Notícias Destaque

15 de dezembro de 2020

Programa “USP VIDA” em apoio à pesquisa na Universidade

A Universidade de São Paulo (USP), ao participar intensamente no enfrentamento da COVID-19, com a atuação de seus cientistas, pesquisadores, professores e funcionários técnicos e administrativos, confirma que a ciência ocupa papel central nos desafios apresentados por uma pandemia que tem trazido impactos em todo o mundo.

Diante dessa que pode ser considerada a pior crise dos últimos tempos, as universidades, centros e laboratórios de pesquisa têm desempenhado sua missão de modo extraordinário na busca incessante para encontrar meios de conter a doença, sendo que a USP tem despendido todos seus esforços na busca de soluções em vacinas, medicamentos, desenvolvimento de testes, higienização, equipamentos e logística. E, ao mesmo tempo, não deixa de atuar direta e indiretamente nos diagnósticos, no atendimento hospitalar e nas internações.

Exemplos recentes podem ser destacados: o sequenciamento do vírus feito em tempo recorde o que possibilitou o trabalho de muitos laboratórios na busca incessante de antivirais e fármacos; e o desenvolvimento de um ventilador pulmonar mecânico, que poderá ser produzido por custo de R$ 1 mil frente aos R$15 mil cobrados em média no mercado.

Também foi criada a Rede USP para o Diagnóstico da Covid-19 em cinco centros de pesquisa da Universidade, com a missão de realizar diagnósticos moleculares, e o envolvimento de 17 laboratórios.

A luta frente à COVID-19, entretanto, é ampla.

A USP pode e deve fazer muito mais, mas precisa de sua ajuda. O Programa USP Vida foi criado com a finalidade de fazer avançar as pesquisas e ações na superação da covid-19.

Sua doação é a chave para progredirmos. Você poderá escolher em que pesquisa prefere doar – aplicar no desenvolvimento de vacina; em ações diagnósticas; no desenvolvimento de novos fármacos; em material de proteção para pacientes, profissionais da saúde e a sociedade em geral; ou no desenvolvimento de equipamentos. Pode, ainda, direcionar sua doação para um fundo único para que o Comitê Gestor aplique na pesquisa mais avançada no momento.

No site https://www.fusp.org.br/usp-vida você encontrará as formas de doações para pessoas jurídicas e físicas. As doações podem ser feitas por meio de depósito em conta corrente ou por pagamento em cartão de crédito.  Os recursos arrecadados serão gerenciados por um Comitê Gestor de Cientistas, coordenado pelo pró-reitor de Pesquisa da USP, e alocados em conta específica na Fundação de Apoio da Universidade de São Paulo – FUSP. Informações adicionais ou dúvidas podem ser encaminhadas ao e-mail: parcerias_usp@usp.br

Faça a diferença, doe e contribua para ajudar a salvar vidas.

DOE AGORA! Acesse https://www.fusp.org.br/usp-vida.

PROGRAMA USP Vida

(Com informações e imagens do Jornal USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de dezembro de 2020

“Carnathon USP” selecionará projetos para tornar campi mais sustentáveis

Estudantes de graduação e de pós-graduação têm até o dia 7 de janeiro de 2021 para inscrever projetos no Carnathon USP – uma competição que selecionará propostas para tornar a gestão dos campi da Universidade mais sustentável.

A iniciativa, promovida pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), tem o objetivo de fortalecer a ação conjunta de ensino, pesquisa e extensão, com resultados que beneficiem a comunidade, estimulem o pensar criativo e inovador dos estudantes e contribuam para uma formação mais cidadã.

“Como o Carnaval de 2021 será diferente por causa do cancelamento dos festejos, a Pró-Reitoria resolveu propor aos estudantes uma atividade produtiva para esse período. Por isso, o nome Carnathon”, explica a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado.

A realização do Carnathon USP conta com a parceria das Pró-Reitorias de Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação, das Prefeituras dos campi da USP, da Agência USP de Inovação, da Superintendência de Gestão Ambiental e da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp).

Soluções inovadoras

Os projetos devem oferecer soluções para questões enfrentadas pelas Prefeituras dos campi, dentro de seis campos temáticos específicos – gestões da água, energia elétrica, resíduos sólidos, mobilidade, saúde e bem-estar social –, além do campo “você traz sua ideia”, aberto a novas abordagens.

Podem participar do Carnathon equipes formadas por até seis estudantes de graduação ou pós-graduação, supervisionados por um docente. As inscrições podem ser feitas de 4 de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021, por meio do Sistema Apolo.

No dia 27 de janeiro, será divulgada a lista dos projetos selecionados para participar da etapa final do Carnathon. Nesta fase, que vai de 28 de janeiro a 24 de fevereiro, as equipes selecionadas entrarão em contato com as Prefeituras dos campi nos quais seus trabalhos foram baseados, para obtenção de mais dados e detalhar melhor a proposta. Os projetos finalizados deverão ser encaminhados para a PRCEU até 24 de fevereiro.

Uma Comissão de Avaliação analisará os projetos finalistas e escolherá os três que receberão a distinção acadêmica. O projeto vencedor ganhará um prêmio no valor de R$ 10 mil, o segundo lugar receberá R$ 5 mil e o terceiro, R$ 3 mil.

Mais informações sobre o Carnathon USP podem ser encontradas no edital Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão ligadas aos desafios de inovação na gestão da sustentabilidade dos campi da USP, disponível na página da PRCEU.

(Por Erika Yamamoto – Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

14 de dezembro de 2020

Microagulhas dissolvíveis entregam fármacos para combater câncer de pele

Uma pesquisa desenvolvida pela Drª Michelle Barreto Requena, Pós-Doutoranda do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em colaboração com cientistas da Queen’s University of Belfast (UK), culminou com o desenvolvimento inovador de microagulhas dissolvíveis que permitem entregar fármacos para o combate do câncer de pele, via Terapia Fotodinâmica (TFD).

Tendo como base o trabalho desenvolvido em seu doutorado, consubstanciado em métodos mecânicos para melhorar a entrega de fármacos, a jovem pesquisadora Michelle Requena descobriu uma nova vertente em suas pesquisas quando realizou um “doutorado sanduiche” na Escola de Fármácia da Queen’s University of Belfast, no grupo de pesquisa especialista no desenvolvimento de microagulhas poliméricas, tendo focado o seu trabalho para área de tratamento do câncer de pele do tipo não melanoma.

Já no regresso ao IFSC/USP, Michelle testou o novo e inovador procedimento em modelos tumorais em camundongos, tendo obtido resultados muito superiores aos apresentados nas aplicações tópicas que usualmente são realizadas com aplicação de creme. Com o uso das microagulhas dissolvíveis, o fármaco foi disponibilizado de forma mais homogênea e em maiores profundidades nos tumores. Uma grande vantagem é que estes resultados foram obtidos com uma concentração de fármaco quatro vezes menor do que se é utilizado atualmente no creme, tornando o modelo de microagulhas dissolvíveis desenvolvido uma forma mais barata e eficiente de entrega.

“Cada arranjo cabe na ponta do dedo e contem 361 microagulhas em formato de pirâmide com 0,5 mm altura cada.  O arranjo é posicionado na superfície do tumor e pressionado por trinta segundos. Ele permanece inserido no tumor para que as microagulhas dissolvam por uma hora. Passado esse tempo, as microagulhas já foram dissolvidas e o fármaco absorvido pelo tumor e então, a região é iluminada com luz apropriada, dando inicio ao processo de TFD”, explica Michelle.

Com esta colaboração internacional, Michelle acredita que, através de parcerias com o setor produtivo, este tipo de microagulhas poderá começar a ser fabricado no Brasil, em curto prazo, uma vez que o material utilizado em suas pesquisas veio da Universidade de Belfast. “Este procedimento é minimamente invasivo, não causa qualquer dor ou sangramento durante a aplicação, mostrando-se bastante eficaz na entrega de fármaco e com grande possibilidade de combater o câncer de pele por TFD. Agora, aguardamos o melhor momento para fazermos os estudos clínicos em humanos e, se tudo correr como estamos prevendo, muito em breve poderemos ter este tipo de procedimento disponibilizado para a sociedade, quer em hospitais e centros de saúde, quer, ainda nos consultórios médicos, a um preço muito acessível”, complementa Michelle, sublinhando que o novo foco de sua pesquisa em seu Pós-Doutorado é melhorar ainda mais o tempo de dissolução das microagulhas.

Este trabalho de pesquisa foi publicado no Journal of Biophotonics em setembro do corrente ano, assinado por:

Michelle Barreto Requena (IFSC/USP) / José DirceuVollet-Filho (IFSC/USP) /Marlon Rodrigues Garcia (EESC/USP) / Sebastião Pratavieira (IFSC/USP) / Andi Dian Permana (School of Pharmacy – Queen’s University of Belfast – Department of Pharmaceutics – Faculty of Pharmacy – Hasanuddin University – Indonesia) / Patricia González-Vásquez (School of Pharmacy – Queen’s University of Belfast) / Clara Maria Gonçalves De Faria (IFSC/USP) / Ryan F. Donnely (School of Pharmacy – Queen’s University of Belfast) e Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP e Hagler Institute for Advanced Studies, Texas A&M University, College Station).

Para conferir o artigo científico relativo a este trabalho, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de dezembro de 2020

Atualização da produção científica do IFSC/USP em novembro de 2020

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de outubro de 2020, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Journal of Photochemistry and Photobiology  (AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

11 de dezembro de 2020

Tendo como base os qubits – eis o Computador Quântico

Figura-1 – O chip do dispositivo Sycamore, com 53 qubits, feito pela Google – o computador quântico supercondutor. (Crédito:Erik Lucero)

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Computadores clássicos baseiam-se em informações contidas em bits. O bit é uma variável que pode assumir apenas dois valores: 0 ou 1. Quando, no circuito, um capacitor está sem carga associamos o valor zero e quando está totalmente carregado associamos o valor um. O estado da memória de um computador nada mais é do que o conjunto dos valores de seus bits. Para alterarmos o estado da memória de um computador, precisamos de um código computacional, da mesma maneira que, para entendermos a evolução temporal de um sistema natural qualquer, precisamos das leis da Física.

Esse circuito de bits, composto por transistores e capacitores, formam a DRAM (Dynamical Random Access Memory). Se nós tivermos n bits, o número total de estados será 2n. Os estados 0 ou 1 correspondem, respectivamente, a ausência ou a presença de uma carga adicional no capacitor de, digamos, 300.000 elétrons. Por que tantos elétrons, por que não operar apenas com um único elétron? Os elétrons são partículas muito leves e estão em constante movimento. Se a carga presente no capacitor fosse de apenas um único elétron e, caso esse elétron vazasse do capacitor (migrando para um outro local), isto mudaria o estado do capacitor para zero e seria uma falha que, em computação, chamamos de erro. Porém, se de um total de 300.000 elétrons, apenas alguns poucos migrarem para outro local, isto não representará, de fato, em um grande problema. Mesmo assim, os circuitos eletrônicos checam constantemente o nível de carga e repõem a quantidade necessária para evitar erros.

Computadores quânticos se baseiam em qubits. Há várias maneiras de produzir qubits, por exemplo, através de circuitos supercondutores 1 ou da polarização dos fótons 2. Um resultado fundamental da Mecânica Quântica é que um sistema pode estar numa superposição de estados. Cada estado tem uma certa probabilidade de ocorrer. Para entendermos a superposição de estados quânticos, vamos comparar uma operação lógica num algoritmo clássico de 3 bits com outro de natureza quântica (veja Tabela 1).

No caso Clássico, vamos supor que o sistema está, inicialmente, no estado 010. Nos instantes seguintes, o algoritmo conduz o sistema para os estados 011, 101, 000, 010 e assim por diante. Um estado de cada vez. Já, no caso Quântico, vamos supor que inicialmente o estado inicial seja uma superposição de 010 e 011. No instante seguinte (veja Tabela 2), o sistema vai para uma combinação dos estados 001, 100 e 111, em seguida para uma mistura de todos os 8 estados.  Vemos que o computador quântico é mais rico e complexo do que o clássico, o que permite que ele seja mais rápido e eficiente na solução de determinados problemas.

Como vimos acima, pequenas flutuações no número de elétrons não afetam de maneira importante o computador clássico que é robusto (muitos bits) e tem autorregulagem (redundância). Mas essa checagem feita pelo sistema é uma interferência que destrói o estado quântico. Para diminuir essa flutuação do número de elétrons (ruído) devemos abaixar a temperatura do sistema. Foi o que fez a Google ao lançar mão dos supercondutores 1.

Para demonstrar a ‘supremacia’ (palavra utilizada originalmente pela Google, e, por ter uma conotação étnica, hoje em dia está sendo substituída pelo termo ‘vantagem’) do computador quântico em relação ao clássico, eles construíram um dispositivo (que chamaram de Sycamore) com 53 qubits feitos com circuitos supercondutores (veja Figura 1 no início da matéria). O material utilizado foi o Alumínio, que se torna supercondutor a 1 grau Kelvin.  Os elétrons se juntam numa única unidade e o qubit formado é, basicamente, um oscilador de elétrons. O sistema oscila entre o estado de mais baixa energia, que chamaremos de estado zero do qubit, e o primeiro estado excitado, que chamaremos de estado um do qubit. A frequência de ressonância desse oscilador é de 6 Ghz (micro-ondas), ou seja, a diferença de energia do estado um para o estado zero é muito pequena, cerca de 2,5 10 -5 eV. Isso equivale a uma temperatura de 0,3 Kelvin. A Google comparou o desempenho de Sycamore com o do supercomputador Summit no Teenessee. Concluiu que Summit levaria 10.000 anos para um cálculo que Sycamore levaria apenas 3 minutos e 20 segundos! Essa conclusão foi, porém, contestada logo em seguida.

Figura-2 O supercomputador chinês TaihuLight, atualmente o mais rápido do mundo, é 10 -14 vezes mais lento que o dispositivo montado pela equipe de Zhong et al 2.  – o computador quântico fotônico (Crédito:Hansen Zhong)

Recentemente, Zhong et al. 2 estudaram a construção de um computador quântico fotônico (veja Figura 2). Em 2011, dois cientistas computacionais, Aaronson e Arkhipov, estudaram a chamada amostragem bosônica, que consiste em determinar a probabilidade de encontrar um bóson em uma dada posição, num sistema de muitos bósons em que se leva em conta as interferências de suas funções de onda. Eles obtiveram uma expressão com um número gigantesco de incógnitas e concluíram ser impossível resolvê-la através do uso de computadores clássicos.

Através de pulsos de laser, Zhong et al. 2 polarizaram fótons que depois foram deixados interferir uns com os outros, gerando assim, a amostra de fótons. Os qubits eram os próprios fótons. Tudo isso foi realizado a temperatura ambiente. A equipe chinesa utilizou então, fotodetectores capazes de registrar cada um dos fótons e medir sua distribuição. O problema da amostragem de bósons (aqui, fótons) estava resolvido.

Segundo os pesquisadores, o supercomputador chinês Sunway TaihuLight, atualmente o mais rápido do mundo, levaria 2,5 bilhões de anos para completar os cálculos, metade da idade da Terra. O experimento todo desenvolvido pela equipe chinesa levou apenas 200 segundos! Um resultado impressionante e muito animador!

Referências:

1 Arute, F. et al. Nature 574, 505–510 (2019)

2 Zhong,H.S. et al. Science,

   https://doi.org/10.1126/science.abe8770 (2020).

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de dezembro de 2020

Pesquisadora do IFSC/USP conquista prêmio “The World Academy of Sciences” (TWAS)

A Pós-Doutoranda do IFSC/USP, Drª Anna Caroline Campos Aguiar, pertencente ao Grupo de Cristalografia de nosso Instituto, conquistou no final deste mês de novembro o TWAS- LACREP Young Scientists Prize 2020, na área de Ciências Médicas, atribuído pelo The World Academy of Sciences (TWAS).

Anna Caroline (33), com Mestrado e Doutorado realizados na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é neste momento Pós-Doutoranda no IFSC/USP e, também, professora afiliada na UNIFESP (Campus da Baixada Santista). No final do mês de novembro deste ano, a jovem pesquisadora viu seu memorial científico ser destacado na The World Academy of Sciences (TWAS), com a conquista do Prêmio TWAS-LACREP, que é o reconhecimento internacional dado às contribuições de jovens pesquisadores ativos, com idades até 40 anos, que desenvolvem seus trabalhos na América Latina e no Caribe.

A qualidade dos trabalhos de pesquisa de Anna Caroline chamaram a atenção da TWAS, principalmente pelo foco dado ao combate à malária. “A minha vida acadêmica e científica sempre foi focada no combate à malária, principalmente no desenvolvimento de anti-maláricos. Foi uma causa que abracei logo desde o início, procurando incessantemente por compostos bioativos que pudessem ter interatividade para bloquear o ciclo de vida do parasita. E esse entusiasmo, essa entrega, foram consolidados quando eu fiz meu “doutorado sanduiche” na Universidade Johns Hopkins (Escola de Saúde Pública), que é muito forte nesse tema. Outro momento importante na minha vida científica foi quando, posteriormente, iniciei meu trabalho de campo em Porto Velho, em 2011. Assim, desde esse ano que desenvolvo minha pesquisa nessa região, que é altamente endêmica para malária”, sublinha Anna Caroline.

Quando terminou seu doutorado, a jovem pesquisadora começou a trabalhar para a Medicines for Malaria Venture (MMV), desenvolvendo vários projetos igualmente relacionados com a malária, já que o principal objetivo dessa organização é encontrar candidatos clínicos para o tratamento da doença. “Todas as minhas contribuições científicas foram no sentido de avançar o conhecimento na busca de novos medicamentos contra a malária. É isso que faço até hoje”, enfatiza Anna Caroline, que acaba de ver aprovado um projeto seu na categoria de Jovem Pesquisador da FAPESP, na mesma área de pesquisa, através da UNIFESP e do IFSC/USP.

Em relação ao prêmio conquistado, no valor de 2.000 USD, Anna Caroline afirma que esse dinheiro vai ser aplicado em ciência. “Não vejo outra forma de gastar o dinheiro. O combate à malária é, para mim, uma meta, um modo de estar na vida, uma paixão, um destino. Não me vejo atuando em outra área qualquer. Este prêmio foi o reconhecimento do que eu venho fazendo desde os meus vinte e um anos, ou seja, durante doze anos consecutivos. Sinto cada vez mais que posso dar contribuições concretas no combate à malária em particular, e às doenças negligenciadas, como um todo”, conclui Anna Caroli, que pretende continuar a dividir seu tempo entre a ciência e a docência, já que, para ela “A formação de recursos humanos também não pode parar. Tenho igualmente a missão de repassar meus conhecimentos, minha experiência e minha filosofia de vida para os outros, para os estudantes”.

O IFSC/USP parabeniza Anna Caroline pelo sucesso alcançado, desejando-lhe as maiores felicidades para seu futuro.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

10 de dezembro de 2020

“Negligência Mortal” – um Game que ensina sobre doenças negligenciadas

O Jogo foi desenvolvido no Espaço Interativo de Ciências (São Carlos, SP), sede das atividades de Educação e Difusão Científica do CIBFar, com sede no IFSC/USP

Negligência Mortal (NM) foi desenvolvido como atividade pedagógica para estudantes do Ensino Fundamental e Médio. É uma mídia interativa onde o usuário irá atuar como um investigador no processo de aprendizagem sobre quatro doenças negligenciadas:  Malária, Doença de Chagas, Esquistossomose e Leishmaniose.

Essas doenças são temas de textos escolares e afetam populações ribeirinhas, de zonas rurais e urbanas, onde faltam tratamento de água, esgoto e meio ambiente degradado.

No jogo NM, o estudante assume o papel da Dra. Odete, médica epidemiologista brasileira que tem a missão de descobrir qual foi a doença que uma jornalista norte-americana contraiu durante uma visita de trabalho ao Brasil. Ao retornar ao seu país, a jornalista apresentou sintomas diversos, mas os médicos não conseguiram chegar a um diagnóstico. Foi então solicitada ajuda ao Ministério da Saúde no Brasil no sentido de auxiliar a equipe médica americana.

O desafio do jogador é descobrir que doença a jornalista contraiu, para isso ele ajudará a epidemiologista Odete a percorrer as regiões em que ela visitou. Durante o percurso, o jogador irá interagir com a população, fará anotações, e observará o ambiente em que vivem. No final, o jogador deve relacionar sintomas às enfermidades correspondentes e assim chegar ao diagnóstico da doença da jornalista.

Além do Negligência Mortal, o EIC/CIBFar já desenvolveu cerca de 30 games, sobre diferentes temas e formatos, como InfoGypti, Liga dados, Conhecimento na ponta dos dedos, Caça Palavras, Microscópio Virtual e outros. Alguns podem ser baixados de lojas de aplicativos e diretamente do site https://eic.ifsc.usp.br, alguns com versões para celulares, tablets, notebooks.

No link abaixo pode ser visto um “trailer” do jogo:

https://drive.google.com/file/d/14calWFwMeAbADfE109XEGqmFbFTHt8_4/view?usp=sharingPCs.

O EIC/CIBFar também está nas mídias sociais:

www.facebook.com/EIC.USP/

https://www.instagram.com/eiciencia/ https://www.youtube.com/c/EspaçoInterativodeCiências/

Contato: Profa. Leila Maria Beltramini – leila@ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2020

Novo equipamento desenvolvido no IFSC/USP na detecção de algumas formas de câncer

Lorenzo Buscaglia

O IFSC/USP acaba de desenvolver um protótipo portátil de um espectrômetro de impedância elétrica capaz de medir propriedades elétricas de diversos materiais, principalmente fluidos biológicos. Com esse novo instrumento, abre-se uma nova porta para a detecção de contaminações por vírus e bactérias, além de diversas doenças, como o câncer de mama, pâncreas, cabeça e pescoço, e próstata.

Desenvolvido pelo Pós-Graduando Lorenzo Buscaglia (24) no decurso de seu mestrado em Física Aplicada/Instrumentação no IFSC/USP, sob supervisão do Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, com a colaboração do Prof. João Paulo Pereira do Carmo, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e com patrocínio da FAPESP, este novo equipamento portátil poderá detectar doenças através de sangue, suor, ou saliva, de forma rápida e barata, comparativamente a outros equipamentos do mercado, importados, e com alto custo, conforme explica Lorenzo. “De fato, já existem equipamentos que fazem estas detecções, mas eles são extremamente caros, pois além de incluir hardware de maior custo, são importados. Nosso grupo de pesquisa apostou em um modelo portátil e de baixo custo, pois a maioria também é pesada e não pode ser transportada. A versão comercial mais similar atualmente entrou no mercado em 2018, mas seu custo é da ordem de dois mil dólares, o que é inviável para muitas aplicações”, sublinha Lorenzo. O novo equipamento foi designado SIMPLE-Z, teve seu registro solicitado junto à Agência de Inovação da USP (AUSPIN) e está pronto para a fabricação em escala. Poderá ser facilmente adquirido pela classe médica, além de poder ser empregado em laboratórios de ensino em universidades e no ensino médio.

“A técnica de espectroscopia de impedância pode ser aplicada em inúmeras áreas da saúde e, inclusive, pode ser acoplada a dispositivos vestíveis. Dependendo do software instalado, poderá fornecer informações à distância, o que abre um novo universo de oportunidades”, comemora Lorenzo.

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior

Para o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior “Um instrumento como o Simple-Z é um sonho antigo do Grupo de Polímeros e de seus parceiros nos trabalhos de sensores e biossensores. Sempre ficávamos frustrados de não poder fazer a detecção fora de um ambiente de laboratório, e os espectrômetros portáteis são muito caros. Com o Simple-Z, poderemos finalmente fazer medidas em qualquer lugar e a baixo custo. Ressalto que o custo do instrumento é barato porque o Lorenzo propôs soluções de software que eliminaram limitações dos componentes eletrônicos utilizados”.

O Simple-Z inclui circuitos que geram os sinais e medem a resposta, transmitindo a mesma de forma instantânea para o computador, onde fica registrada em uma base de dados. Para fazer a medição de qualquer fluido, basta ligar o aparelho num sensor ou biossensor sobre o qual é depositado o fluido. A detecção é assim feita em poucos minutos. Neste momento, falta apenas desenvolver uma interface amigável para um usuário sem nenhum tipo de treinamento.

Segundo o jovem pesquisador, o custo de mercado deste equipamento poderá ser de cerca de R$ 1.300,00 (~ U$D 250) cada unidade.

O “Simple-Z”

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de dezembro de 2020

IFSC/USP seleciona voluntários para pesquisa em tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está selecionando voluntários de ambos os sexos, com idades entre 18 e 60 anos, para participarem da pesquisa de tratamento de Disfunção Temporomandibular (DTM), com o equipamento Vacumlaser, que promove a pressão negativa associada ao laser, e um outro equipamento – o Recúpero – que é constituído de ultrassom associado ao laser.

A DTM está muitas vezes associada a dores fortes na articulação temporomandibular, dor nos músculos da mastigação, dor ou desconforto para abrir a boca, pacientes que rangem os dentes e tem dor na face.

Esta é uma iniciativa do IFSC/USP, com o apoio da FAPESP e da empresa MMOPTICS, onde estarão vetados de participar pessoas com as seguintes características:

– Portadores de diabetes;

– Portadores de marca-passo;

– Pessoas com alterações de pressão arterial;

– Pessoas sob suspeita de infeção por COVID-19

– Grávidas;

– Portadores de fibromialgia;

Este tratamento está aprovado pelo Comité de Ética da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) sob o número CAE-09096219000008148.

Esta pesquisa de tratamento será realizada pela doutoranda Patricia Tamae, com supervisão do Dr. Vitor Hugo Panhoca e Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisadores do IFSC/USP.

Os interessados em participar desta pesquisa para tratamento da DTM deverão se inscrever, para realizar a triagem, enviando mensagem no whatsapp da pesquisadora Profa. Patricia Tamae, no número 16-99798-4665.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de dezembro de 2020

USP e Secretaria de Educação de São Carlos juntas no projeto “Educação para Todos”

Numa feliz parceria entre a USP e a Secretaria Municipal de Educação de São Carlos, foi lançado no dia 03 do corrente mês, nas instalações da Fundação Educacional de São Carlos (FESC), o projeto denominado “Educação para Todos”, cujo principal objetivo é proporcionar o acesso dos estudantes do Ensino Fundamental I (1º ano aos 5º anos) e do Ensino Fundamental II e EJA (6º ao 9º ano) a atividades pedagógicas não presenciais, com a transmissão de videoaulas de reforço, produzidas e gravadas pela empresa de produção de vídeos educativos PROVE, parceira do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), sediada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Participam destas transmissões as emissoras TVE, TV-USP – São Carlos, e TV Ônix.

Dentre os convidados que participaram neste lançamento presencial, que foi devidamente organizado, respeitando as medidas de segurança sanitária, estiveram presentes a Secretária Municipal de Educação, Cilmara Ruy e o diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e coordenador do CEPOF, Prof. Vanderlei Bagnato.

Para Cilmara Ruy, o nome escolhido para esta iniciativa – “Educação para Todos” – praticamente diz tudo, ou seja, o objetivo é que todos tenham acesso à Educação, através de soluções que auxiliem os jovens alunos a superarem as dificuldades causadas pela pandemia da COVID-19. “Fomos desenvolvendo ações que permitissem ajudar nossos alunos e aí surgiu a hipótese de realizar videoaulas, numa estreita parceria com a USP de São Carlos, e principalmente com o Prof. Vanderlei Bagnato e aí consolidamos um formato adequado para os nossos jovens alunos”, pontuou a Secretária Municipal de Educação, sublinhando o esforço que foi feito pela Prefeitura Municipal de São Carlos e pela USP de São Carlos. “As videoaulas tiveram a colaboração de professoras da rede municipal, que viram seu trabalho valorizado com a qualidade dos recursos oferecidos pela USP e pelo IFSC. De fato, é a primeira vez que estamos tendo contato com o sistema de videoaulas e só me resta agradecer aos professores e ao Prof. Vanderlei Bagnato, pedindo para que todos dêem sua melhor colaboração neste projeto”.

“A Prefeitura Municipal de São Carlos não tem que agradecer, pois somos uma instituição de ensino e pesquisa. Não estou fazendo um favor, já que é minha obrigação enquanto educador”. Foi assim que o Prof. Vanderlei Bagnato iniciou seu discurso improvisado, tendo seguidamente parabenizado os professores que contribuiram para a realização das videoaulas, enfatizando que “a escola é um lugar onde também se aprende a ser cidadão”.

Para Vanderlei Bagnato, os professores são verdadeiros heróis, sendo que a função do poder público é assumir a gestão e organização da educação. “Esta iniciativa comprova exatamente isso”, acrescentou o diretor do IFSC/USP, que terminou seu discurso afirmando: “Este material agora produzido deverá ser um ponto de apoio para a organização de mais ações similares para consolidar o projeto no futuro, mesmo que retomemos ao “normal”. Os dirigentes têm que ter a mesma coragem demonstrada agora pela Secretaria Municipal de Educação de São Carlos. A USP está totalmente disponível não só para este projeto, como para outros que venham a ser cogitados”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de dezembro de 2020

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior é eleito membro titular da ABC

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, foi eleito, no passado dia 03 de novembro, Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências Físicas, em Assembleia-Geral Ordinária realizada pela entidade, onde também foram eleitos Membros Correspondentes, Colaboradores e Afiliados.

Osvaldo Novais tomará posse no dia 01 de janeiro, juntamente com os restantes eleitos, em cerimônia que será avaliada pela ABC devido à pandemia.

A comunidade do Instituto de Física de São Carlos congratula o Prof. Osvaldo por sua eleição.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2020

FO/UNESP e IFSC/USP conquistam prêmio conjunto no 12º SBENDO

Um trabalho conjunto elaborado por pesquisadores da Faculdade de Odontologia da UNESP (Campus de Araraquara) e do IFSC/USP, apresentado de forma virtual na décima segunda edição do Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Endodontia (SBEndo), que este ano se subordinou ao tema O impacto da ciência e tecnologia no protocolo clínico, conquistou o primeiro lugar na categoria “Poster Científico”.

O trabalho foi assinado pelos pesquisadores Fernanda Ferrari Torres, Jáder Camilo Pinto, Juliane Maria Guerreiro-Tanomaru e Mário Tanomaru-Filho (todos da Faculdade de Odontologia da UNESP) e por Éverton Lucas-Oliveira e Tito José Bonagamba, do IFSC/USP, que contribuíram com sua expertise na técnica de microtomografia por raios-x (microct).

O título deste trabalho premiado foi Obturação de canais curvos: Avaliação por MICROCT variando tamanhos de Voxel e Métodos de Segmentação”.

A Sociedade Brasileira de Endodontia é uma entidade que busca promover a Endodontia como campo de estudo e atuação, valorizando os pesquisadores e profissionais dessa especialidade através de ações que auxiliam na formação e aperfeiçoamento dos endodontistas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de dezembro de 2020

Em experimentos realizados nos LSND e FERMILAB – O quarto Neutrino

Resultados experimentais (Fermilab). Probabilidade de oscilação dos neutrinos versus distância (em escala logarítmica). Neutrinos do múon (vermelho), Neutrinos do tau (azul), Neutrinos do elétron (verde) e Neutrinos estéril (cinza). – Crédito: American Physical Society/ Carin Cain

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Os neutrinos são partículas elementares que interagem através da força gravitacional e da força nuclear fraca. São muito evasivos e de difícil detecção. Eles são produzidos pela interação fraca e estão sempre associados a um lépton carregado: um elétron, um múon ou um tau. Dizemos que há 3 tipos de neutrinos ou 3 sabores (na linguagem da mecânica quântica). Há cerca de duas décadas sabe-se que esses três tipos podem se transformar uns nos outros – a chamada oscilação do neutrino. Essa descoberta levou ao Prêmio Nobel de Física de 2015.

A possibilidade de existir um quarto neutrino, o neutrino estéril, surgiu após os resultados de experimentos realizados no Laboratório Nacional de Los Álamos (LSND) e no Fermilab (Mini Booster Neutrino Experiment, MiniBooNE) 1.  Esses experimentos detectaram um excesso de neutrinos do elétron a partir de um feixe de neutrinos do múon. Para reconciliar os dados experimentais com a teoria, foi proposto um quarto neutrino. Eles calcularam que diferença da massa ao quadrado entre o neutrino estéril e do neutrino do elétron, isto é, m2estéril – m2elétron, deveria ser de 1 eV2 (eletronvolt ao quadrado).

O neutrino estéril não interage pela força fraca, mas poderia participar do processo de oscilação dos outros três (ativos) neutrinos e, eventualmente, causar a transformação do neutrino do múon em neutrino do elétron em curtas distâncias.

Se ele existir, o Modelo Padrão (atualmente, nossa melhor teoria para as partículas elementares e suas interações) teria de ser modificado ou estendido. Os neutrinos estéreis seriam também ótimo candidatos para compor a Matéria Escura, com consequências importantes na Cosmologia.

A distância necessária para que um neutrino se transforme em outro tipo de neutrino, depende das energias dos neutrinos envolvidos e da diferença de suas massas ao quadrado.

Recentemente 2, dois enormes grupos internacionais de pesquisa, com mais de 260 cientistas, realizaram experimentos que testaram a existência do neutrino estéril.

O grupo MINOS+ 2 investigou o desaparecimento de neutrinos do múon, produzidos por um acelerador no Fermilab. Com seus detectores posicionados a distâncias entre 1 e 735 km, eles obtiveram a curva de probabilidade de oscilação do neutrino como função da distância3 (veja figura). Vemos que a probabilidade de formação do quarto neutrino é praticamente nula, a não ser a curtas distâncias de uns poucos quilômetros. Por outro lado, a uma distância de cerca de 500 km, a probabilidade de o neutrino do múon ter-se transformado em neutrino do tau é de quase 50%.

Já o grupo Daya Bay 2, na China, acompanhou o desaparecimento de anti -neutrinos do elétron produzidos por seis reatores nucleares, com 8 detetores colocados a distâncias entre 360m e 1,9 km.

Os grupos do MINOS+ e do Daya Bay combinaram, então, seus dados. Seus resultados eliminaram qualquer possibilidade de que a diferença dos quadrados das massas do neutrino estéril e do neutrino do elétron (mass splitting) esteja no intervalo entre 10 – 4 a 10 3 eV2, o que contradiz o valor de 1 eV2, estimado pelos próprios autores que propuseram a existência do neutrino estéril 1.

Conclusão – muito embora a existência do neutrino estéril ainda não possa ser totalmente descartada, sua realidade é bastante improvável.

Referências:

1 A. Aguilar et al. (LSND Collaboration), Phys. Rev. D 64, 112007 (2001) e A. Aguilar-Arevalo et al. (MiniBooNE Collaboration), Phys. Rev. Lett. 110, 161801 (2013).

2 P. Adamson et al, Phys. Rev. Lett. 125, 071801 (2020)

3 V. Niro e P. Machado, Physics 13, 123 (2020)

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

27 de novembro de 2020

Bio-impressão 3D para o estudo do aneurisma cerebral

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal da parede de uma artéria no cérebro que, ao romper-se, provoca hemorragia que pode resultar num acidente vascular cerebral (AVC). No AVC há perda de circulação e oxigenação do cérebro que, se não socorrido prontamente, pode levar ao óbito.

O modelo de aneurisma bio-impresso. Em verde, as células endoteliais, em vermelho o coágulo. (Crédito: Jang et al. 1)

Os aneurismas podem ser congênitos ou formados por traumas, infecções e hipertensão arterial. Acredita-se que 1 em cada 15 pessoas desenvolva um aneurisma ao longo de sua vida. Após a ruptura do aneurisma cerebral, há cerca de 25% de probabilidade de morrer em 24 horas, 25% de vir a falecer em 3 meses e 25% de deixar uma sequela permanente. O socorro médico, em geral, consiste em dois tratamentos: clipagem do aneurisma com microcirurgia intracraniana e endovascular, com a embolização ou oclusão do aneurisma com stents ou espirais de platina. Após a inserção da mola de platina no saco formado pelo aneurisma, forma-se um trombo que estanca a hemorragia. O tratamento endovascular tem sido o preferido pelos médicos nos últimos anos, pois é menos invasivo, mais barato e o paciente permanece menos tempo hospitalizado. Dessa maneira, a pesquisa recente tem sido direcionada para desenvolver novos dispositivos e novos materiais para a técnica endovascular. Certamente, uma avaliação in vitro da performance de coagulação desses dispositivos e de previsão antecipada dos seus efeitos, antes de implantá-los no paciente, é muito importante.

Com esse objetivo, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore1 (EUA) utilizaram hidrogel de fibrina-gelatina para imprimir, em 3D, uma estrutura na forma de um aneurisma. O material utilizado – hidrogel de fibrina-gelatina, foi escolhido por dois motivos: ter a mesma rigidez mecânica dos tecidos cerebrais e por ser transparente, permitindo visualizar e medir a variação do fluxo do plasma nos vasos bio-impressos. Isso tornou possível a equipe comparar seus resultados experimentais com aqueles computacionais, baseados em modelos 3D de dinâmica dos fluidos.

Esses vasos bio-impressos tiveram suas paredes internas revestidas com células endoteliais microvasculares do cérebro humano. Em seguida, eles injetaram plasma sanguíneo de bovinos nos vasos. Controlando a velocidade do plasma, eles provocaram hemorragia no saco do aneurisma (pré-fabricado na junção de três vasos, veja figura). Iniciaram então, o tratamento médico propriamente dito. Conduziram, através de um micro cateter, uma espiral de platina até o aneurisma.  Em pouco tempo, eles observaram a formação de um coágulo em torno da mola de platina!

Portanto, essa técnica abre espaço para se estudar novos materiais bio-compatíveis, a eficiência de dispositivos de embolização, fornece informações hemodinâmicas e permite determinar o tempo de cura do tratamento utilizado 2.

1 Lindy K Jang , Javier A Alvarado , Marianna Pepona , Elisa M Wasson , Landon D Nash , Jason M Ortega , Amanda Randles, Duncan J Maitland , Monica L Moya and William F Hynes, Biofabrication 13 (2021) 015006

2 https://www.sciencealert.com/scientists-have-3d-printed-a-living-brain-aneurysm-out-of-human-cells

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Figuras: Simptomi Bolesti e Bio-impressão 3D para o estudo do aneurisma cerebral

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de novembro de 2020

IFSC/USP – Bolsa de Pós-Doutorado em Astrofísica de Partículas

O Grupo de Astrofísica de Partículas do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo convida para aplicações para uma posição de pós-doutorado com foco especial no âmbito científico do Observatório CTA.

Os principais assuntos de interesse são: conexão de raios gama e raios cósmicos, incluindo efeitos de propagação, matéria escura, violação da invariância de Lorentz e física de chuveiros atmosféricos extensos.

Data limite para inscrições – 15 de dezembro de 2020.

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros.

Exigências:

– Doutorado em física, astronomia ou equivalente, defendido nos últimos 7 anos;

– Papel ativo no cenário internacional;

– Excelentes habilidades de trabalho em equipe;

– Excelentes habilidades de comunicação e bons conhecimentos de inglês.

Condições: a bolsa de estudos é oferecida pela FAPESP dentro do Projeto Temático por um período de 12 meses. O(A) candidato(a) selecionado(a) deverá começar a trabalhar no início de 2021.

Inscrição: as inscrições devem incluir um Curriculum Vitae curto com uma lista de publicações (favor destacar 5 publicações) e endereços de e-mail de duas pessoas que possam ser contactas para referências.

As inscrições devem ser enviadas para vitor@ifsc.usp.br.

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de novembro de 2020

Semana da conscientização sobre o antibiótico em todo o mundo

Por: Profa. Dra. Ilana L. B. C. Camargo – Responsável pelo Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo-IFSC-USP)

Em maio de 2020, a Organização Mundial de Saúde juntamente com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) definiram esta semana (18 a 24 de novembro) para levar à população o conhecimento sobre os antimicrobianos, dentre os quais estão os antibióticos. É preciso lembrar que atualmente passamos por uma falta de novas alternativas de tratamento para as infecções causadas por certos microrganismos que são resistentes à maioria dos antimicrobianos

Nós precisamos evitar o surgimento e a disseminação de microrganismos resistentes aos antimicrobianos. A resistência antimicrobiana pode ser observada em bactérias, fungos, vírus e parasitas quando eles resistem aos efeitos das medicações fazendo com que seja mais difícil o tratamento das infecções relacionadas, aumentando assim o risco de morte dos pacientes infectados.

Antimicrobianos são usados para o tratamento de doenças infeciosas em humanos bem como em outros animais e plantas. Quando a resistência antimicrobiana surge, ela faz com que haja menos antimicrobianos disponíveis para o tratamento. A situação atual se mostra demasiadamente crítica, pois muitos microrganismos são multirresistentes, ou seja, resistentes a vários antimicrobianos, e alguns já são resistentes a todas as alternativas de tratamento disponíveis, sendo chamados de panrresistentes.

Determinação da concentração inibitória mínima de cinco antibióticos por E-test para uma linhagem de Enterococcus faecium. Esta bactéria apresentou resistência a todos os antibióticos testados neste ensaio, a maioria sem a presença de halo de inibição ao redor da fita contendo antimicrobiano

Nos Estados Unidos, estimam-se que 35.900 pessoas morrem anualmente em decorrência de infecções causadas por microrganismos resistentes aos antimicrobianos. Na Europa, o número de pessoas que morrem por infecções por bactérias multirresistentes ultrapassa 33.000 anualmente. Além do fato de resultar em mais mortes, a resistência antimicrobiana também aumenta o tempo de internação e do custo do tratamento de pacientes internados. Nos Estados Unidos, já foi demonstrado que o custo do tratamento de uma infecção por microrganismo resistente em um paciente é maior em cerca de US$ 1.383,00 quando comparado ao custo de um tratamento da infecção por um microrganismo sensível aos antimicrobianos. Com a estimativa de que mais de 2 milhões de infecções anuais já foram registradas nos EUA, a conta fecha em um gasto extra anual de US$ 2,2 bilhões devido à resistência antimicrobiana.

Você já se perguntou o que leva à multirresistência?? Principalmente, o uso indevido de antimicrobianos em humanos, animais e na agricultura.

Você sabia que em alguns lugares do mundo antibióticos são usados na criação de animais para acelerar a produção, a engorda dos animais e o abate? Este é um uso indevido que acaba por selecionar microrganismos resistentes ao antibiótico no trato intestinal do animal, que excretará estes microrganismos resistentes no ambiente e ainda poderá contaminar água de rios, a carne e até o manipulador no momento do abate. A carne contaminada poderá levar esse microrganismo resistente até a sua casa e sua família. Uma vez contaminado, o manipulador pode levar este microrganismo até os hospitais.

Você sabia que nem sempre uma dor de garganta se trata com antibióticos? Infecções virais podem ser autolimitantes ou serem tratadas com antivirais específicos. Usar antibióticos, que são indicados para bactérias, para tratar todas as infecções de garganta é um dos usos inadequados que são observados.

Muitas vezes, vacinas desempenham um importante papel na prevenção de doenças virais. No entanto, há também aquelas que evitam doenças bacterianas, diminuindo a necessidade de uso de antimicrobianos. Por isso, a vacina é muito importante.

Estamos vivendo um momento de pandemia de COVID-19 que demonstra tipicamente o que acontece quando não existe um tratamento ou uma vacina para a doença infecciosa. Não podemos negar que, em paralelo, ocorre a disseminação silenciosa da resistência antimicrobiana. Não podemos deixar de divulgar esse fato para que não cheguemos à uma “Era Pós-Antibiótica” – quando não exista mais tratamentos disponíveis para as infecções mais simples e conhecidas há décadas.

Como você pode ajudar a diminuir a resistência antimicrobiana???

– Se você é pecuarista, crie seus animais devidamente;

– Esteja em dia com sua caderneta de vacinação;

– Lave sempre as mãos com água e sabão;

– Prepare seus alimentos com a devida higiene, sem misturar carnes cruas – que serão cozidas – com verduras que serão consumidas cruas;

– Use camisinha, praticando “sexo seguro”;

– Exija seu direito quanto ao saneamento básico e acesso à água potável;

– Não compartilhe antibióticos com outras pessoas;

– Se você tem alguma infecção, consulte um médico. Sempre tome o antibiótico receitado conforme a indicação médica e se isole para evitar a propagação da doença.

Desta forma, você já estará evitando o surgimento da resistência antimicrobiana.

Clique AQUI para obter mais informações sobre este tema na página da OMS.

Clique AQUI para conferir a avaliação que foi feita nos Estados Unidos sobre este tema, em 2019.

Assessoria de Comunicação IFSC/USP

25 de novembro de 2020

IceCube: Opening a new window on the Universe from the South Pole

Na edição do “Colloquium diei” relativa ao dia 13 de novembro de 2020, transmitida ao vivo no Canal Youtube do IFSC/USP, Francis Halzen (Wisconsin IceCube Particle Astrophysics Center / Department of Physics, University of Wisconsin–Madison – USA) dissertou sobre o tema “IceCube: opening a new window on the on the Universe from the South Pole.

Recorde, clicando na imagem abaixo, como foi esse colóquio promovido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de novembro de 2020

Lefaudeux consegue a melhor fotografia astronômica de 2020

Por: Prof. Roberto N. Onody*

Na 12ª. edição do concurso de fotografia Astronomy Photographer of the Year, patrocinado pela Royal Observatory Greenwich, BBC Sky at Night Magazine e a Insight Investment, o vencedor geral, entre todas as categorias, foi o francês Nicolas Lefaudeux.

Ele fotografou a galáxia de Andrômeda utilizando um efeito chamado tilt-shift, com as bordas externas da foto desfocadas (veja foto). O valor do seu prêmio foi de 10.000 libras esterlinas. Sua foto foi selecionada entre 5.000 imagens concorrentes de vários continentes.

A melhor fotografia astronômica de 2020 (Crédito: Nicolas Lefaudeux – França)

O concurso também premiou categorias como Nossa Lua, Aurora, planetas, cometas e asteroides etc. Na categoria pessoas e espaço, o vencedor foi o húngaro Rafael Schmall, que fotografou a estrela dupla Albireo. Em longa exposição, a foto mostra as trilhas deixadas pelos satélites da Starlink que obstruem a imagem1.

Referência:

1 https://gizmodo.uol.com.br/melhores-fotos-astronomia-2020/

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de novembro de 2020

IFSC/USP produz “pseudo-virus” SARS-Covid-2 em laboratório comum

Uma pesquisa realizada no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) permitiu desenvolver um “pseudo-vírus” do SARS-Covid-2 destinado a estudar a ação e eficácia de novos fármacos em laboratórios de classe-2, ou seja, em laboratórios considerados perfeitamente comuns, existentes nas universidades e em centros de pesquisa

O pesquisador do IFSC/USP, Prof. Francisco Gontijo Guimarães, coordenador das pesquisas relacionadas ao “pseudo-vírus”, explica que esse falso vírus – produzido pelo bolsista da FAPESP, Dr. Mohammad Sadraeian – é uma partícula viral que possui todas as propriedades do vírus SARS-Covid-2, com a diferença que ele não infecta as células, permitindo que se estude aprofundadamente a eficácia de um fármaco no vírus real, ou a neutralização de sua ação nas células

Produzido nos laboratórios do IFSC/USP, o “pseudo-vírus” já foi sujeito a um estudo aprofundado sobre sua interação e internalização em células pulmonares, a neutralização do vírus pelos anticorpos específicos que o corpo humano produz, e, ainda, suas características físicas.

Por outro lado, estão sendo realizados estudos no sentido de se netutralizar o vírus por ação de Terapia Fotodinâmica e o uso de radiação UVC (in vivo). “ A grande vantagem do desenvolvimento do “pseudo-vírus” é que podemos fazer as pesquisas de forma fácil em laboratórios menos complexos. Assim, em vez de trabalharmos com o vírus real, que é impossível neste momento, trabalhamos com uma cópia fiel e inofensiva”, sublinha Francisco Guimarães.

Esta pesquisa está inserida em um projeto aprovado pela CAPES para o fomento às pesquisas da COVID-19, projeto esse que também aprovou outras duas pesquisas realizadas em nosso Instituto e que serão divulgadas em breve, pelo que todas elas se cruzam entre si em uma única direção. A primeira, desenvolvida pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto, tem como objetivo criar sistemas de entrega de moléculas para tratamento da COVID-19, enquanto a segunda, desenvolvida no Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), coordenada pelos Profs. Glaucius Oliva e Rafael Guido, tem como objetivo o desenvolvimento de novos fármacos para combater a COVID-19.

Estes trabalhos de pesquisa vêm consolidar a tradição que o  IFSC/USP tem em estudos para o tratamento de vírus, como, por exemplo, aquele que foi feito para o HIV.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2020

EMBRAPii-IFSC/USP lança entrega de projetos de empresas parceiras

A Unidade EMBRAPii do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – primeira unidade Embrapii credenciada na região – irá realizar a partir do dia 27 de novembro, o lançamento dos mais significativos resultados dos projetos tecnológicos mais relevantes desenvolvidos no Instituto, em parceria com cerca de duas dezenas de empresas, cujo foco se centraliza na área da saúde humana, saúde ambiental ou melhoria na produção de alimentos, com grandes benefícios para a sociedade.

Assim, no dia 27 de novembro, às 17h00, será lançado o projeto intitulado Desenvolvimento de Instrumentação para monitoramento da fermentação do mosto de bebidas por espectroscopia infra-vermelho e da bebida final, realizado em parceria com a empresa BR Tecnologia em Bebidas Lda.. Nesta apresentação, serão divulgados os resultados do citado projeto e a apresentação de um novo produto que auxiliará as cervejarias de todos os tipos a avaliar a cor e o amargor da cerveja.

O segundo projeto a ser apresentado será lançado no dia 04 de dezembro, às 17h00, subordinado ao tema Desenvolvimento de Processo e Planta para a Síntese Química de Curcumina e Aplicações do Ativo como Fotossensibilizador em Estudos que envolvam Terapia Fotodinâmica, pela empresa PDT Pharma Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Lda..

Todos os eventos serão online e abertos à participação de todos os interessados, com explicações e demonstrações sobre os temas.

A Unidade EMBRAPPii do IFSC/USP tem plena certeza de que as parcerias estabelecidas com os setores empresarial e industrial são as formas mais eficazes de transferir o conhecimento inovador gerado na Universidade diretamente para a sociedade, consolidando, assim, a contribuição da cidade de São Carlos para o desenvolvimento do País.

Para participar nos eventos acima citados, clique AQUI.

Para obter informações adicionais, utilize o email gussen@ifsc.usp.br

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP