All posts by: Rui Sintra

Sobre Rui Sintra

7 de abril de 2022

Cientistas apresentam o estado da arte da pesquisa em nanotecnologia no Estado de São Paulo

Prof. Valtencir Zucolotto

A nanotecnologia – área que envolve a manipulação de materiais nas escalas molecular e atômica, operando com estruturas da ordem de grandeza de 1 a 100 nanômetros e controlando sistemas quase que átomo a átomo – não é mais uma promessa para o futuro. Possibilitando melhorar as propriedades de materiais de uso corrente ou obter a partir deles propriedades totalmente novas, é um recurso consolidado, com larga aplicação em campos muito variados – de informática a medicina, de agricultura a farmácia, de geração de energia a confecção de roupas.

Um painel sobre a nanotecnologia – o que é, para que serve e que aportes relevantes têm sido proporcionados pela pesquisa desenvolvida no Estado de São Paulo – foi apresentado no dia 28 de março, na primeira edição de 2022 do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que é promovido pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a FAPESP.

O evento on-line, moderado por Horácio Forjaz, gerente de Relações Institucionais da FAPESP, reuniu os pesquisadores Elson Longo, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Leonardo Fraceto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Sorocaba; Valtencir Zucolotto, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP); e Juliana Bernardes, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

Professor emérito da UFSCar, Longo lembrou que o primeiro nanomaterial utilizado no país foi produzido em seu laboratório. “Colocamos nanopartículas de óxido de titânio no cadinho do alto-forno da Companhia Siderúrgica Nacional. Reagindo com óxido de cálcio, para formar titanato de cálcio, a adição de óxido de titânio dobrou a vida útil do alto -orno, um equipamento que custa US$ 50 milhões”, disse.

O pesquisador enfocou o tema da nanotecnologia baseada em semicondutores. E informou que a União Europeia está investindo atualmente € 46 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de semicondutores, que podem ser utilizados em eletrônica, medicina e gestão ambiental.

Na sequência, enfocando o emprego de nanotecnologia em agricultura, Fraceto afirmou que “grandes avanços foram obtidos com a chamada ‘revolução verde’, nas décadas de 1950-60”. Mas lembrou que esse modelo causou uma série de impactos ambientais, com o uso excessivo de recursos, o desmatamento e a contaminação do solo e da água. E também provocou fortes impactos sobre a saúde humana, com a presença de resíduos de fertilizantes e defensivos agrícolas nos alimentos e na água.

Para promover uma produção que seja, ao mesmo tempo, eficiente, sustentável e resiliente, uma das linhas de pesquisa envolve o emprego de nanotecnologia com o objetivo de diminuir expressivamente as quantidades de fertilizantes e defensivos. “Desenvolvemos um herbicida encapsulado em nanopartículas que possibilita reduzir em 80 vezes a concentração do ingrediente ativo”, informou.

No campo da medicina, Zucolotto, que falou em seguida, disse que “a nanotecnologia permitiu aproximar classes de materiais que antes não ‘conversavam’ tão bem e que, agora, passaram a ‘conversar’. Por exemplo, um anticorpo e um polímero, um metal e uma enzima”.

Com isso, estão sendo criados novos produtos de uso médico que protagonizam verdadeira revolução em diagnóstico e terapia. “São produtos da mesma escala de tamanho de materiais biológicos, como as células, por exemplo, o que amplifica enormemente suas possibilidades de utilização”, sublinhou.

Bernardes fez a última apresentação do painel, lembrando que um dos principais desafios do presente século é construir uma economia capaz de sustentar o crescimento populacional e o bem-estar humano. Para isso, recuperar resíduos visando produzir materiais controlados é algo fundamental.

“Duzentos milhões de toneladas de bagaço de cana são gerados no Brasil por ano. Esse resíduo é utilizado principalmente para a produção de energia em sistema de cogeração. Mas é possível extrair nanocelulose, o que constitui uma opção com maior valor agregado”, disse.

A pesquisadora afirmou que “o primeiro desafio é desconstruir a biomassa para poder reorganizá-la e reutilizá-la”. E detalhou várias pesquisas em curso visando a utilização de lignina, hemicelulose e celulose.

O evento “Nanotecnologia, a tecnologia dos átomos”, do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, pode ser assistido na íntegra, clicando AQUI.

(In: Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de abril de 2022

Webinar ACIESP – “Violência e Radicalização”

“Violência e Radicalização”  é o tema do webinar promovido pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), como parte das atividades em comemoração aos 60 anos da FAPESP: https://60anos.fapesp.br/aciesp.

Esta é uma ótima oportunidade para debater e contribuir para a versão final do capítulo que será lançada no Evento FAPESP de dezembro de 2022.

É na próxima quarta-feira, 06/04, às 14h, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

CLIQUE NA IMAGEM PARA SE CONECTAR

6 de abril de 2022

Chamada de seleção de bolsista na modalidade “Jornalismo Científico 2 – FAPESP”

A coordenação do Projeto Temático FAPESP “Cherenkov Telescope Array”: Construção e primeiras descobertas”, sediado no Instituto de Física de São Carlos da USP, torna pública a presente chamada para seleção de um bolsista na modalidade Jornalismo Científico 2.

O projeto tem como objetivos inovação tecnológica, impacto social, e produção de resultados científicos em física e astrofísica através da participação na construção e análise de dados do Observatório Cherenkov Telescope Array (CTA).

O público-alvo desta chamada são graduados em jornalismo, publicidade, rádio e TV, imagem e som, ou outras ciências da linguagem.

Para concorrer à vaga de bolsista os interessados devem realizar suas inscrições durante o período de 30/03/2022 a 30/04/2022, enviando seu curriculum vitae e portfólio através do formulário disponível AQUI.

Para inscrição, os candidatos devem considerar as condições estabelecidas a seguir:

Informações gerais – Finalidade do Edital

A presente chamada pública tem por finalidade realizar a seleção de um bolsista graduado em jornalismo, publicidade, rádio e TV, imagem e som ou outras ciências da linguagem para planejar e executar atividade de comunicação e divulgação científica do projeto temático FAPESP “Cherenkov Telescope Array: Construção e primeiras descobertas”.

Perfil do candidato e valor da bolsa

As competências chave desejadas são experiência em divulgação científica e /ou produção de material educacional, produção de roteiros e habilidades técnicas em produção de material audiovisual, criatividade e gosto por trabalhar em equipe.

As qualificações buscadas são graduação em jornalismo, publicidade, rádio e TV, imagem e som ou outras ciências da linguagem. É desejável nível intermediário de leitura e compreensão oral da língua inglesa.

O valor da bolsa corresponde a uma bolsa de Mestrado 1 da FAPESP disponível AQUI.

Atribuições do bolsista

*Elaborar o plano de comunicação do projeto;

*Coordenar o trabalho da equipe de comunicação do projeto;

*Preparação de publicações sobre o projeto em suas redes sociais;

*Elaboração de comunicados de imprensa sobre as atividades do projeto;

*Preparação de notícias para os canais de comunicação do projeto;

*Produção de vídeos sobre o projeto, incluindo roteiro, gravação e edição;

*Outras atividades que se fizerem necessárias no âmbito da comunicação e difusão científica do projeto.

Cronograma

 

 

 

 

 

 

 

Informações e resultados

O resultado do processo seletivo será comunicado por e-mail aos candidatos.  Maiores informações sobre esta chamada, podem ser obtidas em cibelle@ifsc.usp.br

Sobre o CTA

Composto por centenas de telescópios instalados em dois sítios, o CTA será o primeiro observatório internacional a detectar partículas cósmicas com energia entre 20 GeV e 300 TeV. O CTA é o mais importante experimento em astrofísica de partículas a operar nas próximas três décadas, produzindo uma significativa expansão das fronteiras do conhecimento com abrangência, precisão e profundidade sem precedentes.

Para obter mais informações sobre o CTA, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de abril de 2022

Artigo do Prof. Roberto Onody – “A matéria escura e os buracos negros primordiais”

 

Figura 1 – Legenda: Na foto, a galáxia espiral M33, distante cerca de 2,4 milhões de anos-luz da Terra (1 ano-luz é igual a 63.241 vezes a distância Terra-Sol). Superposto à foto, temos o diagrama velocidade das estrelas (em km/s) versus distância (em anos-luz). Em amarelo (medidas feitas no visível) e azul (medidas feitas em ondas de rádio de 21 cm, emitidas pelo hidrogênio neutro), os valores experimentais com suas respectivas barras de erros. A linha branca contínua é a curva que interpola esses dados esperimentais. A linha tracejada branca é a velocidade estimada (levando-se em conta apenas a massa ‘visível’) (Crédito: Mario de Leo)

 

*Por: Prof. Roberto N. Onody

A existência de matéria escura no universo é uma imposição das observações astronômicas feitas nos séculos XX e XXI.

A primeira indicação da existência de matéria escura veio quando se mediu as velocidades de boa parte das estrelas que compõem uma galáxia. Numa galáxia, as estrelas orbitam em torno de um centro que contém, geralmente, um buraco negro supermassivo. Quando as velocidades das estrelas foram medidas e plotadas contra as suas respectivas distâncias ao centro de rotação, constatou-se que, em vez delas diminuírem com a distância como esperado, elas estavam aumentando com a distância (veja Figura 1).

Outra comprovação experimental da existência da matéria escura, veio através do efeito denominado lente gravitacional, previsto pela Teoria da Relatividade Geral. A luz que sai de uma galáxia A em direção à Terra, é distorcida ao passar pelo forte campo gravitacional de outra galáxia intermediária B, formando várias imagens (arcos) da galáxia A (Figura 2). As estimativas astronômicas feitas para a massa ‘visível’ da galáxia B (responsável pela curvatura da luz oriunda de A), se revelaram incompatíveis do que aquelas preditas pela Relatividade Geral. Assim, a galáxia intermediária B deveria ter uma massa adicional, invisível, que passou a se chamar matéria escura.

E, finalmente, a medição da anisotropia da radiação cósmica de fundo (radiação no comprimento de micro-ondas), determinou que a abundância de matéria visível ou massa bariônica (prótons e nêutrons) é de somente 4% e da matéria escura 26%. O saldo restante, é chamado de energia escura. Esta última, compõe 70% de tudo que existe no nosso mundo, e é a responsável pela expansão acelerada do universo. A primeira constatação experimental dessa expansão acelerada, veio do baixo brilho observado em explosões de supernovas IA muito distantes [1]. Acredita-se hoje, que a energia escura está associada, de alguma forma, com a constante cosmológica introduzida originalmente por Einstein (e depois, abandonada) na equação da Relatividade Geral.

Mas, afinal, de que é feita a matéria escura?

A matéria escura não é feita de átomos e não interage eletromagneticamente. Sua interação com a matéria visível é, predominantemente, gravitacional. Experimentos recentes (2020) parecem indicar que a matéria escura não tem interação forte (nuclear) com os bárions. Entretanto, é possível que a matéria escura tenha interação fraca com prótons e nêutrons (veja ref. [2]).

A necessária existência da matéria escura, deu origem a inúmeras hipóteses sobre sua composição. As mais populares, propõem a existência de novas partículas como WIMPs (Weakly Interacting Massive Particles), axions, supersimétricas, neutrinos estéreis, [3]…, porém, nenhuma delas teve (até agora) confirmação experimental comprovada e inquestionável.

Figura 2 – À esquerda: imagem do aglomerado de galáxias Cl 0024+17, feita em luz visível pelo telescópio Hubble. Junto com as centenas de galáxias amarelas, estão presentes dezenas de estranhos arcos azuis, causados pelo efeito de lente gravitacional. À direita: a distribuição de matéria escura (representada pela névoa azul superposta) necessária para explicar as imagens distorcidas. (Crédito: NASA, ESA, M. J. Jee e H. Ford (Universidade de John Hopkins))

Naturalmente, é muito tentador pensar que a matéria escura poderia ser constituída por buracos negros. Os buracos negros (os que sabemos explicar e, até certo ponto, entender) se formam a partir do colapso gravitacional de estrelas com massa superior a dez vezes a massa solar.  Se a matéria escura fosse composta por esses buracos negros, a quantidade de matéria escura estaria aumentando às custas da diminuição da matéria bariônica. Além disso, os buracos negros só poderiam ser criados depois da formação das primeiras estrelas do universo, suas progenitoras.

A primeira estrela deve ter brilhado entre 250 e 350 milhões de anos após o Big-Bang. A matéria escura já existia nos primeiros minutos do universo? Não sabemos. Há modelos que cogitam da sua existência até antes do Big Bang!? [4]  O fato, é que a matéria escura é elusiva e, até aqui, tem-se mostrado transparente aos nossos equipamentos e experimentos.

Voltando à questão dos buracos negros, não podemos deixar de mencionar o fato de que nos centros das galáxias habitam os buracos negros supermassivos. Com milhões e, muitas vezes, bilhões de massas solares, perguntamos… Qual é a sua origem? Produto da coalescência de buracos negros estelares? Qual a escala de tempo necessária para formar esses monstros?

Talvez a resposta esteja numa hipótese formulada pelo físico Stephen Hawking em 1971. Flutuações quânticas, da enorme densidade de energia inicial que criou o nosso universo, poderiam levar à formação de pequenos buracos negros, os chamados – buracos negros primordiais (BNPs). Na sua proposta original, esses BNPs eram monocromáticos, ou, em outras palavras, tinham uma única e pequena massa. Assim, a matéria escura seria formada pelos BNPs e teria sido criada logo após o Big Bang. Dois argumentos solaparam essa ideia inicial: a incompatibilidade com os dados observacionais da radiação cósmica de fundo (no comprimento de micro-ondas) e a possível existência da radiação térmica de Hawking, que, com o tempo, evaporaria esses pequenos BNPs.

Na teoria do Big Bang, existe um intervalo de tempo que é denominado de inflação. A era da inflação começou imediatamente após a explosão e durou muito pouco tempo: de 10-36 a 10-33 segundos! Mas, teve um efeito gigantesco sobre o nosso universo, aumentando o comprimento linear do espaço por um fator de 1026 e, portanto, o seu volume por um fator de 1078!

Figura 3 – Na parte superior da figura, a evolução temporal do nosso universo na teoria do Big Bang tradicional (sem BNPs); Na parte inferior da figura, a evolução temporal do nosso universo na teoria do Big Bang com BNPs 6 (Crédito: ESA)

Segundo um modelo [5] da Cromodinâmica Quântica, quando a temperatura do universo começou a diminuir (ficando abaixo de 1010 K), o plasma original composto de quarks e glúons passou por uma série de transições de fase que, eventualmente, criaram os BNPs.

Essas transições de fase começaram cerca de dois segundos após o fim da era da inflação. Segundo esse modelo [5], essas transições foram acompanhadas de flutuações quânticas que geraram um aumento da curvatura do espaço-tempo em algumas regiões e, nelas, os BNPs. O caráter estocástico dessas flutuações, permitiria a formação de BNPs com massas de vários tamanhos.

Mais detalhadamente, as transições de fase que criaram os bósons Z, W+ e W, os bárions (prótons e nêutrons pela união ou o confinamento de três quarks), os pions (pela fusão de dois quarks) e a aniquilação de elétrons e pósitrons, estiveram acompanhadas de flutuações quânticas da curvatura do espaço-tempo que teriam dado origem a BNPs com massa planetária, massa solar; dezenas de massas solares e milhões ou bilhões de massas solares, respectivamente.

Foi nesse cenário, com os BNPs tendo uma enorme variedade de massas e sendo criados logo após a era da inflação, que três astrônomos Cappelluti, Hasinger e Natarajan [6], propuseram um modelo simples que descarta a necessidade de se recorrer a um zoológico de novas partículas.

Figura 4 – Imagem feita pelo Telescópio James Webb em 16/03/2022, mostrando no seu centro a estrela 2MASS J17554042+6551277 e um conjunto de estrelas e galáxias. O espelho primário do telescópio tem 6,5 metros de diâmetro. Ele é composto por 18 hexágonos de berílio que foram alinhados no espaço para produzir essa imagem. O telescópio opera na região do infravermelho e, em breve, trará informações fundamentais sobre o universo recém nascido (ou seja, distante), suas galáxias, estrelas, buracos negros e exoplanetas (Crédito: NASA)

Comparando, cuidadosamente, com os dados observacionais disponíveis, eles afirmaram que o modelo se ajusta a todos eles. A conclusão dos autores, é que a matéria escura é feita de buracos negros primordiais.

Uma vez que o modelo proposto descreve a evolução do nosso universo desde a sua criação até os dias de hoje, podemos comparar seus resultados aos do Big Bang tradicional.

Na Figura 3, vemos que o modelo com BNPs antecipa, em dezenas de milhões de anos, a formação de estrelas no universo. Elas teriam se formado quando o universo era mais jovem. Essa previsão, poderá, em breve, ser corroborada ou não, pelo telescópio James Webb (Figura 4). Lançado pela NASA no Natal do ano passado, ele trará informações precisas sobre a época em que se formaram as primeiras estrelas do universo.

Ainda na Figura 3, vemos uma região onde as estrelas ainda não existiam, mas, os BNPs já estariam presentes. Se isso for correto, as ondas gravitacionais resultantes das colisões desses BNPs, poderão ser detectadas pelo futuro satélite espacial LISA (Laser Interferometer Space Antenna) que está sendo projetado pela ESA (Europe Space Agency).

Ainda, seguindo na mesma linha do que descrevemos acima, acabou de sair um artigo no Physical Review Letters [7] que propõe um modelo de transição de fase de primeira ordem, que resulta  na formação de buracos negros supermassivos primordiais. Que novos resultados de observações astronômicas venham lançar luz sobre esses objetos fascinantes – os buracos negros.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia” dirija a câmera do celular para o QR Code abaixo

 

 

 

 

 

 

Compartilhe o artigo

 

 

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

[1] https://ned.ipac.caltech.edu/level5/Sept17/Freese/Freese3.html

[2]https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/um-misterio-qual-e-o-tempo-de-vida-do-neutron/

[3] https://en.wikipedia.org/wiki/Dark_matter

[4] T. Tenkanen, Phys. Rev. Lett. 123, 061302 (2019)

https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.123.061302

[5] Carr et al. https://doi.org/10.1093/mnras/staa3726

[6] Cappelluti et al. https://arxiv.org/pdf/2109.08701.pdf

aceito para publicação no The Astrophysical Journal (2022)

[7] Davoudiasl et al. Supermassive Black Holes, Ultralight Dark Matter, and Gravitational Waves from a First Order Phase Transition (aps.org)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de abril de 2022

IFSC/USP e SCMSC avançam com novo tratamento: Chamada para pacientes com dores provocadas por artrite localizada nas mãos

Com base no desenvolvimento de várias pesquisas científicas e tecnológicas realizadas por pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), igualmente alocado nesse Instituto, tem sido possível, ao longo dos anos, instituir diversos protocolos e tratamentos para inúmeras doenças, numa contribuição importante para a área médica, visando suprir necessidades importantes na área da saúde no seio da sociedade.

Terapias para minimizar os efeitos da Doença de Parkinson, na prevenção e combate à mucosite, no tratamento de dores provocadas pela fibromialgia, artrose e artrite e tratamento de câncer de pele não melanoma, além de vários tratamentos já realizados a pacientes com sequelas de COVID-19 – problemas respiratórios, vasculares e musculares, recuperação do olfato, paladar e tratamento de zumbidos no ouvido -, são alguns dos exemplos.

Neste contexto, o IFSC/USP, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) avança na criação de novos projetos na área da saúde, estando neste momento fazendo uma chamada para tratamento de 15 pacientes que tenham artrite nas mãos, um projeto inserido em uma nova linha de pesquisa que já contou com a participação de 60 pacientes que manifestaram, no final das sessões, uma melhora superior a 50% na manifestação de dor.

Este novo tratamento (gratuito), que agora entra em sua segunda fase, visa reduzir ainda mais as dores provocadas pela doença nas mãos dos pacientes e que comprometem os normais movimentos articulares, sendo que, além de comprometer as articulações, há um forte impacto nos cotovelos e ombros.

Os pacientes interessados em participar deste projeto deverão se cadastrar na Unidade de Terapia Fotodinâmica, localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, através do telef. (16) 3509-1351.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de abril de 2022

Prof. Edgar Dutra Zanotto (UFSCar) disserta sobre “Vidro – Os olhos da Física”

O IFSC/USP promoveu no dia 01 de abril mais um colóquio, desta vez com a participação do Prof. Edgar Dutra Zanotto, docente e pesquisador do Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Através de sua apresentação intitulada “Vidro – Os olhos da Física”, que assinala a comemoração do ano 2022 como o Ano Internacional do Vidro (ONU), o palestrante demonstrou como lentes e prismas foram determinantes no florescimento da física e outras ciências. Como exemplo, o microscópio revelou à humanidade o universo micro das estruturas biológicas e minerais e ofereceu informações sobre planetas e galáxias.

Por outro lado, as vidrarias viabilizaram a indústria química. Hoje, há inúmeras aplicações domésticas e high tech: fibras ópticas, filtros UV e IV, óculos para daltonismo, biovidros, vidros blindados, encapsulamento de rejeitos radioativos, etc.

O Prof. Zanotto pontuou, ainda, como a cristalização controlada de certos vidros deu origem às vitrocerâmicas (VCs), usadas em panelas e cooktops transparentes à prova de choque térmico, espelhos gigantes de telescópios, próteses dentárias e telas de celulares de última geração (IPhone 13).

Neste colóquio, o palestrante definiu vidros e VC’s e apresentou suas aplicações admiráveis, mostrando, igualmente, estatísticas surpreendentes sobre as contribuições brasileira e da USP ao conhecimento mundial nesse tema fascinante.

Finalmente, o palestrante discorreu sobre a aplicação de conceitos físicos envolvendo experimentos, teoria e simulação computacional e até algoritmos de inteligência artificial para o desenvolvimento de novos vidros.

Para conferir como ocorreu esse colóquio, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de abril de 2022

Vidro: Os olhos da Física

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA ACESSAR A TRANSMISSÃO

Em conjunto com os esforços no retorno às atividades presenciais de nossa Universidade, os Colóquios do IFSC deste semestre estão acontecendo em formato híbrido no Auditório Sérgio Mascarenhas e com o streaming no canal do Youtube do IFSC. As medidas de prevenção à Covid estão sendo tomadas garantindo o distanciamento recomendado do público. Sinta-se à vontade para assistir aos colóquios da forma que melhor lhe convir.

Nesta semana, temos o Prof. Edgar Dutra Zanotto (UFSCar) apresentando-se presencialmente no auditório.

Agradecemos a participação de todos!

Comissão organizadora dos Colóquios do IFSC

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2022

IFUSP: Pós-Doutorado em Física de Fluidos Complexos com Bolsa da FAPESP

O grupo de Fluidos Complexos do Instituto de Física da USP oferece uma oportunidade para pós-doutorado, com Bolsa da FAPESP, junto ao Projeto Temático “Propriedades estruturais e biofísicas de lipoproteínas nativa e modificada”. Com coordenação do professor Antonio Martins Figueiredo Neto, do Instituto de Física da USP, o projeto reúne pesquisadores da UNIFESP, USP e UNESP.

O bolsista desenvolverá projetos na área de caracterização estrutural de lipoproteínas utilizando métodos de espalhamento de raios X, técnicas de óptica linear e não-linear.

O candidato deverá ter experiência em técnicas de óptica não-linear e/ou espalhamento de raios X em baixos ângulos. O trabalho tem características multidisciplinares na medida em que as lipoproteínas a serem investigadas serão fornecidas por colaboradores médicos e odontólogos vinculados ao projeto temático. Em particular estamos interessados nos efeitos da COVID-19 e diabetes mellitus nas lipoproteínas, estrutura e função. O estudo das lipoproteínas apresenta grande interface com a físico-química dos cristais líquidos liotrópicos.

O projeto será desenvolvido na USP com supervisão dos professores Antonio Martins Figueiredo Neto (IFUSP), Cristiano Pinto de Oliveira (IFUSP), Maria Cristina Izar (UNIFESP) e Nágila Damasceno (FSP-USP).

Os candidatos deverão enviar por e-mail sua inscrição para (afigueiredo@if.usp.br) com seu curriculum vitae (incluindo a lista de publicações), carta de apresentação e uma carta de recomendação. Uma entrevista a distância será realizada com os candidatos.

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros.

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,20 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa. A duração da bolsa é de um ano, podendo ser prorrogada por mais um período de um ano.

Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação.

Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis AQUI.

Os candidatos interessados devem se inscrever até 2 de maio de 2022, enviando um email para o professor A. Figueiredo (afigueiredo@if.usp.br).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2022

Abertura da temporada 2022 dos “Concertos USP Filarmônica”

A USP Filarmônica, sob regência do maestro Rubens Russomanno Ricciardi, dá início à sua série mensal “Concertos USP”, com apresentação gratuita, na próxima quarta-feira (30/03), às 20h, no Teatro Municipal de São Carlos.

O primeiro concerto da temporada faz parte da “Programação de Recepção dos Calouros da USP São Carlos”. A série 2022 está alinhada ao Ciclo 22 da USP, comemorando os 100 anos da Semana de 22 e os 200 anos da Independência.  Com essa premissa, a USP Filarmônica vai apresentar um programa dedicado à música popular brasileira antiga, repertório este que é fruto das pesquisas inéditas do Núcleo de Pesquisas em Ciências da Performance em Música da USP (NAP-CIPEM).

O programa contempla inicialmente dois clássicos, o Concerto em Sol Maior para dois violões e orquestra de Antônio Vivaldi, e a famosa Ária da Suíte em Ré Maior, de Johan Sebastian Bach.

Daí o programa se torna temático, com paralelos entre a música popular da Europa e do Brasil à época da Independência. Serão apresentados o Fandango castelhano e o Menuetto de Luigi Rodolfo Bocherini, ao lado de seus congêneres brasileiros, as composições anônimas Duas Modinhas Pradenses (ca.1820), cujos manuscritos se encontram na Lira Ceciliana de Prados (MG); Lundum (ca.1825) editado por von Martius em Munique; Lundum (ca.1835) editado pelos irmãos Laemmert no Rio de Janeiro e, por fim; dois números do início do século XX, uma Valsa Caipira e Três Canções Folclóricas.

O primeiro concerto da temporada terá solos dos professores Gustavo Silveira Costa (viola caipira) e Paulo Eduardo de Barros Veiga (violino), e dos estudantes Vitor Botelho Sampaio e Fernando Genari (violões), Larissa Santos (viola), Bruno William dos Santos (violoncelo) e Matheus Luís de Andrade (percussão), todos da USP de Ribeirão Preto, além do spalla especialmente convidado para este concerto, Paulo Paschoal, violinista da OSESP.

Ingressos

Para os que possuem vínculo com a USP, deverão manifestar interesse por meio do preenchimento do formulário (AQUI), até o dia 27/03 (antes de preencher o formulário observar se está logado no e-mail USP).  Havendo mais interessados do que o número de ingressos disponíveis, será realizado um sorteio na segunda-feira (28/03) e os contemplados serão comunicados sobre onde e quando poderão retirar os ingressos.

Para o público em Geral:

a distribuição dos convites acontecerá no próprio Teatro Municipal, no dia do Concerto – 30/03, a partir das 19h30min. Como os ingressos são muito disputados, recomendamos chegar com antecedência no local.

ATENÇÃO:

Serão permitidos apenas 2 (dois) ingressos por pessoa.
Recomendamos que os participantes usem máscara nos espaços do Teatro e durante o concerto

Realização:
Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP;
Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária – Campus da USP de São Carlos e de Ribeirão Preto;
Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP;
Teatro Municipal de São Carlos;

Para conferir a programação completa da Série 2022, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2022

Inscrições abertas para nova turma do Curso “Dança TUSP 60+”

Encontram-se abertas as inscrições para a TURMA II do curso “DANÇA TUSP 60+”, uma parceria entre o Teatro da USP, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, e o Grupo Coordenador de Atividades de Cultura e Extensão da USP de São Carlos.

O “DANÇA TUSP 60+” acontecerá entre os meses de março e junho, de forma gratuita e online, e atenderá pessoas de todo o território nacional. O objetivo é promover bem estar físico e mental a partir de um programa que contempla exercícios de alongamento, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e postura.
Para participar da atividade não é necessário ter experiência com dança e os interessados não precisam ter vínculo com a Universidade e devem ter mais de 60 anos.

Esta inscrição tem o objetivo de reunir pessoas para uma nova turma, e, caso não haja número suficiente de inscritos, ela não acontecerá.

Para todos os que já se inscreveram na turma às quintas-feiras, as aulas ocorrerão normalmente.

Período de realização do curso: 30 de março a 15 de junho de 2022 – quartas-feiras, 17h00/18h00

Curso On-line via Plataforma Zoom – Coordenação: Késsia Marçal – TUSP – Campus São Carlos

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de março de 2022

American Chemical Society (ACS) realiza webinar “Materials for wearable devices”

A American Chemical Society (ACS) realiza no próximo dia 29 de março, entre as 16h00 e as 17h30, o primeiro webinar da série “ACS Applied Materials & Interfaces”, subordinado ao tema “ “Materials for wearable devices.

A  série, promovida pela Divisão de Publicações da American Chemical Society, em parceria com a Associação Brasileira de Polímeros (ABPol), a Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat) e a International Union of Materials Research Societies (IUMRS), foi concebida para discutir os principais desafios em aplicações de materiais em tópicos que prometem muito para o futuro próximo.

O webinar será conduzido pela Dra. Nanshu Lu, Professora Associada da Fundação Temple, da Universidade do Texas/Austin (EUA), e pela Dra. Denise Petri, Professora Titular do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (Brasil), tendo como anfitrião o Prof. Osvaldo Novais Oliveira Junior, Editor Executivo do “Journal ACS Applied Materials & Interfaces Diretor e Professor Titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

O encontro abordará os principais e avanços e tendências na área, com destaque para os seguintes tópicos:

*”Desafios e oportunidades em dispositivos eletrônicos conformáveis ao corpo” – Palestrante: Dra. Nanshu Lu. Esta apresentação detalhará os desafios proeminentes na eletrônica conformável ao corpo, a partir das propriedades díspares de biotecidos e de materiais sintéticos, bem como da complexidade de suas interfaces correspondentes. A Dra. Nanshu Lu abordará os principais métodos para melhorar a conformidade mecânica da eletrônica, tanto do ponto de vista da engenharia dos  materiais quanto do design estrutural, além de tratar das estratégias de aumento da adesão da bioeletrônica em ambientes secos e molhados.

*”Polímeros naturais para monitoramento da atividade humana” –  Palestrante: Dra. Denise Petri. Nesta apresentação será mostrado como os polímeros naturais podem ser modificados e processados a fim de alcançarem diferentes funcionalidades. No grupo de pesquisa da Dra. Denise Petri, os polissacarídeos foram modificados ou combinados com agentes específicos para administração de drogas ou adsorção de contaminantes. Nesta apresentação, serão discutidos os desafios relativos ao desenvolvimento de sensores vestíveis à base de polissacarídeos quanto à temperatura, pressão, umidade, frequência de pulso, frequência cardíaca etc.

A inscrição para assistir a este evento poderá ser feita clicando AQUI.

.

29 de março de 2022

IFSC/USP/Santa Casa de São Carlos iniciam novo tratamento – Combate e prevenção à mucosite

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMS), através de um convênio estabelecido, está iniciando o tratamento de pacientes portadores de mucosite, no âmbito de um projeto de pesquisa coordenado pelo cirurgião-dentista Dr. Vitor Hugo Panhóca e pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica deste Instituto.

Dividido em sessões, este tratamento (gratuito) para combate e prevenção da mucosite irá ocorrer na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos, em pacientes encaminhados por médicos da instituição. “Na primeira sessão, fazemos uma desinfecção bucal e nas sessões posteriores utilizamos apenas a laserterapia. A duração das sessões é, em média, de 15 minutos”, explica o pesquisador do IFSC/USP, Vitor H. Panhóca.

A mucosite é uma inflamação da parte interna da boca e da garganta, que pode originar úlceras dolorosas e feridas nessas regiões, ocorrendo em até 40% das pessoas que recebem radioterapia e quimioterapia.

Pesquisas que se apoiam na utilização da luz para o diagnóstico ou tratamento de doenças já são realizadas no Grupo de Óptica do IFSC/USP há muitos anos, sendo que elas têm sido revertidas diretamente para a sociedade, entre outras ações através da triagem de voluntários para testar os métodos e metodologias descritos nas diversas pesquisas do Grupo, que têm como base duas técnicas distintas, embora ambas com a utilização de luz.

A laserterapia é uma técnica que se baseia na aplicação de laser ou LED diretamente sobre a pele, permitindo que a luz seja absorvida e, desta forma, gere uma série de reações metabólicas para diversas funções, como emagrecimento, rejuvenescimento e tratamentos diversos na odontologia e em outras áreas da saúde.

O aparecimento da mucosite pode ser causado pela queda do sistema imunológico, quimioterapia, radioterapia da região da cabeça e pescoço e ainda por transplante de medula óssea.

Este tipo de atendimento tem o objetivo de promover uma melhora na técnica utilizada já pelo hospital Amaral Carvalho (Jau-SP), permitindo, desta forma, que os pacientes não fiquem debilitados com o tratamento de quimioterapia e radioterapia e que possam se recuperar mais rapidamente ao conseguir se alimentar sem dores causadas pelas lesões na boca.

Este atendimento está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos – Rua XV de novembro, sem número, ao lado do número 951.

Para mais informações, basta ligar no telefone (16) 3509-1351 e tratar com as secretárias Jaqueline ou Fernanda.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de março de 2022

Programa “ALESP Cidadania” aborda a importância da Nanotecnologia

Entrevista com o Coordenador do GNano-IFSC/USP Prof. Valtencir Zucolotto

Numa entrevista de aproximadamente uma hora, no programa “ALESP Cidadania”, apresentado no passado dia 14 de março pelo jornalista Geremias Gomes, o Coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Valtencir Zucolotto, explanou os conceitos da Nanotecnologia, comentando a sua importância nos contextos científicos nacional internacional. Uma explanação que foi corroborada e enriquecida com a participação de Elson Longo, Professor Emérito do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF). Esta interessante conversa antecedeu as palestras que serão apresentadas pelos dois convidados e que ocorrerão no próximo dia 28 de março, com transmissão pelo Instituto Legislativo Paulista (ILP-ALESP).

Parece algo confuso para muitos quando se fala em Nanotecnologia. Contudo, dependendo da abordagem e da explicação que forem dadas, a interpretação fica muito clara, muito fácil de entender. No início de sua entrevista, Valtencir Zucolotto resumiu de uma forma perfeitamente compreensível qual é o conceito da Nanotecnologia, que mais não é do que um conjunto de técnicas e ferramentas cuja finalidade é construir nanomateriais, ou seja, materiais feitos de plásticos, cerâmicas e metais, entre outros, mas com tamanhos próximos aos de átomos ou moléculas, destinados a inúmeros setores – ambiente, agronegócio, medicina, energia, etc., tendo em consideração que “Nano” significa algo que é mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo.

Confirmadas pelo Coordenador do GNano, as áreas mais pesquisadas no Brasil, em termos de Nanotecnologia, são a saúde, a alimentação e a energia, que passaram a ter, desde meados do século XX, um impacto grande na sociedade com o surgimento de diversos problemas em escala mundial e que vêm sendo resolvidas paulatinamente, sempre tendo em atenção a necessidade de investimentos públicos e privados. “A utilização da Nanotecnologia para resolver os mais delicados e atuais problemas da sociedade tem tido resultados fantásticos, veja-se os cerca de dez mil produtos já registrados com base nessa nova tecnologia”, destacou Zucolotto em sua entrevista. Contudo, o exemplo mais importante salientado pelo Prof. Zucolotto consubstancia-se no trabalho que seu grupo de pesquisa desenvolve há vários anos na área da Nanomedicina, que se situa em uma interface entre a Nanotecnologia e a Biotecnologia, focada em resolver problemas relacionados com a saúde humana.

Nesse trabalho, o GNano dedica-se a dois vetores importantíssimos, que são a Nanotecnologia aplicada ao diagnóstico médico e a Nanotecnologia aplicada à terapia, conforme explicou o pesquisador em sua entrevista. “São duas áreas muito importantes, mas eu destacaria a segunda, cujo objetivo é, por exemplo, que uma nanocápsula transporte um determinado fármaco – quimioterápico – a células tumorais, depositando-o diretamente nelas e destruindo-as sem causar qualquer dano às células saudáveis. Essa é uma das aplicações e nessa área da Nanomedicina existem muitos e notáveis grupos de pesquisa trabalhando não só no nosso país, como também no exterior, mas por cá estamos praticamente em pé de igualdade com o que se faz lá fora”, pontua o pesquisador, acrescentando que por ser relativamente nova (ao menos na escala das ciências), a área da Nanotecnologia apresenta ainda um enorme espaço para que o Brasil se consolide como protagonista.

Na palestra que o Prof. Valtencir Zucolotto apresentará no dia 28 de março e cujo convite inicial partiu da FAPESP, os destaques estarão voltados exatamente para as áreas de diagnóstico e terapia, bem como para o fato da Nanotecnologia estar fazendo uma autêntica revolução em todos os setores, especialmente na medicina. Quanto ao trabalho dos cientistas, nesta área, o pesquisador enfatiza as palavras do Prof. Elson Longo “A Nanotecnologia é interdisciplinar, é um trabalho que se faz conjuntamente com vários cientistas, quer no campo macro, quer no micro”.

Para assistir a esta entrevista subordinada ao tema “Ciclo de Palestras – Nanotecnologia: A Tecnologia dos Átomos” , clique AQUI.

Para se inscrever e assistir a este evento, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

Prof. David Pritchard – Cientista do MIT recebe título de Professor Honorário do IFSC/USP

A Congregação do IFSC/USP, em sessão realizada recentemente, aprovou a proposta do Prof. Vanderlei Bagnato para outorgar o Diploma e Medalha de Professor Honorário do Instituto de Física de São Carlos ao Prof. Dr. David Edward Pritchard, docente e cientista do MIT, outorga essa que foi oficialmente concretizada numa cerimônia que ocorreu na manhã do dia 25 de março e que foi devidamente transmitida ao vivo pelo Canal Youtube do Instituto.

A cerimônia foi presidida pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, que esteve acompanhado pela Vice-Diretora do Instituto, Profª Ana Paula Ullian Araujo, e pelo proponente, representando a Congregação do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, o qual teve a missão de traçar o perfil do homenageado, até porque trabalhou alguns anos diretamente com o homenageado, sabendo bem o quanto ele se empenhou – e ainda empenha – em prol da ciência “O que foi devidamente reconhecido pela Conmgregação do IFSC/USP, que decidiu outorgar o título”, enfatizou o Prof. Vanderlei Bagnato em sua exposição inicial.

David Edward Pritchard nasceu em 15 de outubro de 1941, em Nova York, cursou o Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) e ingressou em Harvard, onde obteve seu doutorado sob orientação dos Profs. Daniel Kleppner e Norman Ramsey (Que viria a ganhar o Prêmio Nobel de Física em 1989). O Prof. Daniel Pritchard é professor de física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), tendo realizado experimentos pioneiros sobre a interação dos átomos com a luz, pesquisas que levaram à criação do campo da óptica atômica.

Segundo o Prof. Bagnato, o pioneirismo e a visão científica do trabalho do homenageado permitiram que largas dezenas de seus alunos e pós-doutorandos pudessem liderar pesquisas notáveis em diversas áreas da Física. “Independente de ter sido o principal responsável por diversas ideias que deram origem à conquista de três Prêmios Nobel – Wolfgang Ketterle, Eric Cornell e Carl Wiema (2001) – o Prof. Pritchard nunca quis incluir seu nome, preferindo que os louros fossem para seus alunos”, sublinhou Vanderlei Bagnato. Por outro lado, o Prof. David Pritchard desenvolveu área de conhecimento que contribuíram largamente para as pesquisas desenvolvidas por outros vencedores do Prêmio Nobel, como David Wineland e Serge Laroche (2012). “O Prof. Pritchard não foi Prêmio Nobel, mas criou diversos Prêmios Nobel”.

O homenageado pelo IFSC/USP teve e tem uma intensa colaboração com pesquisadores de nosso Instituto e de diversas universidades brasileiras.

Clique na imagem para assistir ao vídeo da cerimônia.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

Colóquio e Aula Magna – “Academic Dishonesty Then and Now – and Confronting its Future”

O IFSC/USP retomou no dia 25 de março, às 10h30, o programa de “Colóquios do IFSC” após mais de dois anos de interrupção devido à pandemia de Covid-19.

Nesta retomada, já com a participação presencial dos novos alunos do Instituto e com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube, o colóquio, que ocorreu no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, se transformou, como anunciado anteriormente, em uma Aula Magna ministrada remotamente pelo Prof. Dr. David E. Pritchard, destacado docente e cientista do MIT – USA e que tem uma forte relação com o IFSC/USP, que dissertou sobre os casos de fraudes e/ou desonestidades acadêmicas praticadas por alunos e que na maior parte das vezes são detectadas, mas que tiveram uma maior incidência durante o período de pandemia.

Dessa forma, o palestrante descreveu como foram detectadas fraudes, como plágios grosseiros, cópias de artigos e transcrições, entre outras situações, no ambiente acadêmico, com ênfase  nos trabalhos remotos, incluindo nos MOOC’s (Massive Online Open Courses).

Baseado em literatura específica e estudos sobre esses, o Prof. David E. Pritchard apresentou dados consistentes sobre essas situações, tendo igualmente apresentado formas de melhor detectar e combater essas “desonestidades acadêmicas” em plena sala de aula.

Para visualizar esse Colóquio/Aula Magna, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

AUCANI: International Summer University for Intercultural Leadership – Bahçeşehir University (Turquia)

Estão abertas até às 12h00 do dia 11 de abril as inscrições relativas ao Edital 1506 / 2022 da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI), para a pré-seleção de 2 (dois) estudantes de graduação da USP interessados(as) em concorrer às vagas oferecidas a estudantes com excelente desempenho acadêmico para participação no “Aladdin Project – International Summer University for Intercultural Leadership, na Bahçeşehir University – Turquia”, no período compreendido entre 17 e 31 de julho de 2022.

Este Edital e todas as republicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus, opção ”Editais > Alunos de Graduação” (VER AQUI), (não é necessário login no sistema, nem filtro na busca pelo edital), sob o código 1506, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para esclarecimentos de eventuais dúvidas acerca de benefícios, requisitos gerais e específicos para a realização da mobilidade internacional, o candidato deve consultar a Comissão de Relações Internacionais (CRInt) da sua Unidade USP de origem (AQUI).

Para consultar este Edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2022

Artigo de opinião – Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior: O valor do conhecimento e o domínio da China

Laboratório na China

Por: *Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

Embora o domínio do conhecimento sempre tenha sido preponderante para o poder de uma nação, essa importância tem sido amplificada no século 21, conforme nossa vida se torna cada vez mais dependente de conhecimento e tecnologia. De fato, houve uma mudança drástica na taxa de desenvolvimento tecnológico ao longo do século 20, a partir de descobertas sobre como a matéria é constituída. Com as teorias quânticas e da relatividade nas primeiras décadas do século 20, a humanidade aprendeu a manipular a matéria e criar novos materiais.

A biologia foi revolucionada e informações detalhadas sobre seres vivos levaram a novas terapias e abordagens para prevenção de doenças; foi possível desenvolver instrumentos sofisticados, como o computador. Para a humanidade, o resultado principal foi um ganho de tempo de vida e condições de conforto – para alimentação e moradia, por exemplo – impensáveis até o século 19. É incrível constatar que um cidadão comum hoje tem acesso a bens de consumo e conforto muito superiores aos de reis e rainhas de séculos passados.

Outra consequência importante é que a geração de conhecimento também cresceu enormemente. Se considerarmos as universidades e centros de pesquisa como arquétipos de instituições que produzem conhecimento, houve um aumento vertiginoso no número e tamanho dessas instituições. A pesquisa científica passou a ser ocupação de milhões de pessoas, gerando conhecimento e tecnologia em esforços que muitas vezes requerem milhares de cientistas, supercomputadores e “laboratórios” do tamanho de estádios de futebol. Empresas também se engajaram em pesquisa para desenvolver produtos e serviços, sem os quais não conseguem competir em um mercado cada vez mais exigente e sofisticado. Criou-se uma verdadeira “indústria” de geração de conhecimento. Um indicador relevante dessa transição está no crescimento no número de publicações científicas disponíveis e de patentes registradas.

Esses breves comentários sobre a evolução da pesquisa científica se aplicam ao mundo de modo geral, mas é na China que se identifica o exemplo recente mais marcante da importância do conhecimento. Até o início da década de 1990, a produção científica da China era, em termos numéricos, semelhante à do Brasil, e o país dispunha de pouca tecnologia produzida localmente. Pode parecer inacreditável, mas boa parte dos automóveis que então circulavam na China era importada do Brasil. Essa situação começou a se alterar com a decisão do governo chinês, à época, de investir em ciência parte dos recursos que auferiam da exportação de produtos manufaturados.

Muitas foram as iniciativas, em diferentes níveis de governo, para prover uma infraestrutura de pesquisa às universidades e formar acadêmicos. A formação de um grande número de cientistas em apenas algumas décadas foi possível porque a China já contava com uma educação pré-universitária de qualidade, mesmo antes dessa decisão mencionada.

Além dos incentivos para contar com uma base considerável de cientistas, o governo chinês adotou uma estratégia agressiva para premiar a qualidade e desempenho. Do ponto de vista dos cientistas, essa estratégia se refletiu em um aumento de rendimentos sem precedentes. Nos anos de 1990 os salários de professores universitários na China eram muito menores do que no Brasil. Hoje, cientistas bem-sucedidos lá têm salários (e benefícios) muito maiores. Os resultados das iniciativas chinesas estão amplamente demonstrados. A China é atualmente o país com maior número de publicações científicas, ultrapassando os Estados Unidos.

Na vanguarda

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

Em algumas áreas estratégicas, como nanotecnologia, a China já produz mais do que o dobro de publicações do que os Estados Unidos. Na aplicação de materiais, publicações oriundas da China correspondem à metade de toda produção em alguns periódicos, três vezes maior do que a dos Estados Unidos. A capacidade de gerar conhecimento consolidado em publicações científicas foi complementada com a geração de inovações tecnológicas. Estabeleceu-se um sistema de tecnologia e inovação, com incentivo ao empreendimento individual, capaz de transformar resultados de pesquisa científica básica em produtos e serviços. Um círculo virtuoso surgiu com o enriquecimento da China, que permitia investimentos crescentes no sistema universitário e na pesquisa. O domínio da China hoje ocorre em poucas tecnologias de ponta; entretanto, no nível de pesquisa já se nota sua preponderância em grande número de áreas.

A transformação da geração de conhecimento – sinalizada por publicações científicas – em tecnologia e riqueza foi constatada em várias nações nas últimas décadas. Praticamente todos(as) os (as) líderes das nações desenvolvidas (ou mesmo outras) afirmam que conhecimento, ciência e tecnologia, são essenciais para o desenvolvimento e bem-estar. Entretanto, são poucos os países que transformam essa opinião consensual em políticas públicas efetivas. Alguns o fazem e garantem grande qualidade de vida para sua população, como os países escandinavos e Israel. Mas esses são países pequenos (em tamanho e população) e não têm como assumir um papel dominante no cenário mundial.

O Japão fez um esforço semelhante ao da China após a Segunda Guerra Mundial e logrou ter a proeminência atual. Propiciou qualidade de vida à sua população e dominou algumas áreas tecnológicas, como a automobilística e eletrônica. Sua produção de conhecimento hoje deve mantê-lo entre os países desenvolvidos, mas não é suficiente para estabelecer um domínio tecnológico. Considerações parecidas podem ser feitas sobre a Coreia do Sul. A União Europeia tem tamanho e produção científica volumosa e de qualidade. Mas sua baixa taxa de crescimento em produção científica – e seu investimento relativamente baixo em ciência – não permitirá competir com a China. O mesmo se pode dizer dos Estados Unidos.

Em suma, dos países grandes e populosos, apenas a China focaliza suas políticas públicas na produção de conhecimento. A julgar por sua crescente importância nessa produção de conhecimento, é de se esperar que em poucos anos tenha um domínio – tecnológico e econômico – que pode ser avassalador.

Um dos módulos da estação espacial chinesa – Crédito CGTN

Sei que parece ousado fazer tal afirmação. Ademais, a premissa de que a produção científica é o principal indicador para desenvolvimento tecnológico é certamente simplista. Mas é a previsão mais confiável se acreditarmos na conexão da produção científica com geração de conhecimento, e o valor desse conhecimento.

Previsões

Sobre previsões acerca da China, vale lembrar o que se passou nas últimas décadas. No início dos anos 2000, após minha primeira visita à China, eu ainda não tinha certeza se os investimentos que estavam sendo feitos teriam o retorno que pretendiam. Eu não sabia se o desenvolvimento que se via na ciência chinesa seria sustentável no longo prazo, e se lograriam atingir a qualidade na produção acadêmica das potências mundiais. Ao mencionar essas minhas dúvidas a um amigo, professor Ricardo Aroca, cientista chileno radicado no Canadá e que tinha colaborações científicas com a China, ele me respondeu assertivamente. Que a revolução já tinha acontecido.

Que nós ainda não víamos os resultados, pois não apareceriam imediatamente. Mas que com todo o investimento e o número de cientistas já formados ou em formação, uma produção científica numerosa e de qualidade seria gerada. A metáfora que me ocorreu tempos depois dessa conversa foi a de um tsunami.

Podemos não perceber agora na praia que ele está vindo; mas se já tiver se formado, chegará com certeza. Era nessa metáfora que eu pensava quando argumentavam comigo que a indústria de manufatura da China nunca teria a mesma qualidade dos países desenvolvidos. Eu sabia que, com tanta ciência e tecnologia, a China lograria ter produção industrial de alto nível, como sabemos existir hoje.

O próximo passo é o domínio nas tecnologias de ponta, como nas necessárias para viagens espaciais, computação quântica e Inteligência Artificial. Já há indícios de que a China em breve dominará boa parte dessas tecnologias. Não é fácil prever as consequências geopolíticas do domínio da China, mas considero essencial que o Brasil estabeleça estratégias para interagir com esse importante parceiro. Tal interação precisa ir além das parcerias comerciais. Precisamos privilegiar políticas para geração de conhecimento. Apesar da assimetria nos tamanhos das comunidades científicas chinesas e brasileiras, tenho certeza de que há espaço para colaborações sinérgicas. Nossas colaborações são hoje tímidas considerando-se a importância da China no cenário mundial da ciência.

*Diretor do IFSC/USP

Jornal da USP e Assessoria de Comunicação – IFSC/USP