Notícias

2 de dezembro de 2022

Prof. Luiz Eugênio Mello fala sobre a FAPESP e o avanço da ciência paulista

O IFSC/USP levou a efeito no dia 02 de dezembro mais um colóquio, desta vez com a presença do Prof. Luiz Eugênio Mello, Diretor Científico da FAPESP, e que na oportunidade abordou o papel da FAPESP no avanço da ciência paulista, num momento em que a Fundação completa sessenta anos de existência.

Embora os desafios provocados pela pandemia tenham sido imensos, o certo é que a FAPESP soube gerir esses momentos, continuando a manter seus objetivos e implementando novas medidas destinadas a enriquecer a diversidade – gênero, etnia ou origem – na força estadual de pesquisa.

Quais são as principais metas a longo prazo que a FAPESP visa atingir? A esta pergunta feita pela Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, o Prof. Luiz Eugênio Mello respondeu que, embora a pandemia tenha prejudicado grandemente a ação da FAPESP, o certo é que as grandes metas propostas pela Fundação não se alteraram. “Essa é uma perspectiva que eu tenho buscado enfatizar, já que a Fundação tem procurado trabalhar com projetos cada vez maiores, mais ambiciosos e com um potencial de impacto cada vez maior. Evidentemente, o projeto em si pode ter um recorte que possa variar, mas nesse sentido a FAPESP continua o seu caminho, por exemplo, com a criação de centros de pesquisa – CEPID’s -, onde vários deles se encontram sediados aqui, no IFSC/USP, e que conjugam a produção de ciência fundamental de qualidade, a inovação e a transmissão de conhecimento para a sociedade, através da difusão”, pautou o entrevistado.

Para o Prof. Luiz Eugênio Mello, a FAPESP, de forma progressiva, tem buscado alcançar esses objetivos por meio de outros instrumentos. Assim, mais recentemente, foram criados os centros de pesquisa em engenharia, que também podem ser chamados de centros de pesquisa aplicada, que têm uma vertente mais de interação com a área empresarial. “Na sequência, vieram os centros de ciência para o desenvolvimento, já durante a minha gestão, que obviamente têm que ter um parceiro que vá aplicar o conhecimento que foi produzido, e por fim, está em vias de ser efetivada uma profunda revisão do programa de pesquisa em políticas públicas, que embora seja um programa antigo da FAPESP, está sendo revisado de forma a apresentar uma maior ambição e duração. Em essência, se olharmos em retrospecto, isso já estava programado há algum tempo, daí que eu entenda que é uma sequência lógica, sem interrupção”, pontuou o Diretor Científico da FAPESP..

Em seu colóquio, o Prof. Luiz Eugênio Mello fez essa mesma retrospectiva da transformação por que passou a FAPESP nas últimas três décadas, onde no início apenas financiava pequenos projetos, com bolsas e auxílios individuais. Três décadas depois, a FAPESP oferece uma carteira de fomento atenta às diversas necessidades e modalidades de atuação dos pesquisadores, sendo que essa evolução acompanhou quantitativamente e impulsionou qualitativamente a expansão do sistema de pesquisa estadual no período.

Para o Diretor Científico da FAPESP, atualmente, o estoque de projetos contratados compreende pesquisa básica, aplicada e voltada para a inovação; pequenas e grandes equipes; trabalho intra-departamental e colaborações internacionais; infraestrutura de pesquisa e programas especiais para jovens talentos; e grandes iniciativas com alvos específicos. Os temáticos, as bolsas BEPE, o BIOTA, o PIPE e o CPE são apenas alguns exemplos de programas duradouros bem sucedidos.

Em sua apresentação, o Prof.  Luiz Mello procurou mostrar que todo esse avanço só foi possível porque a Diretoria Científica da FAPESP se pauta por três princípios, a saber: seleção de projetos com base na qualidade da pesquisa proposta; avaliação por pares; e diálogo com a comunidade.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2022

Programa “Top Espanha Santander” – Mobilidade Internacional para alunos de Graduação

Estarão abertas entre os dias 30 de janeiro e 06 de fevereiro de 2023 as inscrições ao Edital 1643 / 2022 – “Programa TOP Espanha Santander Universidades – Mobilidade Internacional de Alunos de Graduação”, para oferecimento de 3 (três) vagas para realização de intercâmbio acadêmico do Programa TOP Espanha Santander Universidades na Universidade de Salamanca, Espanha, que acontecerá entre junho e julho de 2023.

Os alunos interessados devem efetuar as inscrições online pelo Sistema Mundus da USP (VER AQUI) (entre 30 de janeiro e 06 de fevereiro de 2023) e no Santander Universidades, por meio da plataforma on-line (VER AQUI), até o dia 06 de fevereiro de 2023.

Este Edital e todas as publicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus, opção Editais > Alunos de Graduação (não é necessário login), sob o código 1643 e responsabilidade da AUCANI, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para esclarecimento de eventuais dúvidas acerca de benefícios, requisitos gerais e específicos para participação, inscrições e todas as demais fases do processo seletivo, bem como sobre informações não constantes neste edital, o candidato deve consultar o escritório internacional da sua Unidade USP de origem.

Para conferir o Edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de dezembro de 2022

Destaques da produção científica do IFSC/USP (Jul/Ago -2022)

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de Jul./Ago. de 2022 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters. Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Carbon-based materials in photodynamic and photothermal therapies applied to tumor destruction 

Electrochemical immunosensors using electrodeposited gold nanostructures for detecting the S proteins from SARS-CoV and SARS-CoV-2

Emergence of complexity inhierarchically organized chiral particles

findMySequence: a neural-network-based approach for identification of unknown proteins in X-ray crystallography and cryo-EM

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

The past and the future of Langmuir and Langmuir-Blodgett films  

Plasmonic biosensing: focus review

Wearable sensors made with solution-blow spinning poly(lactic acid) for non-enzymatic pesticide detection in agriculture and food safety

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: surface properties and gas sensing application

ÁREA:   Clinical Medicine

Features of third generation photosensitizers used in anticancer photodynamic therapy: Review

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: a comparative approach

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

ÁREA: Pharmacology & Toxicology  

ADMET modeling approaches in drug discovery

ÁREA:   Physics

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Generalized Geometric Quantum Speed Limits   

Observation of the Identical Rigidity Dependence of He, C, and O Cosmic Rays at High Rigidities by the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Revisiting the optical bandgap of semiconductors and the proposal of a unified methodology to its determination

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

ÁREA:   Space Science

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

Observation of a large-scale anisotropy in the arrival directions of cosmic rays above 8 x 1018 eV

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de dezembro de 2022

IFSC/USP homenageia o Prof. Máximo Siu Li: “Laboratório Avançado de Física” com o nome do docente

Foi perante uma plateia com cerca de oitenta convidados que o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) realizou no dia 30 de novembro, em um de seus auditórios localizados no edifício dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), a cerimônia de homenagem a um de seus mais destacados docentes e pesquisadores: o Prof. Máximo Siu Li.

Com uma atividade científica e acadêmica impressionante ao longo de cinco décadas, onde se destacam centenas de artigos publicados, orientações de alunos nos mais diversos níveis e responsável pelo seu pioneirismo nos grupos de óptica e de crescimento de materiais, Máximo Siu Li foi, também, um pioneiro no desenvolvimento e modernização de diversos laboratórios e oficinas de apoio à pesquisa do Instituto, com especial destaque para o “Laboratório Avançado de Física”, infraestruturas que são consideradas, hoje, como exemplos de sucesso em níveis nacional e internacional.

Vida dedicada à ciência, ao IFSC/USP e aos alunos

Incansável, ultrapassando em muito seu horário laboral, o homenageado também se destacou pelo intenso trabalho desenvolvido junto aos seus alunos, muitos deles hoje singrando a vida acadêmica – seus colegas, portanto. Por esse motivo, foram muitas dezenas as mensagens escritas e vídeos enviados para o  IFSC/USP, dirigidos ao Prof. Máximo, oriundos de ex-alunos, colegas, técnicos de laboratórios e admiradores, além dos depoimentos que foram dados presencialmente pelos Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ulian de Araújo (diretor e vice-diretora do IFSC/USP), Euclydes Marega Junior, Tito José Bonagamba, Roberto Mendonça Faria e Vanderlei Salvador Bagnato – alguns deles ex-alunos do homenageado -, bem como da Profª Yvonne Primerano Mascarenhas, que recordou os trabalhos e projetos desenvolvidos por seu saudoso marido, Prof. Sérgio Mascarenhas, junto com o homenageado.

Profª Yvonne Primerano Mascarenhas

Em um dos depoimentos enviados, neste caso pelo Prof. Claudio Magon (IFSC/USP), o docente sublinhou: “(…) Você interagiu com as pessoas, entregando o seu conhecimento com simplicidade e carinho, eliminando obstáculos de nossa jornada e, sobretudo, sem nunca tirar proveito próprio. Você simplesmente incapaz de ter segundas intenções, de ajudar para ganhar depois, ou de ter interesses em alguém em particular em detrimento de outros (…). (…) O Curso de Física Avançada foi totalmente reestruturado pelo Prof. Máximo e, ao longo de vários anos, com o auxílio de recursos financeiros que ele angariou, foi se ampliando e resultando em um ambiente agradável e que engloba experimentos para os conhecimentos básicos de quase todas as áreas da física experimental (…). (…)Hoje, o Curso de Física Avançada tem um nível altíssimo, salientado pelo seu formato de avaliação, com prévias, pós-apresentações e workshops (…).

Visivelmente emocionado, o Prof. Máximo Siu Li agradeceu as palavras de todos, tendo sublinhado que o trabalho desenvolvido ao longo dos anos não se devia só a ele, tendo envolvido professores, alunos e técnicos dos laboratórios.

Prof.Máximo Siu Li após o descerramento da placa com seu nome, com sua família, o Diretor do IFSC/USP e técnicos do laboratório

No encerramento da sessão, procedeu-se ao descerramento da placa que passa a identificar o “Laboratório Avançado de Física” com o nome do Prof. Máximo Siu Li.

Organizada pelo IFSC/USP, pelos Profs. Sebastião Pratavieira, Emanuel Henn e Osvaldo Novais de Oliveira Junior, esta cerimônia contou ainda com a colaboração de técnicos dos laboratórios e de muitos docentes do Instituto.

O “Laboratório Avançado de Física”

Os agradecimentos do Prof. Máximo

Durante os primeiros anos da criação do curso de Bacharelado de Física, na década de 1970, o atual Laboratório Avançado de Física (LAvFis) era oferecido como disciplina de Laboratório de Física Moderna. Após alguns anos passou a ter o nome  de Laboratório de Estrutura da Matéria. O LAvFis chegou a ser oferecido em 4 semestres, mas com as reformas curriculares, o atual LAvFis é oferecido em 2 semestres.

As práticas desenvolvidas para o LAvFis foram propostas não somente tomando em consideração os conteúdos de Estrutura da Matéria e de Física Moderna mas, também, aspectos de outras áreas como: Física do Estado Sólido (Semicondutores), Óptica, Espectroscopia, Ressonância Magnética, Cristalografia, Física Nuclear, dentre outras.

Com o passar dos anos e contando com a participação de vários professores, monitores e técnicos, foi possível estabelecer um conjunto de práticas bem como elaborar suas respectivas apostilas – as quais, aliás, estão em constante atualização.

 

 

Quem é o Prof. Máximo Siu Li

O Prof. Máximo Siu Li possui graduação em Ciências (Física) pela Universidad Nacional de Ingenieria – Perú (1968), mestrado em Física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (1973) e doutorado em Física pelo mesmo Instituto (1978). Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada, estudo de defeitos em sólidos, propriedades ópticas, elétricas e fotoestruturais, filmes finos por evaporação PVD, filmes finos por spin coating, absorção óptica e fotoluminescência até baixas temperaturas, e em diversos tipos de materiais, isolantes e semicondutores, cristalinos, amorfos, nanoestruturados.

O homenageado com sua família

Para conferir tudo sobre esta cerimônia, consulte a página dedicada ao homenageado (em atualização) – https://www.ifsc.usp.br/eventos/msl2022/

Acesse o vídeo da cerimônia AQUI.

(Fotos: Maria Zilda / Assessoria de Comunicação IFSC/USP)

(Vídeo PROVE / Brás José Muniz e Anderson Muniz)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de novembro de 2022

Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano

O Prof. Daniel Martins-de-Souza (IB-UNICAMP) foi o palestrante convidado em mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP no dia 25 de novembro, subordinado ao tema “Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano”

A proteômica evoluiu nas últimas duas décadas de uma ferramenta metodológica para uma ciência capaz de fornecer a compreensão biológica de sistemas complexos.

Tal evolução, possível devido a desenvolvimentos significativos em equipamentos e metodologias de laboratórios “molhados” e “secos”, permitiu retratar vias bioquímicas e processos biológicos associados à saúde e à doença.

Sendo o cérebro o mais enigmático dos órgãos humanos, a proteômica passou a desempenhar um papel fundamental na sua compreensão. Esta história, que começou há mais de 20 anos, ainda está sendo escrita, tendo fornecido, por exemplo, respostas sobre como o SARS-CoV-2 pode afetá-lo.

Em sua palestra, o Prof. Daniel Martins-de-Souza abordou alguns capítulos dessa história, ao investigar transtornos psiquiátricos e, mais recentemente, a COVID-19.

Surpreendentemente (e infelizmente), existem algumas características comuns desencadeadas pelo SARS-CoV-2 no proteoma cerebral que são observáveis também no proteoma cerebral da esquizofrenia, como alterações em proteínas associadas a eventos moleculares (neuro)degenerativos, fatos que foram igualmente abordados pelo palestrante convidado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de novembro de 2022

“Laboratório Avançado de Física” na USP de São Carlos – Prof. Máximo Siu Li: uma homenagem merecida

O “Laboratório Avançado de Física”, localizado no edifício denominado “Laboratórios de Ensino de Física” (LEF), é a principal estrutura do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) por onde passam os alunos que estão finalizando seus cursos, e dotado das ferramentas essenciais dedicadas aos mais atuais e revolucionários experimentos postos à disposição dos jovens estudantes. Já com quarenta anos de existência, pode-se dizer que esse laboratório não envelheceu – muito pelo contrário -, graças ao empenho e dedicação daquele que sempre viveu (e vive) em prol da ciência e do ensino em nossa cidade e, particularmente, na USP de São Carlos – o Prof. Dr. Máximo Siu Li. Embora esteja aposentado há cerca de dez anos, o Prof. Máximo continua a se preocupar e a colaborar com aquilo que é sua paixão ao longo de praticamente meio século de atividade: ajudar os alunos do IFSC/USP e de outras áreas do conhecimento a superarem suas dificuldades e a encontrarem os caminhos ideais após a graduação.

Por esse laboratório já passaram nomes que hoje são colegas de Academia: Osvaldo Novais de Oliveira Junior, Vanderlei Salvador Bagnato e Sebastião Pratavieira são três desses nomes que atestam o quanto o Prof. Máximo Siu Li foi – e é – importante para o Instituto de Física de São Carlos, através de sua dedicação em dotar e manter o “Laboratório Avançado de Física” como uma pedra basilar do Instituto, considerado o núcleo central para os alunos dos cursos de graduação do IFSC/USP.

“São quatro décadas de um trabalho inacreditável no “Laboratório Avançado de Física” feito pelo Prof. Máximo em duas vertentes. A primeira, diz respeito ao intenso trabalho que ele tem feito na idealização e implementação de todos os experimentos que compõem esse laboratório, que está dividido por salas temáticas, sendo que cada uma delas corresponde a um determinado tipo de experimento. A segunda vertente de seu trabalho é relativa à elaboração de apostilas e roteiros que auxiliam os alunos a encontrar os caminhos para o sucesso dos seus experimentos. Foram quatro décadas de trabalho ininterrupto nessa direção, uma atividade que não parou”, pontua o Prof. Sebastião Pratavieira, docente e pesquisador do IFSC/USP..

Prof. Máximo Siu Li dá seu nome ao “Laboratório Avançado de Física”

Mesmo aposentado, o Prof. Máximo Siu Li continua a dar sua contribuição para o pleno funcionamento do “Laboratório Avançado de Física”, juntamente com outros docentes, pesquisadores e técnicos que seguem o caminho traçado pelo mestre, como, por exemplo, os pesquisadores Luiz Antonio de Oliveira Nunes, Leonardo De Boni, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, Emanuel Henn e Cláudio José Magon, dentre outros, a que se junta um conjunto de técnicos, entre os quais se destacam, por exemplo, Marcos Semenzato, Leandro Oliveira, Danielle Santini, Amauri, Ércio, Antenor Fabbri e Cláudio Boense  Bretas.

O Prof. Máximo Siu Li possui graduação em Ciências (Física) pela Universidad Nacional de Ingenieria – Perú (1968), mestrado em Física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (1973) e doutorado em Física pelo mesmo Instituto (1978). Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada, estudo de defeitos em sólidos, propriedades ópticas, elétricas e fotoestruturais, filmes finos por evaporação PVD, filmes finos por spin coating, absorção óptica e fotoluminescência até baixas temperaturas, e em diversos tipos de materiais, isolantes e semicondutores, cristalinos, amorfos, nanoestruturados.

Devido a essa entrega, a esse amor, competência e paixão pela ciência e pelo ensino que o Prof. Máximo Siu Li tão bem transmitiu a seus alunos, quer no laboratório, quer em suas aulas, o IFSC/USP decidiu dar o nome desse formidável professor e pesquisador ao “Laboratório Avançado de Física”, cuja homenagem ocorrerá no próximo dia 30 de novembro, às 10h00, no LEF – Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Área-1 do Campus USP de São Carlos.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2022

Intercâmbio com a University of Groningen (Holanda) para Pós-Graduação

Estão  abertas entre os dias 24 de novembro e 21 de dezembro deste ano as inscrições ao edital Aucani/USP para intercâmbio de alunos de pós-graduação (Mestrado), para a University of Groningen (Holanda), para seis vagas com concessão de bolsa.

O programa é voltado a estudantes de Pós-Graduação para a realização de parte de suas atividades de pesquisa e aprendizado estritamente ligadas a projeto que resulte em Dissertação a ser apresentada à unidade USP de origem para obtenção de título de Mestre e que, futuramente, pretendam integrar programa de dupla titulação entre a USP e a University of Groningen em nível de doutorado, nos termos vigentes em ambas as instituições.

O intercâmbio ocorrerá no âmbito da “Ação-chave 1 – Mobilidade de Indivíduos (Key Action 1 – Mobility of Individuals)” do Erasmus +, programa da Comissão Europeia, cujo intuito é impulsionar qualificações e empregabilidade por meio da educação, formação, juventude e desporto.

Este Edital e todas as publicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus (https://uspdigital.usp.br/mundus), opção Editais > Alunos de Pós-Graduação, sob o código 1645 e responsabilidade da AUCANI – Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para conferir o edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2022

Pesquisa realizada no IQSC/USP foi contemplada com o “Prêmio Tese Destaque USP 2022”

O trabalho de doutorado de William Marcondes Facchinatto foi contemplado com o Prêmio de Tese Destaque USP 2022 – área de Ciências Exatas e da Terra, que avaliou teses apresentadas no ano de 2021. O resultado foi divulgado no dia 07 de novembro.

A pesquisa focou no uso de material de fonte renovável, atóxico e biodegradável, descartado pela indústria pesqueira, de onde foram extraídos os biopolímeros quitina e quitosana, objeto do estudo. Segundo Facchinatto, o trabalho explorou propostas inovadoras, “reunindo estudos com ênfase em novos métodos de espectroscopias de ressonância magnética (RMN), bem como modificações e funcionalizações de materiais voltados ao interesse das áreas biomédicas e em engenharia de tecidos”.

Cada capítulo da tese deu origem a um artigo publicado em revistas destacadas da área e com significativo fator de impacto.

A tese “Physicochemical studies of chemically modified chitosans through solid-state nuclear magnetic resonance: from properties to applications” (VER AQUI) foi desenvolvida junto ao programa de pós-graduação em Química do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), sob orientação do pesquisador Luiz Alberto Colnago, da Embrapa Instrumentação; parte dos estudos foram realizados junto à Universidade do Porto, em Portugal, sob orientação do pesquisador Bruno Sarmento (doutorado sanduiche).

Os diferentes segmentos de pesquisa que deram origem aos cinco capítulos da tese e, consequentemente, aos cinco artigos originais, foram viabilizados devido ao estabelecimento de diferentes colaborações, em especial com os professores Sergio Paulo Campana Filho (IQSC-USP) e Eduardo Ribeiro de Azevedo (IFSC-USP), os quais proveram o suporte técnico-científico necessário em termos de infraestrutura laboratorial e capacitação metodológica em diferentes etapas químicas e instrumentais. Vale destacar ainda que Facchinatto e Colnago gerenciaram de forma producente o desenvolvimento de cada uma dessas pesquisas contando ainda com o auxílio pontual de diferentes pesquisadores, professores e estudantes.

Atualmente, Facchinatto conclui o seu segundo pós-doutorado como Assistente de Pesquisa na Universidade de Estrasburgo (UNISTRA) mas, na mesma semana que foi notificado sobre o prêmio, também recebeu a notícia de que foi aprovado em concurso público como Pesquisador de nível inicial na Universidade de Aveiro, Portugal. Seu novo cargo está previsto para iniciar em janeiro de 2023.

A entrega da premiação acontece no dia 22 de novembro no anfiteatro Camargo Guarnieri na USP em São Paulo, durante o 3º Encontro das Pós-Graduações da USP, aberto aos interessados.

Para conferir a relação completa dos premiados, clique AQUI.

(Por: Sandra Zambon/Comunicação IQSC/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de novembro de 2022

Professores da USP rebatem informações falsas a respeito das urnas eletrônicas – Ex-alunos do IFSC/USP colaboram no relatório

(Créditos – Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marcos Simplicio e Wilson Ruggiero elucidam três pontos que consideram merecer especial atenção, relacionados à confiabilidade das urnas, a partir de critérios tecnocientíficos do funcionamento do sistema eleitoral brasileiro

Relatórios infundados e falsos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas foram analisados por pesquisadores da USP e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) – entre os quais se integraram dois ex-alunos do IFSC/USP -, a fim de elucidar as principais dúvidas deixadas no processo eleitoral brasileiro. Através do relatório (LARC-PCS-EPUSP), subordinado ao título “Comentários sobre alegações infundadas ou falsas sobre as urnas eletrônicas brasileiras” (confira no final desta matéria), os pesquisadores desmentem três aspectos importantes dessas falsas alegações e esquematizam tudo no citado documento.

Os docentes Wilson Ruggiero e Marcos Simplicio, ambos do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP, comentam os dados da análise feita dos chamados “relatórios preliminares de análise das urnas eletrônicas usada na eleição presidencial do Brasil no primeiro turno – 2 de outubro de 2022”, utilizando dados de amostras coletadas em testes feitos nas urnas eletrônicas e a partir da explicação tecnocientífica do funcionamento das urnas eletrônicas.

Três tópicos analisados 

A primeira alegação, segundo esse relatório preliminar, é a de que as urnas de modelos anteriores a 2020 “não possuem documentação de auditoria recente e que os relatórios extraídos não são passíveis de auditoria”. O professor Wilson Ruggiero, um dos responsáveis pelo relatório e participante do convênio com o Tribunal Superior Eleitoral sobre segurança das urnas, diz que houve a análise dos modelos de 2020 e 2015 com o convênio, ocasionando não só o acesso à documentação e códigos fontes, como a operação de testes nas urnas.

Ele salienta que, desde o último teste público de segurança, o chamado TPS, ocorrido no ano passado, 26 grupos de pesquisadores testaram e reportaram todos os dados das urnas anteriores a de 2020. Este último modelo ficou pronto recentemente e passou por um processo de “teste bastante profundo”. Para Ruggiero, “não há nenhuma justificativa para fazer essa alegação”.

O segundo tópico desmentido refere-se à “existência de diferenças sutis entre os arquivos de log das urnas, havendo conformidade entre ao menos dois softwares nas urnas, em diferentes modelos, não dependentes de determinado modelo”. Em primeiro lugar, log é o registro das atividades feitas na urna, por meio dele é possível localizar eventuais alterações e acessos no software da urna, o que gera dados arquivados e disponíveis para solicitação e verificação no Portal da Transparência do TSE. A crítica não se sustenta à medida que há apenas um único software em operação em todas as urnas, o que muda é a versão física das máquinas (o hardware), que podem ser de 2020 ou 2015.

A partir de testes feitos pelos pesquisadores, o professor Marcos Simplicio, também pesquisador do projeto, relata que foram constatadas pequenas diferenças de logs, em diferentes máquinas, que dizem respeito às interações com o operador: “Aconteceu uma pequena alteração, como o equipamento com bateria baixa, o que não significa que essa situação foi anormal”. Portanto, os logs são diferentes, mas o software é o mesmo.

Já a existência de uma “suposta trava que impede a soma total de votos lançados para os candidatos, que impedia a ultrapassagem de um determinado número de votos”, o terceiro tópico analisado pelos pesquisadores, é refutada no momento em que há uma diferença dos números de votantes nas zonas eleitorais e seções: “Isso é a realidade de cada seção eleitoral, e nessa seção tem um número máximo fixo de eleitores designados a votar. Então, essa suposta trava é ultranatural”, completa Ruggiero.

Confiabilidade das urnas eletrônicas

Com a visibilidade das urnas eletrônicas ocasionada pela eleição de 2022 e a dimensão que os discursos questionáveis vem tomando, é importante ressaltar questões de ordem técnica colocadas pelos pesquisadores, a fim de refutar qualquer tipo de alegação sem embasamento.

Em relatórios que questionam a confiabilidade das urnas, a utilização de um linguajar mais técnico é apontado pelo professor Ruggiero como um dos principais mecanismos utilizados por grupos contestadores do sistema: “A tática é de dar uma conotação aparentemente técnica e confusa, para que o leigo não consiga entender de fato o funcionamento do sistema, fazendo ele acreditar”. Ele é complementado por Simplicio: “Todas as alegações falsas e que carecem de explicações não param. As notícias falsas vão muito mais rápido que as explicações, mas estamos tentando manter um ritmo de verificação trazendo esclarecimento à população”.

Confira AQUI o conteúdo do Relatório, onde participaram os ex-alunos do IFSC/USP – Prof. Paulo Matias e Dr. Tiago Batalhão.

(Com informações do Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

21 e 22/11 – IFSC/USP organiza “I Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (SiNMA)”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organiza nos dias 21 e 22 de novembro, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, por intermédio dos membros do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano – IFSC/USP), o “I Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (SiNMA)”, que reunirá um conjunto de pesquisadores que irão apresentar, através de palestras, os principais avanços registrados nas áreas em destaque, bem como os estudos que estão sendo realizados para os cenários futuros. Além das palestras, o público também poderá conferir a exposição de trabalhos em formato de pôsteres que irá ocorrer em paralelo, demonstrando o grande potencial inovador das pesquisas que estão sendo feitas.

A este respeito, sublinhe-se que a área de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio passou por grandes avanços nos últimos anos, sendo que as pesquisas pela busca por novas tecnologias irão, certamente, modificar profundamente as áreas da Saúde e da Agricultura no país: na Medicina, a otimização da prevenção, diagnóstico e tratamento de diversos tipos de doenças, como o câncer e infecções, são os grandes focos, enquanto que na área do Agronegócio a nanotecnologia pode, entre outros objetivos, apresentar soluções interessantes para viabilizar a aplicação segura de agroquímicos.

As inscrições para este simpósio estarão abertas até o dia 18 de Novembro, através dos seguintes endereços eletrônicos:

Site do evento – http://www.even3.com.br/sinmausp

Instagram: @sinma.usp

Twitter: @sinmausp

Facebook: https://www.facebook.com/sinmausp/

Para assistir a este evento, de forma remota, acesse o Canal Youtube em – https://www.youtube.com/channel/UCeK86HsRdPuxDQTENAffFMQ

Confira abaixo a programação:

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

IFSC/USP faz chamada de voluntários para projeto que limita a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos

O IFSC/USP está abrindo a participação de voluntários para o projeto “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)”, sob responsabilidade da Profa. Dra. Ilana Camargo do LEMiMo (IFSC-USP).

Esta chamada tem como objetivo estudar a ocorrência de bactérias resistentes aos antibióticos na comunidade, pelo que os pesquisadores se propõem avaliar a poeira existente nas casas e a microbiota de residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar do ambiente doméstico em diferentes grupos, a saber:

– casas sem cão;

– casas com cão que não tomou antibiótico nos últimos 3 meses;

– casas com cão que tomou antibiótico nos últimos 3 meses.

Para isso, o IFSC/USP busca voluntários que se enquadrem em um desses grupos para participarem do projeto.

Os interessados em participar podem enviar email para lemimo@ifsc.usp.br para que o grupo de pesquisa entre em contato.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2022

Breve texto dedicado aos(às) alunos(as) do primeiro ano da graduação

(Créditos – Quora)

Alguns anos atrás um aluno no primeiro ano da graduação me perguntou se eu poderia explicar em poucas palavras o que é a Teoria da Relatividade. Eu respondi que a teoria era bastante complexa e eu não saberia como resumi-la em poucas palavras. Essa resposta era uma boa medida da minha ignorância. Se o aluno tivesse perguntado o que é um giroscópio não teria sido necessário falar em conservação de momento angular, torque, precessão, etc. Bastava mencionar que se trata de um elemento giratório que em uma montagem adequada mantém fixa a direção do seu eixo com relação às estrelas e que a explicação dessa propriedade ele aprenderia no decorrer do semestre. Nosso eventual aluno queria saber quais são os problemas, não (por enquanto) seus detalhes e como se resolvem. Nesse espírito hoje creio que posso responder à primeira pergunta com o texto que segue. É claro que um especialista encontrará omissões, exageradas simplificações e até algum conceito ambíguo. Mas acho que a essência da questão está correta levando em conta que a Relatividade pretende explicar o Universo, cujo mas óbvio atributo é a complexidade. Aqui vai.

A Teoria da Relatividade é a mais elegante e compacta criação da Física moderna. Com base em apenas três postulados, resulta uma estrutura matemática que não só explica vários fenômenos que escapam às possibilidades da física previamente conhecida, mas faz ainda novas e extraordinárias previsões que têm sido corroboradas experimentalmente com grande precisão. A teoria sugere também uma nova e singular concepção do Universo.

Quais são esses postulados?

Primeiro, a constância da velocidade da luz. Ela é sempre a mesma, independente do movimento da fonte e do observador. Isso tinha sido sugerido pela teoria do eletromagnetismo (James Clerk Maxwell, 1865) e observado experimentalmente (Michelson e Morley, 1887).

Segundo, corpos em queda livre em um campo gravitacional adquirem a mesma aceleração (como já tinha sido observado por Galileu, século XVII) e se possuem a mesma velocidade inicial descrevem a mesma trajetória. (Principio de equivalência).

Terceiro, as leis da Física são as mesmas em todos os sistemas de coordenadas. Essa é talvez a primeira postulação de simetria nas leis da Física (Einstein, 1905).

A primeira consequência da teoria resulta em que o tempo não é absoluto. Sistemas com velocidades diferentes portando relógios idênticos, registrarão tempos diferentes. O fluir do tempo não se limita à marca do relógio; todos os elementos do sistema (como por exemplo seres vivos) experimentam o mesmo transcorrer do tempo. A massa e a energia são equivalentes no sentido de que uma forma se transforma em outra dependendo geralmente do observador.

Do princípio de equivalência resulta que o espaço não é euclidiano. Ele possui uma estrutura curvilínea determinada pela distribuição de matéria-energia e partículas em queda livre seguem curvas geodésicas (curvas equivalentes às retas no espaço euclidiano) desse espaço. A distribuição da massa-energia também muda o fluxo do tempo em cada ponto. O tempo flui mas lentamente quanto mais intenso o campo gravitacional.

Prof. Eduardo Ernesto Castellano

As revolucionárias alterações dos conceitos de espaço e tempo requerem que a teoria seja descrita por um ente unificado chamado espaço-tempo. A matemática necessária, relativamente complexa, já era conhecida no fim do século XIX, mas precisou da intuição física e o gênio do Einstein para ser implementada.

O tempo não é absoluto e o campo gravitacional não se difunde pelo espaço; o campo gravitacional é o próprio espaço. Estas são as ideias revolucionárias da teoria da relatividade. Uma simplificação importante do mundo: o espaço não é mais algo distinto da matéria, é um dos elementos ‘materiais’ que compõem o Universo. Uma entidade que ondula, flexiona, curva, torce. Nós não estamos contidos em uma infraestrutura rígida invisível (o espaço de Newton): estamos imersos em uma gigantesca e flexível estrutura de matéria. O Sol dobra o espaço em torno de si e a Terra não vira por causa de uma força misteriosa, mas porque está correndo livremente em um espaço que se curva e se deforma. Os planetas giram em torno do Sol, e as coisas caem, porque o espaço-tempo se curva e não por interação de forças a distância. A Teoria também explica as propriedades de objetos exóticos como os buracos negros. Eles são remanentes de estrelas que, exaurido seu combustível nuclear, colapsam a uma altíssima densidade de matéria (infinita?), tão grande que dentro de um raio específico nada, nem mesmo a luz, pode escapar à sua atração gravitacional. Hoje a física e a tecnologia e em particular a astronomia e a astrofísica, não podem prescindir da Teoria da Relatividade.

Curiosamente é possível explorar (idealmente) a estrutura de um espaço curvo com apenas um relógio. Você escolhe um segmento definido por dois pontos próximos (em rigor infinitamente próximos, mas ignore este comentário) e mede o tempo que toma um raio luminoso para percorrê-lo. Multiplica esse tempo pela velocidade da luz e “voilá”, resulta o valor do segmento espacial. O tempo parece tomar uma certa preeminência sobre o espaço. Talvez essa seja a causa do gosto universal pela música porque, como disse Schopenhauer, a música é tempo, puro tempo, por ser a única entre as artes que pode prescindir do espaço.

Prof. Eduardo Ernesto Castellano – IFSC/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de novembro de 2022

“Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP-2022” – Alunos do IFSC/USP conquistam menções honrosas

Os alunos do Programa de Pós-Graduação  em Física do IFSC/USP, Drs. Jennifer Machado Soares e Tales Ferraz de Paula, orientados, respectivamente, pela Dra. Kate Cristina Blanco e pelo Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, conquistaram Menções Honrosas na edição de 2022 do “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” – Categoria “Ciências Exatas e da Terra”.

O objetivo deste prêmio, em sua 4ª edição, visa reconhecer e premiar apresentações em vídeo de trabalhos de alunas(os) inscritas(os) nos Programas de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo em grandes áreas de conhecimento, de forma a aprimorar a habilidade de comunicação, estimular a constante busca pela excelência e divulgar nas mídias sociais e televisivas as teses e dissertações que estão sendo desenvolvidas na USP, concedendo um “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” em dez grandes áreas de conhecimento e um Grande Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP ao autor(a) do vídeo escolhido dentre os dez vídeos premiados nas diferentes áreas de conhecimento.

Menções Honrosas para o IFSC/USP

Juntou a paixão de criar animações com a importante atividade de fazer divulgação científica e foi a partir daí que Jennifer Machado Soares (28), aluna de doutorado em Física Biomolecular do IFSC/USP, decidiu concorrer à 4ª edição do “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP” – Categoria “Ciências Exatas e da Terra”, tendo conquistado uma Menção Honrosa. Com um vídeo curto, totalmente animado, com cerca de 1m30s, Jennifer destacou a importância da terapia fotodinâmica no tratamento de infecções bacterianas, revelando aquilo que considera ser “a sua paixão pela luz e pela divulgação científica”. “Durante a minha graduação desenvolvi atividades, aqui no Campus da USP de São Carlos como estagiária no Observatório “Dietrich Schiel” e foi aí, através do contato feito com a comunidade externa à Universidade, que senti o quanto é importante podermos divulgar a ciência junto da sociedade, levar até o público as pesquisas que são desenvolvidas aqui. E, esse foi o principal objetivo de eu ter concorrido com um pequeno vídeo intitulado “Combinação de antibiótico com inativação fotodinâmica para o tratamento de infecções bacterianas”. Ao confessar que não esperava ganhar nada no “Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP”, Jennifer Soares afirma que a Academia será mesmo o seu futuro, o seu destino.

“Confesso que foi um trabalho intenso, o qual muito tenho a agradecer a minha namorada, que me auxiliou bastante em todo o processo”, salienta o aluno de mestrado do IFSC/USP, Tales Ferraz de Paula (24), que igualmente conquistou uma Menção Honrosa no citado Prêmio com o vídeo subordinado ao tema “Busca por partículas exóticas (Q-BALLS) em astropartículas ultraenergéticas”. “Resumidamente, este meu vídeo, em formato de animação, conta a história da pesquisa que eu faço: partículas energéticas, ambientes astrofísicos que beiram as falhas das nossas teorias. No fundo, é tentar informar o público e mostrar quão belas e úteis são essas pesquisas e estudos que nós fazemos na USP. É um video com imagens chamativas, coloridas, de fácil compreensão”, explica Tales. Oriundo de Porto Alegre (RS), o aluno de mestrado do IFSC/USP pretende explorar oportunidades de colocação no mercado de trabalho após o seu mestrado, principalmente na área de Ciências de Dados. Contudo, para o jovem pesquisador o doutorado continua no seu horizonte, agendado para um futuro a médio prazo.

Para conferir os vídeos premiados, clique nas imagens abaixo:

Vídeo de Jennifer Machado Soares – “Combinação de antibiótico com inativação fotodinâmica para o tratamento de infecções bacterianas”

 

Vídeo de Tales Ferraz de Paula (24) – “Busca por partículas exóticas (Q-BALLS) em astropartículas ultraenergéticas”

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de novembro de 2022

Defesa Planetária e as ameaças que vêm do Espaço (Parte 2)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Caro leitor,

Na parte 1** deste artigo, discutimos a natureza e a composição química dos asteróides e dos cometas. Analisamos missões espaciais (só as bem-sucedidas) que enviaram naves para estudar esses corpos celestes de perto, coletar amostras e até trazê-las de volta à Terra!

Mas, essas missões têm um custo muito alto e demoram anos para se completar. Para salvaguardar a Terra, temos que lançar mão dos telescópios (terrestres e espaciais), que localizam e rastreiam os chamados NEOs (Near-Earth Objects, Objetos Próximos à Terra). Discutimos, brevemente, os vários tipos de telescópios que cumprem esse papel.

Muito já feito. Hoje são conhecidos mais de trinta mil NEOs, sejam eles asteróides ou cometas. Ressalto aqui, a grande colaboração internacional de observatórios que não apenas dividem entre si informações sobre esses objetos, como as armazenam no arquivo público MPC (Minor Planet Center). Na secção: Veja Onde Eles Estão, indicamos uma página na internet que mostra, em tempo real, a posição e as órbitas desses objetos espaciais.

Em seguida, discutimos a Missão DART propriamente dita. Sua preparação, sua execução e seu estrondoso sucesso. Finalizamos com uma breve análise das perspectivas e do futuro de missões que busquem salvaguardar nosso lindo planeta azul.

A probabilidade de uma eventual colisão do nosso planeta com um asteróide ou cometa é pequena, mas, existe. Um alerta foi dado em filmes como Armagedom, Impacto Profundo e Não Olhe Para Cima. Por outro lado e de maneira não ficcional, temos o enorme sucesso da missão DART, que desviou a órbita do asteróide Dimorphos.

Ao contrário dos dinossauros, nós não estamos indefesos.

Boa leitura!

** Correção – Na saudação da parte 1, dissemos que o tempo necessário para as imagens transmitidas pela nave DART chegarem até a Terra era de 8 segundos… o correto é 37 segundos, já que a distância entre eles era, no momento do impacto, de 11 milhões de quilômetros.

Parte 2

Asteróides e a Evolução das Espécies

Objetos Espaciais Potencialmente Perigosos

Olhe Para Cima!

Veja Onde Eles Estão!

A Missão DART

Perspectivas

Asteróides e a Evolução das Espécies

Figura 1 – Ilustração artística do devastador impacto do asteróide que extinguiu os dinossauros e cerca de 75% das espécies existentes, há 66 milhões de anos atrás. A cratera que deixou, é a segunda maior conhecida em nosso planeta. A primeira é a cratera de Vredefort, com prováveis 300 km (hoje, erodida) na África do Sul, formada há 2 bilhões de anos atrás (Crédito: Donald E. Davis)

Local: Península de Yucatán, México, Data: 66 milhões de anos atrás. Um enorme asteróide (Figura 1), com tamanho estimado entre 10 e 15 quilômetros, colidiu com nosso planeta e abriu a cratera de Chicxulub, com diâmetro aproximado de 180 km e profundidade de 20 km.

Novos estudos em modelos executados em supercomputadores, calculam que o asteróide viajava a 42.000 km/h e liberou energia equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima.

O seu efeito foi catastrófico. Provocou tsunamis (com cerca 5 km de altura, suficiente para cobrir e destruir qualquer cidade atual, já que a mais alta é El Alto, na Bolívia, com 4,15 km) levantou enorme quantidade de rochas fundidas (que provocaram incêndios), gases e de poeira (que bloqueou a luz solar) levando a um período longo e prolongado de escuridão.  A matéria lançada na atmosfera era rica em enxofre que voltou à Terra na forma de chuva de ácido sulfúrico, contaminando os mares. É importante notar que há 66 milhões de anos atrás, as Américas, a Europa e a África eram continentes bem mais próximos (Figura 2), o que contribuiu, sobremaneira, para espalhar a destruição. Para piorar o cenário, do outro lado do mundo, na atual Índia, uma violenta atividade vulcânica contribuiu para aumentar, ainda mais, a escuridão. Foi uma extinção em massa – 75% das espécies existentes desapareceram.

A principal prova da colisão desse gigantesco asteróide com o nosso planeta é o rastro de irídio deixado para trás. O irídio é um metal raro na Terra, mas abundante nos meteoritos. A análise do solo da Península de Yucatán mostrou a presença de apenas uma única camada rica em irídio. A datação geológica dessa camada permitiu localizar, precisamente no tempo, a data do cataclisma – 66 milhões de anos (com um erro pequeno, de alguns milhares de anos).

Esse bólido que se chocou contra o nosso planeta era um asteróide ou um cometa? A imensa maioria dos especialistas aposta no asteróide, baseados nas evidências geoquímicas da abundância relativa de carbono e de certos minerais.

Figura 2 – Os mapas aqui mostrados foram feitos usando a projeção de Mercator (que é cilíndrica), o que distorce as áreas mais ao norte e ao sul. Os mapa-múndi escolares usam a projeção Robinson. a) Os continentes e as placas continentais atuais (linhas azuis). As linhas vermelhas mostram as regiões onde essas placas convergem e as setas indicam qual placa desliza sobre a outra. b) Como eram os continentes e as placas continentais há 66 milhões de anos atrás (Crédito: ref. 2)

A grande extinção de 66 milhões de anos atrás atingiu principalmente animais (terrestres e marítimos) e plantas de grande porte. Os grandes dinossauros, que já existiam há 140 milhões de anos, desapareceram. Seu grande apelo popular, sua constante presença na mídia, faz com que o estudo paleontológico desses grandes animais não padeça da falta de financiamento, seja ele público ou privado.

Rigorosamente falando, não é correto afirmar que a queda do asteróide extinguiu todos os dinossauros da Terra, já que as aves modernas descendem e são sobreviventes de uma linhagem de dinossauros terópodes (que, ironicamente, também inclui o T-Rex).

Com a extinção desses grandes carnívoros e herbívoros, as portas da evolução se abriram para o desenvolvimento dos mamíferos e das aves. O asteróide, que trouxe consigo a morte ao extinguir 75% das espécies, agiu como ´seleção natural´, permitindo a sobrevivência (e a evolução) de apenas algumas espécies de porte menor.

Mesmo asteróides com tamanhos pequenos podem causar grandes danos locais. Foi isso o que aconteceu na manhã do dia 15 de fevereiro de 2013, na cidade russa de Chelyabinsk. Sem haver sido previamente detectado (devido à baixa refletividade), um asteróide de 20 metros de diâmetro entrou na atmosfera e explodiu a cerca de 22 km de altura.  A explosão liberou energia equivalente a 440.000 toneladas de TNT (que correspondem a 22 bombas de Hiroshima) e deixou 1.600 pessoas machucadas pelos cacos de vidros das janelas estilhaçadas (Figura 3).

Coincidentemente, no mesmo dia, uma reunião da ONU determinou a criação da IAWN (International Asteroid Warning Network), uma rede de colaboração internacional para detecção e rastreamento de asteróides que ameacem nosso planeta.

Objetos Espaciais Potencialmente Perigosos

Corpos celestes perigosos, o que isso significa? Os astrônomos conseguiram dar uma resposta objetiva a essa pergunta, através de dois conceitos (ou definições): NEO (Near-Earth Object) e PHO (Potentially Hazardous Object).

Um corpo celeste (asteróide ou cometa) é um  NEO se existirem dois pontos, um na sua própria órbita e o outro na órbita da Terra, cuja distância entre eles seja menor do que 48 milhões de quilômetros. Portanto, um objeto espacial, seja ele um asteróide ou um cometa, será classificado como NEO, somente após a determinação de sua órbita.

O Congresso norte-americano aprovou uma diretiva (para seus Observatórios) que tem como objetivo detectar e caracterizar 90% dos NEOs com mais de 140 metros.

Hoje, são conhecidos 30.039 asteróides NEOs. Somente o telescópio terrestre Catalina Sky Survey, no Arizona (EUA), descobre um novo asteróide por semana! Já o número conhecido de cometas NEOs é bem menor, 117.

Figura 3 – Foto tirada 1 minuto depois da explosão do meteoro de Chelyabinsk, a uma distância de 200 km do local da detonação. Ondas de choque se estenderam por uma área de 500 km2 (Crédito: Alex Alishevskikh)

Somente são conhecidos 25 asteróides cujas trajetórias estão completamente contidas no interior da órbita da Terra. Eles são muito difíceis de serem detectados, devido ao brilho do Sol. Para se ter uma idéia, foi somente agora, em 2022, que o asteróide denominado 2022AP7 foi descoberto… seu tamanho – 1,5 km!

Um asteróide ou um cometa (com tamanho maior do que 30 metros) é um PHO se existirem dois pontos, um na sua própria órbita e o outro na órbita da Terra, cuja distância entre eles seja menor do que 8 milhões de quilômetros. Claro, os PHOs formam um subconjunto dos NEOs, o mais perigoso. O número atual de PHOs é de 1.436.

Com os possíveis empurrões gravitacionais dos planetas, asteróides e cometas NEOs podem deixar de sê-lo (e vice-versa). Aqui na Terra, o sinal vermelho acende se o PHO tiver mais de 1% de probabilidade de impactar a Terra nos próximos 50 anos.

Nos EUA, a responsabilidade de detectar, alertar, mitigar (diminuir danos) e coordenar ações contra os PHOs está nas mãos do Planetary Defense Coordination Office.

Na Europa, tal tarefa é executada pela Space Situational Awareness, que conta com o financiamento de 19 países. Essas duas organizações, por sua vez, são coordenadas pela ONU através da IAWN.

Olhe Para Cima!

Figura 4 – Num dia de inverno, um dos três telescópios óticos operados pelo Observatório Steward da Universidade do Arizona. Eles estão situados nas montanhas Santa Catalina, ao norte da cidade de Tucson (Crédito: Catalina Sky Survey)

Basicamente, três tipos de telescópios são usados no descobrimento e rastreamento dos NEOs: o ótico, o infravermelho e o radar. Os telescópios óticos trabalham nos comprimentos da luz visível e consequentemente, só podem entrar em ação durante a noite. Os telescópios no infravermelho podem detectar os chamados asteróides escuros (que não refletem a luz visível) e os radares que calculam, com muita precisão, a velocidade e a distância dos NEOs.

Entre os mais importantes telescópios óticos caçadores de NEOs podemos citar o Catalina Sky Survey (Figura 4) e o Very Large Telescope (que também opera no infravermelho, Figura 5).

Os asteróides não escuros e cometas refletem a luz visível e emitem luz no infravermelho (como nós, seres humanos). Dessa forma, os telescópios que operam no infravermelho, podem ´ver´ esses objetos espaciais mesmo quando estes se interpõem entre a Terra e o Sol.

Muitos telescópios infravermelhos estão localizados no cume  deslumbrante do Mauna Kea, no Havaí (Figura 6). Altitude acima de 4.000 metros, céu limpo, ar seco, sem poluição, Mauna Kea é o melhor local para observações astronômicas no hemisfério norte (no hemisfério sul, é o deserto de Atacama, no Chile).

É importante notar que telescópios baseados em terra, precisam compensar a turbulência atmosférica. Na mesosfera, entre 90 e 100 km de altura, existem átomos de sódio que, ao serem excitados por raios laser (com comprimento de 589 nanômetros), emitem luz. Essa pequena estrela artificial, permite então utilizar técnicas de ótica adaptativa, que deixam a imagem (do objeto estudado) bem mais nítida. Recomendo muito, que vocês vejam o vídeo feito em Mauna Kea.

Figura 5 – O Very Large Telescope está localizado em Cerro Paranal (cuja altitude é de 2.600 metros), no deserto de Atacama (Chile). É composto por 4 telescópios que operam tanto no visível quanto no infravermelho. É capaz de distinguir os dois faróis de um carro localizado na Lua (Crédito: European Southern Observatory, ESO)

Telescópios espaciais como o Spitzer, James Webb e até o Hubble, também são utilizados para localizar e caracterizar NEOs no infravermelho.

Vamos agora, analisar os caçadores de NEOs que utilizam o radar. Diferentemente dos telescópios óticos e infravermelhos que são passivos (só recebem os sinais eletromagnéticos), os radares são elementos ativos que enviam sinais de rádio para o objeto em estudo, recebem o retorno do seu eco e o interpretam. A diminuição da potência do eco permite calcular a distância do objeto e o efeito Doppler permite determinar a sua velocidade radial. Variando a direção do feixe de rádio, é possível calcular a rotação e os detalhes da superfície daquele objeto.

O objeto espacial mais distante analisado por um radar foi o planeta Saturno, seu anel e suas luas (um sinal de radar leva mais de duas horas para ir e voltar). O autor dessa façanha foi o gigantesco Telescópio de Arecibo, em Porto Rico (Figura 7). O seu colapso, há dois anos, foi um duro golpe para a radioastronomia. Operou por 57 anos e foi pioneiro em inúmeras descobertas. Seu legado não será esquecido.

A palavra radar é um acrônimo para RADAR (Radio Detection and Ranging). O radar foi desenvolvido secretamente para usos militares, durante a Segunda Guerra Mundial (Figura 8). Hoje, os radares estão em toda parte: no trânsito, nos navios, nos aviões, nos foguetes e nos satélites.

O primeiro asteróide detectado por um radar foi o 1566 Icarus, em 1968. Hoje, o número de asteróides descobertos através do radar já passa de 1000. Um conjunto de 10 telescópios chamado VLBA (Very Long Baseline Array), com ´pratos´ de 25 m de diâmetro e espalhados pelos EUA, utiliza o radar para detectar e analisar NEOs. Como rádio receptor, ele também investiga os buracos negros.

Figura 6 – O maravilhoso pico de Mauna Kea (Havaí) abrange um conjunto de 13 telescópios. Mauna Kea é um vulcão adormecido e sagrado para o povo nativo. O 14º. telescópio projetado (um gigante com um espelho de 30 metros) tem encontrado resistência para sua construção, por parte da comunidade nativa (Crédito: Frank Ravizza)

Figura 7 – O icônico telescópio de Arecibo, em Porto Rico. Com um ´prato´ de 305 metros de diâmetro, o Arecibo operava ondas de rádio de 3 centímetros a 6 metros. Com o objetivo de contactar extraterrestres, o Arecibo em 1974, enviou uma mensagem (de Carl Sagan, Frank Drake e outros colaboradores) na direção do grande aglomerado globular M13 (que orbita o centro da Via Láctea), informando sobre a humanidade e o nosso planeta. Foi um gesto apenas simbólico pois, como o M13 está a 25.100 anos da Terra, somente uma civilização tecnologicamente super avançada, poderia captar o sinal de rádio que chegará absurdamente fraco. Saberemos daqui há 50.000 anos (Crédito: Arecibo Observatory/NAIC)

Muito embora a nossa tecnologia de radar só permita estudar objetos dentro do sistema solar, os radiotelescópios podem receber sinais de astros que emitem intensos sinais de rádio como estrelas, galáxias e quasares.  Os radiotelescópios recebem sinais de rádio com comprimento entre 1 mm e 10 m. Portanto, foram eles que detectaram a radiação cósmica de fundo (micro-ondas, com comprimento de onda da ordem de 1,9 mm) emitida quando os primeiros átomos de hidrogênio se formaram e o nosso universo tinha cerca de 300 milhões de anos de idade.

Veja Onde Eles Estão!

Para a tela do seu computador, a NASA disponibiliza, em tempo real, a posição espacial de cometas, asteróides e astronaves como OSIRIS-Rex e Lucy. Você pode ver isso acessando este site. É um programa pesado, leva um bom tempo para carregar. Quando aparecer o ´tag´ indicando lentidão, pressione “Aguarde” muitas vezes, até que surja a tela que mostra a posição atual dos NEOs.

O mapa mostra os principais objetos situados entre o Sol e o planeta Jupiter. Posicionando o cursor sobre esses objetos, aparecerá uma linha indicando a sua órbita. Clicando nos símbolos + ou -, você pode fazer um zoom. Arrastando o relógio que está na parte inferior da tela, você poderá saber as posições desses objetos entre os anos 1990 e 2030. No canto superior direito fica a lupa, digite o nome de um asteróide, cometa ou astronave e você terá mais informações. Vale a pena.

A Missão DART

Resumo

A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) foi criada pela NASA para testar a possibilidade de desviar a órbita de um asteróide através do impacto direto de uma nave. A nave DART foi construída com esse objetivo. Foi lançada por um foguete Falcon, da SpaceX, no dia 24 de novembro (GMT) de 2021, da base Vandenberg, na Califórnia. Seu alvo – o asteróide Dimorphos (Figura 9), que forma um sistema duplo com o asteróide Didymos. O impacto ocorreu no dia 26 de setembro de 2022. Foi um sucesso total.

Figura 8 – Placa em homenagem ao sucesso dos primeiros experimentos com radar. Ela está na cidade de Daventry, Inglaterra. Em 26 de fevereiro de 1935, Robert W. Watt e A. Wilkins, demostraram o uso do radar na detecção de aviões. O final da placa diz: “Foi essa invenção, mais do que qualquer outra, que salvou a RAF (Royal Air Force, força aérea britânica) da derrota, em 1940 na batalha da Grã-Bretanha” (Crédito: Kintak)

A Nave DART

O corpo central da Nave DART tinha a forma de um paralelepípedo com dimensões de 1,9 x 1,8 x 2,6 m. No espaço, abriram-se 2 painéis solares com comprimentos de 8,5 m, cada um. A massa total era de 610 kg. Sua propulsão era iônica (60 kg de xenônio) e, para as manobras de posicionamento da nave, utilizou-se 50 kg

Figura 9 – O asteróide Dimorphos, que tem a forma de uma batata, comparado em tamanho e proporção com o Coliseu de Roma (Crédito: ESA)

de hidrazina (N2 H4).

Como carga útil, DART (Figura 10) trazia a câmera DRACO (para Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical navigation) que junto com os algoritmos chamados de SMART Nav (para Small-body Maneuvering Autonomous Real Time Navigation) permitiram que, uma hora antes do impacto, DART pudesse distinguir entre Dimorphos e Didymos e, realizasse uma navegação ótica autônoma até o alvo.

No lançamento, DART estava acompanhado da nave LICIACube (para Light Italian CubeSat for Imaging of Asteroids) construída pela ASI (Agenzia Spaziale Italiana) com objetivo de adquirir imagens de longa distância. LICIACube se separou da DART 15 dias antes do impacto.

O Sistema Duplo de Asteróides

Para testar a sua técnica de impacto, a NASA escolheu o sistema duplo de asteróides Didymos-Dimorphos. Um sistema ideal, primeiro, porque não havia (e não há) risco algum dele vir a colidir com a Terra, segundo, porque tudo poderia ser observado em tempo real e de ´camarote´ (Figura 11) pelo DART, LICIACube e vários telescópios espaciais e terrestres devido a posição e a proximidade do sistema (então, a 11 milhões de quilômetros da Terra).

Didymos tem diâmetro de 780 m e Dimorphos 160 m (Figura 12). Dimorphos é, praticamente, uma lua de Didymos. A distância média entre eles era de 1.180 metros e o período de rotação de 11 horas e 55 minutos.

Figura 10 – Poster da NASA por ocasião do Primeiro Teste de Defesa Planetária. No primeiro plano, ilustração da nave DART rumo ao seu alvo, o asteróide Dimorphos. Ao fundo, o asteróide Didymos (Crédito: NASA)

Figura 11 – Ilustração da auspiciosa distribuição dos astros à época do impacto. O sistema duplo está numa configuração tal que, quando visto aqui da Terra, o asteróide Dimorphos se eclipsa atrás de Didymos. Muito conveniente para se medir o período de rotação. A colisão do DART e do Dimorphos foi frontal! (Crédito: NASA)

O Sucesso da Nave Kamikaze

Figura 12 – Infográfico de DART, Dimorphos e Didymos e objetos conhecidos. Com o gasto de combustível para percorrer 11 milhões de quilômetros, a massa de DART na hora do impacto era de 570 kg. Não existe medida direta da massa de Dimorphos, mas estimativas fornecem, aproximadamente, 5 bilhões de quilogramas! Logo, o impacto da DART não conseguiria despedaçar Dimorphos! (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL)

No dia 26 de setembro de 2022, às 20 horas e 14 minutos (horário de Brasília) a nave DART colidiu de frente com o asteróide Dimorphos. Os derradeiros minutos da espaçonave foram transmitidos pela Tv da NASA. Com apenas 37 segundos de diferença, a humanidade pôde acompanhar, ao vivo, as imagens do

impacto. Foi emocionante e inesquecível.

Na Figura 13, vemos que a superfície de Dimorphos é coberta de pedregulhos como se estes tivessem sido ´grudados´ no corpo (que tem a forma de uma batata) do asteróide. Com o forte impacto (a velocidade da DART era de 23.760 km/h), este material se pulverizou formando uma cauda (Figura 14). O asteróide Dimorphos se vestiu de cometa!

Cerca de 2 semanas após o impacto, novas medições concluíram que o período do asteróide Dimorphos, havia diminuído em 32 minutos (± 2 minutos)! Com isso, Dimorphos se aproximou de Didymos cerca de 35 metros. Sucesso total!

Perspectivas

Para repetir o sucesso da nave DART é necessário se determinar, com muita precisão, a órbita e a forma dos NEOs. E aí entram os radares. Existem bons receptores de radar espalhados por todo o mundo, mas no que tange a emissores de radar, o colapso do telescópio de Arecibo deixou uma enorme lacuna. Pensando nisso, os EUA estão desenvolvendo novas e mais potentes antenas transmissoras de radar para o Green Bank Telescope e o Very Long Baseline Array.

Recentemente, a Agência Espacial Européia tornou operacional o telescópio TBT2 (no Observatório La Silla, Chile). É um telescópio ótico com processamento autônomo para detectar NEOs. Inspirado nos olhos multifacetados de um inseto, está em desenvolvimento uma rede de telescópios denominada  Flyeye, com o objetivo de detectar NEOs com mais de 40 metros de diâmetro, três semanas antes de um possível impacto.

Figura 13 – A última imagem captada pela câmera DRACO a bordo da nave DART, antes de seu impacto contra o asteróide Dimorphos. Ela estava a 7 km de altura e a 2 segundos da colisão (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL)

 

Figura 14 – (a) Imagem do asteróide Dimorphos feita pelo telescópio espacial Hubble no dia 08 de outubro de 2022, 285 horas após o impacto da nave DART. (b) Imagem feita pelo telescópio terrestre SOAR, no Chile, mostrando um rastro de poeira e destroços de cerca de 10.000 km (Crédito: (a) NASA/ESA/STScl/Hubble / (b) CTIO/NOIRLab/SOAR/NSF/AURA

Por último, gostaria de mencionar a Missão Hera. Em desenvolvimento pela Agência Espacial Européia, ela deve lançar a espaçonave Hera (provavelmente, em 2024) para estudar o sistema duplo Didymos-Dimorphos após impacto da DART. Além de colher dados geofísicos da superfície desses asteróides e, em particular, da cratera onde colidiu com a DART, Hera está equipada com um radar e poderá investigar a composição do seu interior.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia” dirija a câmera do celular para o QR Code abaixo:

 

 

 

 

Compartilhe o artigo:

 

 

 

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de novembro de 2022

Reitor divulga vídeo sobre novo sistema de ingresso na graduação – o Enem USP

O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, divulgou no dia 11 de novembro um vídeo em que fala sobre a decisão do Conselho Universitário em adotar um novo sistema de ingresso na graduação, o Enem USP.

No vídeo, o reitor dá detalhes sobre como será o processo de inscrição no sistema, previsto para começar no dia 21 de novembro e se estender até o dia 10 de janeiro de 2023. A taxa de inscrição custará R$ 10 e será isenta para os candidatos que já se inscreveram na Fuvest; os candidatos que se enquadrem nas categorias L1 e L2, que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas; alunos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais, o Cadúnico; e aqueles que apresentem uma autodeclaração que indique necessidade econômica.

Na inscrição, o candidato deverá indicar sua área de interesse – Exatas, Biológicas ou Humanas – e três cursos dentro da respectiva área. De 15 a 29 de janeiro, o candidato terá a oportunidade de alterar esta opção. A chamada dos aprovados será realizada na mesma data da Fuvest, sendo a primeira no período de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.

“Sei que, para quem está prestando vestibular, qualquer mudança pode ser motivo de apreensão. Mas quero tranquilizar a todos que não haverá nenhuma dificuldade em se inscrever no novo sistema. O importante é que o candidato se dedique para ir bem na prova do Enem, que será realizada nos próximos dois domingos, dias 13 e 20 de novembro, para que tenha condições competitivas de poder ingressar na USP no ano que vem”, afirmou o reitor.

Assista, clicando na imagem abaixo, à íntegra do vídeo.

(Portal USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de novembro de 2022

Em toda a USP – Obrigatoriedade do uso de máscaras faciais em ambientes fechados a partir do dia 16 de novembro

Devido ao novo  cenário epidemiológico da Covid-19, a partir de quarta-feira (16/11) e por decisão da Comissão Assessora de Saúde da USP, a Universidade determina que o corpo docente e discente, servidores técnico administrativos, prestadores de serviços e visitantes deverão utilizar máscaras de proteção, de forma continuada, em todos os ambientes fechados da instituição, incluindo salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos.

Além das instruções para o uso correto das máscaras, as diretrizes emanadas pela USP incluem:

-Lavagem frequente das mãos ou higienização com álcool 70%;

-Evitar aglomerações;

-Sempre que possível, manter ventilação natural, com portas e janelas abertas. Caso o uso de aparelhos de ar-condicionado seja necessário, não utilizar aparelhos que funcionem com recirculação do ar;

A USP recomenda que não sejam realizados eventos festivos, confraternizações, coffee-breaks ou qualquer outro evento similar que estimule os participantes a retirar a máscara para ingestão de alimentos e, consequentemente, aumente a possibilidade de transmissão do vírus;

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de novembro de 2022

Alunos de Mato Grosso do Sul de visita à USP São Carlos – Programa “Universitário por Um Dia” incentiva o ingresso no ensino superior

 

Prof. Antonio Carlos Hernandes dá as boas vindas aos alunos da E.E. Vespasiano Martins

 

Chegaram no dia 07 de novembro, às 04h30 da manhã na Área-2 do Campus USP de São Carlos, vindos de Campo Grande (MS). Vinte e sete alunos e cinco professoras da Escola Estadual Vespasiano Martins enfrentaram longas horas de viagem apenas com um objetivo: saber de que forma os alunos podem ingressar no ensino superior e como é que funciona a USP.

“Minha escola abriu uma chamada para selecionar vinte e cinco alunos com o intuito de vivenciarem o programa “Universitário por Um Dia” no Instituto de Física de São Carlos, da USP, e esse processo seletivo ocorreu entre os cerca de trezentos alunos que frequentam a minha escola – E.E Vespasiano Martins -, tendo em consideração o desempenho acadêmico, projeto de vida e a performance, tudo para que os selecionados estivessem preparados para interagir com os alunos e professores da USP de São Carlos. E o meu nome estava lá, na divulgação da primeira lista de alunos selecionados. Tem sido muito legal vivenciar esta experiência na melhor universidade do Brasil, que é também uma das melhores do mundo. Nunca imaginei que pudesse ter esta experiência. Numa altura em que estamos perto do vestibular, temos sempre a tendência de ver apenas nosso micro-mundo em Campo Grande e não pensarmos no que está mais além. Ou seja, na possibilidade de um aluno de Mato Grosso do Sul poder vir estudar na USP. Nossa professora de química falou – e bem – que esta nossa visita iria abrir nossos horizontes e mostrar que, de fato, somos capazes de conseguir entrar na USP, nós que somos alunos de escola pública. Sentimo-nos verdadeiramente acolhidos e a USP está, sim, ao nosso alcance e de uma forma relativamente simples. Ainda não caiu a minha ficha de que estou aqui, no Campus da USP. Estou muito feliz e esta visita reforça aquilo que sempre quis concretizar: entrar no ensino superior e fazer o curso com que sempre sonhei”,  comemora a aluna Maria Eduarda Melo de Souza (17).

Uma aposta de alunos, pais, professores, direção da escola e secretaria estadual de educação

Maria Eduarda Melo de Souza

A Profª Amandha Kaiser (32) foi a grande incentivadora desta “aventura” a partir da escola de Campo Grande. Ex-aluna de mestrado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), a Profª Amandha não teve qualquer dúvida em iniciar este projeto. “Tudo começou com a oportunidade que tivemos, em agosto último, de poder trazer três alunos da escola em uma primeira visita aqui no decurso da iniciativa “USP e as Profissões”, graças à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS (FUNDCT) que ofereceu bolsas de Iniciação Científica a esses nossos alunos do ensino médio. E essa experiência inicial abriu portas para o convite que posteriormente foi feito pelo Prof. Herbert João, do IFSC/USP, para trazermos um grupo alargado de alunos para uma edição especial do “Universitário por Um Dia”, o que fizemos graças ao extraordinário apoio da Secretaria Estadual de Educação que apoiou integralmente a vinda de vinte e sete alunos”, sublinha a docente. Para ela, esta visita veio dar um grande alento e entusiasmo em todos os alunos, ainda sob os efeitos psicológicos da pandemia, e mostrar que eles, sendo de escola pública do Estado de Mato Grosso do Sul, são capazes, sim, de atingirem aquilo que quiserem. “Os olhos deles estão brilhando. Agora, sabem que são capazes de entrar em qualquer universidade do país”, sublinha a docente.

Profas. Amandha Kaiser e Patricia Cardoso

Para a diretora da E.E. Vespasiano Martins, Patrícia Cardoso (40), este é um momento muito especial, já que foi a primeira vez que uma escola de Mato Grosso do Sul veio até à USP. “Este projeto foi apresentado pela Profª Amandha, a convite da USP de São Carlos, e para isso fizemos todo o processo burocrático. A Secretaria de Estado da Educação abraçou completamente este projeto e deu todo o apoio necessário. Sabendo que o nosso Estado tem cerca de duzentos mil alunos, para a nossa escola foi um privilégio ter sido dada a possibilidade de nossos alunos verem como é relativamente fácil ingressarem no ensino superior e prepararem de forma adequada seu futuro, demonstração essa que é uma prioridade para a própria Secretaria de Educação. Os alunos estão encantados com esta permanência e contato com alunos e professores universitários, vendo que é possível alcançarem o que quiserem. Por seu turno os professores estão extremamente entusiasmados”, relata a docente.

O sucesso do “Universitário por Um Dia”

Prof. Antonio Carlos Hernandes

O “Universitário por Um Dia”, que se insere no programa “Vem Saber”, coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, ocorre regularmente no Conjunto Didático localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, visando não só informar e entusiasmar os alunos do ensino médio a ingressarem no ensino superior, como, também, apoiar os professores e responsáveis escolares para essa trilha que visa abrir as portas para oportunidades de jovens estudantes. Nesta edição especial do “Universitário por Um Dia”, que ocorreu no dia 07 de novembro, os alunos de Mato Grosso do Sul participaram de uma programação intensa que só terminaria no dia 09. As atividades ao longo de todo o dia 07 incluíram a permanência na “Sala do Conhecimento”, com atividades coordenadas pelo Prof. Herbert João Alexandre, visitas aos laboratórios do IFSC/USP e ao Observatório “Dietrich Schiel” (CDCC), sendo que a programação estipulada para o dia 08 foi totalmente preenchida com visitas aos laboratórios do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP).

“Graças à visibilidade que este programa tem tido, estamos já organizando a programação para o próximo ano. A demanda de visitas para este ano foi muito intensa e estamos completamente lotados até o próximo mês de dezembro, já que muitas escolas querem trazer seus alunos aqui e já tem lista para o próximo ano”, relata o Prof. Hernandes, sublinhando que desde agosto passado, até o presente momento (três meses), participaram do programa 1.674 alunos de escolas sediadas no Estado de São Paulo.

Prof. Herbert João Alexandre

Iniciado em 2010, o “Universitário por Um Dia” já recebeu, até esta data, trinta e sete mil alunos oriundos de oitocentas e sessenta e seis escolas diferentes do Estado de São Paulo, o que faz com que Antonio Carlos Hernandes programe o futuro com uma visão mais abrangente. “Em termos da “Sala do Conhecimento”, estamos tentando um planejamento mais dilatado com o intuito de congregar um maior número de escolas e alunos, principalmente às sextas-feiras, criando assim uma programação especial e mais intensa para esses dias, cujo nosso objetivo é poder receber entre cem e cento e cinquenta alunos em simultâneo, mantendo a programação normal nos restantes dias. E a nossa expectativa é que possamos receber cerca de dez mil alunos no próximo ano. Atividades práticas na “Sala do Conhecimento”, visita aos laboratórios e à Biblioteca do IFSC/USP, palestras e shows de física estão entre as particularidades dessa programação”, enfatiza o docente.

Para o coordenador do “Universitário por Um Dia”,o balanço deste programa traduz-se em um verdadeiro sucesso, já que o intuito maior foi atingido: entusiasmar os alunos a ingressarem no ensino superior e criar oportunidades para que os jovens conheçam os mecanismos de acesso. Para o Coordenador Acadêmico do “Programa Vem Saber”, esse objetivo tem sido plenamenmte alcançado, uma vez que os bolsistas que colaboram com o programa têm tido a possibilidade de, através de um contato muito próximo, explicar aos jovens estudantes todos os pormenores de acesso ao ensino superior, sanar dúvidas e medos: ou seja, um bate papo entre estudantes do ensino médio e universitários. ”Hoje foi uma visita de vinte e sete alunos de uma escola de Mato Grosso do Sul, sendo que, desse total, vinte deles já indicaram que pretendem ingressar na USP. Fornecemos a todos esses jovens as informações essenciais de como ingressar na Universidade, tiramos as dúvidas todas relativas à permanência estudantil – moradia, alimentação e subsistência -, quais os tipos de bolsas que eles podem obter, etc.. Estamos muito felizes com este contato que foi estabelecido”, comenta Herbert João.

Em sua estada na USP São Carlos, os alunos e professoras da E.E. Vespasiano Martins cumprirama seguinte programação:

07/11 – Chegada e início do programa “Universitário por Um Dia” – Edição Especial com atividades na “Sala do Conhecimento”;

Práticas experimentais nos Laboratórios de Física – LEF (IFSC/USP);

Visita aos hangares do Curso de Engenharia Aeronáutica (EESC/USP);

Visita aos Laboratórios de Biofísica e Biologia Estrutural “Prof. Sérgio Mascarenhas” – Participação do docente colaborador do programa “Universitário por Um Dia”, Prof. João Renato Muniz;

Visita à Biblioteca do IFSC/USP;

Visita ao Observatório “Dietrich Schiel” (CDCC), com o apoio do Prof. Valter Líbero e do técnico André Luiz da Silva;

08/11 – Visita e atividades nos laboratórios do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP);

09/11 – Regresso a Campo Grande;

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de novembro de 2022

Vaga de doutorado em intercâmbio com a Sofia University St. Kliment Ohridski (Bulgária)

Estão abertas, até 07 de dezembro de 2022, às 13h, as inscrições para o Edital 1640/2022 – Erasmus, para preenchimento de uma vaga de doutorado de intercâmbio, com início obrigatório a qualquer tempo entre 30/02/2023 e 01/05/2023, na Sofia University St. Kliment Ohridski (Bulgária), Instituição de Ensino Superior (IES) estrangeira parceira da USP.

O programa é voltado a estudantes de Pós-Graduação para a realização de parte de suas atividades de pesquisa e aprendizado estritamente ligadas a projeto que resulte em Tese a ser apresentada à unidade USP de origem para obtenção de título de Doutor.

O intercâmbio ocorrerá no âmbito da “Ação-chave 1 – Mobilidade de Indivíduos (Key Action 1 – Mobility of Individuals)” do Erasmus +, programa da Comissão Europeia, cujo intuito é impulsionar qualificações e empregabilidade por meio da educação, formação, juventude e desporto.

Este Edital e todas as publicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus (https://uspdigital.usp.br/mundus), opção Editais > Alunos de Pós-Graduação, sob o código 1640e responsabilidade da AUCANI – Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Em caso de dúvidas, os interessados devem entrar em contato com o escritório internacional da sua Unidade USP.

Para conferir o Edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de novembro de 2022

Circuitos nanofotônicos podem revolucionar o processamento de dados

Figura a: esquema das nanoestruturas de grade em um filme fino de ouro tendo um vidro de telurito como substrato; figura b: configuração experimental, em que uma fonte de luz branca polarizada ilumina a amostra de cima e o espectro de transmissão é registrado no detector (imagem: Scientific Reports)

O movimento dos elétrons carrega informações através dos cabos metálicos. Mas a taxa de transmissão é limitada devido às perdas que ocorrem no percurso. A adoção de fibras ópticas reduziu essas perdas e viabilizou frequências de transmissão muito maiores. A grande revolução na internet proporcionada pela banda larga, agregando telefonia, rádio e televisão, só foi possível em escala de massas com a introdução de fibras ópticas. O desafio agora é substituir os circuitos eletrônicos por circuitos ópticos para aumentar a velocidade de processamento de dados.

A dificuldade é que a radiação eletromagnética por si só não consegue transpor ou ser guiada por estruturas menores do que o seu comprimento de onda, que é da ordem de micrômetros (10-6 m). “Uma alternativa altamente promissora é criar sistemas híbridos, baseados na interação da luz com íons. Nosso estudo mostrou que íons, emissores quânticos, conseguem interagir com a luz por meio de uma estrutura metálica em escala nanométrica”, diz o físico Euclydes Marega Júnior, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

O trabalho foi conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP (CEPID). Também contou com financiamento por meio de uma Bolsa de Doutorado concedida a Gaston Lozano Calderón, orientando de Marega. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports.

“O fenômeno que observamos e relatamos no artigo mostra que circuitos fotônicos em escala nanométrica podem se tornar realidade em um futuro relativamente próximo, impactando as tecnologias atuais e viabilizando a transmissão e o processamento de informações em escala nanométrica e em frequências da ordem de terahertz [1012Hz]. Isso poderá produzir, na área de processamento, uma revolução equivalente à protagonizada pela fotônica na área de transmissão de informação”, acrescenta o professor do IFSC-USP.

Onda de superfície

O estudo permitiu observar a interação da radiação eletromagnética com íons de érbio nas proximidades de um aparato metálico muito pequeno, composto por fendas. A ordem de grandeza da estrutura era bem menor que a do comprimento de onda da luz. Por isso, sozinha, a radiação eletromagnética não teria podido atravessar. Mas a travessia tornou-se possível graças à interação da luz com elétrons livres do metal, criando o que se denomina “plásmon-poláritons de superfície”. Trata-se de um tipo de onda de superfície com comprimento de onda mais curto que o da luz na mesma frequência.

A expressão “plásmon-poláritons de superfície” explica que a onda de superfície envolve tanto o movimento de cargas no metal (plásmon) quanto o de ondas eletromagnéticas no ar ou no dielétrico (poláriton). “É a forma confinada que faz com que a radiação eletromagnética consiga interagir com objetos nessa escala de tamanho”, explica Marega.

Longe da estrutura, o acoplamento radiação-íon é fraco. Mas, nas proximidades, observa-se um acoplamento muito mais intenso, com a manifestação de novos fenômenos. Um deles é a ressonância de Fano, que ocorre devido à interação entre dois sistemas quânticos: o íon e o campo de radiação.

O fenômeno é assim nomeado em referência ao físico ítalo-americano Ugo Fano (1912-2001), que, em 1961, deu uma explicação teórica para o padrão de espalhamento de elétrons de hélio. Mas o fenômeno já teria sido referido antes pelo também italiano Ettore Majorana (1906-?), considerado um dos maiores gênios da história da ciência e que desapareceu misteriosamente aos 31 anos, sem deixar vestígios.

Marega sublinha que o estudo em pauta se insere em um campo cada vez maior de investigação, o da nanofotônica, que enfoca fenômenos que ocorrem em uma escala de tamanho intermediária, entre o nível atômico e o fotônico. Como já foi dito, as aplicações tecnológicas são altamente promissoras.

A investigação envolveu pesquisadores do IFSC-USP, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Université Laval (Canadá) e da Universidad Nacional Mayor de San Marcos (Peru).

O artigo Demonstration of multiple quantum interference and Fano resonance realization in far-field from plasmonic nanostructure in ER3+ doped tellurite glass pode ser acessado em: www.nature.com/articles/s41598-022-08858-x.pdf?origin=ppub

(In Agência FAPESP by José Tadeu Arantes)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..