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8 de julho de 2021

Pesquisadores da USP São Carlos e do Canadá criam novo conceito de calibração usando Inteligência Artificial

Em nosso dia a dia utilizamos instrumentos que fornecem medidas das mais diversas, representadas por valores numéricos.

São balanças, velocímetros, cronômetros, que precisam ser calibrados. Essa calibração é feita com uma série de medidas a partir das quais obtém-se uma curva de calibração, preferivelmente uma reta com a dependência linear entre a grandeza que está sendo medida e o fenômeno que lhe dá origem.

Num glicosímetro para monitorar o nível de glicose no sangue de uma pessoa com diabetes, por exemplo, a leitura da concentração depende da interação da glicose com uma enzima afixada na fita sobre a qual a amostra de sangue é colocada. O valor numérico para uma nova medida com sangue é inferido da curva de calibração, que dá ao instrumento a capacidade de predizer concentrações em amostras desconhecidas.

Apesar de sua onipresença em instrumentos, sensores e biossensores, curvas de calibração não são possíveis em muitas aplicações práticas. Isso ocorre principalmente quando a substância que se quer detectar está numa amostra complexa, com muitos outros componentes e afetada pelas condições ambientais. Pois pode não ser possível estabelecer uma dependência única entre a concentração dessa substância e uma variável da amostra. Além disso, numa medida com sensores como os de uma língua eletrônica, o trabalho é de classificação de diferentes tipos de amostras, como os de vinho e café. Não há uma substância específica a ser determinada. Com a língua eletrônica pretende-se distinguir líquidos semelhantes, quer seja para verificar diferenças de qualidade, contaminação, adulteração ou gosto.

Para essas últimas aplicações, hoje empregam-se técnicas estatísticas ou computacionais, como as que utilizam algoritmos de aprendizado de máquina, uma área da inteligência artificial (IA). O uso de IA para análise de dados de sensores não é novo, já tendo sido explorado por pesquisadores de muitos países, inclusive de São Carlos. Há cerca de 15 anos, pesquisadores da USP e da Embrapa criaram um sistema de IA para correlacionar medidas de uma língua eletrônica com a qualidade de café degustado por especialistas humanos. Independentemente da sofisticação dessas abordagens, e da utilidade das aplicações, não há um caráter preditivo ou explicativo. Não se pode, com tais abordagens, explicar como uma nova amostra será classificada.

Um trabalho recente assinado pesquisadores da USP de São Carlos – Institutos de Física, e de Ciências Matemáticas e de Computação -, e do Canadá, publicado na revista Bulletin of the Chemical Society of Japan, eliminou essa limitação. Utilizando algoritmos de aprendizado de máquina denominados árvores de decisão, os pesquisadores criaram um novo conceito, que eles denominaram espaço de calibração multidimensional. O espaço de calibração funciona como numa curva de calibração: os resultados de várias medidas de um tipo de amostras são usados para “ensinar” o sistema inteligente a fazer a classificação. Como o sistema inteligente é baseado em árvores de decisão são obtidas regras que explicam o porquê de cada classificação. Se for num sistema de diagnóstico médico automático, por exemplo, descobre-se se o paciente tem uma determinada doença e explicam-se os resultados que levaram a essa conclusão. É chamado de espaço multidimensional porque as regras que explicam a classificação podem depender de vários parâmetros ou variáveis – ao contrário de uma curva de calibração que depende de apenas um parâmetro.

Para explicar e exemplificar o novo conceito, os pesquisadores usaram no artigo dados da literatura de sensores, biossensores e línguas eletrônicas. Nesses exemplos, os dados são extraídos de medidas elétricas, mas o conceito pode ser aplicado a qualquer tipo de dado. Um espaço de calibração multidimensional serve, portanto, para qualquer tipo de classificação, como em sistemas de diagnóstico – médico ou de outra natureza.

Questionado sobre as implicações desse novo conceito de espaço de calibração, o Prof. Osvaldo (IFSC/USP), um dos autores do artigo, comentou: “Grande parte das tarefas que fazemos e que nos afetam é de classificação. Já foi mencionado o diagnóstico médico, mas isso vale para muitas outras áreas, como previsão do tempo, evolução do mercado financeiro, monitoramento do trânsito. O aprendizado de máquina é muito eficaz para tarefas de classificação, o que justifica o otimismo com Inteligência Artificial e as aplicações que já existem. Mas até agora não havia maneira de explicar como essa classificação se dava; com o conceito de espaço de calibração multidimensional será possível explicar com regras. Abre-se uma oportunidade de desenvolver sistemas inteligentes mais eficientes a partir desse conhecimento”.

Confira AQUI o artigo publicado.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

IFSC/USP cria descontaminador (UVC) portátil para autos

Na sequência dos diversos desenvolvimentos tecnológicos criados desde há cerca de um ano pela Unidade EMPRAPII “Biofotônica e Instrumentação” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (VER AQUI) e tendo como foco a prevenção e o combate à COVID-19, pesquisadores do Grupo de Óptica deste Instituto finalizaram o projeto de desenvolvimento e aprimoramento de um descontaminador de ar portátil para autos, em parceria com a empresa Triunfo Soluções em Engenharia Indústria e Comércio LTDA (VER AQUI).

Este novo equipamento, com base na tecnologia UVC, reforça o lote de outros já lançados anteriormente – muitos deles já disponíveis no mercado -, como são os casos dos rodos para pisos hospitalares e para pequenas superfícies e objetos, tubo endotraqueal, descontaminador de alimentos in natura, descontaminador de água e descontaminador rotativo de compras, entre outros.

O transporte de pessoas em carros, vans e ônibus muito contribuem para a propagação do SARS-COV2, sendo que o ideal é deixar o veículo sempre com os vidros abertos permitindo uma grande troca de ar. Contudo, em algumas situações, isso não é possível, pois pode haver muita poluição no exterior, desejando-se, assim, manter o conforto térmico e o ar descontaminado no interior do veículo.

Este novo sistema, colocado no interior de automóveis e/ou vans, com os vidros fechados, permite uma grande eliminação de microrganismos presentes no aerossol que existe nesses ambientes internos, sanitizando automaticamente o ar e, por consequência, destruindo todo o tipo de microrganismos, como bactérias e vírus.

Para o pesquisador e docente do IFSC/USP, Prof. Sebastião Pratavieira, este novo equipamento funciona em qualquer modelo de auto, atendendo a que é alimentado por uma tensão de 12 Volts, tendo em sua gênese um aperfeiçoamento em relação a anteriores sistemas com base na radiação de LED UVC (diodo emissor de luz na região do ultravioleta C), o que o torna inovador. “Uma das características deste equipamento, já testado com sucesso em nosso Instituto, é que poderá funcionar simultaneamente com o ar-condicionado do carro ligado e que, em vez das tradicionais lâmpadas de mercúrio, ele está equipado com LED’s UVC que apresentam uma maior durabilidade. Por outro lado, este descontaminador portátil apresenta um sistema eletrônico simples e de fácil manutenção ou substituição de componentes”, salienta.

O sistema também não exige nenhuma adaptação no veículo e funciona em qualquer marca e modelo, basta haver a tomada de 12V, o antigo acendedor de cigarro. A concepção e construção do protótipo foi de responsabilidade do engenheiro eletrônico Daniel José Chianfrone, do Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT) do IFSC/USP, sendo que os testes de eficácia e caracterização foram realizados pela bióloga Thaila Quatrine Correa e pelo físico Dr. José Dirceu Vollet-Filho, respectivamente.

“Um fluxo de ar muito grande e em poucos minutos todo o ar do veículo passou pelo sistemas de LED’s UVC, sendo que, além disso, o sistema também permite o acoplamento de um filtro de carvão ativado e odorizador aromatizante” salienta, por sua vez, o pesquisador Vollet-Filho.

O lançamento oficial deste equipamento será dia 6 de julho às 10h00, através do canal do CePOF no Youtube.

Assista (AQUI).


Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de julho de 2021

Produção científica do IFSC/USP na WOS – bimestre janeiro/fevereiro de 2021

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de janeiro/fevereiro de 2021 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters.

Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

 

 

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Molecular docking and structure-based drug design strategies

Plasmonic biosensing: focus review

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: Surface properties and gas sensing application

 

ÁREA:   Clinical Medicine

Prevention of viral transmission during lung transplantation with hepatitis C-viraemic donors: an open-label, single-centre, pilot trial

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

 

ÁREA:   Pharmacology & Toxicology

ADMET modeling approaches in drug discovery   

 

ÁREA:   Physics

Analyzing and modeling real-world phenomena with complex networks: a survey of applications

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Design concepts for the Cherenkov Telescope Array CTA: an advanced facility for ground-based high-energy gamma-ray astronomy

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

1 de julho de 2021

Parceria IFSC/USP e “MultFISIO Brasil” viabiliza atendimento com psicóloga para fibromialgia

Compreender a fibromialgia e possibilitar atendimento em várias vertentes. Essa é a necessidade do paciente e, sem dúvida, nos tempos atuais de pandemia, uma necessidade ainda maior. Há já um longo tempo que a parceria entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e a “Clínica MultFISIO Brasil” vem trabalhando junto para desenvolver e proporcionar atendimento de qualidade aos fibromiálgicos.

Em recente iniciativa, o IFSC/USP e a ‘Clínica MultFISIO Brasil” firmaram uma parceria, por meio da psicóloga Bárbara Kolstok Monteiro e o pesquisador Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, onde, por meio de reuniões virtuais, são passadas orientações na área de psicologia, com base na experiência da psicóloga Barbara, a qual trabalhou com fibromiálgicos em seu mestrado.

A participação em reuniões virtuais, que acontecem às quintas-feiras, às 19h00, sem custo algum, possibilita um maior autoconhecimento e aprendizado de como lidar com a fibromialgia, doença que acomete cerca de 2% a 8% da população.

Os interessados devem entrar em contato com a Tatiane Magri, pelo whatsapp (16)993917950.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de junho de 2021

Grupo de Biologia Molecular (IFSC/USP) oferece duas vagas (mestrado) com bolsas

Oportunidade de bolsa DTI no nível de Mestrado para desenvolvimento de projeto biotecnológico focado em produção de enzimas usando técnicas de Biologia Molecular (MS Biomol)

O Grupo de Biotecnologia Molecular (GBM) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) está procurando por profissionais das áreas de Biologia Molecular, Bioquímica ou Engenharia Bioquímico com experiência em bioinformática, clonagem, e produção heteróloga de enzimas em sistemas de expressão bacterianos, fúngicos e/ou de levedura.

O candidato irá participar do projeto de colaboração junto com uma empresa biotecnológica, que visa a descoberta, caracterização e produção heteróloga de novas enzimas com potencial aplicado.

O projeto será desenvolvido no GBM, alocado no IFSC/USP e sob orientação/coordenação do Prof. Igor Polikarpov.

Os alunos com experiência na área de Biologia Molecular são incentivados a se inscrever, sendo que o know how em caracterização enzimática e bioquímica de enzimas é uma vantagem.

Os candidatos qualificados devem manifestar seu interesse, enviando um e-mail com assunto “MS Biomol” e informando sobre sua experiência em técnicas de Biologia Molecular, clonagem, expressão, purificação e caracterização de enzimas, seu currículo lattes e histórico de graduação da universidade ao Prof. Igor Polikarpov (IFSC-USP), pelo e-mail: ipolikarpov@ifsc.usp.br.

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Oportunidade de bolsa DTI no nível de Mestrado para desenvolvimento de projeto biotecnológico focado em produção de enzimas por fermentação (MS Fermentação)

O mesmo Grupo está igualmente procurando por profissionais das áreas de biotecnologia, bioquímica ou Engenharia Química/Bioquímica com experiência em fermentação para produção de proteínas em sistemas de expressão fúngicas ou bacterianas usando fermentação submersa.

O candidato irá participar do projeto de colaboração junto com uma empresa biotecnológica, que visa a descoberta, caracterização e produção com alto rendimento de novas enzimas com potencial aplicado.

O projeto será desenvolvido no GBM, alocado no IFSC/USP e sob orientação/coordenação do prof. Igor Polikarpov.

Os alunos graduados e com experiência na área são incentivados de se inscrever, sendo que o know how acerca de caracterização bioquímica de enzimas é uma vantagem.

Os candidatos qualificados devem manifestar seu interesse, enviando um e-mail com assunto “MS Fermentação” informando sobre sua experiência com uso de biorreatores para cultivo de microrganismos, seu currículo lattes e histórico de graduação da universidade ao Prof. Igor Polikarpov  (IFSC-USP), pelo e-mail: ipolikarpov@ifsc.usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de junho de 2021

Faça-se a luz!!!… Combatendo a cegueira

Crédito: Pinterest, https://pin.it/5O9u0s4

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Estima-se que cerca de 39 milhões de pessoas no mundo todo sejam completamente cegas 1 . A China e a Índia correspondem a 45% de todos os casos, muito embora, representem apenas 36% da população mundial.  A incidência é um pouco maior nas mulheres (55%).

Felizmente, desde 1990, houve uma diminuição de 24% das crianças nascidas cegas. Contribuíram para isso, um maior controle do sarampo e da deficiência de vitamina A.

Nos casos de perdas parciais de visão, os principais causadores são: a retinopatia diabética e a catarata, para as mulheres e a opacidade córnea e o glaucoma, para os homens. Felizmente, novas técnicas estão sendo desenvolvidas, trazendo esperança para aqueles que têm perda parcial ou total de visão.

Testes clínicos foram realizados pela empresa GenSight Biologics (com sede em Paris) em uma pessoa com retinite pigmentosa. Trata-se de uma doença degenerativa, hereditária e que mata as células fotorreceptoras do olho.  Liderados pelo pesquisador José-Alain Sahel 2 (da Universidade de Pittsburgh) eles utilizaram uma técnica chamada optogenética. O paciente tinha 58 anos e era cego há 40 anos.

Por meio de uma injeção intraocular, eles inocularam um vírus codificador da proteína ChrimsonR, sensível à luz. Esta proteína tem um pico de absorção em 590 nanômetros (cor âmbar), o que causa menor constrição da pupila. Durante 4 meses, o voluntário utilizou óculos especialmente desenvolvidos para estimular a produção dessa proteína. Após um treinamento (e usando os óculos), o voluntário foi capaz de reconhecer um prato, uma caneca, um telefone, um móvel na sala e até uma porta no corredor. Muito embora, a técnica tenha sido aplicada em apenas uma pessoa, o importante, segundo o neurobiologista John Flannery da Universidade da California, “é que o método parece ser seguro e permanente” 3 .

Na mesma linha de edição gênica, busca-se tratamento para a doença amaurose congênita de Leber ou síndrome de Leber. Ela afeta crianças desde o seu nascimento, é hereditária e não tem cura. Os principais sintomas da síndrome são: dificuldade para agarrar objetos próximos, movimentos anormais dos olhos e hipersensibilidade à luz. Uma mutação no gene CEP290 é a responsável pela doença. No projeto Brilliance, Mark Pennesi, da Universidade de Oregon e expert em doenças hereditárias da retina, utiliza a técnica CRISPR-Cas9 para silenciar a mutação 4. Esta técnica, que levou ao Prêmio Nobel de Química de 2020, codifica as ferramentas de edição gênica no genoma de um vírus. No ensaio clínico, o material foi injetado diretamente nos olhos, próximo das células fotorreceptoras de luz da retina.

Em janeiro de 2021, a doutora Irit Bahar, do Departamento de Oftalmologia, do Rabin Medical Center em Israel, realizou, com sucesso, um implante de córnea artificial. Após a cirurgia, o paciente, um senhor de 78 anos, conseguiu reconhecer familiares e ler textos 5. Há somente um doador de córnea para cada 70 pessoas necessitadas. A córnea doada, tem o prazo de cerca de 1 semana para ser implantada. Além disso, para que um médico aprenda a realizar transplantes de córneas, são necessários 2 anos de treinamento 6 . Por essas razões, a criação de uma córnea sintética – a CorNeat KPro (produzida pela startup israelense CorNeat Vision) é um sopro de esperança.

Para pessoas com cegueira adquirida, em que os danos se encontram ou nos olhos ou no nervo ótico, há a proposta de uma prótese no córtex visual. A ideia é pular as etapas de visualização – olhos e nervo ótico e alcançar diretamente o córtex visual. Ela utiliza uma câmera que envia sinais para dezenas de eletrodos implantados na superfície do córtex visual.

Os eletrodos, estimulados eletricamente, produzem fosfenos. Os fosfenos correspondem ao fenômeno de ver luz sem que ela tenha entrado, de fato, pelos olhos. Podem ser produzidos mecanicamente quando, por exemplo, esfregamos os olhos numa sala escura. Os fosfenos também podem ser estimulados elétrica ou magneticamente e por drogas psicodélicas.

Durante muitos anos, a ideia dessa prótese no córtex visual não prosperou. Quando os eletrodos eram estimulados, por exemplo, com a forma da letra Z, os pacientes viam os fosfenos, só que sem forma definida, como uma nuvem.

Em 2020, M. S. Beauchamp et al. 7 fizeram experimentos em que os eletrodos eram disparados, dinamicamente, como se desenhassem a imagem na superfície do córtex. O efeito é semelhante a distribuir eletrodos na palma da sua mão e dispará-los, simultaneamente, na forma de uma letra Z – você não reconhecerá a letra. Mas, se forem disparados consecutivamente, seguindo a forma da letra Z, você reconhecerá, tatilmente, a letra. No experimento de M. S. Beauchamp et al., participaram tanto pacientes cegos como não cegos. Eles chegaram a reconhecer cerca de 86 formas por minuto.

Com o apoio da ciência e da tecnologia, o combate à cegueira prossegue, levando esperança a milhões de pessoas. Faça-se a luz!

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1  Visual Impairment & Blindness Global Data & Statistics | LESH   (lasereyesurgeryhub.co.uk)

https://www.lasereyesurgeryhub.co.uk/data/visual-impairment-blindness-data-statistics/

2 Sahel, JA. et al. Nature Medicine (2021)

https://doi.org/10.1038/s41591-021-01351-4

3 S. Reardon, https://www.scientificamerican.com/article/injection-of-light-sensitive-proteins-restores-blind-mans-vision/

4 H. Ledford, Nature 579, 185 (2020)

https://doi.org/10.1038/d41586-020-00655-8

5 P. G. Castardo, https://sciam.com.br/implante-de-cornea-artificial-faz-paciente-cego-voltar-a-enxergar/

6 https://www.medgadget.com/2021/01/corneat-synthetic-cornea-implanted-in-first-patient.html

7 M. S. Beauchamp et al., Cell, volume 181, 774 (2020)

https://doi.org/10.1016/j.cell.2020.04.033

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de junho de 2021

PUSP-SC é responsável pela captação, tratamento e distribuição da água consumida no Campus

Você sabia que a Prefeitura do Campus USP de São Carlos (PUSP-SC) é responsável pela captação, tratamento e distribuição da água consumida nas Áreas 1 e 2 do nosso Campus?

A captação de água é feita por meio de bombeamento em poço artesiano profundo do Aquífero Guarani. Já sua distribuição é realizada por um sistema de bombeamento para reservatórios elevados que, por sua vez, distribui a água nas redes de abastecimento do Campus.

O tratamento da água é feito pela Divisão de Manutenção e Operação (DMANOPER) da Prefeitura do Campus, e os ensaios laboratoriais semanais e mensais das amostras são realizados no Laboratório de Saneamento do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Esses ensaios contemplam a análise de parâmetros de coliformes fecais, Escherichia coli, cloro residual livre, cor aparente, gosto, odor, pH e turbidez (seguindo os parâmetros e padrões estabelecidos pelas Portarias – Resolução SS65, do Estado de São Paulo, de 12 de abril de 2005, e PRC nº 5, de 28 de Setembro de 2017, do Ministério da Saúde, Anexo – Água para Consumo Humano).

Esses ensaios evidenciam e comprovam a qualidade de água consumida em nosso Campus, que está dentro dos padrões recomendados. A PUSP-SC possui também junto aos órgãos fiscalizadores municipais e estaduais licenças atualizadas para as outorgas de uso dos poços e práticas de captação, tratamento e distribuição de água nas Áreas 1 e 2 do Campus.

Mais informações:
DVMANOPER PUSP-SC: (16) 3373-9123
E-mail: manutencao.prefeitura@sc.usp.br

(Assessoria de Comunicação – Campus USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de junho de 2021

Com o apoio do IFSC/USP – Pesquisadores iniciam projeto para geração de energia heliotérmica

Guilherme Scagnolatto e Jaqueline Vidotti

O foco é utilizar a energia solar térmica para processos industriais

Uma das tecnologias mais conhecidas para aproveitar a energia do sol é a denominada fotovoltaica, que são painéis que convertem a energia do sol em energia elétrica e que facilmente identificamos em campos abertos ou nos telhados de residências. Contudo, existe ainda uma outra forma de utilizar a energia solar, principalmente para aplicação nas indústrias, conhecida como energia heliotérmica, algo que mereceu a especial atenção de dois jovens pesquisadores de São Carlos.

Guilherme Scagnolatto (31), pós-graduado do Curso de Engenharia Mecânica, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e Jaqueline Vidotti (31), Engenheira Química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e especialista em gestão de projetos pela USP, decidiram avançar nas pesquisas relacionadas à energia heliotérmica. O ponto de partida foi a criação de uma startup de eficiência energética, denominada Mondi Energy, que se encontra atualmente incubada no Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto – Supera. A startup surgiu em 2019 como uma spin-off acadêmica do trabalho de mestrado do Guilherme.

Guilherme junto ao protótipo

Com o apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a EMBRAPII, os dois pesquisadores e empreendedores estão desenvolvendo um concentrador de luz solar para ser utilizado na indústria. “Este nosso projeto prevê captar a energia solar para esquentar água e gerar vapor de forma que possa suprir parte da demanda de calor na produção de vapor para processos industriais, para geração de eletricidade ou até para sistemas de refrigeração, diminuindo o uso de combustíveis e reduzindo as emissões de carbono”, relata Guilherme.

O projeto consiste na fabricação de um coletor parabólico, que capta a radiação solar e a concentra sobre um tubo, por onde escoa água. A intenção dos empreendedores é poder fazer um combinado que permita não só reduzir o consumo de combustíveis nas indústrias, que por si só beneficiará o meio-ambiente, como também reduzir as despesas com o consumo de energia e rentabilizar a produção, por exemplo, nas indústrias alimentícias, químicas, farmacêuticas e usinas de cana. “Este nosso trabalho está tendo total apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) não só em termos de suas infraestruturas laboratoriais e da Oficina Mecânica, como, também, da equipe do Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT), com a participação e aconselhamento do Prof. Vanderlei Bagnato”, conclui Guilherme.

Essa é, portanto, mais uma tecnologia que no futuro estará à disposição para acelerar a transição energética, valendo-se de fontes renováveis para o fornecimento de energia sustentável.

Uma energia limpa!!!

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de junho de 2021

Como é o acolhimento psicológico na USP

Escritório de Saúde Mental procura resgatar senso de comunidade entre os alunos; novo Diretório de Saúde Mental da SAS indica locais de atendimento para estudantes da USP e público geral

Quando recebeu o e-mail do Escritório de Saúde Mental da USP (ESM) comunicando sobre a abertura de inscrições, Ana Paula*, 25, preencheu o formulário imediatamente. Matriculada no programa de pós-graduação do Departamento de Cinema da Escola de Comunicações e Artes, a estudante procurou ajuda assim que passou de desmotivada a deprimida.

“Sensação de ansiedade extrema como consequência da sobrecarga de trabalho, do isolamento social, das constantes preocupações e medos causados pela pandemia, assim como a perda de pessoas próximas. A pesquisa acadêmica também parecia perder o sentido, devido ao afastamento do campus universitário e aos ataques constantes às universidades públicas e à ciência”, conta a estudante.

Desde antes da pandemia, o ESM já vinha utilizando um formulário on-line para iniciar o acolhimento psicológico a estudantes interessados. Do ano passado para cá, não apenas os atendimentos são feitos remotamente, como também pesquisas e ações de promoção à saúde mental.

Dentre as modalidades oferecidas, há o acolhimento personalizado, respeitando o sigilo de cada situação, e as rodas de conversa, que têm como foco a abordagem socioemocional, construindo e fortalecendo redes de apoio entre estudantes. Ambas as modalidades utilizam o Google-meet como ferramenta digital para os encontros.

Tem sido de grande importância para eu poder ver as situações em perspectivas diferentes. Poder compartilhar minhas angústias, preocupações e medos com psicólogos da própria universidade é fundamental para seguir o enfrentamento desse momento adverso que estamos passando”

*Ana Paula é um nome fictício para preservar sua identidade

Com José da Luz*, 57, foi diferente. Ele teve contato com o ESM por meio da série de lives Psicologia na tela: contribuições do cinema à saúde mental, promovidas pelo escritório no YouTube. José acompanhou a live sobre o filme Por que você não chora?’, que aborda temas relacionados ao transtorno borderline, ou transtorno de personalidade limítrofe.

“Eu tenho diagnóstico de borderline desde 2010. Fui admitido no doutorado em junho de 2019. Estou em tratamento psiquiátrico, mas por questões econômicas tive que parar com a terapia desde 2017. Eu no doutorado, com as questões profissionais e familiares, estava em 2020, na pandemia, dando sinais de explosões. As lives foram tão boas e me sinalizaram que eu, da comunidade USP, teria um socorro no ESM”, explica.

*José da Luz é um nome fictício para preservar sua identidade

Membros do Escritório de Saúde Mental da USP entrevistam a diretora de “Por que você não chora?”, de Cibele Amaral. O filme procura discutir a morte em vida, a saúde mental e formas de cuidar do sofrimento humano na contemporaneidade.

Clique na imagem para ver o vídeo.

Afastada das atividades do Centro Acadêmico, depois, das demais atividades coletivas e por fim dos atendimentos psiquiátricos da rede pública, devido ao recrudescimento da pandemia, Juliana*, 24, começou a sentir o peso da solidão, da privação de contato e da ausência de diálogos com maior intensidade. “Isso me levou a procurar o ESM”, diz a estudante da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Ela afirma ter se surpreendido com a resposta do escritório, que rapidamente a colocou em contato com a psicóloga que a atende.

Moradora do Conjunto Residencial da USP (Crusp), a aluna conta que as atuais condições de integração à vida acadêmica somadas à crise sanitária reforçam sentimentos de suscetibilidade, insegurança e solidão entre os estudantes que residem na USP.

“Se o acolhimento psicológico vier engajado a construir movimentos mais coletivos de reflexão sobre a comunidade acadêmica, as relações internas entre alunos e professores e empenhada em lançar luz sobre como o trato da universidade impacta a subjetividade dos alunos, acredito que a assistência psicológica será grande aliada no fortalecimento dos laços, das identidades, na reconstituição da força e potência dos estudantes. Assim como tem sido para mim””

*Juliana é um nome fictício para preservar sua identidade

Somente neste ano de 2021, o ESM já atendeu 452 alunos no acolhimento personalizado, 15% deles vindos do Crusp. Também no Crusp, o ESM realizou nove rodas de conversa. Todos os moradores são convidados por e-mail, mas para os coordenadores do escritório a adesão tem sido baixa.

Para solicitar o atendimento do ESM, basta escrever para o e-mail escritoriodesaudemental@usp.br.

O Escritório de Saúde Mental disponibiliza três consultas para cada estudante. Para as rodas de conversa, a SAS encaminha os convites aos alunos, sempre indicando duas datas específicas em cada mês. O próximo encontro será no dia 28/06, às 18h.

Catálogo de Saúde Mental: Onde tem ajuda?

A Superintendência de Assistência Social (SAS) criou um catálogo dos serviços psicológicos e psiquiátricos disponíveis na USP. O Diretório de Saúde Mental (VER AQUI) traz um levantamento atualizado dos serviços exclusivos à comunidade universitária e também para a sociedade em geral, em diferentes cidades. O diretório é diverso e contempla diferentes faixas etárias, comunidades indígenas, profissionais e estudantes da área de saúde, além de profissionais que trabalham na linha de frente do combate à covid-19.

Andrés Eduardo Aguirre Antúnez, coordenador do Escritório de Saúde Mental da USP

Gerson Tomanari, superintendente da SAS e professor do Instituto de Psicologia da USP, lembra que “o cuidado com a saúde mental dos alunos é primordial para que eles possam seguir em frente durante a pandemia, mantendo a noção de vínculo com a USP. Nós entendemos que temos condições de minimizar e de propiciar melhores condições de saúde mental, não só para aquelas pessoas que estão em situações mais dramáticas, mas também àquelas que estão passando por algum tipo de sofrimento psicológico”.

Saúde para alunos, saúde para o CRUSP

Símbolo da resistência ao regime autoritário, o Conjunto Residencial da USP (Crusp) é um marco material e imaterial da Universidade. Tendo a maioria de seus alunos realizando estudos a distância durante a pandemia, é no Crusp que ainda se vê estudantes circulando. Elas e eles têm na USP o local de estudo e de moradia.

Reformas, medidas de saúde, segurança, alimentação e inclusão têm sido destinadas ao conjunto residencial, como forma de atender aos alunos moradores. E apesar de contar com serviços de apoio e acolhimento aos estudantes no geral, a SAS ainda não havia criado um plantão específico de atenção à saúde mental dos estudantes que residem no Crusp.

Mas, desde o início do mês de junho, o Plantão Saúde da SAS incorporou dois psicólogos que estão à disposição para atendimento dos moradores do Crusp. O agendamento deve ser feito pelo WhatsApp do Plantão Saúde da SAS: (11) 97154-6880.

“A iniciativa de disponibilizar dois psicólogos do Plantão Saúde da SAS aos moradores do Crusp soma-se aos serviços de atenção à saúde mental oferecidos pela Universidade, ampliando ainda mais as opções de acolhimento aos nossos estudantes”, afirma Tomanari. Para ele, a criação de um canal rápido e imediato de contato com profissionais da saúde constitui uma ação importante na construção de uma política de atenção integral primária de saúde, “especialmente desenhada aos moradores do Crusp”, completa.

(Jornal da USP / Tabita Saib)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2021

Investimentos em ciência para o Brasil na Agenda 2030 dos ODS

A Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) leva a efeito no próximo dia 01 de julho, às 16h00, de forma remota, mais um webinar que contará com as participações de Edvaldo Vilela (Presidente do CNPq) e Hugo Aguilaniu (Diretor-Presidente Serrapilheira).

Neste webinar, subordinado ao tema “Investimentos em ciência para o Brasil na Agenda 2030 dos ODS”, participarão ainda, como debatedores, Vanderlan Bolzani, Paulo Artaxo e Adriano Andricopulo, na circunstância, presidente, vice-presidente e diretor executivo da ACIESP.

Assista a transmissão ao vivo pelo Youtube AQUI.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2021

SBF elege pela primeira vez uma mulher como presidente

Pela primeira vez em sua história, a Sociedade Brasileira de Física (SBC) elegeu uma mulher para conduzir os destinos desta prestigiada sociedade científica, cujos resultados foram conhecidos no passado dia 17 de junho.

Perfeitamente conhecedora dos meandros da SBF, até porque desempenhou as funções de tesoureira da entidade na anterior gestão, a Profª Débora Peres de Menezes, docente e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), confessa que estava longe de imaginar que algum dia seu nome pudesse ser mencionado para gerir os destinos da Sociedade Brasileira de Física, algo que acabou por se confirmar, de forma natural, com os pedidos e a insistência dos presidente e vice-presidente da gestão anterior, por motivos de incompatibilidades profissionais.

O perfil pessoal e profissional da Profª Débora Menezes é de encarar desafios, tentar resolver problemas e congregar em seu redor o maior número de pessoas dispostas a subscrever ideias e projetos: sua candidatura para a presidência da SBF, que vai até 2023, também trilhou esses ideais, haja visto a equipe que se reuniu em torno da cientista e que mereceu a confiança dos 1026 associados votantes:

Diretoria

Presidente: Débora Peres Menezes

Vice- Presidente: Rodrigo Barbosa Capaz;

Secretário Geral: Susana Souza Lalic;

Secretário: Caio Henrique Lewenkopf;

Tesoureiro: Gustavo Martini Dalpian;

Secretário de Ensino: Katemari Diogo da Rosa;

Conselho de Titulares

Ricardo Magnus Osório Galvão (USP);

Rogério Rosenfeld (IFT-UNESP);

Olival Freire Junior (UFBA);

Paulo Eduardo Artaxo Netto (USP);

Andreia Guerra de Morais (CEFET-RJ);

Teldo Anderson da Silva Pereira (UFMT);

Conselho de Suplentes

Cristiano Rodrigues de Matos (USP);

Carolina Brito Carvalho dos Santos (UFRGS);

Thereza Cristina de Lacerda Paiva (UFRJ);

Marta Feijó Barroso (UFRJ);

Maria Emília Xavier Guimarães (UFF);

Manoel Messias Ferreira Junior (UFMA).

Débora Menezes é uma pessoa que imediatamente nos cativa pela sua facilidade de expressão, pelo constante sorriso e pela profunda paixão que sente pela ciência. Graduada em Física/bacharelado (1983) e em Física/licenciatura (1984) pela Universidade de São Paulo, fez seu mestrado em Física, também pela Universidade de São Paulo (1986), doutorado pela University of Oxford, Inglaterra (1989), pós-doutorado pela Universidade de Coimbra, Portugal (1998), e estágio sênior pela Sydney University, Austrália (2005) e pela Universidade de Alicante, Espanha (2014), sendo atualmente professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina, onde, além de seu trabalho acadêmico e científico, contribuiu na gestão da Universidade entre maio de 2008 e maio de 2012 como Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão.

Dentre suas linhas de pesquisa, a astrofísica nuclear constitui algo que faz brilhar intensamente seus olhos, já que é essa a sua paixão científica. “As ondas gravitacionais estão sendo esperadas desde que Einstein as propôs em 1905, sendo que só em 2015 é que elas começaram a ser detectadas e, juntamente com elas, um conjunto enorme de vínculos na área de astrofísica que podem ser testados com as equações de estado”, relata a pesquisadora, acrescentando que esse é, de fato, um tema muito atual, “quente”, já que esses dados estão sendo recolhidos de forma observacional – não laboratorial -, principalmente através dos vários telescópios que têm sido lançados no espaço. “Em 2017 foi lançado mais um telescópio, o NICER, que enviou há cerca de um mês atrás os primeiros resultados e, com eles, temos a oportunidade de fazer uma retrospectiva de tudo aquilo que foi possível fazer ao longo de vinte anos e de quanta coisa pode ser aproveitada. É uma área da ciência extremamente rica, muito bonita e bastante interdisciplinar, já que envolve muita física nuclear, termodinâmica, mecânica estatística, etc.”, pontua a Prof. Débora Menezes, que sublinha a sua frutuosa colaboração, nessa área, com o Departamento de Física da Universidade de Coimbra, em Portugal, na pessoa da Profª Constança Providência.

Na verdade, todo o trabalho desenvolvido pela Profª Débora e seus pares é essencial para que se entenda como o Universo funciona, quais e como os elementos químicos são produzidos, “bastando olhar para o céu para enxergar e compreender que tudo aquilo que se observa mais não é do que uma reação nuclear”, tal como salientou William Gelletly. “Quando fazemos essa ciência mais básica, onde se tenta explicar o Universo, a quantidade de tecnologia que vem a reboque é gigantesca. Repare que o tradicional www da internet foi produzido no CERN em finais dos anos 80, início dos anos 90 do século passado, só como forma de comunicação entre os cientistas que estavam pesquisando a colisão de partículas elementares. Veja o que é hoje esse mesmo www e, com ele, a brutal quantidade de tecnologia que tem sido desenvolvida ao longo dos anos – não muitos -, em paralelo com o desenvolvimento dessa mesma ciência básica.”, sublinha a cientista.

Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão na UFSC

Como mencionamos acima, a Profª Débora Menezes exerceu entre maio de 2008 e maio de 2012 o cargo de Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão da UFSC, uma função que, segundo ela, foi enriquecedora, mas muito “dura”, já que esse é um trabalho onde o docente tem que esquecer um pouco a sua pesquisa. “Tem pessoas que se dão muito bem nesse tipo de funções e não se importam de interromper seus trabalhos de pesquisa. Eu sofri bastante, porque a demanda de trabalho, em termos de gestão, era gigantesca, por vezes atingindo 13 horas de trabalho diário. Só consigo comparar essa época com aquilo que estamos vivenciando agora, em tempos de pandemia, quando você passa entre 10 e 11 horas em frente a um computador. Contudo, além dessa função de gestão, ainda tinha que consolidar o Departamento de Inovação Tecnológica da Universidade, voltado para patentes, além de minha própria pesquisa, que não podia parar. Foi muito trabalho desenvolvido e muitas vezes pouco reconhecido pelos meus pares, e de alguma forma invejado, já que fui a primeira e até agora a única pró-reitora que emergiu do Departamento de Física, que é essencialmente masculino. Sofri um bombardeio machista constante, dissimulado, mas levei o barco a bom porto”, pontua a cientista, sorrindo.

A presidência na SBF

É com um sorriso largo que a Profª Débora Menezes encara agora sua presidência na SBF, confessando que ideias não faltam, começando por recuperar e transformar um dos projetos da Sociedade, que, para a docente, é bastante valioso – as questões de género. “A SBF teve um Grupo de Trabalho de Questões de Género, um trabalho muito bonito iniciado na gestão do Prof. Ricardo Galvão, inicialmente dedicado ao estudo do percentual de meninas que ganhavam medalhas nas Olimpíadas Brasileiras de Física, no sentido de entusiasmá-las para a área da física, sendo que, em simultâneo, havia um outro Grupo de Trabalho para Minorias, mais focado em questões raciais. Agora, a ideia é recuperar esses dois projetos e transformá-los em uma comissão – que já tem nome: JEDAI – Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão, que irá ser discutido em breve. Foi muito importante na minha vida ter me envolvido com tudo isso e penso que agora é um momento importante para colocar as mulheres cientistas nos espaços, dar-lhes a visibilidade que merecem”, pontua a Profª Débora Menezes.

Outra grande aposta da cientista é a divulgação científica, algo que teve um grande significado para ela em 2004, quando iniciou o projeto de criação do museu de ciências em Florianópolis junto com diversos colegas e outras individualidades locais, conforme explica. “Esse museu foi inaugurado em 2008 e seguiu funcionando até 2014. Quando houve a troca de gestão na UFSC, houve um grupo que entendeu que aquele projeto era obra da gestão anterior e suspenderam a atividade, não enxergando sua real importância no contexto acadêmico”. Mais tarde, em 2019, a cientista resolveu criar um canal no Youtube- “Canal Mulheres na Ciência”, que tem como objetivo trazer a público diversos tópicos científicos de forma descomplicada e objetiva por meio de filmes curtos produzidos e protagonizados por cientistas e estudantes mulheres. O canal vem contribuindo, ao mesmo tempo, com o letramento científico dos brasileiros, a divulgação científica de assuntos de ponta e lutando contra o falso estereótipo de gênero que enxerga mulheres como menos competentes do que os homens, com enorme sucesso (VER AQUI).

Finalmente, é intuito da nova presidente da SBF melhorar substancialmente a área de comunicação do órgão. A cientista considera que a estrutura da comunicação entre a SBF e seu público-alvo, bem como com a sociedade civil, não está em consonância com a grandeza da entidade. Novas formas de comunicação, novos modus-operandi e uma maior articulação com o público serão objetivos primordiais nesta nova gestão. “A SBF funciona muito bem, sendo que a área da comunicação é, de fato, deficitária em termos de estratégias, ação e abrangência, algo que vamos ter que mudar. Temos que nos comunicar mais e melhor, principalmente para fora das paredes da SBF. Em termos gerais, vou fazer o melhor que puder nestes dois anos de mandato”, conclui a cientista.

Além do currículo abreviado mencionado acima, permite-nos destacar as seguintes informações da nova presidente da Sociedade Brasileira de Física:

Trabalha, com regularidade, como pesquisadora visitante na Universidade de Coimbra (Portugal) e no Laboratoire de Physique Corpusculaire – EnsiCaen (França). Integrou o Comitê Assessor de Física e Astronomia do CNPq de setembro de 2013 a agosto de 2016, a Comissão de Fisica Nuclear e Aplicações da SBF de 2012 a 2017, o Grupo de Trabalho sobre Questões de Gênero da SBF de 2015 a 2019, fez parte da Comissão de Avaliação da Extensão Universitária (CPAE), ligada ao Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX) de 2010 a 2013 e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Física da UFSC de outubro de 2006 a maio de 2008.

Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física Nuclear e de Hádrons, atuando principalmente nos seguintes temas: equações de estado, estrelas de nêutrons, álgebras quânticas, modelos relativísticos e astrofísica nuclear.

É assessora ad hoc do CNPq, CAPES, FINEP, FAPESC, Fundação Araucária, FAPERGS, FAPESP, UERJ e USP e arbitra regularmente para várias revistas internacionais (Phys. Rev., Astrophys. J., Int. J. Modern Phys., Nucl. Phys., Chinese Physics C, etc).

Foi contemplada com a Medalha e Diploma de Mérito Francisco Dias Velho, pela Câmara Municipal de Florianópolis, por suas contribuições nas ciências e nomeada como membro da Comissão de Física Nuclear (C12) da International Union of Pure and Applied Physics (IUPAP).

O Instituto de Física de São Carlos endereça à nova presidente da SBF votos de muito sucesso em sua gestão.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2021

Manejo arbóreo e ações da Seção de Áreas Verdes da Prefeitura do Campus

Compensação ambiental na Área 2 do Campus – arquivo DVMANOPER

Você sabia que para cada árvore que precisa ser suprimida em nosso Campus no mínimo outras quatro são plantadas? Quando são árvores mais antigas, maiores e de espécies nativas esse número pode chegar a oito novas árvores.

Até novembro de 2019, 4.032 árvores foram plantadas no Campus, parte delas como compensação ambiental (também chamado de pedágio) em virtude da supressão de outras 382, seguindo determinação da Coordenadoria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Carlos – SP. Além disso, três relatórios – para cada uma das mudas – precisam ser apresentados evidenciando o plantio, desenvolvimento e crescimento no período de um ano.

Nosso Campus conta com cerca de 17.000 árvores, 2.000 na Área 1 e 15.000 na Área 2. Na Área 2, são 213.012,51 m² de reserva legal e 144.028,39 m² de Área de Preservação Permanente (APP).

Quando a poda ou supressão é necessária

A medida que recomenda a poda de galhos ou até mesmo a supressão de uma árvore é baseada em ações preventivas e laudos técnicos de especialistas e busca evitar possíveis quedas preservando a integridade física de pessoas e do patrimônio material do Campus. Em 2013, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) produziu um relatório técnico sobre a avaliação das árvores da USP São Carlos que, baseado em resultados de análise externa e, algumas vezes, com o uso de tomógrafo, recomendou o manejo de 616 árvores, das quais 103 a serem suprimidas – o que foi feito. Naquele ano, houve um evento fatal com uma estudante atingida por um galho.

Reservas legais e APPs na Área 2 – Foto: Edmilson Luchesi – Comunicação PUSP-SC

Atualmente, essas avaliações contam com o apoio de especialistas da área: os doutores Pedro Pacheco, engenheiro florestal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), e Demóstenes Ferreira da Silva Filho, professor no Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), ambas da USP.

Como um dos principais objetivos da interação com esses especialistas, pretende-se criar um sistema de monitoramento identificando as árvores da Área 1 que representam algum tipo de risco por meio de placas de sinalização de alerta até que o procedimento preventivo recomendado seja efetuado. Também serão coletadas informações sobre as árvores com identificação de espécie, necessidade de podas ou outro tipo de fragilidade; as informações farão parte de um banco de dados que visa facilitar a gestão e o manejo arbóreo do Campus.

Palmeiras-jerivás: plantadas em 2013, no entorno da Praça Registrum na Área 1 – Foto: Sônia Costardi – DVMANOPER

O professor Sergio Paulo Campana Filho, membro da comunidade há 46 anos e atual Prefeito do Campus, destaca que a PUSP-SC preocupa-se tanto com a preservação ambiental quanto com a segurança e integridade física de pessoas e do patrimônio público da USP. “As soluções menos radicais possíveis sempre são buscadas, tentando inicialmente tratar ou eliminar as enfermidades das árvores para que se evite a supressão. Essa última é feita apenas após avaliação profissional fundamentada em laudos técnicos periciais e conforme as leis brasileiras, exigindo um trabalho meticuloso que envolve corte e retirada de galhos e troncos e até contratação de pessoal terceirizado, no caso de árvores de maior porte”.

Áreas Verdes da PUSP-SC

A Seção de Áreas Verdes e Meio Ambiente (SCVERD) – criada há 47 anos – e a Área de Projetos da Divisão de Manutenção e Operação (DVMANOPER) da Prefeitura do Campus USP de São Carlos (PUSP-SC) realizam esse trabalho de manejo arbóreo e contam com a colaboração de um engenheiro agrônomo. A arquiteta Sônia Costardi, da DVMANOPER, coordena as atividades referentes às Áreas Verdes.

Rogério Eduardo Bastos, chefe da DVMANOPER, explica que a SCVERD é importante “pois ela analisa previamente e executa a retirada e poda de galhos de árvores com perigo de quedas iminentes diminuindo e minimizando, com isso, os riscos de danos em veículos, edificações e acidentes com pedestres. Além disso, executa um trabalho relevante de abertura e reaterro de covas para plantios de novas mudas de árvores com a devida adubação e irrigação”.

Clique AQUI e saiba mais detalhadamente quais as ações desenvolvidas pela SCVERD da PUSP-SC.

Mais informações:
DVMANOPER PUSP-SC: (16) 3373-9125
E-mail: manutencao.prefeitura@sc.usp.br

(Por: Suzana Xavier da Assessoria de Comunicação da PUSP-SC)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

17 de junho de 2021

Exposição complementa formação científica de jovens alunos

Está tudo preparado para a inauguração, neste mês de junho e em data a ser divulgada oportunamente, da exposição intitulada “A Vida: Do Visível ao Invisível”, que ocorrerá no “Museu de Ciência Prof. Mario Tolentino”, em São Carlos. A organização é do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), um dos CEPIDs da FAPESP alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e da Prefeitura Municipal de São Carlos, através de diversas secretarias municipais, como as de Educação, Esportes e Lazer, e Ciência e Tecnologia, entre outras.

Em traços gerais, esta exposição tem o objetivo primordial de complementar a formação científica dos jovens alunos da cidade e região, utilizando, para isso, um ambiente extra-curricular informal onde a criança possa aprender, de forma natural, os conceitos de tudo o que a rodeia, não tendo a obrigação de demonstrar o conhecimento adquirido. Esta ação tem o intuito de a criança poder observar e apreciar aquilo que está sendo exposto e entender os fatos, algo que certamente ficará gravado em sua memória.

Desta forma, crianças e jovens estudantes poderão tomar ciência de tudo o que não se vê, como são os casos das bactérias, fungos, vírus, etc., e como todos eles afetam tudo aquilo que podemos ver – o corpo humano e a Natureza -, explorando, em simultâneo, o mundo das células, microrganismos, átomos, e até os minerais, materiais e o próprio Universo em si mesmo. “É a partir do micromundo que conseguimos entender tudo o que está ao nosso redor; o que se espera é que as escolas – professores e alunos – aproveitem ao máximo esta exposição”, salienta Vanderlei Bagnato, pesquisador e coordenador do CePOF-IFSC/USP, idealizador desta iniciativa.

Prevista para permanecer alguns meses no “Museu de Ciência Prof. Mario Tolentino”, ao que se seguirá períodos de permanência nas escolas, esta mostra, dedicada apenas aos jovens alunos de São Carlos e região, obedecerá a todos os protocolos de segurança sanitária, não sendo permitidas aglomerações, sendo que as visitas deverão ser previamente agendadas e organizadas em grupos pequenos. “Respeitando todas as limitações de público, a nossa ideia é já começar a preparar o terreno para a recuperação da educação científica dos jovens alunos que praticamente estão completando dois anos grudados nos computadores e televisões, embora tenha gente que ache que isso é o bastante, mas não é…”, pontua o pesquisador da USP de São Carlos.

Para o Prof. Vanderlei Bagnato, a ciência exige observação e atividades práticas. “Por esse motivo, o CePOF-IFSC/USP está contribuindo desta forma para a aceleração da educação científica de nossas crianças e jovens, estando já em curso a organização de outras cinco mostras que darão uma continuidade a esta primeira iniciativa”, conclui o docente.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de junho de 2021

Tratamentos modernos em pacientes pós-Covid

Ainda no meio da situação pandêmica causada pelo novo vírus SARS-Covid19, onde os desafios para poder acolher e tratar todos os contaminados são imensos, os cientistas já se deparam com outros desafios: o tratamento dos pacientes pós-Covid.

Ao longo deste ano de pânico e preocupação com a contaminação, todo o mundo já constatou que não se trata de uma “gripe“, onde em algumas semanas  pós-infecção as pessoas ficam zeradas e retomando suas vidas normalmente. No caso da COVID, tem ocorrido sequelas deixadas que podem se prolongar por muito tempo, caso as mesmas não deixem suas marcas com caráter permanente.

Os chamados “sobreviventes da COVID” estão sujeitos a diversos problemas de naturezas várias. Além disto, aqueles que precisam de internação também estão sujeitos aos efeitos de uma pós-hospitalização. Começando por aqueles que são hospitalizados, a imobilização prolongada durante a internação causa escaras (profundas feridas causadas pela pressão do corpo no leito), uma enorme perda muscular com comprometimento motor, diminuição da capacidade respiratória, dores diversas e problemas de memória, dentre outros sintomas. Durante a hospitalização é necessário a realização de uma boa fisioterapia no leito, da melhor forma possível.  O nível desta fisioterapia dependerá da situação do paciente – se está totalmente sedado em uma UTI, ou se está num processo de hospitalização leve. Quando for uma hospitalização leve, o próprio paciente pode ajudar nos exercícios básicos, auxiliando a ação de um fisioterapeuta, mas, no outro caso, é necessário o uso de apoio externo com o auxílio de novas tecnologias disponíveis.

O uso da laser-terapia pode ajudar muito neste processo, pois após décadas de intensas e sucessivas experiências na chamada “reabilitação fotônica”, o método pode ajudar a dar um grande ganho ao paciente. Tratar o paciente enquanto hospitalizado já ajuda muito, evitando complicações no período de imobilização e mesmo nas consequências da doença.

Tratamentos fotônicos com sistemas de pressão negativa para dores e rigidez

Para os pacientes que já venceram a hospitalização, ou que, por outro lado, nunca estiveram no hospital, em muitos casos há necessidade de se proceder a uma reabilitação intensa para evitar as sequelas. Apesar de ainda não se saber tudo o que pode ocorrer, as reclamações de quem teve Covid e não foi hospitalizado são constantes.

A laser-terapia já é bem estabelecida, aprovada  pelos diversos órgãos regulatórios: ANVISA no Brasil, FDA nos EUA e em praticamente todos os órgãos oficiais no mundo, e tem sido uma excepcional adição nos tratamentos onde se busca redução de dor devido a processos inflamatórios. Além disto, os efeitos da laser-terapia no tratamento dos edemas, aumento da regeneração tecidual, estimulo às funções neurológicas e regeneração, remineralizarão óssea, aumento da tolerância dolorosa com liberações de endorfinas e auxilio à circulação, são efeitos altamente desejados para a reabilitação dos pacientes pós-Covid e que tenham sintomas diversos deixados pela doença.

Em alguns países, já houve mesmo relatos do uso da laser-terapia para auxiliar a desinflamação pulmonar. Muitos dos aparelhos de laser-terapia foram desenvolvidos em São Carlos, sendo que aqui na cidade estão sediadas as melhores empresas deste ramo e é de certa forma natural que existam, aqui, iniciativas para produzir dispositivos e protocolos que auxiliem estas reabilitações dos pacientes.

O Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do IFSC/USP e desenvolvedor de tecnologias reabilitadoras a laser, está agora promovendo a formação de grupos de trabalho e parcerias com empresas para acelerar tecnologias e protocolos que permitam tratar, de forma adequada, os pacientes acima mencionados.

Segundo Bagnato, “a tecnologia a laser permite acelerar processos regenerativos e auxiliar os pacientes pós-Covid, sendo nossa obrigação disponibilizar tudo isso, realizar ensaios clínicos com seriedade e disponibilizar estes equipamentos e protocolos para a sociedade. Temos que evitar os “achismos” e partir para os fatos, com base cientifica comprovada. Reuniões de grupos de trabalho e realização de ensaios terão seu inicio muito em breve, para que rapidamente todas as tecnologias desenvolvidas possam chegar a estes pacientes, com rapidez. Temos diversas tecnologias desenvolvidas com lasers, inclusive a combinação de laser com pressão negativa e com ação ultrassônica, que deverão ser essenciais no tratamento dos efeitos deixados pela Covid”, conclui Bagnato.

O Centro de Pesquisa em Ótica e Fotônica (Cepof), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está organizando o primeiro Workshop sobre Terapias modernas para o pós-Covid, estando para breve a divulgação desse evento.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de junho de 2021

CePOF-IFSC/USP oferece bolsas de jornalismo científico

O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), oferece bolsas de Jornalismo Científico de níveis 2, 3 e 4 (JC-II, JC-III, JC-IV) para profissionais  interessados em fazer parte da equipe de difusão científica desse CePID de excelência da FAPESP.

O CePOF é um centro internacional de pesquisa, inovação e difusão sediado na Universidade de São Paulo e financiado pela FAPESP. O centro tem como objetivo desenvolver ciência básica e aplicada de fronteira e promover avanços tecnológicos na área de óptica e fotônica.

Para mais informações sobre esse Centro, clique AQUI.

Os bolsistas integrarão uma equipe formada por profissionais de várias áreas e terão que interagir com pesquisadores, cientistas e colaboradores do CePOF espalhados ao redor do mundo.

O objetivo dessa Bolsa de Jornalismo Científico consiste no desenvolvimento de várias atividades para otimizar a divulgação científica do CePOF nas redes sociais, como Facebook, Instagram e Youtube, e na mídia em geral, com vistas à elaboração de material de divulgação, notícias e reportagens capazes de aumentar o conhecimento da população sobre ciência e ressaltar a importância das pesquisas feita pelo CePOF. Para isso, os bolsistas precisarão produzir conteúdo inédito, com o objetivo de tornar os canais mais ativos e atrair mais público.

Além disso, o bolsista deverá planejar atividades e trazer novas ideias para melhorar todas as atividades de difusão já realizadas pelo nosso Centro.

Projeto: Para obter o financiamento, o bolsista deve apresentar um projeto, necessariamente de interesse do CePOF. Para facilitar a candidatura, haverá a oportunidade de uma reunião prévia do candidato com os coordenadores  de difusão do CePOF para discutir um pré-projeto. Para isso, é necessário escrever um correio eletrônico.

Bolsa e Obrigações:  A bolsa a ser concedida segue estritamente as exigências e requisitos do Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico (Mídia Ciência), da FAPESP (VER AQUI). As obrigações do solicitante, de acordo com o edital da FAPESP, estão descritas na seção 10.

A avaliação da solicitação será inicialmente realizada pelos coordenadores  de difusão do CePOF e numa segunda etapa, pela FAPESP. Não serão consideradas solicitações que não atendam todas essas condições, estipuladas formalmente no edital publicado pela FAPESP (AQUI).

Duração: A duração da bolsa é de seis meses, renováveis por mais seis meses.

Local de trabalho: sede CePOF, IFSC/USP – São Carlos, SP

Os interessados em se candidatar à vaga devem marcar a reunião e enviar o projeto para euclydes@ifsc.usp.br  e  prata@ifsc.usp.br  até 15 de julho de 2021.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de junho de 2021

Comprimindo o exoesqueleto do besouro diabólico

O besouro diabólico (Phloeodes diabolicus) – Crédito: Jesus Rivera/Kisailus Biomimetics and Nanostructured Materials Lab/University of California

Tecidos de várias espécies de animais e plantas desenvolveram estratégias eficientes para sintetizar e construir estruturas e compostos com propriedades mecânicas excepcionais.

Um exemplo impressionante é o exoesqueleto da asa dianteira do besouro diabólico (adjetivo inspirado por ele ter a cor e a forma do tinhoso, veja Figura). Essa asa, chamada de élitro, recobre e protege a parte posterior do seu corpo.  É extremamente dura. Um alfinete de aço não consegue penetrá-la 1 e nem um carro, passando por cima do besouro, consegue esmagá-lo 2.

O besouro diabólico vive no deserto e se alimenta do fungo que cresce na casca do carvalho. Há mais de 350.000 espécies de besouros terrestres, aquáticos e voadores. Muito embora o Phloeodes diabolicus tenha evoluído a partir de ancestrais voadores, hoje em dia eles não possuem mais essa capacidade.

Para se proteger de predadores, desenvolveram um élitro super-resistente, uma verdadeira armadura que recobre todo o seu corpo. Para se ter uma idéia, a densidade do exoesqueleto do besouro voador Trypoxylus dichotomus é de 0,51 g/cm3, cerca de metade da densidade de 0,97 g/cm3 do besouro terrestre Phloeodes diabolicus. Confiante na resistência dessa sua carapaça, o besouro diabólico, quando atacado, se finge de morto (tanatose).

Utilizando espectroscopia, microscopia e testes mecânicos in situ1, identificou-se, no exoesqueleto do besouro diabólico, uma estrutura em multiescala, com geometria elipsoidal e microestrutura laminada. Essa estrutura biológica torna o élitro do besouro extremamente robusto e resistente, com uma tensão crítica de 150 Newtons! Este valor é cerca de 4 vezes a força máxima que um homem adulto consegue fazer ao comprimir o dedo polegar contra o indicador.

Os dois élitros do besouro diabólico têm uma sutura medial permanente que consiste em uma série de lâminas entrelaçadas, que o tornam resistente ao esmagamento, mas que o impedem de voar. Essa sutura é uma junta mecânica muito robusta, geometricamente semelhante àquelas utilizadas em turbinas e em estruturas aeroespaciais (como as juntas Hi-Lok, que unem compostos de alumínio e carbono).

Os autores compararam as propriedades dessas juntas Hi-Lok com as do besouro diabólico. Os resultados demonstraram que a junta do besouro é melhor pois suporta pressões maiores. Além disso, a tensão é distribuída de maneira uniforme, o que evita uma eventual e repentina ruptura. É a natureza servindo de guia e inspirando a engenharia de materiais.

Referências:

1 J. Rivera et al.  Nature, volume 586, pag. 543 (2020)

https://doi.org/10.1038/s41586-020-2813-8

2 E. Pennisi

https://doi.org/10.1126/science.abf3519

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação -IFSC/USP

6 de junho de 2021

Produção científica do IFSC/USP no mês de maio de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de maio de 2021, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Applied Physics Reviews (VER AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Oportunidade de bolsa de pós-doutorado na USP-São Carlos

Encontra-se disponível uma vaga de pós-doutorado para pesquisador(a) nas áreas de ciências da computação, química, física ou farmácia, com bolsa INCT/CAPES.

A bolsa, com início imediato e vigência de 12 meses, tem valor mensal de R$ 4.100,00.

O projeto tem como foco diversas atividades de programação e implementação de ferramentas computacionais para estudos com bases de dados de química medicinal e produtos naturais (VER AQUI) , e envolve uma colaboração entre os grupos coordenados pela Profa. Dra. Vanderlan S. Bolzani, do Instituto de Química da UNESP-Ar, e o Prof. Dr. Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos da USP.

Os candidatos devem possuir o título de Doutor e experiência em quimioinformática e linguagens de programação, além de ótima capacidade para trabalhar em equipes interdisciplinares.

Os interessados devem enviar uma breve carta de motivação e o link do Currículo Lattes para o e-mail: mariliava@gmail.com.

As inscrições permanecerão abertas até que a vaga seja preenchida.

As atividades do projeto serão desenvolvidas no Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica

O Núcleo de Empreendedorismo da USP São Carlos (NEU-SC) está promovendo seu primeiro programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica (deeptechs) da Universidade de São Paulo.

Gratuito e com certificação, o programa ensina metodologias de validação de problema, solução, modelo de negócios e mercado, auxiliando na investigação de problemas existentes e sua solução por meio do conhecimento aplicado e expertise de laboratório.

Os participantes terão a oportunidade de aprender conteúdos introdutórios sobre inovação, descoberta de clientes, dimensionamento e estimativa de mercados potenciais, propriedade intelectual, transferência de tecnologia, princípios de vendas e de marketing, pitching, estratégia corporativa, governança e cultura, finanças para startups, aspectos legais e jurídicos de abertura de empresas, mecanismos de fomento e de levantamento de capital, além de fundamentos de negociação.

As inscrições podem ser feitas até dia 6 de junho, pelo formulário disponível AQUI.

Para obter mais informações (@neusaocarlos), clique AQUI.

Conheça um pouco mais sobre as origens do Vale do Silício, sua forte relação com a ciência/P&D e o trabalho do Núcleo, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Prof. Vanderlei Bagnato é o novo editor-chefe das revistas “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, foi recentemente indicado para assumir as funções de editor-chefe das revistas científicas internacionais “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”, através de proposta das respectivas mesas diretoras editoriais daquelas publicações.

As duas revistas são publicações científicas mensais, revisadas por pares, apresentando comunicações curtas e rápidas nas áreas de óptica fundamental e física de laser, e aplicação de lasers em ciências inter-relacionadas.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) parabeniza o docente por suas novas funções.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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