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30 de novembro de 2022

Homenagem ao Prof. Máximo Siu Li – Atribuição de seu nome ao Laboratório Avançado de Física

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) institui a um de seus mais insignes Mestres, o Prof. Dr. Máximo Siu Li, essa homenagem e comemoração.

Nada é mais justo do que atribuir seu nome ao “Laboratório Avançado de Física”, onde durante muitos anos o Prof. Máximo Siu Li contribuiu com a formação de alunos(as) e para o prestígio de nosso Instituto.

Encontra-se à disposição de todos(as) um livro em que ficarão registradas as mensagens que seus colegas e amigos queiram transmitir, neste momento de celebração.

Receberemos as mensagens até o dia 29-11-2022, email: eventos@ifsc.usp.br

Clique na imagem abaixo para acessar a página do evento.

 

30 de novembro de 2022

Homenagem ao Prof. Máximo Siu Li – Atribuição de seu nome ao Laboratório Avançado de Física (SAVE THE DATE)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) institui a um de seus mais insignes Mestres, o Prof. Dr. Máximo Siu Li, essa homenagem e comemoração.

Nada é mais justo do que atribuir seu nome ao “Laboratório Avançado de Física”, onde durante muitos anos o Prof. Máximo Siu Li contribuiu com a formação de alunos(as) e para o prestígio de nosso Instituto.

Encontra-se à disposição de todos(as) um livro em que ficarão registradas as mensagens que seus colegas e amigos queiram transmitir, neste momento de celebração.

Receberemos as mensagens até o dia 23-11-2022, email: eventos@ifsc.usp.br

25 de novembro de 2022

Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano

O Prof. Daniel Martins-de-Souza (IB-UNICAMP) foi o palestrante convidado em mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP no dia 25 de novembro, subordinado ao tema “Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano”

A proteômica evoluiu nas últimas duas décadas de uma ferramenta metodológica para uma ciência capaz de fornecer a compreensão biológica de sistemas complexos.

Tal evolução, possível devido a desenvolvimentos significativos em equipamentos e metodologias de laboratórios “molhados” e “secos”, permitiu retratar vias bioquímicas e processos biológicos associados à saúde e à doença.

Sendo o cérebro o mais enigmático dos órgãos humanos, a proteômica passou a desempenhar um papel fundamental na sua compreensão. Esta história, que começou há mais de 20 anos, ainda está sendo escrita, tendo fornecido, por exemplo, respostas sobre como o SARS-CoV-2 pode afetá-lo.

Em sua palestra, o Prof. Daniel Martins-de-Souza abordou alguns capítulos dessa história, ao investigar transtornos psiquiátricos e, mais recentemente, a COVID-19.

Surpreendentemente (e infelizmente), existem algumas características comuns desencadeadas pelo SARS-CoV-2 no proteoma cerebral que são observáveis também no proteoma cerebral da esquizofrenia, como alterações em proteínas associadas a eventos moleculares (neuro)degenerativos, fatos que foram igualmente abordados pelo palestrante convidado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de novembro de 2022

“Laboratório Avançado de Física” na USP de São Carlos – Prof. Máximo Siu Li: uma homenagem merecida

O “Laboratório Avançado de Física”, localizado no edifício denominado “Laboratórios de Ensino de Física” (LEF), é a principal estrutura do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) por onde passam os alunos que estão finalizando seus cursos, e dotado das ferramentas essenciais dedicadas aos mais atuais e revolucionários experimentos postos à disposição dos jovens estudantes. Já com quarenta anos de existência, pode-se dizer que esse laboratório não envelheceu – muito pelo contrário -, graças ao empenho e dedicação daquele que sempre viveu (e vive) em prol da ciência e do ensino em nossa cidade e, particularmente, na USP de São Carlos – o Prof. Dr. Máximo Siu Li. Embora esteja aposentado há cerca de dez anos, o Prof. Máximo continua a se preocupar e a colaborar com aquilo que é sua paixão ao longo de praticamente meio século de atividade: ajudar os alunos do IFSC/USP e de outras áreas do conhecimento a superarem suas dificuldades e a encontrarem os caminhos ideais após a graduação.

Por esse laboratório já passaram nomes que hoje são colegas de Academia: Osvaldo Novais de Oliveira Junior, Vanderlei Salvador Bagnato e Sebastião Pratavieira são três desses nomes que atestam o quanto o Prof. Máximo Siu Li foi – e é – importante para o Instituto de Física de São Carlos, através de sua dedicação em dotar e manter o “Laboratório Avançado de Física” como uma pedra basilar do Instituto, considerado o núcleo central para os alunos dos cursos de graduação do IFSC/USP.

“São quatro décadas de um trabalho inacreditável no “Laboratório Avançado de Física” feito pelo Prof. Máximo em duas vertentes. A primeira, diz respeito ao intenso trabalho que ele tem feito na idealização e implementação de todos os experimentos que compõem esse laboratório, que está dividido por salas temáticas, sendo que cada uma delas corresponde a um determinado tipo de experimento. A segunda vertente de seu trabalho é relativa à elaboração de apostilas e roteiros que auxiliam os alunos a encontrar os caminhos para o sucesso dos seus experimentos. Foram quatro décadas de trabalho ininterrupto nessa direção, uma atividade que não parou”, pontua o Prof. Sebastião Pratavieira, docente e pesquisador do IFSC/USP..

Prof. Máximo Siu Li dá seu nome ao “Laboratório Avançado de Física”

Mesmo aposentado, o Prof. Máximo Siu Li continua a dar sua contribuição para o pleno funcionamento do “Laboratório Avançado de Física”, juntamente com outros docentes, pesquisadores e técnicos que seguem o caminho traçado pelo mestre, como, por exemplo, os pesquisadores Luiz Antonio de Oliveira Nunes, Leonardo De Boni, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, Emanuel Henn e Cláudio José Magon, dentre outros, a que se junta um conjunto de técnicos, entre os quais se destacam, por exemplo, Marcos Semenzato, Leandro Oliveira, Danielle Santini, Amauri, Ércio, Antenor Fabbri e Cláudio Boense  Bretas.

O Prof. Máximo Siu Li possui graduação em Ciências (Física) pela Universidad Nacional de Ingenieria – Perú (1968), mestrado em Física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (1973) e doutorado em Física pelo mesmo Instituto (1978). Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada, estudo de defeitos em sólidos, propriedades ópticas, elétricas e fotoestruturais, filmes finos por evaporação PVD, filmes finos por spin coating, absorção óptica e fotoluminescência até baixas temperaturas, e em diversos tipos de materiais, isolantes e semicondutores, cristalinos, amorfos, nanoestruturados.

Devido a essa entrega, a esse amor, competência e paixão pela ciência e pelo ensino que o Prof. Máximo Siu Li tão bem transmitiu a seus alunos, quer no laboratório, quer em suas aulas, o IFSC/USP decidiu dar o nome desse formidável professor e pesquisador ao “Laboratório Avançado de Física”, cuja homenagem ocorrerá no próximo dia 30 de novembro, às 10h00, no LEF – Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Área-1 do Campus USP de São Carlos.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2022

Intercâmbio com a University of Groningen (Holanda) para Pós-Graduação

Estão  abertas entre os dias 24 de novembro e 21 de dezembro deste ano as inscrições ao edital Aucani/USP para intercâmbio de alunos de pós-graduação (Mestrado), para a University of Groningen (Holanda), para seis vagas com concessão de bolsa.

O programa é voltado a estudantes de Pós-Graduação para a realização de parte de suas atividades de pesquisa e aprendizado estritamente ligadas a projeto que resulte em Dissertação a ser apresentada à unidade USP de origem para obtenção de título de Mestre e que, futuramente, pretendam integrar programa de dupla titulação entre a USP e a University of Groningen em nível de doutorado, nos termos vigentes em ambas as instituições.

O intercâmbio ocorrerá no âmbito da “Ação-chave 1 – Mobilidade de Indivíduos (Key Action 1 – Mobility of Individuals)” do Erasmus +, programa da Comissão Europeia, cujo intuito é impulsionar qualificações e empregabilidade por meio da educação, formação, juventude e desporto.

Este Edital e todas as publicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus (https://uspdigital.usp.br/mundus), opção Editais > Alunos de Pós-Graduação, sob o código 1645 e responsabilidade da AUCANI – Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para conferir o edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2022

Pesquisa realizada no IQSC/USP foi contemplada com o “Prêmio Tese Destaque USP 2022”

O trabalho de doutorado de William Marcondes Facchinatto foi contemplado com o Prêmio de Tese Destaque USP 2022 – área de Ciências Exatas e da Terra, que avaliou teses apresentadas no ano de 2021. O resultado foi divulgado no dia 07 de novembro.

A pesquisa focou no uso de material de fonte renovável, atóxico e biodegradável, descartado pela indústria pesqueira, de onde foram extraídos os biopolímeros quitina e quitosana, objeto do estudo. Segundo Facchinatto, o trabalho explorou propostas inovadoras, “reunindo estudos com ênfase em novos métodos de espectroscopias de ressonância magnética (RMN), bem como modificações e funcionalizações de materiais voltados ao interesse das áreas biomédicas e em engenharia de tecidos”.

Cada capítulo da tese deu origem a um artigo publicado em revistas destacadas da área e com significativo fator de impacto.

A tese “Physicochemical studies of chemically modified chitosans through solid-state nuclear magnetic resonance: from properties to applications” (VER AQUI) foi desenvolvida junto ao programa de pós-graduação em Química do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), sob orientação do pesquisador Luiz Alberto Colnago, da Embrapa Instrumentação; parte dos estudos foram realizados junto à Universidade do Porto, em Portugal, sob orientação do pesquisador Bruno Sarmento (doutorado sanduiche).

Os diferentes segmentos de pesquisa que deram origem aos cinco capítulos da tese e, consequentemente, aos cinco artigos originais, foram viabilizados devido ao estabelecimento de diferentes colaborações, em especial com os professores Sergio Paulo Campana Filho (IQSC-USP) e Eduardo Ribeiro de Azevedo (IFSC-USP), os quais proveram o suporte técnico-científico necessário em termos de infraestrutura laboratorial e capacitação metodológica em diferentes etapas químicas e instrumentais. Vale destacar ainda que Facchinatto e Colnago gerenciaram de forma producente o desenvolvimento de cada uma dessas pesquisas contando ainda com o auxílio pontual de diferentes pesquisadores, professores e estudantes.

Atualmente, Facchinatto conclui o seu segundo pós-doutorado como Assistente de Pesquisa na Universidade de Estrasburgo (UNISTRA) mas, na mesma semana que foi notificado sobre o prêmio, também recebeu a notícia de que foi aprovado em concurso público como Pesquisador de nível inicial na Universidade de Aveiro, Portugal. Seu novo cargo está previsto para iniciar em janeiro de 2023.

A entrega da premiação acontece no dia 22 de novembro no anfiteatro Camargo Guarnieri na USP em São Paulo, durante o 3º Encontro das Pós-Graduações da USP, aberto aos interessados.

Para conferir a relação completa dos premiados, clique AQUI.

(Por: Sandra Zambon/Comunicação IQSC/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de novembro de 2022

Observando as fronteiras do Universo – James Webb e os futuros telescópios

Tendo como palestrante o Prof. Thiago Signorini Goncalves, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Astronomia – Observatório do Valongo (UFRJ), esta edição contará com a apresentação de alguns projetos de ponta em instrumentação astronômica e seu papel de destaque na pesquisa nas próximas décadas.

O telescópio espacial James Webb, em particular, vem chamando muita atenção, mas ele é apenas o primeiro de uma série de telescópios que podem revolucionar nosso entendimento do universo na próxima década.

Além dele, um conjunto de telescópios de aproximadamente 30 metros de diâmetro e vários outros observatórios terrestres e espaciais trabalharão em conjunto para observar o nascimento de planetas e as galáxias mais distantes do Universo, sendo que vários destes projetos têm a participação de pesquisadores brasileiros, o que mostra que não é só lá fora que se faz a ciência de ponta.

18 de novembro de 2022

A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência

O habitual colóquio semanal promovido e organizado pelo IFSC/USP teve como palestrante na edição do dia 18 de novembro o Prof. Francisco Rodrigues (ICMC-USP), que abordou o tema “A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência”.

No início de sua apresentação, o palestrante lançou a questão: O que o cérebro, a internet, as redes sociais e as cadeias alimentares têm em comum? Em princípio, nada que se possa imaginar, mas esses são exemplos de sistemas complexos, que são formados por elementos que interagem de forma não trivial.

Sistemas complexos são comuns na natureza e exibem adaptação, comportamento emergente sem um controle central e ausência de escala. O estudo da complexidade vem crescendo em importância desde o início do século XXI, sendo aplicado nas mais diversas áreas, como no estudo de epidemias, doenças degenerativas, economia, planejamento urbano e inteligência artificial. Em 2021, o prêmio Nobel de Física foi atribuído a três pesquisadores que estudam a complexidade, reforçando a importância dessa área de estudo.

Em sua palestra, o Prof. Francisco Rodrigues apresentou uma breve introdução ao estudo de sistemas complexos e discutiu os principais avanços recentes, incluindo a modelagem de propagação de epidemias e rumores, o estudo da sincronização de osciladores acoplados e aplicações nas mais diversas áreas, desde a neurociência até o aprendizado de máquina. Exemplificou, também, como a física, matemática e computação podem ser usadas para entender a complexidade.

18 de novembro de 2022

Professores da USP rebatem informações falsas a respeito das urnas eletrônicas – Ex-alunos do IFSC/USP colaboram no relatório

(Créditos – Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marcos Simplicio e Wilson Ruggiero elucidam três pontos que consideram merecer especial atenção, relacionados à confiabilidade das urnas, a partir de critérios tecnocientíficos do funcionamento do sistema eleitoral brasileiro

Relatórios infundados e falsos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas foram analisados por pesquisadores da USP e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) – entre os quais se integraram dois ex-alunos do IFSC/USP -, a fim de elucidar as principais dúvidas deixadas no processo eleitoral brasileiro. Através do relatório (LARC-PCS-EPUSP), subordinado ao título “Comentários sobre alegações infundadas ou falsas sobre as urnas eletrônicas brasileiras” (confira no final desta matéria), os pesquisadores desmentem três aspectos importantes dessas falsas alegações e esquematizam tudo no citado documento.

Os docentes Wilson Ruggiero e Marcos Simplicio, ambos do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP, comentam os dados da análise feita dos chamados “relatórios preliminares de análise das urnas eletrônicas usada na eleição presidencial do Brasil no primeiro turno – 2 de outubro de 2022”, utilizando dados de amostras coletadas em testes feitos nas urnas eletrônicas e a partir da explicação tecnocientífica do funcionamento das urnas eletrônicas.

Três tópicos analisados 

A primeira alegação, segundo esse relatório preliminar, é a de que as urnas de modelos anteriores a 2020 “não possuem documentação de auditoria recente e que os relatórios extraídos não são passíveis de auditoria”. O professor Wilson Ruggiero, um dos responsáveis pelo relatório e participante do convênio com o Tribunal Superior Eleitoral sobre segurança das urnas, diz que houve a análise dos modelos de 2020 e 2015 com o convênio, ocasionando não só o acesso à documentação e códigos fontes, como a operação de testes nas urnas.

Ele salienta que, desde o último teste público de segurança, o chamado TPS, ocorrido no ano passado, 26 grupos de pesquisadores testaram e reportaram todos os dados das urnas anteriores a de 2020. Este último modelo ficou pronto recentemente e passou por um processo de “teste bastante profundo”. Para Ruggiero, “não há nenhuma justificativa para fazer essa alegação”.

O segundo tópico desmentido refere-se à “existência de diferenças sutis entre os arquivos de log das urnas, havendo conformidade entre ao menos dois softwares nas urnas, em diferentes modelos, não dependentes de determinado modelo”. Em primeiro lugar, log é o registro das atividades feitas na urna, por meio dele é possível localizar eventuais alterações e acessos no software da urna, o que gera dados arquivados e disponíveis para solicitação e verificação no Portal da Transparência do TSE. A crítica não se sustenta à medida que há apenas um único software em operação em todas as urnas, o que muda é a versão física das máquinas (o hardware), que podem ser de 2020 ou 2015.

A partir de testes feitos pelos pesquisadores, o professor Marcos Simplicio, também pesquisador do projeto, relata que foram constatadas pequenas diferenças de logs, em diferentes máquinas, que dizem respeito às interações com o operador: “Aconteceu uma pequena alteração, como o equipamento com bateria baixa, o que não significa que essa situação foi anormal”. Portanto, os logs são diferentes, mas o software é o mesmo.

Já a existência de uma “suposta trava que impede a soma total de votos lançados para os candidatos, que impedia a ultrapassagem de um determinado número de votos”, o terceiro tópico analisado pelos pesquisadores, é refutada no momento em que há uma diferença dos números de votantes nas zonas eleitorais e seções: “Isso é a realidade de cada seção eleitoral, e nessa seção tem um número máximo fixo de eleitores designados a votar. Então, essa suposta trava é ultranatural”, completa Ruggiero.

Confiabilidade das urnas eletrônicas

Com a visibilidade das urnas eletrônicas ocasionada pela eleição de 2022 e a dimensão que os discursos questionáveis vem tomando, é importante ressaltar questões de ordem técnica colocadas pelos pesquisadores, a fim de refutar qualquer tipo de alegação sem embasamento.

Em relatórios que questionam a confiabilidade das urnas, a utilização de um linguajar mais técnico é apontado pelo professor Ruggiero como um dos principais mecanismos utilizados por grupos contestadores do sistema: “A tática é de dar uma conotação aparentemente técnica e confusa, para que o leigo não consiga entender de fato o funcionamento do sistema, fazendo ele acreditar”. Ele é complementado por Simplicio: “Todas as alegações falsas e que carecem de explicações não param. As notícias falsas vão muito mais rápido que as explicações, mas estamos tentando manter um ritmo de verificação trazendo esclarecimento à população”.

Confira AQUI o conteúdo do Relatório, onde participaram os ex-alunos do IFSC/USP – Prof. Paulo Matias e Dr. Tiago Batalhão.

(Com informações do Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

21 e 22/11 – IFSC/USP organiza “I Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (SiNMA)”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organiza nos dias 21 e 22 de novembro, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, por intermédio dos membros do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano – IFSC/USP), o “I Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (SiNMA)”, que reunirá um conjunto de pesquisadores que irão apresentar, através de palestras, os principais avanços registrados nas áreas em destaque, bem como os estudos que estão sendo realizados para os cenários futuros. Além das palestras, o público também poderá conferir a exposição de trabalhos em formato de pôsteres que irá ocorrer em paralelo, demonstrando o grande potencial inovador das pesquisas que estão sendo feitas.

A este respeito, sublinhe-se que a área de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio passou por grandes avanços nos últimos anos, sendo que as pesquisas pela busca por novas tecnologias irão, certamente, modificar profundamente as áreas da Saúde e da Agricultura no país: na Medicina, a otimização da prevenção, diagnóstico e tratamento de diversos tipos de doenças, como o câncer e infecções, são os grandes focos, enquanto que na área do Agronegócio a nanotecnologia pode, entre outros objetivos, apresentar soluções interessantes para viabilizar a aplicação segura de agroquímicos.

As inscrições para este simpósio estarão abertas até o dia 18 de Novembro, através dos seguintes endereços eletrônicos:

Site do evento – http://www.even3.com.br/sinmausp

Instagram: @sinma.usp

Twitter: @sinmausp

Facebook: https://www.facebook.com/sinmausp/

Para assistir a este evento, de forma remota, acesse o Canal Youtube em – https://www.youtube.com/channel/UCeK86HsRdPuxDQTENAffFMQ

Confira abaixo a programação:

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

IFSC/USP faz chamada de voluntários para projeto que limita a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos

O IFSC/USP está abrindo a participação de voluntários para o projeto “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)”, sob responsabilidade da Profa. Dra. Ilana Camargo do LEMiMo (IFSC-USP).

Esta chamada tem como objetivo estudar a ocorrência de bactérias resistentes aos antibióticos na comunidade, pelo que os pesquisadores se propõem avaliar a poeira existente nas casas e a microbiota de residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar do ambiente doméstico em diferentes grupos, a saber:

– casas sem cão;

– casas com cão que não tomou antibiótico nos últimos 3 meses;

– casas com cão que tomou antibiótico nos últimos 3 meses.

Para isso, o IFSC/USP busca voluntários que se enquadrem em um desses grupos para participarem do projeto.

Os interessados em participar podem enviar email para lemimo@ifsc.usp.br para que o grupo de pesquisa entre em contato.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

Breve texto dedicado aos(às) alunos(as) do primeiro ano da graduação

(Créditos – Quora)

Alguns anos atrás um aluno no primeiro ano da graduação me perguntou se eu poderia explicar em poucas palavras o que é a Teoria da Relatividade. Eu respondi que a teoria era bastante complexa e eu não saberia como resumi-la em poucas palavras. Essa resposta era uma boa medida da minha ignorância. Se o aluno tivesse perguntado o que é um giroscópio não teria sido necessário falar em conservação de momento angular, torque, precessão, etc. Bastava mencionar que se trata de um elemento giratório que em uma montagem adequada mantém fixa a direção do seu eixo com relação às estrelas e que a explicação dessa propriedade ele aprenderia no decorrer do semestre. Nosso eventual aluno queria saber quais são os problemas, não (por enquanto) seus detalhes e como se resolvem. Nesse espírito hoje creio que posso responder à primeira pergunta com o texto que segue. É claro que um especialista encontrará omissões, exageradas simplificações e até algum conceito ambíguo. Mas acho que a essência da questão está correta levando em conta que a Relatividade pretende explicar o Universo, cujo mas óbvio atributo é a complexidade. Aqui vai.

A Teoria da Relatividade é a mais elegante e compacta criação da Física moderna. Com base em apenas três postulados, resulta uma estrutura matemática que não só explica vários fenômenos que escapam às possibilidades da física previamente conhecida, mas faz ainda novas e extraordinárias previsões que têm sido corroboradas experimentalmente com grande precisão. A teoria sugere também uma nova e singular concepção do Universo.

Quais são esses postulados?

Primeiro, a constância da velocidade da luz. Ela é sempre a mesma, independente do movimento da fonte e do observador. Isso tinha sido sugerido pela teoria do eletromagnetismo (James Clerk Maxwell, 1865) e observado experimentalmente (Michelson e Morley, 1887).

Segundo, corpos em queda livre em um campo gravitacional adquirem a mesma aceleração (como já tinha sido observado por Galileu, século XVII) e se possuem a mesma velocidade inicial descrevem a mesma trajetória. (Principio de equivalência).

Terceiro, as leis da Física são as mesmas em todos os sistemas de coordenadas. Essa é talvez a primeira postulação de simetria nas leis da Física (Einstein, 1905).

A primeira consequência da teoria resulta em que o tempo não é absoluto. Sistemas com velocidades diferentes portando relógios idênticos, registrarão tempos diferentes. O fluir do tempo não se limita à marca do relógio; todos os elementos do sistema (como por exemplo seres vivos) experimentam o mesmo transcorrer do tempo. A massa e a energia são equivalentes no sentido de que uma forma se transforma em outra dependendo geralmente do observador.

Do princípio de equivalência resulta que o espaço não é euclidiano. Ele possui uma estrutura curvilínea determinada pela distribuição de matéria-energia e partículas em queda livre seguem curvas geodésicas (curvas equivalentes às retas no espaço euclidiano) desse espaço. A distribuição da massa-energia também muda o fluxo do tempo em cada ponto. O tempo flui mas lentamente quanto mais intenso o campo gravitacional.

Prof. Eduardo Ernesto Castellano

As revolucionárias alterações dos conceitos de espaço e tempo requerem que a teoria seja descrita por um ente unificado chamado espaço-tempo. A matemática necessária, relativamente complexa, já era conhecida no fim do século XIX, mas precisou da intuição física e o gênio do Einstein para ser implementada.

O tempo não é absoluto e o campo gravitacional não se difunde pelo espaço; o campo gravitacional é o próprio espaço. Estas são as ideias revolucionárias da teoria da relatividade. Uma simplificação importante do mundo: o espaço não é mais algo distinto da matéria, é um dos elementos ‘materiais’ que compõem o Universo. Uma entidade que ondula, flexiona, curva, torce. Nós não estamos contidos em uma infraestrutura rígida invisível (o espaço de Newton): estamos imersos em uma gigantesca e flexível estrutura de matéria. O Sol dobra o espaço em torno de si e a Terra não vira por causa de uma força misteriosa, mas porque está correndo livremente em um espaço que se curva e se deforma. Os planetas giram em torno do Sol, e as coisas caem, porque o espaço-tempo se curva e não por interação de forças a distância. A Teoria também explica as propriedades de objetos exóticos como os buracos negros. Eles são remanentes de estrelas que, exaurido seu combustível nuclear, colapsam a uma altíssima densidade de matéria (infinita?), tão grande que dentro de um raio específico nada, nem mesmo a luz, pode escapar à sua atração gravitacional. Hoje a física e a tecnologia e em particular a astronomia e a astrofísica, não podem prescindir da Teoria da Relatividade.

Curiosamente é possível explorar (idealmente) a estrutura de um espaço curvo com apenas um relógio. Você escolhe um segmento definido por dois pontos próximos (em rigor infinitamente próximos, mas ignore este comentário) e mede o tempo que toma um raio luminoso para percorrê-lo. Multiplica esse tempo pela velocidade da luz e “voilá”, resulta o valor do segmento espacial. O tempo parece tomar uma certa preeminência sobre o espaço. Talvez essa seja a causa do gosto universal pela música porque, como disse Schopenhauer, a música é tempo, puro tempo, por ser a única entre as artes que pode prescindir do espaço.

Prof. Eduardo Ernesto Castellano – IFSC/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de novembro de 2022

“Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP-2022” – Alunos do IFSC/USP conquistam menções honrosas

Os alunos do Programa de Pós-Graduação  em Física do IFSC/USP, Drs. Jennifer Machado Soares e Tales Ferraz de Paula, orientados, respectivamente, pela Dra. Kate Cristina Blanco e pelo Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, conquistaram Menções Honrosas na edição de 2022 do “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” – Categoria “Ciências Exatas e da Terra”.

O objetivo deste prêmio, em sua 4ª edição, visa reconhecer e premiar apresentações em vídeo de trabalhos de alunas(os) inscritas(os) nos Programas de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo em grandes áreas de conhecimento, de forma a aprimorar a habilidade de comunicação, estimular a constante busca pela excelência e divulgar nas mídias sociais e televisivas as teses e dissertações que estão sendo desenvolvidas na USP, concedendo um “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” em dez grandes áreas de conhecimento e um Grande Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP ao autor(a) do vídeo escolhido dentre os dez vídeos premiados nas diferentes áreas de conhecimento.

Menções Honrosas para o IFSC/USP

Juntou a paixão de criar animações com a importante atividade de fazer divulgação científica e foi a partir daí que Jennifer Machado Soares (28), aluna de doutorado em Física Biomolecular do IFSC/USP, decidiu concorrer à 4ª edição do “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” – Categoria “Ciências Exatas e da Terra”, tendo conquistado uma Menção Honrosa. Com um vídeo curto, totalmente animado, com cerca de 1m30s, Jennifer destacou a importância da terapia fotodinâmica no tratamento de infecções bacterianas, revelando aquilo que considera ser “a sua paixão pela luz e pela divulgação científica”. “Durante a minha graduação desenvolvi atividades, aqui no Campus da USP de São Carlos como estagiária no Observatório “Dietrich Schiel” e foi aí, através do contato feito com a comunidade externa à Universidade, que senti o quanto é importante podermos divulgar a ciência junto da sociedade, levar até o público as pesquisas que são desenvolvidas aqui. E, esse foi o principal objetivo de eu ter concorrido com um pequeno vídeo intitulado “Combinação de antibiótico com inativação fotodinâmica para o tratamento de infecções bacterianas”. Ao confessar que não esperava ganhar nada no “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP”, Jennifer Soares afirma que a Academia será mesmo o seu futuro, o seu destino.

“Confesso que foi um trabalho intenso, o qual muito tenho a agradecer a minha namorada, que me auxiliou bastante em todo o processo”, salienta o aluno de mestrado do IFSC/USP, Tales Ferraz de Paula (24), que igualmente conquistou uma Menção Honrosa no citado Prêmio com o vídeo subordinado ao tema “Busca por partículas exóticas (Q-BALLS) em astropartículas ultraenergéticas”. “Resumidamente, este meu vídeo, em formato de animação, conta a história da pesquisa que eu faço: partículas energéticas, ambientes astrofísicos que beiram as falhas das nossas teorias. No fundo, é tentar informar o público e mostrar quão belas e úteis são essas pesquisas e estudos que nós fazemos na USP. É um video com imagens chamativas, coloridas, de fácil compreensão”, explica Tales. Oriundo de Porto Alegre (RS), o aluno de mestrado do IFSC/USP pretende explorar oportunidades de colocação no mercado de trabalho após o seu mestrado, principalmente na área de Ciências de Dados. Contudo, para o jovem pesquisador o doutorado continua no seu horizonte, agendado para um futuro a médio prazo.

Para conferir os vídeos premiados, clique nas imagens abaixo:

Vídeo de Jennifer Machado Soares – “Combinação de antibiótico com inativação fotodinâmica para o tratamento de infecções bacterianas”

 

Vídeo de Tales Ferraz de Paula (24) – “Busca por partículas exóticas (Q-BALLS) em astropartículas ultraenergéticas”

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de novembro de 2022

Defesa Planetária e as ameaças que vêm do Espaço (Parte 2)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Caro leitor,

Na parte 1** deste artigo, discutimos a natureza e a composição química dos asteróides e dos cometas. Analisamos missões espaciais (só as bem-sucedidas) que enviaram naves para estudar esses corpos celestes de perto, coletar amostras e até trazê-las de volta à Terra!

Mas, essas missões têm um custo muito alto e demoram anos para se completar. Para salvaguardar a Terra, temos que lançar mão dos telescópios (terrestres e espaciais), que localizam e rastreiam os chamados NEOs (Near-Earth Objects, Objetos Próximos à Terra). Discutimos, brevemente, os vários tipos de telescópios que cumprem esse papel.

Muito já feito. Hoje são conhecidos mais de trinta mil NEOs, sejam eles asteróides ou cometas. Ressalto aqui, a grande colaboração internacional de observatórios que não apenas dividem entre si informações sobre esses objetos, como as armazenam no arquivo público MPC (Minor Planet Center). Na secção: Veja Onde Eles Estão, indicamos uma página na internet que mostra, em tempo real, a posição e as órbitas desses objetos espaciais.

Em seguida, discutimos a Missão DART propriamente dita. Sua preparação, sua execução e seu estrondoso sucesso. Finalizamos com uma breve análise das perspectivas e do futuro de missões que busquem salvaguardar nosso lindo planeta azul.

A probabilidade de uma eventual colisão do nosso planeta com um asteróide ou cometa é pequena, mas, existe. Um alerta foi dado em filmes como Armagedom, Impacto Profundo e Não Olhe Para Cima. Por outro lado e de maneira não ficcional, temos o enorme sucesso da missão DART, que desviou a órbita do asteróide Dimorphos.

Ao contrário dos dinossauros, nós não estamos indefesos.

Boa leitura!

** Correção – Na saudação da parte 1, dissemos que o tempo necessário para as imagens transmitidas pela nave DART chegarem até a Terra era de 8 segundos… o correto é 37 segundos, já que a distância entre eles era, no momento do impacto, de 11 milhões de quilômetros.

Parte 2

Asteróides e a Evolução das Espécies

Objetos Espaciais Potencialmente Perigosos

Olhe Para Cima!

Veja Onde Eles Estão!

A Missão DART

Perspectivas

Asteróides e a Evolução das Espécies

Figura 1 – Ilustração artística do devastador impacto do asteróide que extinguiu os dinossauros e cerca de 75% das espécies existentes, há 66 milhões de anos atrás. A cratera que deixou, é a segunda maior conhecida em nosso planeta. A primeira é a cratera de Vredefort, com prováveis 300 km (hoje, erodida) na África do Sul, formada há 2 bilhões de anos atrás (Crédito: Donald E. Davis)

Local: Península de Yucatán, México, Data: 66 milhões de anos atrás. Um enorme asteróide (Figura 1), com tamanho estimado entre 10 e 15 quilômetros, colidiu com nosso planeta e abriu a cratera de Chicxulub, com diâmetro aproximado de 180 km e profundidade de 20 km.

Novos estudos em modelos executados em supercomputadores, calculam que o asteróide viajava a 42.000 km/h e liberou energia equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima.

O seu efeito foi catastrófico. Provocou tsunamis (com cerca 5 km de altura, suficiente para cobrir e destruir qualquer cidade atual, já que a mais alta é El Alto, na Bolívia, com 4,15 km) levantou enorme quantidade de rochas fundidas (que provocaram incêndios), gases e de poeira (que bloqueou a luz solar) levando a um período longo e prolongado de escuridão.  A matéria lançada na atmosfera era rica em enxofre que voltou à Terra na forma de chuva de ácido sulfúrico, contaminando os mares. É importante notar que há 66 milhões de anos atrás, as Américas, a Europa e a África eram continentes bem mais próximos (Figura 2), o que contribuiu, sobremaneira, para espalhar a destruição. Para piorar o cenário, do outro lado do mundo, na atual Índia, uma violenta atividade vulcânica contribuiu para aumentar, ainda mais, a escuridão. Foi uma extinção em massa – 75% das espécies existentes desapareceram.

A principal prova da colisão desse gigantesco asteróide com o nosso planeta é o rastro de irídio deixado para trás. O irídio é um metal raro na Terra, mas abundante nos meteoritos. A análise do solo da Península de Yucatán mostrou a presença de apenas uma única camada rica em irídio. A datação geológica dessa camada permitiu localizar, precisamente no tempo, a data do cataclisma – 66 milhões de anos (com um erro pequeno, de alguns milhares de anos).

Esse bólido que se chocou contra o nosso planeta era um asteróide ou um cometa? A imensa maioria dos especialistas aposta no asteróide, baseados nas evidências geoquímicas da abundância relativa de carbono e de certos minerais.

Figura 2 – Os mapas aqui mostrados foram feitos usando a projeção de Mercator (que é cilíndrica), o que distorce as áreas mais ao norte e ao sul. Os mapa-múndi escolares usam a projeção Robinson. a) Os continentes e as placas continentais atuais (linhas azuis). As linhas vermelhas mostram as regiões onde essas placas convergem e as setas indicam qual placa desliza sobre a outra. b) Como eram os continentes e as placas continentais há 66 milhões de anos atrás (Crédito: ref. 2)

A grande extinção de 66 milhões de anos atrás atingiu principalmente animais (terrestres e marítimos) e plantas de grande porte. Os grandes dinossauros, que já existiam há 140 milhões de anos, desapareceram. Seu grande apelo popular, sua constante presença na mídia, faz com que o estudo paleontológico desses grandes animais não padeça da falta de financiamento, seja ele público ou privado.

Rigorosamente falando, não é correto afirmar que a queda do asteróide extinguiu todos os dinossauros da Terra, já que as aves modernas descendem e são sobreviventes de uma linhagem de dinossauros terópodes (que, ironicamente, também inclui o T-Rex).

Com a extinção desses grandes carnívoros e herbívoros, as portas da evolução se abriram para o desenvolvimento dos mamíferos e das aves. O asteróide, que trouxe consigo a morte ao extinguir 75% das espécies, agiu como ´seleção natural´, permitindo a sobrevivência (e a evolução) de apenas algumas espécies de porte menor.

Mesmo asteróides com tamanhos pequenos podem causar grandes danos locais. Foi isso o que aconteceu na manhã do dia 15 de fevereiro de 2013, na cidade russa de Chelyabinsk. Sem haver sido previamente detectado (devido à baixa refletividade), um asteróide de 20 metros de diâmetro entrou na atmosfera e explodiu a cerca de 22 km de altura.  A explosão liberou energia equivalente a 440.000 toneladas de TNT (que correspondem a 22 bombas de Hiroshima) e deixou 1.600 pessoas machucadas pelos cacos de vidros das janelas estilhaçadas (Figura 3).

Coincidentemente, no mesmo dia, uma reunião da ONU determinou a criação da IAWN (International Asteroid Warning Network), uma rede de colaboração internacional para detecção e rastreamento de asteróides que ameacem nosso planeta.

Objetos Espaciais Potencialmente Perigosos

Corpos celestes perigosos, o que isso significa? Os astrônomos conseguiram dar uma resposta objetiva a essa pergunta, através de dois conceitos (ou definições): NEO (Near-Earth Object) e PHO (Potentially Hazardous Object).

Um corpo celeste (asteróide ou cometa) é um  NEO se existirem dois pontos, um na sua própria órbita e o outro na órbita da Terra, cuja distância entre eles seja menor do que 48 milhões de quilômetros. Portanto, um objeto espacial, seja ele um asteróide ou um cometa, será classificado como NEO, somente após a determinação de sua órbita.

O Congresso norte-americano aprovou uma diretiva (para seus Observatórios) que tem como objetivo detectar e caracterizar 90% dos NEOs com mais de 140 metros.

Hoje, são conhecidos 30.039 asteróides NEOs. Somente o telescópio terrestre Catalina Sky Survey, no Arizona (EUA), descobre um novo asteróide por semana! Já o número conhecido de cometas NEOs é bem menor, 117.

Figura 3 – Foto tirada 1 minuto depois da explosão do meteoro de Chelyabinsk, a uma distância de 200 km do local da detonação. Ondas de choque se estenderam por uma área de 500 km2 (Crédito: Alex Alishevskikh)

Somente são conhecidos 25 asteróides cujas trajetórias estão completamente contidas no interior da órbita da Terra. Eles são muito difíceis de serem detectados, devido ao brilho do Sol. Para se ter uma idéia, foi somente agora, em 2022, que o asteróide denominado 2022AP7 foi descoberto… seu tamanho – 1,5 km!

Um asteróide ou um cometa (com tamanho maior do que 30 metros) é um PHO se existirem dois pontos, um na sua própria órbita e o outro na órbita da Terra, cuja distância entre eles seja menor do que 8 milhões de quilômetros. Claro, os PHOs formam um subconjunto dos NEOs, o mais perigoso. O número atual de PHOs é de 1.436.

Com os possíveis empurrões gravitacionais dos planetas, asteróides e cometas NEOs podem deixar de sê-lo (e vice-versa). Aqui na Terra, o sinal vermelho acende se o PHO tiver mais de 1% de probabilidade de impactar a Terra nos próximos 50 anos.

Nos EUA, a responsabilidade de detectar, alertar, mitigar (diminuir danos) e coordenar ações contra os PHOs está nas mãos do Planetary Defense Coordination Office.

Na Europa, tal tarefa é executada pela Space Situational Awareness, que conta com o financiamento de 19 países. Essas duas organizações, por sua vez, são coordenadas pela ONU através da IAWN.

Olhe Para Cima!

Figura 4 – Num dia de inverno, um dos três telescópios óticos operados pelo Observatório Steward da Universidade do Arizona. Eles estão situados nas montanhas Santa Catalina, ao norte da cidade de Tucson (Crédito: Catalina Sky Survey)

Basicamente, três tipos de telescópios são usados no descobrimento e rastreamento dos NEOs: o ótico, o infravermelho e o radar. Os telescópios óticos trabalham nos comprimentos da luz visível e consequentemente, só podem entrar em ação durante a noite. Os telescópios no infravermelho podem detectar os chamados asteróides escuros (que não refletem a luz visível) e os radares que calculam, com muita precisão, a velocidade e a distância dos NEOs.

Entre os mais importantes telescópios óticos caçadores de NEOs podemos citar o Catalina Sky Survey (Figura 4) e o Very Large Telescope (que também opera no infravermelho, Figura 5).

Os asteróides não escuros e cometas refletem a luz visível e emitem luz no infravermelho (como nós, seres humanos). Dessa forma, os telescópios que operam no infravermelho, podem ´ver´ esses objetos espaciais mesmo quando estes se interpõem entre a Terra e o Sol.

Muitos telescópios infravermelhos estão localizados no cume  deslumbrante do Mauna Kea, no Havaí (Figura 6). Altitude acima de 4.000 metros, céu limpo, ar seco, sem poluição, Mauna Kea é o melhor local para observações astronômicas no hemisfério norte (no hemisfério sul, é o deserto de Atacama, no Chile).

É importante notar que telescópios baseados em terra, precisam compensar a turbulência atmosférica. Na mesosfera, entre 90 e 100 km de altura, existem átomos de sódio que, ao serem excitados por raios laser (com comprimento de 589 nanômetros), emitem luz. Essa pequena estrela artificial, permite então utilizar técnicas de ótica adaptativa, que deixam a imagem (do objeto estudado) bem mais nítida. Recomendo muito, que vocês vejam o vídeo feito em Mauna Kea.

Figura 5 – O Very Large Telescope está localizado em Cerro Paranal (cuja altitude é de 2.600 metros), no deserto de Atacama (Chile). É composto por 4 telescópios que operam tanto no visível quanto no infravermelho. É capaz de distinguir os dois faróis de um carro localizado na Lua (Crédito: European Southern Observatory, ESO)

Telescópios espaciais como o Spitzer, James Webb e até o Hubble, também são utilizados para localizar e caracterizar NEOs no infravermelho.

Vamos agora, analisar os caçadores de NEOs que utilizam o radar. Diferentemente dos telescópios óticos e infravermelhos que são passivos (só recebem os sinais eletromagnéticos), os radares são elementos ativos que enviam sinais de rádio para o objeto em estudo, recebem o retorno do seu eco e o interpretam. A diminuição da potência do eco permite calcular a distância do objeto e o efeito Doppler permite determinar a sua velocidade radial. Variando a direção do feixe de rádio, é possível calcular a rotação e os detalhes da superfície daquele objeto.

O objeto espacial mais distante analisado por um radar foi o planeta Saturno, seu anel e suas luas (um sinal de radar leva mais de duas horas para ir e voltar). O autor dessa façanha foi o gigantesco Telescópio de Arecibo, em Porto Rico (Figura 7). O seu colapso, há dois anos, foi um duro golpe para a radioastronomia. Operou por 57 anos e foi pioneiro em inúmeras descobertas. Seu legado não será esquecido.

A palavra radar é um acrônimo para RADAR (Radio Detection and Ranging). O radar foi desenvolvido secretamente para usos militares, durante a Segunda Guerra Mundial (Figura 8). Hoje, os radares estão em toda parte: no trânsito, nos navios, nos aviões, nos foguetes e nos satélites.

O primeiro asteróide detectado por um radar foi o 1566 Icarus, em 1968. Hoje, o número de asteróides descobertos através do radar já passa de 1000. Um conjunto de 10 telescópios chamado VLBA (Very Long Baseline Array), com ´pratos´ de 25 m de diâmetro e espalhados pelos EUA, utiliza o radar para detectar e analisar NEOs. Como rádio receptor, ele também investiga os buracos negros.

Figura 6 – O maravilhoso pico de Mauna Kea (Havaí) abrange um conjunto de 13 telescópios. Mauna Kea é um vulcão adormecido e sagrado para o povo nativo. O 14º. telescópio projetado (um gigante com um espelho de 30 metros) tem encontrado resistência para sua construção, por parte da comunidade nativa (Crédito: Frank Ravizza)

Figura 7 – O icônico telescópio de Arecibo, em Porto Rico. Com um ´prato´ de 305 metros de diâmetro, o Arecibo operava ondas de rádio de 3 centímetros a 6 metros. Com o objetivo de contactar extraterrestres, o Arecibo em 1974, enviou uma mensagem (de Carl Sagan, Frank Drake e outros colaboradores) na direção do grande aglomerado globular M13 (que orbita o centro da Via Láctea), informando sobre a humanidade e o nosso planeta. Foi um gesto apenas simbólico pois, como o M13 está a 25.100 anos da Terra, somente uma civilização tecnologicamente super avançada, poderia captar o sinal de rádio que chegará absurdamente fraco. Saberemos daqui há 50.000 anos (Crédito: Arecibo Observatory/NAIC)

Muito embora a nossa tecnologia de radar só permita estudar objetos dentro do sistema solar, os radiotelescópios podem receber sinais de astros que emitem intensos sinais de rádio como estrelas, galáxias e quasares.  Os radiotelescópios recebem sinais de rádio com comprimento entre 1 mm e 10 m. Portanto, foram eles que detectaram a radiação cósmica de fundo (micro-ondas, com comprimento de onda da ordem de 1,9 mm) emitida quando os primeiros átomos de hidrogênio se formaram e o nosso universo tinha cerca de 300 milhões de anos de idade.

Veja Onde Eles Estão!

Para a tela do seu computador, a NASA disponibiliza, em tempo real, a posição espacial de cometas, asteróides e astronaves como OSIRIS-Rex e Lucy. Você pode ver isso acessando este site. É um programa pesado, leva um bom tempo para carregar. Quando aparecer o ´tag´ indicando lentidão, pressione “Aguarde” muitas vezes, até que surja a tela que mostra a posição atual dos NEOs.

O mapa mostra os principais objetos situados entre o Sol e o planeta Jupiter. Posicionando o cursor sobre esses objetos, aparecerá uma linha indicando a sua órbita. Clicando nos símbolos + ou -, você pode fazer um zoom. Arrastando o relógio que está na parte inferior da tela, você poderá saber as posições desses objetos entre os anos 1990 e 2030. No canto superior direito fica a lupa, digite o nome de um asteróide, cometa ou astronave e você terá mais informações. Vale a pena.

A Missão DART

Resumo

A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) foi criada pela NASA para testar a possibilidade de desviar a órbita de um asteróide através do impacto direto de uma nave. A nave DART foi construída com esse objetivo. Foi lançada por um foguete Falcon, da SpaceX, no dia 24 de novembro (GMT) de 2021, da base Vandenberg, na Califórnia. Seu alvo – o asteróide Dimorphos (Figura 9), que forma um sistema duplo com o asteróide Didymos. O impacto ocorreu no dia 26 de setembro de 2022. Foi um sucesso total.

Figura 8 – Placa em homenagem ao sucesso dos primeiros experimentos com radar. Ela está na cidade de Daventry, Inglaterra. Em 26 de fevereiro de 1935, Robert W. Watt e A. Wilkins, demostraram o uso do radar na detecção de aviões. O final da placa diz: “Foi essa invenção, mais do que qualquer outra, que salvou a RAF (Royal Air Force, força aérea britânica) da derrota, em 1940 na batalha da Grã-Bretanha” (Crédito: Kintak)

A Nave DART

O corpo central da Nave DART tinha a forma de um paralelepípedo com dimensões de 1,9 x 1,8 x 2,6 m. No espaço, abriram-se 2 painéis solares com comprimentos de 8,5 m, cada um. A massa total era de 610 kg. Sua propulsão era iônica (60 kg de xenônio) e, para as manobras de posicionamento da nave, utilizou-se 50 kg

Figura 9 – O asteróide Dimorphos, que tem a forma de uma batata, comparado em tamanho e proporção com o Coliseu de Roma (Crédito: ESA)

de hidrazina (N2 H4).

Como carga útil, DART (Figura 10) trazia a câmera DRACO (para Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical navigation) que junto com os algoritmos chamados de SMART Nav (para Small-body Maneuvering Autonomous Real Time Navigation) permitiram que, uma hora antes do impacto, DART pudesse distinguir entre Dimorphos e Didymos e, realizasse uma navegação ótica autônoma até o alvo.

No lançamento, DART estava acompanhado da nave LICIACube (para Light Italian CubeSat for Imaging of Asteroids) construída pela ASI (Agenzia Spaziale Italiana) com objetivo de adquirir imagens de longa distância. LICIACube se separou da DART 15 dias antes do impacto.

O Sistema Duplo de Asteróides

Para testar a sua técnica de impacto, a NASA escolheu o sistema duplo de asteróides Didymos-Dimorphos. Um sistema ideal, primeiro, porque não havia (e não há) risco algum dele vir a colidir com a Terra, segundo, porque tudo poderia ser observado em tempo real e de ´camarote´ (Figura 11) pelo DART, LICIACube e vários telescópios espaciais e terrestres devido a posição e a proximidade do sistema (então, a 11 milhões de quilômetros da Terra).

Didymos tem diâmetro de 780 m e Dimorphos 160 m (Figura 12). Dimorphos é, praticamente, uma lua de Didymos. A distância média entre eles era de 1.180 metros e o período de rotação de 11 horas e 55 minutos.

Figura 10 – Poster da NASA por ocasião do Primeiro Teste de Defesa Planetária. No primeiro plano, ilustração da nave DART rumo ao seu alvo, o asteróide Dimorphos. Ao fundo, o asteróide Didymos (Crédito: NASA)

Figura 11 – Ilustração da auspiciosa distribuição dos astros à época do impacto. O sistema duplo está numa configuração tal que, quando visto aqui da Terra, o asteróide Dimorphos se eclipsa atrás de Didymos. Muito conveniente para se medir o período de rotação. A colisão do DART e do Dimorphos foi frontal! (Crédito: NASA)

O Sucesso da Nave Kamikaze

Figura 12 – Infográfico de DART, Dimorphos e Didymos e objetos conhecidos. Com o gasto de combustível para percorrer 11 milhões de quilômetros, a massa de DART na hora do impacto era de 570 kg. Não existe medida direta da massa de Dimorphos, mas estimativas fornecem, aproximadamente, 5 bilhões de quilogramas! Logo, o impacto da DART não conseguiria despedaçar Dimorphos! (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL)

No dia 26 de setembro de 2022, às 20 horas e 14 minutos (horário de Brasília) a nave DART colidiu de frente com o asteróide Dimorphos. Os derradeiros minutos da espaçonave foram transmitidos pela Tv da NASA. Com apenas 37 segundos de diferença, a humanidade pôde acompanhar, ao vivo, as imagens do

impacto. Foi emocionante e inesquecível.

Na Figura 13, vemos que a superfície de Dimorphos é coberta de pedregulhos como se estes tivessem sido ´grudados´ no corpo (que tem a forma de uma batata) do asteróide. Com o forte impacto (a velocidade da DART era de 23.760 km/h), este material se pulverizou formando uma cauda (Figura 14). O asteróide Dimorphos se vestiu de cometa!

Cerca de 2 semanas após o impacto, novas medições concluíram que o período do asteróide Dimorphos, havia diminuído em 32 minutos (± 2 minutos)! Com isso, Dimorphos se aproximou de Didymos cerca de 35 metros. Sucesso total!

Perspectivas

Para repetir o sucesso da nave DART é necessário se determinar, com muita precisão, a órbita e a forma dos NEOs. E aí entram os radares. Existem bons receptores de radar espalhados por todo o mundo, mas no que tange a emissores de radar, o colapso do telescópio de Arecibo deixou uma enorme lacuna. Pensando nisso, os EUA estão desenvolvendo novas e mais potentes antenas transmissoras de radar para o Green Bank Telescope e o Very Long Baseline Array.

Recentemente, a Agência Espacial Européia tornou operacional o telescópio TBT2 (no Observatório La Silla, Chile). É um telescópio ótico com processamento autônomo para detectar NEOs. Inspirado nos olhos multifacetados de um inseto, está em desenvolvimento uma rede de telescópios denominada  Flyeye, com o objetivo de detectar NEOs com mais de 40 metros de diâmetro, três semanas antes de um possível impacto.

Figura 13 – A última imagem captada pela câmera DRACO a bordo da nave DART, antes de seu impacto contra o asteróide Dimorphos. Ela estava a 7 km de altura e a 2 segundos da colisão (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL)

 

Figura 14 – (a) Imagem do asteróide Dimorphos feita pelo telescópio espacial Hubble no dia 08 de outubro de 2022, 285 horas após o impacto da nave DART. (b) Imagem feita pelo telescópio terrestre SOAR, no Chile, mostrando um rastro de poeira e destroços de cerca de 10.000 km (Crédito: (a) NASA/ESA/STScl/Hubble / (b) CTIO/NOIRLab/SOAR/NSF/AURA

Por último, gostaria de mencionar a Missão Hera. Em desenvolvimento pela Agência Espacial Européia, ela deve lançar a espaçonave Hera (provavelmente, em 2024) para estudar o sistema duplo Didymos-Dimorphos após impacto da DART. Além de colher dados geofísicos da superfície desses asteróides e, em particular, da cratera onde colidiu com a DART, Hera está equipada com um radar e poderá investigar a composição do seu interior.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP