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13 de dezembro de 2021

IFSC/USP: Programa “Universitário por Um Dia” – O regresso presencial após quase dois anos de interrupção

O programa do IFSC/USP “Universitário por Um Dia” regressou à sua primeira atividade presencial após quase dois anos de interrupção devido à pandemia do Coronavírus, recebendo, no dia 13 de dezembro, a visita de cerca de 30 alunos, devidamente acompanhados por seu professor, de uma escola do ensino médio da cidade de Timburi, interior do Estado de São Paulo.

De fato, esta visita marca o recomeço das atividades do IFSC/USP e do próprio programa, agora obedecendo a todos os protocolos de segurança sanitária em vigor, mas continuando a pensar no estímulo que se deve dar aos estudantes do ensino médio para seu acesso ao ensino superior.

O Educador do IFSC/USP, Herbert João Alexandre, reafirma os objetivos desta iniciativa: “O programa “Universitário por Um Dia” continua a ter o objetivo de proporcionar aos estudantes do ensino médio uma vivência do ambiente universitário, entusiasmando-os a ingressar na Universidade. Ao mesmo tempo, esta experiência serve para os jovens conhecerem um pouco melhor o nosso Instituto, os seus cursos e o próprio Campus da USP São Carlos, além, é claro, de promover o ensino da Física de uma forma lúdica”.

Por outro lado, este programa, que compreende a realização de diversos experimentos e de um show de Física, serve também para subsidiar as aulas dos professores de Física do ensino médio.

Confira abaixo algumas imagens relativas a esta visita.

 

A chegada dos alunos ao Prédio Administrativo do IFSC/USP

Recepção de um dos grupos dos alunos visitantes à Biblioteca do IFSC/USP

Sabrina Mastrantonio (Bliblioteca do IFSC/USP) explica funcionamento da infraestrutura

Um dos grupos reunido na Biblioteca do IFSC/USP

Alunos assistem à realização de experimentos na Sala do Conhecimento (IFSC/USP)

Experimento realizado por um dos monitores do IFSC/USP

(Fotos: Maria Zilda Lima)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de dezembro de 2021

Pinças ópticas poderão em um futuro próximo aprisionar nanopartículas minúsculas

As aplicações poderão ser enormes, inclusive no estudo da interação de biomoléculas uma a uma.

O conceito de pinças ópticas data da década de 1980, com o trabalho pioneiro de Arthur Ashkin, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 2018. Uma pinça óptica serve para prender e manipular partículas – ou nanopartículas – com a luz de um laser. No ar, pode-se levitar essas partículas quando a força da radiação do laser equilibra a força gravitacional e demais forças atuando sobre elas.

Nestes últimos cinquenta anos houve grandes avanços no desenvolvimento e uso de pinças ópticas, destacando-se, dentre as várias aplicações, as da área biologia, pois pode-se manipular células ou DNA de forma isolada. Uma adaptação do conceito foi feita por Steven Chu, Claude Cohen-Tannoudji e William D. Phillips para aprisionar átomos, tendo-lhes rendido o Prêmio Nobel de Física em 1997.

Contudo, uma das limitações das pinças ópticas atuais está na impossibilidade de manipular partículas muito pequenas (dezenas de nanômetros) sem causar aquecimento, o que se deve principalmente às altas intensidades de laser requeridas. Alternativas recentes empregam nanoestruturas metálicas para explorar a chamada ressonância plasmônica. Com essa ressonância o campo eletromagnético da luz é aumentado consideravelmente nas vizinhanças das nanoestruturas, permitindo o aprisionamento de nanopartículas pequenas usando fontes de potência relativamente baixa.

Porém, em metais, ocorre o aquecimento pelo efeito Joule. Por exemplo, o aquecimento nas estruturas plasmônicas usadas para aprisionar nanopartículas é suficiente para ferver a água, impossibilitando o estudo de nanopartículas biológicas, como pequenas biomoléculas ou células.

Essa limitação pode ser vencida dentro de pouco tempo graças ao trabalho teórico desenvolvido por pesquisadores do IFSC-USP e do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), publicado recentemente através de um artigo da revista Physical Review Letters, onde propuseram um novo design de uma nanoestrutura que permite manipular nanopartículas tão pequenas quanto 20 nm, sem aquecê-las. A nanoestrutura projetada é um nanodisco de silício com uma fenda, que pode ser embebido em água (ou solução aquosa) contendo as nanopartículas.

Segundo o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, cálculos teóricos são usados para otimizar a nanoestrutura de maneira que nanopartículas na água possam ser manipuladas e aprisionadas por um feixe de laser de baixa potência no infravermelho. “O que distingue este trabalho de outros, na literatura, é que a luz do laser não é absorvida pelo meio aquoso, ou pela nanoestrutura. Isso ocorre com a excitação pela luz num modo denominado anapolo, em que a luz fica aprisionada principalmente na região da fenda. Não havendo irradiação do campo, este fica inteiramente localizado, pelo que nanopartículas minúsculas, mesmo as de 20 nm de diâmetro, podem ser aprisionadas e manipuladas”, explica o Prof. Osvaldo.

A expectativa é a de que a partir da publicação deste trabalho, grupos experimentais possam fabricar nanoestruturas como as propostas, sendo que as aplicações poderão ser enormes, como no estudo da interação de biomoléculas uma a uma. “Um exemplo será a possível verificação de como um fármaco encapsulado numa nanopartícula ataca uma célula cancerosa”, finaliza o pesquisador.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de dezembro de 2021

Como escrever artigos de alto impacto: da ideia à publicação – “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos”

Uma das palestras que mais congregou participantes no decurso da “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos”, evento realizado remotamente entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro do corrente ano, foi a que ocorreu exatamente no dia 30 de novembro, com a participação do coordenador da citada escola, Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, que explanou o tema “Como escrever artigos de alto impacto: da ideia à publicação”.

Clique na imagem abaixo para rever essa extraordinária palestra.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de dezembro de 2021

Reitoria promove Concerto de Natal no próximo dia 17 de dezembro

No próximo dia 17 de dezembro (sexta-feira), a Reitoria promove seu tradicional Concerto de Natal, a partir das 12h, no Auditório do Centro de Difusão Internacional (CDI), no campus da USP em São Paulo. Neste ano, o evento contará com a apresentação da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp). O concerto também será transmitido pelo Canal USP (AQUI).

O repertório do concerto inclui as obras  Il Concerto grosso in sol minore, op. 6, n. 8 (fatto per la notte di Natale), de Arcangelo Corelli; Burrico de Pau, de Carlos Gomes; Dança Brasileira, de Camargo Guarnieri; Gabriela, o Frevo, de Felipe Senna; Carinhoso, de Newton Carneiro (sobre original de Pixinguinha), além de músicas natalinas. A regência será do maestro Abel Rocha.

Fundada em 1975, a Osusp é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e tem como objetivos principais divulgar a música sinfônica e de câmara, inovar em propostas educacionais e artísticas, estimular a formação de público e, sobretudo, promover a interação entre o saber produzido na Universidade e a sociedade. Com ampla programação, que inclui concertos sinfônicos e camerísticos, a Orquestra está presente nas salas de concerto e nas unidades de ensino e institutos especializados ligados à Universidade, nos vários campi da USP. Já realizou turnês nacionais e internacionais, lançou oito álbuns, organizou concursos de composição, participou de montagens de óperas e se apresentou com celebrados regentes e solistas do Brasil e do mundo.

O Concerto de Natal é gratuito e aberto a toda a comunidade acadêmica. O Auditório do CDI está localizado na Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues s/n°, na Cidade Universitária, em São Paulo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de dezembro de 2021

Destaques da produção científica do IFSC/USP (Jul/Ago-2021)

 

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de julho/agosto de 2021 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters. Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações sbiprod@ifsc.usp.br

 

ÁREA:   Agricultural Science

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Emergence of complexity inhierarchically organized chiral particles

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

Plasmonic biosensing: focus review

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: Surface properties and gas sensing application

 

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: A comparative approach

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

 

ÁREA:   Physics

Analyzing and modeling real-world phenomena with complex networks: a survey of applications

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Design concepts for the Cherenkov Telescope Array CTA: an advanced facility for ground-based high-energy gamma-ray astronomy

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

Observation of a large-scale anisotropy in the arrival directions of cosmic rays above 8 x 1018 eV

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2021

Novo sensor com formato de caneta detecta bisfenol-A na água com rapidez e baixo custo

Pesquisadores dos Institutos de Física (IFSC) e de Química (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveram um sensor com formato alongado e cilíndrico, semelhante a uma caneta, para análise de poluentes químicos eliminados na água. Fabricado com grafite, nanopartículas de prata e poliuretano, o sensor detecta bisfenol-A (BPA) – composto químico considerado um marcador molecular da presença de contaminantes emergentes, como produtos farmacêuticos, hormônios e pesticidas, entre outros. Resultados da pesquisa, financiada pela FAPESP, foram publicados na revista Materials Science and Engineering: C (VER AQUI).

Paulo Augusto Raymundo-Pereira, coordenador do trabalho, explica que entre os poluentes químicos eliminados no meio ambiente destacam-se os denominados interferentes endócrinos (também conhecidos como desreguladores ou disruptores endócrinos). O BPA, comumente utilizado na produção de policarbonato (um tipo de plástico duro) e em vernizes (como o que reveste latas de alumínio), se enquadra nessa classificação.

Mesmo em baixas concentrações, essas substâncias são capazes de interferir no sistema endócrino dos organismos, que compreende um conjunto de glândulas responsáveis pela síntese de hormônios, e causar prejuízos à saúde, como desequilíbrio hormonal, infertilidade e câncer em órgãos reprodutores.

O Brasil proibiu a importação e a fabricação de mamadeiras e outros utensílios para lactentes que contenham BPA, considerando a maior exposição e suscetibilidade dos usuários desses produtos. Pela regra vigente desde janeiro de 2012, mamadeiras em policarbonato não podem mais ser vendidas no país.

Para as demais aplicações, o bisfenol-A ainda é permitido, mas a legislação estabelece um limite máximo de migração específica da substância para o alimento, definido com base nos resultados de estudos toxicológicos.

“Acontece que o resíduo da produção pode ser descartado em córregos e atingir a estação de água, na qual o tratamento não é 100% eficiente para remover todos esses poluentes. Eles podem, portanto, migrar para a torneira das nossas casas, sendo consumidos por nós.”

Pesquisador Paulo Augusto Raymundo-Pereira

Esse cenário exige o monitoramento constante da qualidade da água. Hoje, a determinação de poluentes emergentes pode, em princípio, ser realizada com análises que envolvem coleta e condicionamento de amostras, além de longas etapas de limpeza. Já a determinação do BPA é normalmente feita por técnicas como cromatografia e espectroscopia. Esses métodos convencionais de monitoramento são caros e demorados.

“Não há uma maneira simples para a análise de poluentes emergentes e, talvez, essa seja a principal razão pela qual os testes com o bisfenol-A ou outros contaminantes ainda não estão disponíveis para as empresas de saneamento, agências de controle ambiental ou pelo menos não nos serviços públicos dos países em desenvolvimento. Esse cenário pode mudar se essas substâncias puderem ser analisadas a partir de sensores sensíveis e robustos, com um dispositivo simples e de baixo custo”, avalia Raymundo-Pereira.

“Pen sensor”

A escolha dos materiais usados no dispositivo – chamado pelos pesquisadores de pen sensor – levou em conta as vantagens obtidas pela combinação entre eles, incluindo estabilidade, facilidade de limpeza da superfície, simplicidade e baixo custo de preparação. Além disso, o poliuretano utilizado é um polímero ecologicamente correto, obtido a partir do óleo de mamona.

“Já tínhamos certa experiência com esses materiais. O grafite é bom condutor elétrico. As nanopartículas de prata, já sabíamos, melhoram a condutividade do grafite, evitam que outras substâncias ‘grudem’ no sensor, além de funcionar muito bem na detecção dos compostos fenólicos, como é o caso do bisfenol.”

A detecção é realizada pela geração de um sinal elétrico produzido por reações químicas de oxidação e/ou redução que ocorrem na superfície do sensor quando em contato com uma amostra contendo o bisfenol-A. Métodos baseados no uso de sensores podem fornecer resultados rápidos e confiáveis ainda nas estações de tratamento, dispensando a coleta da amostra, o uso de equipamentos sofisticados ou a necessidade de pessoal treinado.

Ineditismo e versatilidade

Raymundo-Pereira explica que tanto o desenho do sensor quanto a sua composição são inéditos. “Ele pode ser usado como alternativa às técnicas tradicionais, que são mais caras, consomem mais tempo, geram resíduos e exigem conhecimento técnico de alto nível. Nosso dispositivo pode ser usado por qualquer pessoa, mesmo sem treinamento. Acoplado a um analisador menor do que um celular, possível de ser conectado a um smartphone, forma um conjunto portátil, que pode ser levado a uma estação de tratamento, por exemplo. Não há necessidade de colher uma amostra de água para analisar em laboratório.”

Também é possível utilizá-lo em um rio, em um córrego, um contêiner, um poço e até na torneira. “Em menos de um minuto de contato da amostra com o sensor é possível saber o resultado da análise. Os testes convencionais demoram semanas, até meses. Além disso, a caneta pode ser usada na posição vertical, mas com o sensor virado para cima, e nesse caso apenas 25 microlitros (μl) de amostra – a metade do volume de uma gota – seriam suficientes para realizar o teste”, conta Marina Baccarin, primeira autora do artigo.

A patente do sensor foi submetida recentemente pelo grupo, por meio da Agência USP de Inovação. “A tecnologia está pronta para ser produzida e transferida. Tentamos usar material barato, nada de equipamentos supersofisticados ou importados; tudo pode ser encontrado aqui. E isso exatamente para facilitar essa transferência tecnológica”, ressalta.

A pesquisa teve apoio da FAPESP por meio de três projetos (16/01919-6, 17/04211-7 e 18/22214-6).

(Com informações de Karina Ninni/Agência FAPESP – Foto: Marina Baccarin/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2021

Com parceria do IFSC/USP: INOVA/CITESC inaugura centro de reabilitação para tratamentos de pacientes com sequelas de COVID-19

Instituto INOVA / CITESC

IFSC/USP disponibiliza equipamentos e pessoal especializado para ação gratuita

Através de uma parceria estabelecida entre a Secretaria de Saúde de São Carlos, Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Instituto INOVA/CITESC – Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde, será criada, na primeira quinzena de dezembro do corrente ano, o denominado “Centro de Desenvolvimento e Treinamento para Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Covid-19”, ou seja, um centro de reabilitação único no país e exclusivamente dedicado ao tratamento de pacientes (residentes em São Carlos) portadores de sequelas provocadas por  COVID-19.

Estes tratamentos – gratuitos – serão realizados nas modernas instalações do CITESC, na área do Instituto INOVA – Parque Ecotec Damha, onde ficarão instaladas doze macas bem como todos os equipamentos desenvolvidos nos últimos dois anos pelo IFSC/USP destinados a combater as consequências da COVID-19, com a presença de pesquisadores e técnicos do Instituto devidamente treinados para este efeito e onde serão capacitados novos profissionais que irão reforçar o desenvolvimento das novas tecnologias reabilitadoras.

INOVA/CITESC – Bruna Boa Sorte e Marcelo da Paz

Para a Presidente do Instituto Inova, Bruna Boa Sorte, “Desde o início, as novas tecnologias para a saúde constituíram um dos pilares escolhidos para a atuação do INOVA. Seguimos focados na construção de uma sociedade com menos desigualdades sociais e esse deve ser o papel fundamental dos ambientes de inovação no Brasil”. Para Marcelo da Paz, responsável pelo CITESC “Nossa instituição é um projeto ao qual dedicamos muito tempo e trabalho, desde sua concepção. Agora, com o lançamento e operação desta iniciativa, não tenho dúvida que deixaremos um legado na área da saúde à população são-carlense a partir das novas tecnologias desenvolvidas aqui, pelos pesquisadores de nossa cidade”.

Os destaques destes tratamentos – gratuitos – estarão voltados para as áreas de Fisioterapia e Odontologia, atendendo às principais sequelas que foram sendo detectadas ao longo do tempo, com destaques para dores musculares, dificuldades motoras, dificuldades respiratórias, paralisia facial, zumbidos no ouvido, fadiga, cansaço, perda de olfato e perda de paladar, entre outras.

IFSC/USP – Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato

Para o Diretor do IFSC/USP e Coordenador do Grupo de Óptica do mesmo Instituto, onde foram desenvolvidos os novos protocolos e equipamentos, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato “Através deste Centro teremos a oportunidade de colocar ao serviço da sociedade são-carlense todos os equipamentos e protocolos que foram desenvolvidos pelo Instituto de Física de São Carlos nos últimos dois anos, especialmente concebidos para tratar as pessoas que foram atingidas pela COVID-19 e que felizmente sobreviveram, mas onde muitas delas ficaram com sequelas. Assim, além desses equipamentos, teremos um contingente de pesquisadores e de profissionais que irão atuar nesses tratamentos, com especial destaque para as fisioterapias respiratória, vascular e muscular, bem como as fisioterapias odontológicas destinadas a recuperar o olfato, o paladar e a tratar os zumbidos no ouvido, procedimentos que serão realizados até os pacientes completarem sua recuperação. Esta magnífica parceria viabiliza assim o interesse público, através da Secretaria de Saúde de nossa cidade, o interesse dos cientistas e da academia, através do Instituto de Física de São Carlos / Universidade de São Paulo, da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos que gentilmente cedeu inúmeros insumos hospitalares, do Instituto INOVA, através do CITESC, que disponibiliza o magnífico espaço, tudo isso para que possamos ganhar o restabelecimento da saúde da população que foi acometida com o vírus, por forma a que elas voltem às suas atividades de trabalho, já que tem muitas pessoas que hoje ainda não conseguem voltar plenamente às suas atividades de rotina por causa dessas sequelas”.

Provedor da SCMSC – Dr. Antônio Valério Morillas Júnior

O Provedor da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, Dr. Antônio Valério Morillas Júnior recorda que a Santa Casa foi a primeira unidade de saúde da região a abrir uma ala com leitos exclusivos para atendimento COVID, tendo investido em treinamento e capacitação e, graças a isso, conseguiu manter ao longo da pandemia baixos índices de letalidade, comparáveis à média brasileira dos hospitais particulares. “O próximo desafio é lidar com as sequelas da COVID. Sabemos que a doença não afeta apenas os pulmões, mas também os rins e aumenta as chances de infarto e AVC. Por isso, o projeto de tratamento para pessoas com sequelas da COVID, no CITESC, é fundamental e nós não poderíamos deixar de dar o nosso apoio, através da doação de um número considerável de insumos hospitalares”.

Presidente da Câmara Municipal de São Carlos – Roselei Françoso

Finalmente, o Presidente da Câmara Municipal de São Carlos, Roselei Françoso, considera bastante importante para todos a implantação desse centro de reabilitação. “Eu só tenho a agradecer essa parceria que envolve governo municipal, governo estadual, governo federal, a USP, Instituto INOVA, e também o poder legislativo da cidade de São Carlos, que de alguma forma tem contribuído para instalação deste centro de reabilitação. Ele vem em um momento oportuno, uma vez que temos muitas pessoas precisando deste serviço. Temos a UFSCar que contribuiu e contribui com a reabilitação de pessoas, mas dado a elevação dos números de munícipes que apresentam essa demanda, eu vejo que é necessário e o mais rápido possível a instalação desta infraestrutura para que a população possa de fato ter a sua qualidade de vida de volta, ter direito de se tratar, de se recuperar e este centro vai possibilitar isso. O Instituto INOVA trabalhou muito para que este dia chegasse. Essa é uma conquista enorme para a cidade de São Carlos. Sabemos que muita gente colaborou para que este projeto desse certo: o Prefeito Airton Garcia, o Prof. Vanderlei Bagnato, a presidente do Instituto INOVA, Bruna Boa Sorte, entre outros que contribuíram para que este momento se tornasse realidade. Desejo que esse centro devolva às pessoas a esperança pela vida”.

O “Centro de Desenvolvimento e Treinamento para Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Covid-19” está localizado na Avenida Almir Villas Boas, 1100, Parque Tecnológico Damha I, em São Carlos, e será apresentado oficialmente no dia 09 de dezembro, através de coletiva de imprensa a ser anunciada pelo Instituto INOVA / CITESC, sendo que nesse mesmo dia se inicia a inscrição de pacientes. Os tratamentos iniciam-se no dia 13 de dezembro.

De acordo com os pesquisadores do IFSC/UP, responsáveis pelas equipes de atendimento, Profs. Drs. Antonio de Aquino Junior (Diretor Científico do CITESC) e Vitor Hugo Panhóca (Diretor Clínico do CITESC), a previsão é que se possam fazer cerca de dois mil atendimentos por mês, um trabalho que irá se prolongar pelo ano de 2022.

As inscrições para os tratamentos poderão ser feitas através do telefone (16) 99734-2922.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2021

Organização de estratégias de pesquisa para o desenvolvimento sustentável

No início da “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos”, ocorrido no dia 30 de novembro do corrente ano, coube ao Prof. Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz, Vice-Presidente Sênior de Redes de Pesquisa na Elsevier (Oxford-UK), apresentar a palestra de abertura deste evento subordinada ao tema “Organização de estratégias de pesquisa para o desenvolvimento sustentável”.

Clique na imagem abaixo para assistir a esta palestra.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de dezembro de 2021

Mais de três mil inscritos na “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos”

Abertura do evento

Ocorreu entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro, de forma remota, a 5ª edição da “Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos”, um evento que reuniu mais de três mil inscrições, revelando, assim, o prestígio e a qualidade que o mesmo tem conquistado ao longo dos anos.

Com a participação de palestrantes de renome, este grandioso evento organizado pelo “Portal da Escrita Científica da USP de São Carlos”, na pessoa do Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, com os apoios do Instituto de Estudos Avançados da USP e da editora “Springer”, manteve o seu foco em desenvolver, aprimorar e consolidar as habilidades necessárias à vida científica de pesquisadores em pesquisa básica e aplicada em temas ousados e de alto impacto.

Uma vez mais, este evento foi especialmente direcionado a alunos de Pós-Graduação, Pós-Doutores, técnicos de nível superior e professores pesquisadores.

Todas as palestras desta “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos” estão concentradas no Canal Youtube do evento, nercessariamente divididas pelos temas constantes em sua programação.

No Facebook e no Instagram do IFSC/USP estarão sendo publicadas todas as palestras constantes deste evento, que teve um índice de participação bastante elevado.

Vale a pena conferir a Playlist da “5ª Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos” no Canal Youtube (AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de dezembro de 2021

Prof. Ronald Cintra Shellard soube colaborar, dividir e oferecer

Prof. Tito José Bonagamba

Na Comunidade em que vivemos, são poucas as pessoas que sabem colaborar, dividir e oferecer.

O Caro Amigo Ronald Cintra Shellard foi uma dessas preciosas e raras pessoas.

Tivemos a oportunidade de nos aproximar dele no início da década de 2010, durante as importantes atividades conjuntas da SBF e do CGEE, com o apoio da FINEP, para a realização do estudo intitulado “A Física e o Desenvolvimento Nacional”, publicado em 2012.

Como fruto das estimulantes conversas que tivemos sobre o fundamental papel da Física, bem como de todas as áreas do conhecimento, para o desenvolvimento socioeconômico do País, realizamos o “I Encontro Nacional de Física na Indústria”, em 2013.

Atividades como essas estão ocorrendo até hoje, com maior intensidade e maturidade, destacando aquelas organizadas pela Comissão de Física na Empresa da SBF, que deram um novo norte para as atividades de pesquisa básica em nosso País.

Nos últimos anos, na condição de Diretor do CBPF, exerceu um expressivo papel de liderança dentro dessa perspectiva, ao lado de outra(o)s Diretora(e)s de Unidades de Pesquisa em Ciência e Tecnologia vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), procurando valorizar as atividades de PDI dessas Unidades e ressaltar a relevância das suas contribuições, dentro de suas missões, para o desenvolvimento socioeconômico da nação junto às esferas do Governo Federal.

Esperamos que esses esforços sejam reconhecidos, com o necessário apoio das Agências de Fomento.

Lamentamos a inestimável perda do Caro Amigo Ronald Cintra Shellard, não podendo mais contar com as agradáveis e construtivas conversas, mas preservaremos suas iniciativas, agradecendo todas as preciosas oportunidades que nos ofereceu, explorando-as da melhor forma possível.

(Prof. Tito José Bonagamba – IFSC/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de dezembro de 2021

Morre o Prof. Ronald Cintra Shellard – Diretor do CBPF

Faleceu hoje (07/12), vítima de doença prolongada, o Prof. Ronald Cintra Shellard, Diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF.

O Prof. Shellard graduou-se em física (1970) pela Universidade de São Paulo (USP) e concluiu o mestrado na mesma área (1973) no Instituto de Física Teórica (IFT), unidade complementar da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Aperfeiçoou-se em física e astronomia (1973-1974) na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA) e concluiu o doutorado também em física e astronomia (1978) na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA). Possuía experiência na área de física experimental de altas energias e física das astropartículas. Seus interesses se concentravam no estudo das características de astropartículas (gamas e raios cósmicos) com energias muito altas.

Fazia parte da colaboração que opera o Observatório Pierre Auger, da colaboração Cherenkov Telescope Array (CTA) e foi um dos fundadores do Southern Wide Field Gamma-Ray Observatory (SWGO), que começou a vida como Large Array Telescope for Tracking Energetic Sources (LATTES).

Era sócio da SBF, SBPC, APS, IOP e AAAS e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências.

A Comunidade do IFSC/USP curva-se perante a memória de tão ilustre cientista, endereçando a sua família, amigos e colegas, os mais sentidos pêsames.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de dezembro de 2021

Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) comemora o 60º aniversário da FAPESP

Em comemoração aos 60 anos da FAPESP, a Academia de Ciências do Estado de São Paulo – ACIESP reúne grandes pesquisadores para uma análise crítica do estado da arte da ciência do Estado de São Paulo, com um olhar especial para as próximas duas décadas.

O conjunto de temas analisado será debatido em sete seminários e sintetizados em oito capítulos do livro “O estado da arte da ciência em São Paulo em sintonia com o desenvolvimento brasileiro e mundial”, a ser lançado em maio de 2022.

Confira AQUI.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de dezembro de 2021

Regresso das atividades presenciais: IFSC/USP recebe 2ª Fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP)

Após cerca de dois anos sem atividades presenciais, o IFSC/USP começa agora a organizar, com todos os cuidados, os primeiros eventos com a participação de público.

Desta forma, nosso Instituto recebeu no dia 03 de dezembro último a 2ª Fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), um evento que ocorreu nos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), obedecendo a todos os protocolos sanitários.

O IFSC/USP é um dos Centros Aplicadores das provas da Olimpíada de Física das Escolas Públicas, em parceria com a Sociedade Brasileira de Física (SBF) e outras instituições nacionais.

A organização deste evento, bem como a recepção dos alunos no IFSC/USP, esteve sob a responsabilidade do Educador de nosso Instituto, Prof. Herbert Alexandre João.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de dezembro de 2021

Oito pesquisadores do IFSC/USP no grupo dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo

Está já disponível para o público a terceira versão da lista dos 100 mil melhores cientistas do mundo, publicada no dia 19 de outubro do corrente ano pela Stanford University (EUA), em parceria com a Elsevier.

812 cientistas brasileiros de universidades públicas e privadas constam dessa lista, onde 08 são do IFSC/USP, a saber:

Adriano Defini Andricopulo;

Luciano da Fontoura Costa;

Attílio Cucchieri;

Hellmut Eckert;

Osvaldo Novais de Oliveira Junior;

Jean Claude M’Peko;

Vanderlei Salvador Bagnato;

Sergio Carlos Zilio;

Para conferir a lista dos cientistas brasileiros, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de dezembro de 2021

Ipê-branco homenageia memória do docente e pesquisador do IFSC/USP Prof. Ricardo De Marco

Falecido no início deste ano, vítima de acidente de viação, o docente e pesquisador Prof. Ricardo De Marco foi homenageado por dezenas de colegas, amigos, alunos e servidores não docentes no passado dia 03 de dezembro através do plantio de um ipê-branco na lateral esquerda do edifício do IFSC/USP, na Área-2 do Campus USP de São Carlos, numa singela cerimônia que contou igualmente com a presença da família.

A Profª Ana Paula Ullian de Araújo, colega de Ricardo De Marco no Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar (FCI) – Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural “Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) – foi quem iniciou a singela homenagem, tendo resumido as características profissionais do homenageado e o quanto ele era querido por seus alunos e colegas, tendo sublinhado, também, o quanto está sendo difícil substituir sua presença entre todos.

Para o atual chefe de Departamento do FCI do IFSC/USP, Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes, o Prof. Ricardo De Marco sempre teve como imagem principal sua serenidade e sua lucidez, quer nos diálogos que mantinha com seus colegas, quer ainda perante seus alunos, transmitindo sempre confiança e amizade. “Este ipê-branco que agora será plantado reproduz essa serenidade que Ricardo De Marco tinha e que ficará para sempre guardada na memória de sua família, colegas, alunos, amigos e servidores não docentes do IFSC/USP. Embora não demonstrasse no seu ambiente profissional, Ricardo De Marco, segundo sua esposa Cris, era extremamente bem humorado em casa, contagiando essa alegria por toda a família. Todos nós estamos sentindo muito a sua falta”, sublinhou.

Visivelmente emocionada, a viúva do Prof. Ricardo De Marco lembrou o quanto seu marido falava entusiasticamente de seus trabalhos em casa, dos resultados que diariamente obtinha no laboratório, dos diálogos com seus colegas e amigos. “Muitas vezes ele falava em casa o quanto se divertia no IFSC/USP, o quanto amava o que estava fazendo, sublinhando que não havia nada melhor do que trabalhar naquilo que se gosta”, recordou, tendo acrescentado que o ipê-branco passaria a representar a imagem de Ricardo De Marco se divertindo com aquilo que fazia, representando sua felicidade.

Abaixo reproduzimos algumas imagens da homenagem.

Profª Ana Paula Ullian de Araújo entrega à viúva do Prof. Ricardo De Marco uma réplica da mensagem constante na placa de homenagem colocada perto do ipê-branco

Viúva (Cris) e filhos do Prof. Ricardo De Marco

Chefe de Departamento do FCI do IFSC/USP, Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes, usa da palavra

Filhos do Prof. Ricardo De Marco plantam o ipê-branco

Viúva do Prof. Ricardo De Marco (Cris) planta o ipê-branco

Profª Ana Paula Ullian de Araújo planta o ipê-branco

Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes ajuda a plantar a árvore

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de dezembro de 2021

Docente do IFSC/USP avalia possível parceria para implantação de tecnologia via satélite de baixa altitude no País

Prof. Roberto Onody (IFSC/USP) fala sobre os objetivos da possível parceria entre o governo brasileiro e a Starlink e os custos relacionados à tecnologia

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, anunciou, há pouco mais de duas semanas, que pretende trazer os serviços de internet da Starlink, empresa da SpaceX, para o Brasil, após visita ao bilionário Elon Musk, em Austin, no Texas. Faria disse que a possível parceria surge como um elemento essencial para levar internet a escolas e lugares remotos no Brasil, além de proporcionar “proteção” à Amazônia com a tecnologia de satélites de baixa altitude a partir da Starlink.

Internet via satélite no Brasil não é nenhuma novidade, mas as declarações de Faria despertam algumas críticas de especialistas. Roberto Onody, professor do Instituto de Física de São Carlos da USP, destaca que o uso da tecnologia para a suposta proteção à Amazônia, por exemplo, não faz sentido. “Os satélites da rede Starlink não têm câmeras. Então, seria melhor, se eles realmente querem monitorar o desmatamento da Amazônia, aplicar dinheiro no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, e na Agência Espacial Brasileira”, sugere Onody. Pensando na conectividade da Amazônia, a possível parceria surge como uma possibilidade.

Ainda de acordo com Onody, essa possível colaboração entre a SpaceX e o governo brasileiro pode ter outro fator contraditório: o preço. A Starlink, que se aproxima da marca de 100 mil assinantes distribuídos por 12 países, tem seu serviço baseado em custo de instalação, de acordo com a cotação atual, de R$ 2.793 (US$ 499) e mensalidades R$ 554 (US$ 99), ou seja, seguindo a lógica dos valores pagos pelos assinantes atuais, um brasileiro em localidade remota deverá desembolsar mais de R$ 3 mil para usufruir da rede Starlink.

“Os preços podem cair porque a ideia do Musk é colocar 42 mil satélites em órbita, sendo que hoje tem por volta de  1,7 mil . Quanto mais satélite ele colocar, certamente o preço deve cair com o tempo”, complementa Onody

Se inserido dentro do programa Wi-Fi Brasil, que tem por objetivo levar conectividade a todas as localidades do País, principalmente para comunidades de vulnerabilidade social, através da instalação em praça pública de acesso livre e gratuito, por exemplo, a parceria com a Starlink representará uma conquista para essas populações, apesar de representar um grande custo para o governo na visão de Onody.

Ainda que não estabelecida, ele reforça que o anúncio do ministro sobre a parceria é precoce, tendo em vista que outras empresas, como a Amazon com o Project Kuiper, também estão desenvolvendo o mesmo serviço. “Eu acho que a coisa tá bem verde”, comenta.

No Brasil, a internet via satélite já é uma realidade, mas representa apenas 0,85% dos acessos à banda larga, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de julho deste ano. Com a tecnologia atual, o serviço de internet é distribuído através de um satélite geoestacionário a mais de 32 mil quilômetros de distância da superfície da Terra, que acompanha seu movimento de rotação.

Já a partir dos satélites da Starlink, que devem ficar até 60 vezes mais próximos da Terra e orbitar o planeta de forma mais rápida, a SpaceX pretende trazer internet a lugares remotos, diminuindo tempo de transferência de dados e proporcionando serviços que o atual não suporta, como videoconferências e jogos on-line. Apesar disso, de acordo com Onody, alguns incidentes já foram detectados com a tecnologia da Starlink, como foi o caso dos rastros dos satélites que puderam ser vistos em imagens de telescópios terrestres no Chile, por exemplo.

“Isso prejudica a ciência básica que é a astronomia”, destaca

O problema foi parcialmente resolvido com o desenvolvimento do DarkSat e do VisorSat, com revestimento escuro e visores capazes de impedir a luz solar refletida pelos satélites, o que foi comprovado pelo Telescópio Murikabushi do Observatório Astronômico Ishigakijima, no Japão, após os resultados dos testes publicados no The Astrophysical Journal revelarem que a refletividade dos satélites foi reduzida pela metade. “Mas eu acho que isso não vai resolver muito, porque outra coisa que vai acontecer em breve é que vamos ter outro problema: o lixo espacial”, finaliza Onody.

(Adaptado ao texto original de Walace de Jesus / Jornal da USP – 30/11/2021)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2021

Eleita a nova diretoria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)

Em eleições realizadas em primeiro turno no dia 1º de dezembro, foi eleita a nova diretoria do IFSC/USP, correspondendo à gestão 2022/2026.

Concorreram a este pleito duas chapas, a saber:

Chapa-1 – Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Diretor) e Profª Ana Paula Ullian de Araújo (Vice-Diretora);

Chapa-2 – Prof. José Carlos Egues de Menezes (Diretor) e Prof. Hellmut Eckert (Vice-Diretor).

Os resultados do pleito deram a vitória à Chapa-1, através dos seguintes números:

 

Participantes habilitados – 57

Participantes votantes – 55

Chapa-1 – 39 votos

Chapa-2 – 14 votos

Votos nulos – 2

Votos brancos – 0

A Comissão Eleitoral foi constituída pelos Profs. Adriano Defini Andricopulo (Presidente), Euclydes Marega Junior e Paulo Barbeitas Miranda.

A nomeação para o exercício da nova diretoria constituída pelos Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ullian de Araújo  acontecerá a partir da segunda quinzena de fevereiro de 2022, substituindo os atuais Diretor e Vice-Diretor do IFSC/USP, na circunstância, os Profs. Vanderlei Salvador Bagnato e Igor Polikarpov.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2021

Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) é eleito Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC)

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Adriano Defini Andricopulo, foi eleito hoje, dia 02 de dezembro, Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de Ciências Químicas.

Todos os eleitos irão tomar posse no dia 1o de janeiro, sendo que os membros titulares e correspondentes receberão seus diplomas em maio de 2022, durante a Reunião Magna da ABC.

A comunidade do IFSC/USP sente-se extremamente feliz e orgulhosa por ver um de seus mais valorosos cientistas integrar a Academia Brasileira de Ciências.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2021

Ora, direis, ouvir estrelas! (Parte-2)

 Figura 8 – Buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia Messier 87, feita pelo telescópio Event Horizon em 2019. Observação feita no comprimento de micro-ondas de 1,3 mm. A massa do buraco negro foi estimada em 6,5 bilhões de vezes maior do que a massa do Sol. Fonte: ref. 12

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Para estrelas nascidas com massas maiores do que 25 vezes a massa do Sol, também haverá uma explosão de supernova, só que, desta vez, mais catastrófica ainda – dando origem a um buraco negro!

A estrela mais massiva encontrada (até agora) tem cerca de 265 vezes a massa solar, é a R136a1 e está numa galáxia satélite da Via – Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães (há cerca de 163.000 anos-luz da Terra). A estrela com maior dimensão, é a hiper gigante UY-Scuti, cujo raio é 1.700 vezes maior que o do Sol (está localizada na Via-Láctea, há cerca de 9.500 anos-luz da Terra).

Em 1915, Albert Einstein propôs a sua disruptiva e revolucionária, Teoria da Relatividade Geral. Nela, se estabelece a relação existente entre a matéria e a curvatura do espaço-tempo. Em 1916, Karl Schwarzschild encontrou uma solução da equação de Einstein que previa a existência de um buraco negro, isto é, o surgimento, após a explosão da supernova, de uma singularidade, de uma fronteira chamada horizonte de eventos. Definida pelo raio de Schwarzschild (que é linearmente proporcional à massa do buraco negro), de onde nada, nem mesmo a luz, consegue escapar do seu interior!

A equação da Relatividade Geral tem, no seu primeiro membro, tudo que está relacionado à geometria do espaço-tempo e, no segundo membro, tudo relacionado à massa e energia. O físico J. Wheeler uma vez disse: “O espaço-tempo diz à matéria como se movimentar; a matéria diz ao espaço-tempo como se curvar”! 

Para solucionar a equação de Einstein é necessário pressupor uma geometria e uma estrutura causal do espaço-tempo (uma métrica) e uma densidade e fluxo de energia e momento distribuída pelo espaço-tempo (o tensor de momento-energia). Por esse motivo, as soluções obtidas dependem de como o cientista acredita que seja o universo. A solução mais geral da Relatividade Geral de um buraco negro estacionário com rotação e carga elétrica utiliza a métrica de Kerr-Newman.

Figura 6 – Na parte superior da figura, a dança da rotação dos 2 buracos negros caminhando para a colisão e a formação de um único buraco negro (veja vídeo3). Observe a escala do tempo – de 0,25 segundos até 0,45 segundos. Na parte intermediária, a frequência da onda gravitacional aumenta de 35 a 250 Hertz (ciclos por segundo) e a variação relativa do comprimento nos braços do interferômetro (10 -21). Na parte inferior, temos (em verde) a velocidade do buraco variando de 32% a 58% (no colapso) da velocidade da luz; em violeta, a distância (medida em unidades do raio de Schwarzschild RS) entre os 2 buracos negros como função do tempo. Para esses buracos negros de, aproximadamente, 30 massas solares, RS ~ 89 km. O evento foi catalogado como GW150914. (Fonte: ref. 2)

Para obter um universo estático, Einstein acrescentou, em 1917, a constante cosmológica na equação da Relatividade Geral. Depois de Hubble ter observado que o nosso universo estava em expansão, Einstein retirou a constante cosmológica (em 1931). Nos dias de hoje, a constante foi reintegrada, seja para tentar explicar a energia escura ou incorporar a energia de flutuação do vácuo, como prevista pela mecânica quântica.

Dentro dessa linha, está em discussão a possibilidade de evaporação do buraco negro por radiação Hawking. Como afirmou Paul Crowther numa entrevista: “Ao contrário dos seres humanos, um buraco negro nasce pesado e perde peso à medida que envelhece”!  (atenção – esta afirmação só vale para um buraco negro isolado). Porém, o ritmo previsto de perda de massa do buraco negro por radiação Hawking é muito pequeno e lento. Como quanto maior a temperatura maior é a radiação térmica e como a temperatura da radiação Hawking é inversamente proporcional à massa, a busca experimental pela radiação Hawking tem sido feita junto com a busca por micro buracos negros.

Do ponto de vista de radiação eletromagnética, um buraco negro pode ser considerado um corpo negro perfeito, pois absorve toda e qualquer luz incidente. Mas, é mais que isso, pois engole matéria e estrelas e engorda. O gás, pouco antes de cruzar o horizonte de eventos, está superaquecido e emite raios-x. É observando essa emissão que sabemos da presença do buraco negro.

As ondas gravitacionais são ondulações que deformam o espaço-tempo e são causadas pela aceleração de corpos celestes extremamente massivos como buracos negros e estrelas de nêutrons. Muito embora previstas (teoricamente) na Teoria da Relatividade Geral, a sua confirmação experimental só veio depois da construção de gigantescos e precisos laboratórios de interferometria. Aqui, eu me refiro ao LIGO (Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory). São 2 observatórios sincronizados e separados por uma distância de 3.000 quilômetros (um em Livingston e outro em Hanford). Os interferômetros têm forma de um L com 4 km de comprimento cada braço. O sistema é capaz de medir uma variação, no comprimento desses braços (de laser), de uma parte em 1021. Isso é o equivalente, a ser capaz de medir comprimentos com uma precisão do diâmetro de um próton!

Em 2015 2, eles conseguiram um feito extraordinário – detectar ondas gravitacionais geradas pela colisão (seguida pela fusão) de 2 buracos negros com cerca de 30 massas solares. Essa colisão cataclísmica ocorreu a uma distância de 1,2 bilhões de anos-luz da Terra!

Quando dois buracos negros formam um sistema binário, eles giram em torno do centro de massa e se aproximam (gravitacionalmente) cada vez mais um do outro, de maneira irreversível. Os buracos estão acelerados e devem, portanto, gerar ondas gravitacionais. Quanto maior a frequência de rotação, maior será a frequência e a intensidade da onda gravitacional gerada, até a fusão final, quando então, se forma um único buraco negro (veja vídeo3).

Os resultados obtidos na ref.2 (que tem mais de 1000 coautores!) está mostrado na Figura 6. Em apenas dois décimos de segundo, a frequência medida da onda gravitacional variou de 35 a 250 Hz! Estas frequências se encontram na banda audível do ouvido humano. Claro, ondas gravitacionais, que se propagam à velocidade da luz (veja mais adiante) não são ondas sonoras. Mas, da mesma forma que ouvimos sons no nosso rádio pela conversão de onda eletromagnética (que também viaja à velocidade da luz), podemos ouvir 4 os sons das ondas gravitacionais produzidas pela colisão das que já foram, outrora, estrelas. Ora, direis, ouvir estrelas!

A comprovação e a medição das ondas gravitacionais deram a seus três principais idealizadores o Prêmio Nobel de Física de 2017. Hoje, a busca pela detecção de ondas gravitacionais, adquiriu um formato internacional com a participação dos interferômetros LIGO 5 (E.U.A.), Virgo6 (Itália) e KAGRA7 (Japão). É um esforço gigantesco de colaboração cientifica envolvendo vários milhares de cientistas do mundo todo.

Também foram detectadas ondas gravitacionais produzidas pela coalescência de um sistema binário buraco negro – estrela de nêutron, mas  (até agora) nenhum evento dessa natureza foi localizado na Via-Láctea. O resultado é um buraco negro maior 8. Nenhuma onda eletromagnética foi detectada no processo, nem tampouco, as esperadas ondas de maré que deformariam a estrela de nêutron antes da coalescência. Por algum motivo, ainda desconhecido, as colisões de pares de buracos negros e de pares de estrelas de nêutron, são muito mais comuns que a colisão de um buraco negro com uma estrela de nêutron. Com poucos eventos, os astrônomos estão torcendo para encontrar uma colisão de um buraco negro com uma estrela de nêutron com forte rotação, ou seja, um par buraco negro-pulsar.

Vejamos agora o que acontece na colisão de um par de estrelas de nêutrons. Em 2017 9, cientistas dos observatórios de LIGO e Virgo, observaram, pela primeira vez, ondas gravitacionais produzidas pela colisão de duas estrelas de nêutrons.  As estrelas de nêutrons tinham massas 0,86 e 2,26 vezes a massa solar e estavam há cerca de 130 milhões de anos-luz da Terra (na galáxia NGC4993).

Mas, menos de dois segundos depois da onda gravitacional ser detectada, o telescópio espacial Fermi observou, vindo do mesmo local no céu, um breve e brilhante flash de raios-gama – era a quilonova!

Figura 7 – Imagem de uma quilonova, feita em 2017, um dia depois da explosão, pelo telescópio espacial Swift no comprimento ultravioleta. (Fonte: NASA)

Menos brilhante que a supernova, mas milhares de vezes mais brilhante que uma nova, a quilonova é explosão resultante da colisão de duas estrelas de nêutrons. Acredita-se, que cerca de um terço de toda a comunidade mundial de astrônomos assestaram seus telescópios para o local, analisando esse evento em todos os comprimentos de ondas eletromagnéticas (Figura 7). Pela primeira vez, era possível estudar a espetacular colisão de estrelas de nêutrons, através de ondas gravitacionais e ondas eletromagnéticas! Nascia a astrofísica com múltiplos mensageiros.

Estima-se que ocorra uma quilonova a cada cem mil anos por galáxia. Evento raro, mas, essencial. Quando se analisa os elementos químicos produzidos em explosões de supernovas, percebe-se que a tabela periódica fica incompleta. As quilonovas são as fábricas que forjam os preciosos metais ouro, prata e platina. Pela análise espectral, feita após a explosão (nos fragmentos da explosão, veja vídeo10), foi descoberto que ela havia gerado centenas de planetas Terra inteiros feitos de sólido e puro ouro, prata etc.  Embora uma quilonova seja muito mais rara que uma supernova, ela é muito mais eficiente na fabricação desses elementos.

Por último, mas não menos importante, como a diferença entre o sinal da onda gravitacional e os raios-gama foi de apenas 1,7 segundo, (depois de ambos terem percorrido a distância de 130 milhões de anos-luz), o evento foi a comprovação experimental de que as ondas gravitacionais viajam, de fato, à velocidade da luz.

Há muitos anos sabe-se da existência de buracos negros supermassivos. Enquanto um buraco negro, de origem estelar, tem massa de cerca de 3 a 300 vezes a massa do Sol, um buraco negro supermassivo tem massa correspondente a milhões ou bilhões de vezes a massa solar. Esses buracos negros supermassivos estão localizados no centro das galáxias. O buraco negro supermassivo da nossa Via-Láctea tem massa estimada em 4 milhões de massas solares. O maior encontrado, até agora, é um monstro com massa equivalente a 66 bilhões de massas solares, denominado TON618.

O TON618 é um quasar. Descobertos na década de 1960, a palavra quasar significa “quasi-stellar radio source”, mas, de estrela mesmo um quasar não tem nada. Quasares são galáxias muito jovens que têm no seu centro buracos negros supermassivos e extremamente ativos. Já foram detectados milhões de quasares. O mais próximo (até agora) é o Markarian 231, que está a uma distância de 581 milhões de anos-luz da Terra. O mais distante (até agora) é o PSO J172 que está há pouco mais de 13 bilhões de anos-luz da Terra – vemos hoje, como ele era quando o universo era uma criança com 700 milhões de anos de idade.

Os buracos negros supermassivos nos quasares se alimentam vorazmente de tudo que os rodeia: poeira, gás e estrelas. Apenas uma minoria11 dos quasares emitem jatos poderosos (em direções opostas) de ondas de rádio, gás e de intenso raios-x ao longo do seu eixo de rotação. Alguns jatos chegam a medir milhões de anos-luz de comprimento!

Os astrônomos cedo descobriram uma lacuna ou quase ausência de buracos negros intermediários (com massa entre os de origem estelar e os supermassivos). Uma explicação possível está relacionada à própria formação de buracos negros supermassivos nos centros das galáxias. Quando uma galáxia é jovem e está em formação, a quantidade de gases, estrelas, supernovas é tamanha que buracos negros se alimentam e crescem aproveitando todo o material à sua volta (incluindo aí, o canibalismo). Essa é uma hipótese da formação e origem dos buracos negros supermassivos. Se o processo for suficientemente rápido, seria pouco provável observar buracos negros intermediários.

Não poderia deixar de mencionar aqui, a primeira imagem direta de um buraco negro supermassivo, feita em 2019, pela equipe12 internacional que operava o telescópio Event Horizon (Figura 8). Esse buraco se encontra no centro da galáxia Messier 87. Ela é uma galáxia elíptica supergigante, tem trilhões de estrelas, fica na direção da constelação de Virgem, a uma distância de aproximadamente, 53 milhões da anos-luz da Terra. O impacto dessa façanha foi enorme, com incrível repercussão mundial.

E, finalmente, algumas palavras sobre a hipótese dos buracos negros primordiais. Eles teriam se formado no primeiro segundo do universo, logo após o Big-Bang. Portanto, muito antes da existência de qualquer estrela e consequentemente, não teriam origem no colapso gravitacional estelar. Sua formação é atribuída a efeitos quânticos de flutuação da densidade do universo. De composição não bariônica, os buracos negros primordiais têm atraído físicos teóricos pela possibilidade de serem a tão procurada matéria escura. Até o momento, não houve nenhuma comprovação experimental da sua existência.

A Astronomia é uma ciência com forte apelo popular, uma paixão de todo ser humano. O interesse por ela está presente desde as civilizações mais antigas. Nesta última década, testemunhamos avanços inacreditáveis nas observações astronômicas. Seus resultados, instigam nossa imaginação tentando entender onde estamos – o que é o nosso universo?

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

Olavo Bilac, soneto que se encontra no livro “Poesias”, publicado em 1888.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

2 B. P. Abbot et al. Phys. Rev. Lett. 116, 061102 (2016)

https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.116.061102

3 https://youtu.be/1DmCkeK_YU4

4 https://youtu.be/QyDcTbR-kEA

5 https://www.ligo.org/

6 https://www.virgo-gw.eu/

7 https://gwcenter.icrr.u-tokyo.ac.jp/en/

8 R. Abbott et alApJL 915 L5 2021

https://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/ac082e\

9 B. P. Abbott et al. Phys. Rev. Lett. 119, 161101 – 2017

https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.119.161101

10 https://youtu.be/-iaviqwMfJ0

11 https://chandra.harvard.edu/blog/node/772 (2020)

12 K. Akyiama et al. The Event Horizon Telescope Collaboration et al 2019 ApJL 875 L1

https://doi.org/10.3847/2041-8213/ab0ec7

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de novembro de 2021

IFSC/USP: Vagas para bolsistas nas áreas de Fisioterapia e Odontologia

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está com diversas vagas abertas para bolsistas nas áreas de Fisioterapia e Odontologia, para desenvolverem atividades em Saúde e Inovação.

Os interessados deverão ser recém-formados nas áreas de interesse, ou cursando o último ano de graduação.

Os candidatos deverão enviar seus curriculos até dia 06 de dezembro do corrente ano para o email antonioaquino@ifsc.usp.br

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP