luz e do ultrassom também foi observada a melhora do paciente, porque a luz tem efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e promove a circulação sanguínea no local, havendo estudos sugerindo que pode até estimular a proliferação de algumas células da cartilagem”, explica. “Reduzindo a inflamação, reduzimos a dor, e, reduzindo a dor, promovemos uma melhora na movimentação articular”, simplifica Antônio Aquino.

Quanto aos resultados obtidos ao longo dos tratamentos, os pesquisadores obtiveram importantes constatações. Embora a artrose e a fibromialgia estejam relacionadas com o envelhecimento do ser humano, o fato é que a população mais jovem também está sendo bastante atingida por ambas as doenças, tudo levando a crer que aspectos comportamentais e emocionais possam estar por trás dessa realidade. “Nós sempre tivemos a ideia de que a artrose era uma doença de idosos, por conta do desgaste dos joelhos, nomeadamente pelo fato dos indivíduos carregarem pesos durante toda a vida. Contudo, revelou-se que não são apenas os idosos que sofrem de artrose. Eu acredito que a redução da faixa etária dos doentes pode ser explicada pelo aumento dos índices de sobrepeso e de intervenções cirúrgicas”, sugere Antônio Aquino, com preocupação. “O aumento do peso força o joelho a suportar uma carga que ele não aguenta, forçando a articulação. Já os procedimentos cirúrgicos nos joelhos, mesmo que mínimos, causam a degeneração da cartilagem, provocando a artrose”.

Fibromialgia masculina – um caso clínico não tão raro

O fisioterapeuta Daniel Franco atendeu, em 2018, um raro caso de fibromialgia masculina, situação que originou a publicação (2018) de um artigo científico no Journal of Novel Physiotherapies (CLIQUE AQUI PARA LER), da autoria dos pesquisadores do IFSC/USP, Antônio Eduardo de Aquino Jr., Daniel Franco, Juliana Amaral Bruno, Heloísa Ciol e Vanderlei Salbvador Bagnato, e Anderson Luiz Zanchun, da empresa MM Optics. Sobre esse caso, Daniel Franco comenta “Quando o paciente chegou na clínica estava com tanta dor e tão deprimido que não me olhava nos olhos. Fiquei incrédulo com o estado dele e pelo fato de pela primeira vez atender um caso de fibromialgia masculina!”

Richard Carlos: “Cheguei a pedir a morte”

Richard Carlos Rocha tem 43 anos e há cerca de quinze anos foi diagnosticado (por exclusão de outras patologias) com fibromialgia, mas os sintomas já vinham se manifestando desde quando era muito novo – adolescente. “Tem sido uma vida de sofrimento, com dores constantes ao longo de todos esses anos e com picos de dor verdadeiramente insuportáveis, que se acentuaram nos últimos três anos”, lamenta Richard, que começou a sofrer de depressão há cerca de dez anos, após ter perdido seu negócio, único sustento da família. “Foram dores que atingiram meu corpo inteiro, sem que eu pudesse localizá-las, mesmo apalpando meu corpo e procurando os locais doloridos. Não conseguia dormir, me encharcava de anti-depressivos e analgésicos, tendo chegado ao ponto de explicitamente pedir a morte. Passava a maior parte do tempo dopado, tendo como único apoio minha esposa e minhas filhas. Você não consegue detectar de onde vêm as dores, ou seja, qual o ponto dolorido, pois ela é interna, localizada em diversos pontos, não detectável. Insuportável”, relata nosso entrevistado, visivelmente emocionado.

Otávio Beltramello (Psicólogo)

Ao tomar conhecimento, por um amigo, do tratamento em curso na Unidade de Terapia Fotodinâmica, Richard – então com 108kg de peso – entrou no programa e fez as primeiras dez sessões de tratamento, mesmo sabendo que esses procedimentos eram quase essencialmente dedicados a mulheres, não havendo, até esse momento, registros da ocorrência de fibromialgia em homens. Contudo, a partir do momento em que os pesquisadores do IFSC/USP publicaram o caso de fibromialgia masculina, protagonizada por Richard, outros casos começaram a aparecer. O homem dificilmente vai no médico, principalmente quando é acometido por alguma dor ou mal estar, e isso é típico, segundo Antônio de Aquino. “Por outro lado, há falta de diagnóstico para esse tipo de doença e não existem exames que detectem a fibriomialgia, sendo um problema que começa a ser comum a homens e mulheres, podendo existir, quem sabe, mais casos masculinos do que femininos, só que os homens escondem seu estado de saúde e as mulheres não”, salienta o pesquisador. Quanto à melhora da disposição de Richard Carlos, ela deve-se em grande parte ao processo de normalização dos níveis de fluxo periférico cerebral, que provocam igualmente uma normalização do limiar da dor e a diminuição da fadiga excessiva: “A partir dessa diminuição você começa a ter mais disposição, exatamente como aconteceu com Richard”, acrescenta Antonio Aquino.

Antônio Eduardo de Aquino Junior (Pesquisador e coordenador da UTF)

Quanto ao exercício físico, embora possa parecer que eventualmente contribua para um aumento da dor, o certo é que ele libera muita endorfina, que congrega substâncias que atuam ma diminuição da ansiedade e de outros fatores que agem diretamente na ação dolorosa da fibromialgia. Contudo, as pesquisas não param, estando programada a otimização dos tratamentos através de uma intervenção mais lata de profissionais, nomeadamente com a inclusão de um psicólogo na equipe multidisciplinar da UTF – Otávio Beltramello, que reconhece a interferência psicológica no controle ou progressão da síndrome, detectando até que ponto ela é fisiológica e não psicológica. “Toda explicação de qualquer fenômeno nunca é apenas psicológica. A piora de uma condição psicológica pode desencadear uma condição biológica agravada e vice-versa”. Otávio entrou na equipe de pesquisadores exatamente pela necessidade de se poder oferecer atendimento psicológico aos pacientes como parte imprescindível para o máximo sucesso do tratamento e melhora da qualidade de vida. “Muito em breve, o departamento psicológico entrará em funcionamento”, promete Antônio Aquino, que envia um recado a todos os pacientes que ainda estão aguardando tratamento: “Nosso foco é a qualidade de vida. O principal objetivo e vontade sempre foi universalizar o acesso. Em breve, o tratamento será possível para aqueles que não conseguiram participar do tratamento em São Carlos”, conclui o pesquisador.

Richard Carlos pesa agora 82KG, voltou a jogar futebol, inclusive a nível de campeonato regional, pratica exercício físico todos os dias e tem seu astral bem lá em cima. Conversa animadamente (olhando nos olhos de todo o mundo) com todos e continua a fazer tratamentos periódicos na UTF. “Ainda tenho algumas dores, mas elas desaparecem por completo quando faço exercício físico. Durmo tranquilamente, embora de vez em quando ainda precise de um comprimido para “apagar”. Tenho muita esperança que com a continuação dos tratamentos e com o apoio psicológico eu possa me livrar de vez daquilo que agora é apenas uma sombra do que passei na minha vida”, conclui nosso entrevistado, sorrindo.

Rui Sintra com Carolina Falvo (estagiária de jornalismo) – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de fevereiro de 2019

SBF: Aluno do IFSC/USP conquista Prêmio de Tese de Doutorado

O aluno de doutorado do IFSC/USP, Luís Felipe Gonçalves, foi o ganhador do Prêmio de Tese de Doutorado da Sociedade Brasileira de Física (SBF) na área de Física Atômica e Molecular.

A premiação contemplou o trabalho “Interações entre átomos de Rydberg no regime de bloqueio de excitação”, orientado pelo docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Luis Gustavo Marcassa. O estudo contou com bolsa da FAPESP.

Imagem de arquivo pessoal

“No trabalho, estudamos interações entre átomos muito excitados aprisionados em uma armadilha óptica. Embora nosso enfoque tenha sido o da ciência fundamental, os resultados obtidos poderão eventualmente ser úteis no auxílio do desenvolvimento da computação quântica. Outra possível aplicação é contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos que governam a formação de moléculas”, disse Gonçalves em entrevista à Agência FAPESP.

Esses átomos excitados são chamados, genericamente, de “átomos de Rydberg” – denominação que homenageia o físico sueco Johannes Rydberg (1854-1919). Recebendo um aporte de energia por meio de laser, eles têm seu elétron de valência promovido às camadas distantes do núcleo. E, por conta disso, respondem fortemente a campos externos e interagem muito uns com os outros. No caso específico, Gonçalves estudou átomos de vapor de rubídio aprisionados na armadilha atômica em uma câmara de ultra-alto-vácuo.

Um fenômeno que ocorre com átomos de Rydberg – e que foi objeto da atenção de Gonçalves – é a “transferência de população”. A expressão não tem nada a ver com deslocamento no espaço, mas sim com o fato de que, embora sejam excitados a um único nível muito preciso de energia por meio de lasers bem controlados, os átomos alcançam estes e também outros níveis não contemplados pela energia do laser. O motivo é que o mecanismo de interação entre eles transfere energia de um átomo para outro.

“Com emprego de armadilha magneto-óptica, esse fenômeno, também denominado ‘ressonância de Förster’ [em homenagem ao químico alemão Theodor Förster (1910-1974)], já havia sido estudado há algum tempo. E o modelo explicativo era o de que os átomos de Rydberg se comportavam como um gás congelado, no qual vários átomos interagiam uns com os outros, fazendo com que alguns deles mudassem de estado. Usando outro tipo de armadilha, pudemos explorar mais este efeito, chegando a resultados diferentes”, disse Gonçalves.

Em vez da armadilha magneto-óptica, o pesquisador usou – e isso foi feito pela primeira vez na América do Sul – um tipo de armadilha diferente, a armadilha óptica de dipolo do tipo quest. Dito de maneira bem simples, trata-se de um dispositivo de aprisionamento formado por laser focalizado sobre os átomos inicialmente aprisionados na armadilha magneto-óptica.

O emprego dessa armadilha divide por mil o número de átomos aprisionados: do patamar de um bilhão para o patamar de um milhão. Mas, ao mesmo tempo, faz com que os átomos fiquem muito mais próximos uns dos outros. E, portanto, interajam muito mais entre si.

“Na prática, o procedimento foi o seguinte: comecei com uma armadilha magneto-óptica convencional; depois, focalizei na região dos átomos aprisionados um laser de 100 watts, que, para lasers que operam no modo contínuo, é uma potência extremamente alta. A luz do laser aprisionou os átomos na região do foco, formando uma linha, portanto, um sistema quase unidimensional”, descreveu Gonçalves.

Na explicação anterior, o fenômeno da “transferência de população” ou “ressonância de Förster” era descrito por meio de um modelo que considerava a interação de cada átomo com muitos outros átomos. O modelo adotado por Gonçalves simplificou drasticamente a descrição, considerando apenas a interação dos átomos dois a dois. Para usar uma terminologia consagrada em Física, foi a substituição de um sistema de muitos corpos por um sistema de dois corpos apenas.

Porém, para isso, foi necessário sofisticar a expressão matemática da interação. “A interação eletrostática é descrita, de forma aproximada, como uma interação de dois dipolos. Mas, na verdade, ela é uma soma infinita de vários termos: dipolo-dipolo, dipolo-quadrupolo, quadrupolo-quadrupolo e por aí vai. A grande contribuição é dada pela interação dipolo-dipolo. Já a contribuição dos outros termos é pequena, mas existe. Então, nós utilizamos uma explicação mais simples, a interação dois a dois, porém incorporamos mais termos matemáticos para descrevê-la”, disse.

Como os átomos estavam interagindo muito mais, o modelo adotado previa que a taxa de transferência de população seria muito maior. E o experimento confirmou isso. “Chegamos a obter quase 50% de transferência. Isso significa que o conjunto de átomos foi excitado a um estado A, e o resultado foi que metade deste número foi detectada em A e metade em um outro estado B, conforme previa nosso modelo”, disse Gonçalves.

Outro trabalho realizado pelo pesquisador no contexto desse estudo foi mostrar que, aplicando um campo elétrico externo à amostra quase-unidimensional de átomos de Rydberg, é possível reduzir a energia necessária para excitá-los, e ao mesmo tempo controlar a interação entre eles.

“Apliquei um campo elétrico de amplitude fixa – portanto, fazendo com que os átomos recebessem sempre a mesma quantidade de energia. Mas, variando a orientação do campo, foi possível controlar a interação entre os átomos. A interação induzida pelo campo pode, inclusive, ser cancelada no chamado ‘ângulo mágico’, quando os dipolos elétricos ficam alinhados em um ângulo de 54,7 graus com relação ao eixo internuclear”, disse Gonçalves.

Esse resultado é considerado muito interessante do ponto de vista de eventuais aplicações, porque, em computação quântica, há interesse em controlar, e em certos casos minimizar, a interação entre átomos vizinhos, para que não haja perda de coerência do sistema. Um caso de perda de coerência pode ser, por exemplo, a “transferência de população”, quando átomos são excitados a um nível muito bem conhecido, mas acabam também em outros níveis, transformando uma amostra atômica inicialmente pura em uma superposição de diferentes estados atômicos.

“Uma forma de controlar isso é minimizar a interação entre vizinhos. E nós mostramos que apenas variando a orientação do campo elétrico, e não sua amplitude, é possível conseguir esse controle”, disse o pesquisador.

Além disso, como já foi dito, a compreensão da interação entre átomos ajuda a entender também os mecanismos que levam à formação molecular. Isto é, identificar as “leis” e os mecanismos que governam a transição de uma situação onde dois átomos separados se comportam como entes distintos para a situação onde estes mesmos átomos estão reunidos em uma molécula, comportando-se então como um único componente.

Luís Felipe Gonçalves está atualmente nos Estados Unidos, trabalhando em uma empresa de tipo startup, voltada para o desenvolvimento de sensores quânticos.

Para consultar a tese de doutorado de Luís Felipe Gonçalves, clique AQUI.

(Com informações de José Tadeu Arantes / Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

Chamada de propostas – R$ 15 mi para Programa PIPE (FAPESP)

A FAPESP lançou chamada de propostas para o 2º Ciclo de Análise de 2019 do Programa FAPESP – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Estão reservados até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas. O prazo final para submissão de projetos pelo SAGe termina no dia 29 de abril do corrente ano.

As propostas de financiamento devem conter projetos de pesquisa que possam ser desenvolvidos em duas etapas:

1) demonstração da viabilidade tecnológica de produto ou processo, com duração máxima de nove meses e recursos de até R$ 200 mil;

2) desenvolvimento do produto ou processo inovador, com duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.

Quando os proponentes já tiverem realizado atividades tecnológicas que demonstrem a viabilidade do projeto podem submeter propostas diretamente à Fase 2.

Podem apresentar propostas pesquisadores vinculados a empresas de pequeno porte (com até 250 empregados) com unidade de pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo.

Para conferir as normas para submissão de propostas, clique AQUI.

A FAPESP divulgará o resultado enviando a cada proponente os pareceres técnicos dos avaliadores. Os pareceres podem ser úteis para o aperfeiçoamento da proposta, seja ela aprovada ou não. Em caso de não aprovação, o proponente poderá aperfeiçoar a proposta, corrigindo as falhas apontadas, e submeter nova solicitação em edital subsequente.

Para conferir a chamada para o 2º ciclo de 2019, clique AQUI.

Para atender os interessados em participar da chamada, a FAPESP realizará, no dia 27 de março, o evento Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, em São Paulo.

O evento, realizado em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) e o Desenvolve SP, tem como objetivo oferecer às empresas que apresentaram ou têm interesse em apresentar projeto ao Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) a oportunidade de resolver dúvidas antes do dia 29 de abril de 2019, fim do prazo para submeter propostas para o 2º Ciclo de Análise de Propostas para o Programa PIPE em 2019.

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

11 e 12 de fevereiro: CIBFar (IFSC/USP) presente na “Fapesp Week London”

O Reino Unido tem sido, até o momento, o principal parceiro internacional em pesquisa nos projetos apoiados pela FAPESP, sendo que nos últimos dez anos o órgão apoiou quatrocentos projetos de pesquisa em colaboração com outras agências de fomento, empresas e universidades britânicas.

Para celebrar essa parceria e estimular novas colaborações nas mais diversas áreas do conhecimento, a FAPESP irá realiza nos dias 11 e 12 do corrente mês a FAPESP Week London, no âmbito do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação.

O simpósio, em Londres, reunirá cientistas de várias instituições do Reino Unido e do Brasil, incluindo o docente e pesquisador de nosso Instituto, e coordenador do CIBFar (CEPID da FAPESP) sediado no IFSC/USP, Prof. Glaucius Oliva.

No primeiro dia, a sessão sobre “Saúde e Envelhecimento” terá Ricardo Araya (King’s College London), Alícia Kowaltowski (Universidade de São Paulo, USP), Mayana Zatz (USP e Centro de Pesquisa do Genoma Humano) e Sovan Sarkar (University of Birmingham).

Em seguida, Patrick Varga-Weisz (University of Essex), Ana Marisa Chudzinski-Tavassi (Instituto Butantan e Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares), Steve Hill (British Heart Foundation), Glaucius Oliva (IFSC/USP e Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos) falarão sobre “Ciências Biológicas e Descoberta de Medicamento”.

Participarão da sessão sobre “Astrofísica” Oliver Buchmueller (Imperial College London), Carlos Guillermo Giménez de Castro (Universidade Presbiteriana Mackenzie), Stefan Söldner-Rembold (University of Manchester) e Ettore Segreto (Universidade Estadual de Campinas, Unicamp).

O segundo dia da FAPESP Week London começará com uma mesa-redonda sobre “Colaboração em pesquisa Indústria-Universidade”, com Wen Hwa Lee (University of Oxford), Sérgio Robles Reis de Queiroz (Unicamp e FAPESP), Isro Gloger (GSK), Helen Ewles (Royal Academy of Engineering), Alexandre Breda (Research Centre for Gas Innovation, RCGI) e Katlin Massirer (Centro de Química Medicinal, CQMED/SGC Unicamp).

A sessão sobre “Novas Energias” terá Nigel Brandon (Imperial College), Julio Meneghini (USP e RCGI), Timothy Bugg (University of Warwick) e Rubens Maciel Filho (Unicamp e Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, BIOEN).

“Desigualdade, Inclusão Social e Migração” será o tema que contará com apresentações dos pesquisadores Gareth Jones (London School of Economics and Political Science), Eduardo Cesar Leão Marques (USP e Centro de Estudos da Metrópole), Paul Statham (University of Sussex) e Maria Alexandra da Cunha (Fundação Getúlio Vargas).

Em seguida, haverá uma mesa-redonda sobre “Divulgação Científica no Século 21”, com Jan Piotrowski (The Economist), Ben Deighton (SciDev.Net) e Mun-Keat Looi (Mosaic and The Wellcome Trust), mediada por Alexandra Ozorio de Almeida, da revista Pesquisa FAPESP.

A última sessão será sobre “Nexo Água-Alimentos-Energia” e terá os pesquisadores Sacha Mooney (University of Nottingham), Angelo Berchieri Junior (Universidade Estadual Paulista, Unesp), Darren Evans (Newcastle University) e Flavio Vieira Meirelles (USP), com mediação de Tim Willis (Biotechnology and Biological Sciences Research Council, BBSRC).

Sir Mark Walport (executivo-chefe da UK Research and Innovation), Fred Arruda (embaixador do Brasil no Reino Unido), Marco Antonio Zago (presidente da FAPESP), Carlos Henrique de Brito Cruz (diretor científico da FAPESP) e Andrew Allen (diretor de assuntos internacionais da Royal Society) participarão da abertura do evento.

Para obter mais informações sobre o evento, clique AQUI.

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

Valtencir Zucolotto é o novo coordenador do Polo do IEA/USP São Carlos

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Valtencir Zulotto, é o novo Coordenador do Polo do Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP) de São Carlos, tendo cessado, a partir do dia 17 do corrente mês, suas funções no cargo de Vice-Coordenador desse mesmo órgão, conforme portaria assinada pelo reitor nessa data. O reitor escolheu Zucolotto a partir de lista tríplice votada pelo Conselho Deliberativo do IEA, na qual constavam também os nomes de Cibele Saliba Rizek, professora titular do IAU, e Carlos Alberto Montanari, professor titular do Instituto de Química de São Carlos (IQSC).

Professor titular e coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP (GNano), Zucolotto manifesta-se honrado e feliz com a indicação de seu nome pelo Conselho do IEA de São Paulo para coordenar o Polo de São Carlos, sublinhando que a missão do IEA, como o próprio nome indica – e como é praxe em qualquer instituto de estudos avançados no mundo –  é congregar cientistas, pesquisadores e pensadores em torno de objetivos concretos que levem ao levantamento de problemas relevantes nas áreas científica, social e cultural da sociedade, equacionando-os e propondo soluções, sendo que o IEA de São Carlos representa esses conceitos dentro de sua área geográfica.

Com o Campus USP de São Carlos inteiramente dedicado às engenharias, ciências exatas e arquitetura, o foco da gestão de Valtencir Zucolotto terá duas frentes prioritárias: “A primeira prioridade será a criação de grupos de trabalho que terão a missão de pensar na resolução dos diversos problemas que ainda subsistem no nosso Campus e na nossa cidade, propondo soluções exequíveis. A segunda prioridade será o estabelecimento de convênios e parcerias com empresas, igualmente com foco na resolução de eventuais problemas sociais, ambientais e econômicos, entre outros. Agindo dessa forma, estaremos ainda mais próximos da sociedade”, sublinha Zucolotto.

Programas sabáticos dedicados a pesquisadores e a intensificação de parcerias com as Unidades que constituem o Campus USP de São Carlos – igualmente para auxiliar na resolução de alguns problemas -, constituirão outras linhas de atuação do novo Coordenador do Polo do IEA de São Carlos, que pretende ainda realizar uma reforma física e a criação de acessibilidades na sede do órgão, integrando-a ao Centro Cultural da USP, bem como a modernização dos espaços interiores. “Com tudo isso, nossa intenção é trazer mais gente para dentro do IEA”, finaliza Zucolotto.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de fevereiro de 2019

A paixão de um ex-aluno do IFSC/USP pelas ciências exatas

Álvaro Macedo da Silva

Para o paulista Álvaro Macedo da Silva, de 66 anos, nada é imutável na vida do ser humano. Desde quando começou a trabalhar, busca atuar com aquilo que lhe dá prazer e que o motiva a desempenhar seu trabalho com dedicação. Para ele, o ato de sonhar nunca foi uma opção, mas sim um dever: “Quando não se sonha, a vida se torna vazia e, portanto, perde o sentido”, comenta.

Por volta dos dez anos, já demonstrava interesse por eletricidade: certa vez, inseriu dois fios com arames numa tomada, tendo assistido a um fenômeno que, segundo ele, se assemelhou a fogos de artifício. Foi nessa época, também, que seus pais o matricularam na escola, embora já soubesse ler e escrever graças ao apoio que recebera do irmão. Esse aprendizado, somado com seu interesse pelas ciências exatas, fez com que Álvaro se destacasse entre os melhores alunos das escolas que frequentou na capital paulista.

Parte de sua paixão pelas ciências exatas surgiu através do convívio que teve com o pai, um homem que recebera poucos estudos, mas cuja inteligência era motivo de admiração para o filho: para construir a própria casa, por exemplo, seu pai derrubou as árvores do terreno e se encarregou das instalações elétrica e hidráulica da residência. “A partir de certa idade, ajudei-o em várias atividades. Então, cresci com esse exemplo de fazer as coisas”, comenta nosso entrevistado que, sem recursos financeiros suficientes para se manter numa faculdade particular e decidido a cursar engenharia, realizou a prova da MAPOFEI, vestibular que daria origem à FUVEST. Sua primeira opção era estudar na Escola Politécnica da USP, sendo que sua segunda escolha envolvia a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), onde acabou por ingressar em 1973.

A vinda para São Carlos foi uma experiência forte. Era um jovem que gostava de ficar em casa e a mesada que recebia dos pais era bastante limitada: “Era um aperto. Meu pai não ganhava muito e o dinheiro era bem contado. Às vezes, eu fazia uma refeição por dia porque não gostava de pedir recursos adicionais a ele”. Contudo, o pouco dinheiro não se tornou um entrave para que desenvolvesse a graduação. No quarto ano do curso, iniciou um estágio em tecelagem na extinta Germano Fehr. Depois, desenvolveu outro estágio na Pirelli, onde foi contratado como engenheiro. “Fiquei um dia desempregado, exatamente quando busquei o certificado de conclusão de curso na USP. No dia seguinte, estava trabalhando novamente. A minha turma (EESC/USP) estava toda empregada. Hoje não se consegue emprego fácil”.

Embrapa Instrumentação – Um dos orgulhos da cidade de São Carlos

Após um ano e sete meses de trabalho na Pirelli, Álvaro Silva voltou a São Paulo onde trabalhou na General Motors, realizando cálculos teóricos, deduzindo fórmulas e programando sistemas computacionais. Mas não era esse tipo de tarefa que ele se via executando durante as próximas décadas de sua vida: Álvaro queria algo que o motivasse ainda mais e, quando visitou uma feira tecnológica que se realizou em São Carlos, notou que desejava se envolver intensamente com a área de tecnologia.

Concretizada a sua saída da General Motors, em 1987 regressou à cidade de São Carlos e começou a trabalhar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Instrumentação), tendo realizado um mestrado na área de instrumentação no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). “A Embrapa era muito flexível e incentivava seus funcionários a fazerem pós-graduação”, explica ele, cujo conhecimento adquirido no IFSC/USP foi fundamental para que desenvolvesse o doutorado no Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA/EESC/USP), no período de 1992 a 1997.

Álvaro recordando os bons momentos no IFSC/USP

Álvaro não fez pós-doutorado porque no final dos anos 1990 já estava envolvido com a área de gestão empresarial na Embrapa. Começou a acreditar fortemente em sua habilidade de liderança depois que passou a receber convites para ocupar determinados cargos na empresa, onde ingressou como responsável pela manutenção de equipamentos, tendo sido chefe-adjunto administrativo e, na sequência, chefe-geral. “Quando estava na Pirelli e na General Motors dizia que jamais trabalharia com gestão empresarial. De repente, virei administrador”, relembra, com humor.

Há cerca de quatro anos, Álvaro Silva deixou de administrar a Unidade em São Carlos para se dedicar à gestão de outro negócio, outra paixão: seu consultório de psicologia. Iniciou o curso de psicologia em 2011, no Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e, em 2012, deu-lhe continuidade na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Foi nesta área que encontrou a melhor maneira de exercer duas das atividades que mais o encantam: aprender, e transmitir conhecimento, de modo a contribuir com a sociedade; o coletivo. “O país investe em nós; nossos pais investem em nós e nós temos que investir em nós mesmos. Esses investimentos têm que retornar à sociedade!”, conclui nosso entrevistado.

 

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de fevereiro de 2019

“Membrane fusion mechanism: how virus and fertilization can be related”

Realizou-se no dia 05 de fevereiro, nas instalações do IFSC/USP, situadas no Campus – 2 da USP São Carlos, um seminário que abordou o tema Membrane fusion mechanism: how virus and fertilization can be related, tendo como palestrante o Dr. Vitor Hugo Balasco Serrão, pesquisador do Departamento de Medicina e Patobiologia da Universidade de Toronto – Canadá.

Vitor Serrão é prata da casa do IFSC/USP: fez seu bacharelado, mestrado e doutorado no nosso Instituto, na área de Física Biomolecular, tendo realizado um estágio na Universidade de Leiden, na Holanda e pós-doutorado na Harvard Medical School, em Boston (EUA),  no Departamento de Neurobiologia.

Ele ingressou no Lee Lab, na Universidade de Toronto (Canadá), em abril de 2018, coordenado pelo docente e pesquisador Prof. Jeffrey E. Lee, especialista em virologia estrutural naquela Universidade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de fevereiro de 2019

No IEE/USP: Workshop “Carbon Capture, Storage and Use and Bioenergy”

Nos dias 25 e 26 do corrente mês ocorrerá o workshop intitulado Carbon Capture, Storage and Use and Bioenergy, que acontecerá no auditório do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), em São Paulo. O evento, que conta com a organização conjunta da Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), do IEE/USP e do Consulado Geral da Holanda e com o patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), será aberto ao público, no idioma Inglês, não havendo taxa de inscrição.

O objetivo do workshop é, segundo a professora Suani Teixeira Coelho, do IEE/USP – e coordenadora do evento – compartilhar experiências de universidades brasileiras e holandesas quanto a captura, uso e armazenamento de carbono em forma de bioenergia, discutindo-se a necessidade dessas técnicas para reduzir a emissão do gás.

Aberto a todos os interessados, o workshop procura congregar docentes e pesquisadores do IEE/USP e RCGI, equipes de P&D de empresas, como Shell, Petrobras e Comgas, além de integrantes de órgãos governamentais, como a Secretaria de Energia e Mineração.

Quanto à programação do evento, no dia 25, às 8h30, inicia-se a recepção para registro dos participantes, seguida da abertura formal do workshop, às 9h, pelo professor Júlio Meneghini, diretor científico do RCGI, junto a autoridades e representantes do Consulado da Holanda.

Durante o período da manhã ocorre a primeira sessão, intitulada Políticas de redução de emissões de carbono no Brasil e na Holanda, com palestras do Prof. Martin Junginger, representando o Copernicus Institute of Susteinable Development, na Utrecht University; e de Plínio Nastari, da consultoria brasileira Datagro, que discutirão, respectivamente, sobre a necessidade de iniciativas de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS) na Holanda. A segunda sessão contará com palestras do Prof. André P. C. Faaij, da University of Groningen, e de Antonio Stucchi, da Raizen, integrados no tema Perspectivas para BECCS na indústria brasileira e holandesa.

No período vespertino ocorrerá a terceira sessão, com a participação do Prof. Pacelli L. J. Zitha, da Delft University, e do Professor Kazuo Nishimoto, da Poli/USP, e coordenador do programa de Abatimento de Carbono do RCGI, em relação a Experiências de CCS na Holanda e no Brasil. O final da tarde será reservado a discussões sobre temas abordados durante as três sessões do dia.

No dia 26/2, ocorrerão apenas duas sessões, ambas no período da manhã: Tecnologias avançadas de conversão de biomassa, sobre experiências brasileiras e holandesas; e a Percepção pública sobre CCS, que inclui uma apresentação sobre “CCS, energia, inovação e política climática na União Europeia”, feita pelo economista e consultor nas áreas de energia, inovação e mudanças climáticas, Hans Bolscher.

O encerramento do evento será aberto ao público, às 12h30. Os dias 27 e 28 de fevereiro, e 1° de março, serão destinados a discussão de possíveis parcerias e futuras colaborações entre instituições participantes.

Para obter mais informações e/ou se inscrever neste evento, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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