Notícias Destaque

12 de junho de 2024

No periódico “Natural Structural and Molecular Biology” – Estudo brasileiro está entre os mais relevantes

Células tumorais de câncer de próstata. Em vermelho, as mitocôndrias das células. Em verde, os feixes de filamentos da enzima glutaminase. Em ciano o citoplasma da célula, e em azul escuro o DNA nuclear. A coloração amarela se dá pela sobreposição de verde e vermelho, onde estão os filamentos de glutaminase (imagem: CNPEM/divulgação)

Homenagem a trabalho conduzido no CNPEM foi feita em artigo que celebra os 30 anos da revista científica.

Estudo conduzido no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) foi selecionado pelos editores da revista Nature Structural and Molecular Biology (NSBM) como um dos mais importantes já publicados.

Intitulado “Molecular mechanism of glutaminase activation through filamentation and the role of filaments in mitophagy protection” (VER AQUI), o estudo recebeu financiamento da FAPESP por meio de seis projetos (20/06062-1, 17/15340-2, 21/01504-9, 17/11766-5, 14/20673-2 e 19/16351-3). No artigo, os autores descrevem um processo novo de bloqueio de mitofagia, que é a degradação seletiva das mitocôndrias por autofagia.

“Nós descobrimos que uma enzima – que se pensava estar envolvida somente no metabolismo de um aminoácido [glutamina] – de fato é capaz de se organizar como filamentos longos dentro da mitocôndria. Esse tipo de comportamento nunca havia sido descrito para nenhuma proteína dentro da mitocôndria. Nós também mostramos que esses filamentos distorcem as mitocôndrias, alongando-as, e isso impede que elas sejam ‘cortadas’ e recicladas”, explica à Agência FAPESP Sandra Martha Gomes Dias, pesquisadora do CNPEM e uma das autoras do artigo, publicado em 2023.

A pesquisa utilizou uma técnica conhecida como criomicroscopia eletrônica de partículas únicas para conhecer os detalhes moleculares desses filamentos, como se formam e o impacto disso para a função da enzima.

“Utilizamos também uma técnica de fronteira chamada de criotomografia eletrônica de lamelas celulares para provar a existência desses filamentos dentro da mitocôndria. É a primeira estrutura de proteína caracterizada por essa técnica em uma publicação brasileira”, acrescenta a pesquisadora.

No texto comemorativo dos 30 anos da Nature Structural and Molecular Biology, os editores explicam os motivos de escolha de cada artigo: “A editora, além de explicar nossos achados, chama a atenção para um ponto considerado importante para o campo da biologia estrutural do futuro: a busca de mecanismos moleculares, sem perder o contexto celular”, conta Dias.

Segundo Dias, até então, a biologia estrutural se preocupou em descrever proteínas em nível atômico e tem trazido respostas importantes sobre como essas moléculas funcionam e como alterações no seu funcionamento estão atreladas a várias doenças. “A tendência agora é compreender as proteínas nesse alto nível de detalhamento, mas dentro da célula considerando o local onde está [a organela] e as proteínas da vizinhança. Nosso trabalho fez a análise molecular da enzima filamentada, mas se preocupou em analisar ela no contexto celular [na mitocôndria], procurando explicar o impacto daqueles achados, de maneira direta, para o funcionamento da célula”, destaca.

(Um dos autores deste estudo é o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Andre Luiz Berteli Ambrosio).

O artigo comemorativo dos 30 anos da revista pode ser acessado (AQUI).

(In: Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de junho de 2024

Inovação tecnológica em São Carlos: Do esporte ao agronegócio passando pela indústria – Unidade EMBRAPII do IFSC/USP no apoio às empresas da cidade

A presilha “inteligente”

Com os apoios das universidades e institutos sediados em nossa cidade, jovens empreendedores transformam ideias em inovações que despertam já o interesse de grandes empresas nacionais e internacionais

A empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) é uma instituição governamental cujo foco é apoiar as instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira. Ao auxiliar a modernizar as empresas através de produtos e/ou processos, a ação da EMBRAPII tem como principal meta fazer com que as empresas sejam mais competitivas, trazendo para a sociedade brasileira as soluções para os seus problemas cotidianos.

Criada em julho de 2017, a Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), coordenada pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, dedica-se a transformar a ciência que é produzida em tecnologias nas áreas da óptica, robótica, instrumentação e novos fármacos. Com perto de setenta projetos executados e/ou em execução, contemplando um elevado número de empresas – desde as startups até às já consolidadas -, o principal foco da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP está relacionado com a saúde humana, animal, vegetal e na defesa do meio ambiente, entre outros projetos não menos importantes, como, por exemplo o esporte. E, neste capítulo, trazemos hoje o exemplo de sucesso da empresa Biotrônica, instalada no NovoLab, em São Carlos, liderada por Haroldo Vieira.

Primeiro projeto dedicado ao CrossFit

Pormenor do equipamento

A startup Biotrônica nasceu com o auxílio da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP, em 2023, dando corpo a um projeto destinado ao desenvolvimento de uma tecnologia dedicada a atletas de levantamento de peso olímpico, inserida no CrossFit, na tentativa de  aproveitar as grandes potencialidades existentes nos mercados nacional e internacional. O projeto compreendeu o desenvolvimento de uma presilha destinada a ser colocada nas barras de levantamento de peso e que se traduz, em primeiro lugar, num componente de segurança para que as anilhas de peso não caiam. “As anilhas são os pesos que alimentam a barra de levantamento. Tem anilhas de 5, 10, 15, 20 quilos, e o atleta vai colocando-as de acordo com as repetições que ele quer fazer. Na modalidade do levantamento de peso olímpico, existem dois movimentos, que são o snatch e o clean and jerk. Então, é comum observarmos nas Olimpíadas aqueles atletas gigantes, levantando 200, 250 quilos”, comenta Haroldo Vieira.

Contudo, além dessa questão relativa à segurança, a presilha desenvolvida pela Biotrônica apresenta uma outra função graças a um componente tecnológico desenvolvido pela empresa. A presilha tem a capacidade de coletar inúmeros dados, já que existem vários sensores nesse pequeno equipamento. Tem sensores de aceleração, inclinação, temperatura e vibração que transmitem informações valiosas para o atleta, sendo que o principal sensor é o de aceleração. É através da aceleração que se consegue traçar um algoritmo de inteligência artificial (IA) para classificar o padrão de movimento do atleta. Então, a presilha consegue “entender” o movimento que o atleta está fazendo e ela sabe se o atleta está fazendo um snatch, um clean and jerk,  um agachamento ou um levantamento a partir do solo. Através disso, a presilha conta o número de repetições e faz o planejamento de treino do atleta”, explica Haroldo.

De fato, com essa tecnologia, o atleta não precisa mais ficar entrando em aplicativos, ou pegar num papel para ficar anotando o que está treinando. Essa presilha já vai coletando todas as informações em tempo real e vai fazendo o histórico do treino do atleta, inclusive analisando se ele está tendo uma performance de treino boa, muito boa ou ruim. “Essa presilha analisa a inclinação do movimento, detecta se existem tendências irregulares, às vezes um músculo um pouco mais enfraquecido que está inclinando, por exemplo, já que isso pode ocasionar uma lesão. Analisa o deslocamento da barra. Ela sabe a trajetória em 3D no ar. Isso é um método matemático que a gente tirou da área militar, usado para definir trajetórias de mísseis”, sublinha nosso entrevistado. Junto com os pesquisadores do IFSC/USP, a equipe da Biotrônica demorou nove meses para entender e desenvolver como o método matemático poderia funcionar, sendo que toda a parceria feita com a EMBRAPII viabilizou explorar essa tecnologia sem qualquer receio. A presilha já está no mercado, especialmente dedicada a educadores físicos e atletas de ponta, atletas de elite, algo que provocou outra parceria muito interessante, desta vez com a Movement, que é uma indústria de equipamentos de musculação, a maior da América Latina. Através dessa parceria, a Biotrônica foi convidada a participar na IHRSA Fitness Brasil, que é a maior feira esportiva da América Latina e nela foi proposto o desenvolvimento de um protótipo parecido com a presilha acima explicada, em um tempo muito curto – trinta dias. Esse protótipo é semelhante ao da presilha, mas desta vez com a finalidade de monitorar o movimento de atletas e de alunos durante a prática esportiva de musculação. Tal como o anterior, esse equipamento  monitora números de repetições, amplitudes de movimento, tempo entre repetições, cadência, peso, etc. “É muito similar ao projeto que desenvolvemos para o levantamento de peso olímpico, porém, com algumas adaptações para a musculação”, sublinha Haroldo.

Do esporte para o agronegócio e para a indústria

O sucesso do ciclo de desenvolvimento da Biotrônica acabou por abrir muitas portas e uma delas foi para o agronegócio, mesmo sem a empresa ter uma demanda específica sinalizada para esse fim. Para esse nicho de mercado, a empresa desenvolveu o “Brinco do Gado”, que é um dispositivo muito similar ao do levantamento de peso olímpico, só que em vez de classificar movimentos dos atletas ele classifica o movimento do gado. Através de IA o dispositivo consegue classificar o padrão de movimento do gado, cujo foco é obter informações precisas e em tempo real de quanto tempo ele está se locomovendo, reproduzindo, alimentando e dormindo, entre outros fatores; com base nesses dados, consegue-se saber, por exemplo, quando as espécies que estão sendo analisadas entram no cio. “É um produto muito interessante para o produtor pecuário, como um todo”, enfatiza Haroldo Vieira, que confirma estar já buscando parceiros para esse projeto.

Sensor para a classificação do padrão de ruído em equipamentos industriais

Por outro lado, tendo em consideração uma outra ideia iniciada em finais de 2023, a Biotrônica ingressou no início deste ano num outro projeto junto à Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) relativo ao desenvolvimento de um sensor para a classificação do padrão de ruído em equipamentos industriais. Esse sensor de ruído é um grande diferencial em relação aos produtos que existem no mercado. Segundo Haroldo Vieira, a classificação de ruído já é uma prática muito comum na indústria, com os fabricantes a usarem sensores de vibração, que são basicamente acelerômetros, mas que têm uma largura de banda muito baixa, um espectro muito baixo. “Esses acelerômetros são sensores que classificam padrões, muitas vezes no espectro audível. Porém, o técnico que acompanha os equipamentos na fábrica, que está lá na indústria há mais de 10 anos, quando escuta um rolamento chiar ele sabe que em breve irá dar problema. O que nós desenvolvemos foi um sensor que classifica o padrão de ruído com IA no espectro ultrassônico. Por quê? Primeiro, porque o espectro ultrassônico não é detectado, ou seja, não é audível, já que ele tem uma largura de banda mais ampla, uma alta frequência, que é o primeiro ruído (impercetível) que aparece no equipamento. É o indicativo que vai haver problema dentro de algum tempo. Na hora em que começa a aparecer um estresse mecânico, o equipamento começa a apresentar um ruído no espectro ultrassônico e é aí que conseguimos classificar esse padrão de ruído logo no início, sabendo com toda a certeza que esse equipamento vai dar problema, necessitando, por isso, de uma manutenção preditiva muitos meses antes da avaria acontecer”, explica o nosso entrevistado. Contudo, segundo adiante Haroldo, este novo projeto pode ser aplicado em diversas outras frentes, como, por exemplo, na área automobilística, onde a Biotrônica já assinou uma parceria com a Fórmula Inter, com o intuito de classificar os padrões de ruído dos motores dos carros e de outros elementos mecânicos e estruturais.

O pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior salienta que a importância da EMBRAPII é fundamental para estes projetos, tendo em consideração o fato de ela possibilitar o financiamento e a estrutura para que as startups possam iniciar suas atividades e desenvolverem inovações. “Esse tipo de auxílio, de orientação, já que muitas vezes no processo da EMBRAPII existe toda uma logística do SEBRAE envolvida e que demanda estratégia para o desenvolvimento, auxilia muito para que o processo atinja um sucesso. A parceria que existe na Unidade EMBRAPII do IFSC/USP, envolvendo todos os colaboradores, faz com que os processos de inovação, muitas vezes complexos, se tornem tecnicamente viáveis em prazos relativamente curtos. E o que observamos é que em relação à Biotrônica existe uma equipe integrada e é muito importante esse tipo de integração, onde você consegue resolver os problemas que aparecem na demanda das atividades e processos em um tempo muito curto dentro da empresa”, sublinha o pesquisador. De fato, essa equipe, que alberga no seu seio 16 alunos de graduação e de pós-graduação da USP de São Carlos, do Instituto Federal de São Paulo – Campus de São Carlos, e da UFSCar, graças aos contatos estabelecidos com inúmeros professores, atua basicamente em uma sala, promovendo uma comunicação facilitada, sendo que a expertise dos envolvidos se mostra adequada e cada vez mais “afinada”, o que tem resultado em toda essa demanda, todo esse sucesso no desenvolvimento de tecnologias inovadoras na cidade de São Carlos.

Carro da “Fórmula Inter”

Por último, para suprimir as dificuldades e os custos relacionados com as questões mecânicas da prototipagem dos dispositivos eletrônicos desenvolvidos pela Biotrônica, que sempre necessitam da fabricação de invólucros para proteger os circuitos, a empresa assinou em 2023 uma parceria com a chinesa Creality, a maior fabricante de impressoras 3D do mundo. Dessa forma, a Biotrônica consegue agora fabricar os seus invólucros e, através dessa mesma parceria, fazer projetos e fabricar componentes para outras empresas, ao mesmo tempo que revende as mais diversas categorias de impressoras 3D. Antonio Eduardo de Aquino Junior destaca que toda essa viabilidade só é possivel graças a uma gestão visionária do coordenador da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato. “Ele está  sempre presente nas ações que são necessárias, no desenvolvimento dos projetos e nos aconselhamentos e isso faz um diferencial muito grande. Outra questão importante é o grande auxílio que a Fundação de Apoio à Física e Química (FAFQ) presta em relação à gestão de recursos. Pode parecer às vezes trivial, mas fazer a gestão de recursos com toda uma ação para concluir a parte burocrática é fundamental para aliviar a carga que sempre pesa em cima dos ombros dos pesquisadores e das startups”, conclui o pesquisador.

Haroldo Vieira com parte de seus colaboradores em uma das salas da “Biotrônica” no “NovoLab”

Rui Sintra & Adão Geraldo – Jornalistas da Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de junho de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em maio de 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  maio  de 2024, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Carbohydrate Polymers” (AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de junho de 2024

FAPESP atualiza normas de Auxílio à Pesquisa Regular e de bolsas

A FAPESP atualizou em 1º de junho os valores e prazos de Auxílio à Pesquisa Regular e de bolsas. “O objetivo é proporcionar uma melhor execução do projeto e permitir um planejamento das atividades no que se refere à gestão do material de custeio, equipamentos, bolsas e serviços de terceiros”, explica Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da FAPESP.

O teto orçamentário do Auxílio à Pesquisa Regular passou de R$ 300 mil para R$ 600 mil, sem considerar os valores de Reserva Técnica e Reserva Técnica Institucional, e o período de duração aumentou de 24 para 36 meses. A partir de agora, é possível solicitar bolsas como item orçamentário (BCO) nas modalidades Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado Direto, Doutorado, Pós-Doutorado, Jornalismo Científico e Ensino Público, além de Treinamento Técnico e Participação em Cursos já permitidas.

“Esse apoio funcionará de forma semelhante aos grants oferecidos por agências de fomento internacionais”, sublinha o diretor científico da Fundação.

A duração das Bolsas de Pós-Doutorado passou de 24 para 36 meses, com possibilidade de prorrogação até 48 meses no caso daquelas vinculadas a Auxílio – Projeto Temático, a Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), São Paulo Excellence Chair (SPEC) ou Jovem Pesquisador. “Essa medida atende à demanda da comunidade científica”, afirma Castro Silva.

Também foram aumentados os valores das Bolsas de Doutorado Direto, equiparando-os aos das Bolsas de Doutorado.

As novas normas estabelecem, ainda, que os Relatórios Científicos referentes a Bolsas de Iniciação Científica passam a ser anuais – e não mais semestrais.

Mais informações estão disponíveis AQUI.

(In: Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de junho de 2024

O problema dos três corpos (Parte-2) – Artigo: Prof. Roberto N. Onody

Figura 1 – Visão artística do sistema estelar triplo Gliese 667 (ref. 1). Ele se encontra bem perto da Terra, a cerca de 22 anos-luz de distância, na direção da constelação de Escorpião. Hoje, no sistema Gliese 667, são conhecidos 6 exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável.exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável

Este artigo é a segunda parte do meu ensaio sobre o problema dos 3 corpos. A primeira parte você encontra aqui.

No seriado da Netflix “O problema dos três corpos” (baseado no livro de Liu Cixin) os 3 corpos fazem parte do sistema triplo de estrelas Alpha Centauri A, B e C.

As estrelas Alpha Centauri A e B têm, aproximadamente, o mesmo porte e luminosidade que o nosso Sol. Ambas estão a uma distância de 4,34 anos-luz do Sol e percorrem órbitas elípticas (em torno do centro de massa) com período de 79,7 anos.

A estrela Alpha Centauri C, mais conhecida como Proxima Centauri, se encontra a uma distância de 4,24 anos-luz e é a estrela mais próxima do Sol. É uma anã vermelha com apenas 12% da massa do Sol e 1% da sua luminosidade. Muito longe do centro de massa, seu período é enorme, cerca de 550 mil anos!

Proxima Centauri tem 2 exoplanetas conhecidos. Um deles, Proxima Centauri b, está na zona habitável e tem massa praticamente igual à da Terra. Com massa cem mil vezes menor do que Proxima Centauri e um milhão de vezes menor do que Alpha Centauri A e B, esse exoplaneta está entregue aos caprichos gravitacionais das 3 estrelas. No livro de Liu Cixin os alienígenas habitam um planeta denominado Trissolaris.

Figura 2 – Evolução temporal do problema Pitagórico dos 3 corpos. O autor utilizou a regularização de variáveis e o método de Runge-Kutta de 4ª. ordem para a integração numérica. Veja o vídeo (ref. 2)

Com 3 estrelas e 1 planeta habitado, o sistema é, de fato, um problema de 4 corpos restrito. Mas, claro, este não seria um bom título nem para o livro e nem para o seriado.

A desintegração do sistema de 3 corpos

Dependendo das posições e velocidades iniciais dos 3 corpos, é possível que o sistema venha a se desintegrar, isto é, um dos corpos venha a ser ejetado, expulso, afastando-se indefinidamente dos outros dois.

Um dos exemplos mais famosos é o chamado problema dos 3 corpos de Burraw, também conhecido como problema Pitagórico dos 3 corpos. Ele consiste em 3 corpos com massas 3, 4 e 5 (unidades arbitrárias) que se atraem gravitacionalmente. Todos estão inicialmente em repouso e posicionados nos vértices de um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5 (unidades arbitrárias). Problemas como esse, em que os 3 corpos têm velocidades iniciais nulas, são chamados de “queda livre” (free-fall).

No final do século 19, acreditava-se que esse sistema Pitagórico poderia apresentar soluções periódicas. Em 1913, Carl Burraw investigou o sistema e, sem os computadores de hoje, concluiu que não existia solução periódica para o problema.

De um ponto de vista matemático, o problema geral dos 3 corpos consiste em resolver um sistema de 18 equações diferenciais, acopladas e de 1ª. ordem no tempo. Como, no caso geral, não existe solução analítica, temos que recorrer ao computador para uma integração numérica.

Antes, porém, é necessário reescrever as equações em termos de variáveis mais apropriadas, num processo chamado de regularização. A regularização evita a explosão da interação gravitacional quando dois ou três desses corpos colidem.

Sabemos regularizar variáveis para colisões duplas, mas, não para colisões triplas. O teorema de Wintner demonstra que para haver uma colisão tripla é necessário, mas, não suficiente, que o momento angular do sistema seja nulo. Em outras palavras, as colisões triplas só podem acontecer em sistemas com momento angular nulo. E, mesmo nesses casos, elas podem não ocorrer já que as colisões triplas são extremamente improváveis. Para sistemas de 3 corpos em queda livre, foram estudados numericamente alguns casos em que há colisões triplas.

Figura 3 – O observatório espacial Gaia, lançado pela ESA (European Space Agency) em 2013, mapeou 20 estrelas com velocidades suficientes para sair ou entrar na Via Láctea. As setas vermelhas correspondem a estrelas sendo ejetadas da Via Láctea, as setas laranjas a estrelas provavelmente ejetadas por outras galáxias e penetrando a Via Láctea. A imagem é uma superposição artística da Via Láctea (ESA) com as posições e trajetórias reais das estrelas propostos no trabalho de Marchetti et al. (ref. 3)

Na Figura 2, vemos a evolução temporal do problema Pitagórico dos 3 corpos. (a) em t = 0, os corpos de massas 3, 4 e 5 estão em repouso nos vértices de um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5; (b) em t = 447, os 3 corpos executam uma coreografia complicada; (c) em t = 2.669, o corpo de menor massa (m=3) já foi ejetado, afastando-se (em linha reta) do sistema binário (m=4 e m=5) que, juntos, também se afastam, inexoravelmente, do centro de massa do sistema. O sistema de 3 corpos se desintegrou.

Em um trabalho muito interessante, Anosova e Orlov simularam em 3 dimensões um total de 9.500 sistemas de 3 corpos, com massas iguais e diferentes. Em seguida, eles fizeram um levantamento estatístico da probabilidade de desintegração dos 3 corpos como função do tempo e concluíram:

*A desintegração é um processo dominante e acontece em 85% dos casos!

*Em geral, a desintegração acontece logo após uma grande aproximação tripla dos corpos.

*A vida média desses processos disruptivos tem decaimento exponencial, lembrando muito os processos de decaimento radioativo.

*Quanto maior for o momento angular do sistema, maior será a sua vida média até a ruptura.

Usualmente, o corpo ejetado e o sistema binário têm orbitas não coplanares.

Figura 4 – A órbita periódica Butterfly I descoberta por Suvakov e Dimitrasinovic (ref. 4) em 2013. Em cima: os 3 corpos pontuais verde, vermelho e azul executam órbitas periódicas e suas respectivas trajetórias estão indicadas pelos rastos coloridos; Em baixo: as posições e velocidades iniciais no plano (x, y). O elemento do grupo livre é BAbabaBA (detalhes no material suplementar). Crédito: Ricky Reusser (ref. 5)

Geralmente, o corpo com menor massa é ejetado em alta velocidade. Buracos negros e estrelas podem formar sistemas que se desintegram com o tempo. As estrelas ejetadas podem adquirir hipervelocidades. Estima-se que, para um corpo celeste que habite a nossa região no espaço (estamos a cerca de 26 mil anos-luz do centro da Via Láctea), a velocidade de escape da Via Láctea é de aproximadamente 544 km/s.

Em 2005, foi descoberta a primeira estrela sendo ejetada a partir do halo da Via Láctea com velocidade aproximada de 853 km/s em relação ao Sol (Figura 3). A título de comparação, o Sol orbita o buraco negro supermassivo da Via Láctea com velocidade aproximada de 230 km/s.

Em busca das órbitas periódicas

Em 1890, H.Poincaré provou que o problema dos 3 corpos não é exatamente solúvel, isto é, dadas as posições e as velocidades iniciais dos corpos não é possível obtê-las num tempo posterior qualquer e expressá-las em termos de funções algébricas ou transcendentais. Além disso, ele identificou a enorme sensibilidade do sistema perante pequenas perturbações nas trajetórias dos corpos. Junto com o trabalho posterior de A.Liapunov , estavam lançadas as bases para o desenvolvimento da teoria do caos.

O conceito do caos foi popularizado na década de 1960 por K.Lorenz através do famoso ´efeito borboleta´ em que um furacão poderia se formar na América do Norte pelo simples bater das asas de uma borboleta na América do Sul. Foi também Lorenz que chamou a atenção para a importância de desenvolver algoritmos numéricos melhores posto que, em sistemas caóticos, os erros de truncagem se propagam de maneira exponencial!

No problema dos 3 corpos, no meio de uma infinidade de órbitas caóticas, encontram-se também as órbitas periódicas (tão importantes e tão desejadas pelos habitantes de Trissolaris).

Rotulando os 3 corpos por 1, 2 e 3, a descrição completa do movimento num determinado instante de tempo t é dada pelo conjunto de 6 vetores A(t)=[r1(t),r2(t),r3(t),v1(t),v2(t),v3(t)] onde os 3 primeiros são os vetores posição e os 3 últimos os vetores velocidade. O movimento é dito periódico e com período T se os 6 vetores se repetem em t+T.

Figura 5 – Em cima: órbita periódica descoberta pelo grupo de Shangai em 2018. A massa em vermelho vale metade das massas verde e azul; Em baixo: as posições e velocidades iniciais dos 3 corpos. O elemento do grupo livre é BaBAbA (veja material suplementar). Crédito: Ricky Reusser (ref. 5)

Trataremos aqui somente de órbitas periódicas planares, em que os 3 corpos permanecem sempre num mesmo plano. Para que isso aconteça, basta que todos os vetores de velocidades iniciais estejam no mesmo plano que contém os 3 corpos.  Dessa maneira, o plano de movimentação dos 3 corpos é exatamente aquele perpendicular ao vetor momento angular total (que é constante no tempo).

O estudo do caso não planar com órbitas periódicas tridimensionais é muito mais difícil. Até onde eu sei, só se conhece a solução do problema circular restrito dos 3 corpos e a órbita cônica-helicoidal descoberta por Eugene Oks (veja mais adiante). Discutiremos as órbitas periódicas em ordem cronológica de suas descobertas.

As primeiras órbitas periódicas foram encontradas por Euler (em 1767) e por Lagrange (em 1772). Elas são as únicas soluções analíticas (exatas) conhecidas e os resultados valem para quaisquer valores das massas dos 3 corpos.

Na solução de Euler, os 3 corpos evoluem de maneira colinear (veja clipe 1); na solução de Lagrange, os 3 corpos evoluem sempre formando um triângulo equilátero (veja clipe 2).

O que acontece se aplicarmos pequenas perturbações nas órbitas de Euler e de Lagrange? As órbitas de Euler são instáveis e se degeneram. A órbita de Lagrange tem regiões estáveis (quando uma das massas é muito maior do que a dos outros 2 corpos), mas, é predominantemente instável. Instabilidade é exatamente o que acontece depois de longos ensaios em simulações numéricas devido aos inevitáveis erros de arredondamento. Os corpos abandonam suas órbitas periódicas e entram no regime caótico. Para ver isso, assista ao clipe 3 (Euler) e ao vídeo 1 (Lagrange).

Graças à conservação do vetor momento linear total, podemos sempre escolher um referencial inercial que está em repouso e tem origem no centro de massa.

Após as soluções encontradas por Euler e Lagrange foram necessários mais 200 anos até que surgissem novas soluções periódicas. Em meados da década de 1970,  Broucke, Hénon e Hadjidemetriou (BHH) estudaram o caso em que os 3 corpos têm a mesma massa e se movimentam num plano (x, y).

As soluções periódicas de BHH no plano (x, y) têm as posições iniciais [(x1,0),(x2,0),(x3,0)] e velocidades iniciais [(0,v1),(0,v2),(0,v3)] , com x1+x2+x3=0 e v1+v2+v3=0.

Separei algumas das mais interessantes soluções periódicas de Broucke No clipe 4, todos os 3 corpos giram no sentido anti-horário e suas órbitas têm a forma de elos de uma corrente; no clipe 5, um dos corpos executa uma órbita circular no sentido anti-horário enquanto os outros 2 corpos percorrem, no sentido horário, um elegante trevo de 4 folhas; no clipe 6 temos uma solução periódica em que dois dos corpos seguem, de maneira subsequente, a mesma trajetória.

As soluções de Hénon são do tipo periódicas relativas, isto é, periódicas após uma rotação do plano (x, y) em torno do centro de massa. As órbitas periódicas de Broucke e Hénon são linearmente estáveis, o que significa que, perante pequenas perturbações (lineares) elas retornam à trajetória original.

Nossa próxima trajetória é a famosa e inacreditável órbita periódica que tem a forma de um oito (clipe 7). Hoje, ela é conhecida simplesmente como Figura 8. Nas simulações computacionais da Figura 8, os corpos têm posições iniciais [(-1,0),(0,0),(1,0)] e velocidade iniciais [(u, v),(-2u,-2v),(u, v)]. O momento angular total é zero. Como no caso das órbitas de BHH, a Figura 8 também é linearmente estável.

Figura 6 – (a) órbita periódica (descoberta em 2019) para 3 corpos com massas diferentes: 1, 0,8 e 0,4 (verde, azul e vermelho, respectivamente). Observe que em todos os casos os corpos vão e voltam na mesma trajetória; (b) as condições iniciais – os 3 corpos em queda livre. O elemento do grupo livre é aBaBbAbA (veja material suplementar). Crédito: Ricky Reusser (ref. 5)

Três corpos que se movimentam num plano bidimensional e evoluem no tempo, formam uma trança no espaço-tempo (2+1). Em 1993, Moore analisou este sistema de um ponto de vista topológico e encontrou a Figura 8. Em 2000, ela foi redescoberta numericamente por Chenciner e Montgomery.

No início do século 21 a busca por soluções periódicas do problema dos 3 corpos passava por dificuldades. Várias trajetórias consideradas ´novas´ eram, na verdade, redescobertas de órbitas já existentes (como no caso da Figura 8) ou meras transformações via translações e rotações. Era necessário encontrar uma maneira de classificá-las em classes ou famílias. Isso foi feito utilizando topologia e teoria de grupos.

Para não enveredar por um caminho muito complexo e matemático, preparei um material suplementar onde apresento detalhes do procedimento teórico. O leitor pode solicitar o material suplementar a onody@ifsc.usp.br. O suplemento está em pdf e será enviado por e-mail.

Em 2013, Suvakov e Dimitrasinovic da Universidade de Belgrado descobriram 13 novas famílias de soluções periódicas (veja Figura 4). Em 2014, eles publicaram um trabalho intitulado A guide to hunting periodic three-body orbits”, onde eles discutem métodos para resolver as equações de movimento do problema dos 3 corpos planar e também as técnicas e estratégias para buscar órbitas periódicas. Esse grupo de Belgrado mantém uma página com os desenvolvimentos recentes da área.

Em 2017, entra em cena o grupo de Shangai. Eles catalogaram 695 novas famílias de soluções periódicas para sistemas de 3 corpos com massas iguais e momento angular zero. Em 2018, eles encontraram mais 1.349 famílias de órbitas periódicas para um sistema triplo composto por duas massas iguais e uma diferente (Figura 5).

Em seguida, em 2019, eles obtiveram 313 órbitas periódicas para um sistema de 3 corpos em queda livre (em que todos eles têm velocidades iniciais iguais a zero, veja Figura 6). Em 2023, um grupo internacional encontrou mais 24.582 novas órbitas periódicas para esses sistemas triplos com queda livre.

Figura 7 – O planeta tem uma órbita cônica-helicoidal que vai e vem ao longo do eixo que une as estrelas que compõem o sistema binário. As estrelas rotacionam em órbitas elípticas

E, finalmente, em 2021, o grupo de Shangai determinou outras 135.445 órbitas periódicas para sistemas com 3 massas diferentes. Com um número tão grande de órbitas, eles desenvolveram uma técnica de aprendizado de máquina para um modelo de rede neural que faz a busca por soluções periódicas.

Na minha opinião, apesar do grande esforço teórico e computacional realizado na última década, é muito improvável que as centenas de milhares de órbitas periódicas que já foram obtidas encontrem alguma realização no mundo real.

Há que se alterar duas hipóteses que foram assumidas para essas órbitas. Em primeiro lugar, os corpos celestes não são pontuais (e, em geral, nem esféricos) de forma que as forças gravitacionais devem ser calculadas por integração levando em conta a distribuição de densidade de cada corpo. Em segundo lugar, e mais importante, a imposição de uma órbita plana para os 3 corpos é uma demanda exagerada e inverossímil. Sim, porque por 3 pontos passa um único plano, mas, a condição de que os três vetores velocidade estejam, simultaneamente, num mesmo plano deve ser muitíssimo raro na natureza.

Aproveitando o que acabei de escrever acima, deixe-me apresentar uma órbita periódica tridimensional e estável que foi descoberta em 2015. Trata-se de um sistema de 3 corpos em que um planeta interage gravitacionalmente com um binário de estrelas (Figura 7). Ao longo do eixo interstelar, o planeta executa uma órbita cônica-helicoidal que oscila entre as duas estrelas. Veja no artigo de E. Oks o intervalo dos parâmetros gravitacionais no qual o sistema é periódico e estável.

Considerações finais

Indubitavelmente, o problema dos 3 corpos atraiu e continuará atraindo por muito tempo, um grande esforço teórico e computacional de muitos físicos e matemáticos talentosos. Confesso que fiquei surpreso com a beleza e a riqueza do problema dos 3 corpos. Abordar este tema foi um trabalho muito gratificante.

Por último, não posso deixar de mencionar o trabalho bacana do estudante de astrofísica da Universidade de La Laguna (Espanha), Pere Rosseló. Ele preparou um gif (clique aqui) com 20 órbitas periódicas que, pela sua estética e mesmerismo, serve como um cartão de visitas para o problema dos 3 corpos.

Clique abaixo para acessar as referências citadas nas figuras

ref. 1

ref. 2

ref. 3

ref. 4

ref. 5

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia”, clique aqui

Para acessar todo o conteúdo do site “Newsletter – Ciência em Panorama”, clique aqui

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de junho de 2024

Alunos do ensino médio já podem se inscrever para a CUCO 2024 da USP

Além de treinar para o vestibular, os mais bem classificados são premiados. Os professores incentivadores também recebem prêmios.

O Programa Vem Saber abriu inscrições para a 8a edição da Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades (CUCO), uma atividade que oferece aos alunos do ensino médio das escolas públicas do Estado de São Paulo a possibilidade de ter um primeiro contato com o modelo dos vestibulares para cursos de graduação, além de propiciar uma melhoria no desempenho nas disciplinas que estudam regularmente.

Podem participar gratuitamente da CUCO todos os alunos das 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio de escolas estaduais, ETECs (escolas técnicas), Institutos Federais e escolas municipais, das diferentes modalidades, (EM) regular, EJA e CEEJA. As inscrições são on-line e devem ser feitas pelo link disponível no site https://vemsaber.ifsc.usp.br/. O prazo vai até 16 de agosto.

A competição, que no ano passado contou com mais de 140 mil inscritos, será realizada em fase única, também de maneira on-line, por meio de uma plataforma exclusiva do Programa Vem Saber. A prova terá 18 questões de múltipla escolha, abrangendo os conteúdos de Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Língua Portuguesa, de acordo com a série.

Como forma de incentivo, os estudantes que concluírem todas as etapas da CUCO terão acesso a uma live exclusiva sobre orientação para os vestibulares, e ainda vão concorrer a camisetas do Vem Saber. Também receberão um certificado digital de participação emitido pela USP.

Já aqueles que se destacarem com maior número de acertos na prova terão direito a certificados Ouro, Prata, Bronze ou menção honrosa, além de receber acesso a cursos de formação complementar.

A novidade, neste ano, é para os participantes da 3a série do ensino médio matriculados em ETECs. O Centro Paula Souza oferecerá, para o estudante que alcançar o melhor desempenho, uma vaga no programa de intercâmbio cultural 2024, tendo como destino a Inglaterra.

Professores Incentivadores

Os professores que atuam em sala de aula ou em cargos de gestão (coordenação, direção ou outros) podem colaborar voluntariamente com a CUCO (formulário de cadastro no site).  As atividades incluem incentivar o maior número de estudantes a participar da competição, oferecendo suporte e apoio durante o processo de inscrição e  garantindo a realização das provas dentro dos critérios.

A contribuição desses profissionais também  é reconhecida. São atribuídos prêmios aos professores, de acordo com a indicação dos alunos. Neste ano, serão concedidas 91 bolsas integrais para pós-graduação (MBA) na USP/ESALQ. São 16 opções de cursos on-line. Todos os professores também terão acesso a uma orientação técnica on-line exclusiva envolvendo a temática “Profissão docente e saúde mental”.

Sobre o Programa

O Programa Vem Saber, vinculado ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo, tem como missão promover a transformação social por meio da educação. Desenvolve atividades para estudantes, professores e gestores de escolas do ensino médio, buscando aproximar a universidade da comunidade escolar.

São parceiros estratégicos do Vem Saber: o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o CDMF (Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais) o PECEGE (Instituto de Pesquisas e Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas) e a FAFQ (Fundação de Apoio à Física e à Química). A CUCO, por sua vez, é uma das ações do programa e conta com parceria da Secretaria de Estado da Educação, do Centro Paula Souza e das 91 Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo.

Para mais informações, acesse o site do programa “Vem Saber” (AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de junho de 2024

Destaques da produção científica do IFSC/USP (Bimestre janeiro/fevereiro 2024)

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como mais citados (Highly Cited Papers) no bimestre Jan./Fev. de 2024 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters. Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

 

ÁREA:   Biology & Biochemistry

Structural basis of nirmatrelvir and ensitrelvir activity against naturally occurring polymorphisms of the SARS-CoV-2 main protease 

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides 

Emergence of complexity in hierarchically organized chiral particles

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

The past and the future of Langmuir and Langmuir-Blodgett films 

Plasmonic biosensing: focus review 

 

ÁREA:   Clinical Medicine

Features of third generation photosensitizers used in anticancer photodynamic therapy: Review

 

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: a comparative approach

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Materials Science

SARS-CoV-2 infects the human kidney and drives fibrosis in kidney organoids

 

ÁREA:   Neuroscience & Behavior

Mechanosensing is critical for axon growth in the developing brain

 

ÁREA:   Pharmacology & Toxicology  

 

ADMET modeling approaches in drug discovery

Approaches to advance drug discovery for neglected tropical diseases

 

ÁREA:   Physics

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Generalized geometric quantum speed limits   

Multiple galactic sources with emission above 56 TeV detected by HAWC

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Observation of the Identical Rigidity Dependence of He, C, and O Cosmic Rays at High Rigidities by the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Revisiting the optical bandgap of semiconductors and the proposal of a unified methodology to its determination

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Multi-messenger observation s of a binary neutron star merger

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de maio de 2024

Alunos da E.E. Sebastião de Oliveira Rocha visitam laboratórios do IFSC/USP – Trocando o descanso pelos estudos

Cerca de vinte alunos do Clube de Ciências da E.E. Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, trocaram o habitual descanso de sábado, dia 25 de maio, para uma visita aos laboratórios do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia – GNANO – de nosso Instituto, coordenado pelo Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, com o intuito de compreenderem as pesquisas que aí são feitas.

Recebidos e acompanhados por quatro pesquisadoras do grupo – Angelica Maria Mazuera, Ana Elisa Leite, Thaiane Robeldo e Yara Botassio -, os jovens tiveram a oportunidade de ficar por dentro dos principais trabalhos que são feitos nos laboratórios do GNANO, principalmente no capítulo da criação de nanopartículas que são utilizadas na área da saúde – como no combate a células cancerígenas -, além de sua aplicação na agropecuária. O acompanhamento de simulações laboratoriais e a explicação sobre os equipamentos que compõem os laboratórios constituíram um particular interesse dos jovens alunos.

Esta visita se enquadrou num mini-curso organizado pelo docente do IFSC/USP, Prof. Marcelo Barros, integrado em um projeto temático da FAPESP sobre inovações curriculares no ensino de Ciências da Natureza.

“Esta é uma iniciativa que também está vinculada a um projeto de pesquisa de mestrado do aluno Pedro Leonardo dos Santos Neto, do Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM), do qual sou professor orientador, e cujo seu projeto se denomina “Implementação de Sequências Didáticas sobre Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio – Tópicos de Nanociência e Nanotecnologia”, sublinha o docente.

Alunos colocaram inúmeras questões às pesquisadoras

 

Assistindo a experimentos no laboratório

Os alunos foram acompanhados pelo docente da E.E. Sebastião de Oliveira Rocha, Prof. João Pedro Ribeiro, que é bolsista vinculado ao projeto da FAPESP, e também pelo aluno Caio Moreira de Araújo, do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas do IFSC/USP.

No fim da visita: alunos, pesquisadoras e professoras em salutar convívio

Foi, certamente, um sábado diferente para os jovens alunos da E.E. Sebastião de Oliveira Rocha.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de maio de 2024

“IFSC-30 Anos” – Docentes, funcionários e colaboradores reunidos em confraternização

Docentes, funcionários e colaboradores reuniram-se no final da tarde do dia 17 de maio em uma confraternização promovida pela Diretoria da Unidade em comemoração do 30º aniversário da criação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Um pequeno coquetel, acompanhado por música ao vivo, animou a confraternização, que contou, ainda, com a exibição de um pequeno vídeo onde foi apresentada uma sequência de imagens históricas relacionadas com a vida do Instituto entre os anos de 1994 e 2012.

O vídeo apresentou momentos importantes do início do IFSC/USP com muitas caras conhecidas – agora 30 anos mais velhas – e outras que, infelizmente, já não se encontram entre nós, mas que marcam, ainda hoje, o seu indelével contributo para a continuada excelência do Instituto.

A pioneira do IFSC/USP, Profª Yvonne Primerano Mascarenhas, marcou a sua sempre agradável e desejável presença, tendo aproveitado o momento para autografar o último livro publicado dedicado à sua vida e obra, da autoria do docente e pesquisador do nosso Instituto, Prof. Antonio Carlos Hernandes “Além das Facetas – Os passos e os feitos de Yvonne Mascarenhas”, lançado no dia 07 de dezembro de 2024 (VER AQUI).

Foram momentos de alegria, de recordação e, claro, de reflexão, pois, acima de tudo, o futuro é já amanhã.

Para acessar o vídeo com as imagens históricas do IFSC/USP, clique AQUI.

 

 

 

 

 

 

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de maio de 2024

Vaga aberta para bolsista de Treinamento Técnico (TT-IV) no Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar)

O Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos CEPIDs/FAPESP, com sede no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), tem vaga para um(a) bolsista de Treinamento Técnico (TT4), pelo período de 12 meses, em um dos projetos desenvolvidos no âmbito do Centro junto ao Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo), sob a orientação/supervisão da Profa. Ilana Camargo.

O projeto “Avaliação de atividade antibacteriana, citotóxicas e eficácia contra biofilmes bacterianos de compostos prospectados e preparados pelos pesquisadores que atuam junto ao CIBFar” tem como objetivo buscar novos compostos com atividade antibacteriana dentre os diversos compostos fornecidos pelos pesquisadores do CIBFar, realizando a triagem em modo cinético com incubação realizada no equipamento multiusuário (EMU) Omnilog (Biolog).

Este equipamento multiusuário foi adquirido pelo CIBFar e instalado no LEMiMo e o(a) bolsista ficará responsável pelo mesmo. As atividades incluem também a determinação da concentração inibitória mínima e concentração bactericida mínima, realização de teste de erradicação de biofilmes, interferência de quórum-sensing na redução de biofilmes pré- formados com um painel de isolados de Vibrio campbelli mutantes, realizar testes de citotoxicidade como a avaliação de atividade hemolítica e ensaios de time-kill.

Requisitos:

*Ser graduado(a) em Ciências Físicas e Biomoleculares, Farmácia, Biomedicina ou áreas afins, ter dois anos de experiência após a graduação, ou título de mestrado em áreas relacionadas à microbiologia ou correlatas, sem vínculo empregatício;

*Ter conhecimento prático para trabalhar em laboratório de nível de biossegurança 2, com microrganismos de classe de risco 2 (OGM ou não);

*Ter conhecimento para usar o software Oringin;

*Ser pró-ativo(a) e ter boa organização;

As atividades serão desenvolvidas junto ao LEMiMo (IFSC-USP), supervisionado pela Profa. Ilana Camargo, em São Carlos (SP).

Atividades a serem realizadas pelo bolsista:

1 – Avaliar a ação antimicrobiana de diferentes compostos que os pesquisadores enviam ao LEMiMo em fluxo contínuo frente a várias bactérias multidroga resistentes do grupo ESKAPE determinando a concentração inibitória mínima, concentração bactericida mínima, capacidade de erradicação de biofilme formado por Staphylococcus epidermidis, S. aureus e A. baumannii, dentre outras;

2 – Operar o equipamento multiusuário Omnilog (Biolog), após treinamento, que é usado para padronizar a triagem e verificar a cinética de crescimento bacteriano ou para servir aos usuários deste EMU, tratando os dados e gerando os gráficos em Oringin;

3 – Verificar a interferência de quorum sensing como mecanismo de erradicação de biofilmes usando um painel de Vibrio mutantes recentemente adquirido pelo LEMiMo;

4 – Realizar ensaios de time-Kill e despolarização de membranas em bactérias selecionadas;

5 – Escrever relatórios anuais do MEU Omnilog e laudos com resultados dos testes do CIBFar;

6 – Aprender e sintetizar peptídeos para testes;

7 – Auxiliar na organização, preparo de reagentes e limpeza do LEMiMo e em orçamentos no processo de compras.

A jornada de trabalho do(a) bolsista será de 40h semanais, de segunda a sexta-feira, e o mesmo desenvolverá suas atividades no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo) do Instituto de Física de São Carlos – Universidade de São Paulo (IFSC/USP), Campus área II.

A bolsa é de Treinamento Técnico IV – (TT-IV) da FAPESP por 12 meses, com início imediato, no valor de R$ 3.810,40/mês.

Interessado(a)s podem enviar currículo, link para CV Lattes, nomes e e-mail para contato de dois pesquisadores como referências e carta de intenção para o e-mail: ilanacamargo@ifsc.usp.br com o assunto “Candidato à bolsa TT-4”.

Receberemos documentos até 27 de Maio de 2024, quando iniciaremos a seleção para as entrevistas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de maio de 2024

CEPOF-IFSC/USP e UFSCar realizam avaliação de pacientes com Alzheimer

(Créditos: TeleMed2U)

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotânica (CEPOF e o Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN), localizado no Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estão realizando uma avaliação de saúde para pessoas que possuem o diagnóstico ou suspeita de doença de Alzheimer.

Nesse sentido, essa parceria está convidando pacientes voluntários para participarem de uma avaliação de saúde composta por coleta de sangue para avaliação bioquímica e avaliação cognitiva e funcional, para avaliar o impacto da doença na vida cotidiana dos pacientes.

Esses exames serão realizados por profissionais especializados na área da saúde, que irão realizar a coleta em casa dos pacientes, garantindo a sua segurança e bem-estar durante todo o processo, sendo que essa avaliação de saúde será realizada no (LABEN).

Essa avaliação é importante para que se possam identificar os sintomas precoces, sendo que a participação dos pacientes contribuirá para o avanço das pesquisas sobre a doença de Alzheimer, que atinge principalmente pessoas idosas e causa perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias.

Recordamos que uma das principais linhas de pesquisa do LABEN é o estudo de biomarcadores para a doença de Alzheimer, onde os pesquisadores tentam buscar a validação de novos biomarcadores sanguíneos para o diagnóstico precoce e preciso da doença, os quais possuem reduzido custo e método de obtenção menos invasivo, se comparado aos procedimentos atualmente empregados.

Os interessados em participar nesta avaliação de saúde poderão entrar em contato como LABEN através do telefone (16) 99183-2461, ou através do email laben.alzheimer@gmail.com.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em abril de 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de abril de 2024, clique AQUI, ou acesse o “Repositório da Produção USP”  (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico: “Nano Letters” (VER AQUI).

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2024

IFSC/USP e Santa Casa da Misericórdia de São Carlos fazem chamada para pacientes com Doença de Parkinson

Um projeto de pesquisa já em desenvolvimento pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), está fazendo uma chamada – com vagas limitadas – de pacientes voluntários (qualquer faixa etária) já diagnosticados com a Doença de Parkinson, mas que não tenham grande grau de comprometimento, com a finalidade de se completarem os estudos.

Os interessados em participar desta pesquisa deverão entrar em contato através do telefone (16) 3509-1351, sendo que o desenvolvimento deste projeto de pesquisa está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) da SCMSC, localizada na Rua 15 de novembro, 952

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de maio de 2024

Pesquisadora do IFSC/USP é uma das vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”

Mirian Stringasci (Foto: arquivo pessoal)

A pesquisadora do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mirian Stringasci, foi uma das vencedoras da terceira edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024”, cuja cerimônia de premiação ocorrerá hoje (10/05), na sala do Conselho Universitário da USP, às 14 horas. Este prêmio é instituído e uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), em parceria com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), ambas da USP, e os recursos são provenientes de um convênio estabelecido com o Banco Santander.

Esta edição do prêmio “USP Mães Pesquisadoras” contemplou pesquisadoras que desenvolvem seus estudos e pesquisas nas áreas de  Ciências Exatas e da Terra e Engenharias, e contou com a inscrição de 39 pesquisadoras, sendo que o edital contemplava inscrições em diferentes fases da carreira acadêmica – docência, pós-doutorado, pós-graduação e graduação -, pelo fato de a maternidade afetar, de maneiras distintas, o estágio das carreiras das pesquisadoras.

Mirian Denise Stringasci, pesquisadora do CEPOF-IFSC/USP, uma das vencedoras do prêmio, é formada em Física pela Universidade Estadual de Campinas e concluiu os trabalhos de mestrado e doutorado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Mesmo com os desafios trazidos pelo processo de elaboração e defesa da tese de doutorado, ela optou por ser mãe durante esse período: “Na cabeça de muita gente, aquilo era uma loucura completa. Eu iria entrar na fase de prestar concursos tendo uma criança pequena. A gente sempre tem uma pressão: envolver-se em projetos, escrever e publicar artigos, prestar concursos. Tudo para não deixar o currículo desatualizado”.

Mirian conta que decidiu tentar conciliar a carreira na academia com a maternidade pois ambos eram grandes desejos seus. “A impressão, às vezes, é de que a gente não vai conseguir conciliar tudo. Você fica se perguntando, ‘será que eu não terei que abrir mão da carreira para ter um filho ou abrir mão de ser mãe para ser bem-sucedida?’. A gente precisa tomar uma decisão. Eu decidi ter filhos e me dedicar na vida profissional. Tive meu primeiro filho no final do doutorado e o segundo quatro anos depois”, relata. “Por isso eu gostei muito desse concurso [Prêmio USP Mães Pesquisadoras]. Acho que ele ajuda a dar visão para outras mulheres. Será que é possível seguir a carreira e ter filhos, sem abrir mão de uma dessas coisas? Elas, vendo que é possível, acredito que ajude muito.”

A pesquisadora é mãe de Gabriel (7) e Rafael (3). Ela relembra que, na primeira gestação, a organização foi fundamental para conciliar as demandas. Assim que terminou de escrever a tese, afastou-se para a licença-maternidade. Ainda durante as primeiras semanas de vida de Gabriel, escreveu e submeteu um projeto para uma bolsa de pós-doutorado, que foi aprovado. Ao fim dos seis meses de afastamento, ela defendeu o doutorado e implementou a nova bolsa em seguida.

Mirian compara esse episódio com o da segunda gravidez: “Na época da gestação do meu filho mais novo, eu tentei correr com um monte de projetos. Pensava ‘não vou deixar o meu currículo defasado’. Mas aí ele completou um ano, e eu vi que não tinha conseguido atingir o número de publicações que eu queria. Eu não tive o mesmo rendimento de antes porque não tive como. Eu me culpei um pouco por conta disso. Eu queria provar para mim mesma que eu daria conta. Isso causa uma frustração na gente”, admite.

Ela também diz ter tido muito apoio da família e dos colegas de trabalho para conciliar as esferas acadêmica e familiar. “Eu me sinto uma pessoa bem favorecida porque tenho mãe e sogra bem próximas, então tenho muito apoio. Eu escrevi isso na minha carta de inscrição do prêmio. Às vezes é muito difícil… você tem compromissos e a criança está doente, então como você deixa ela em casa e vai ao laboratório?”

Fototerapia no combate ao câncer

Em sua pesquisa, ela busca maneiras de associar rádio e fototerapia em procedimentos de combate ao câncer. A radioterapia é uma técnica comumente utilizada no tratamento do câncer. Ela consiste em direcionar raios ionizantes para a região do corpo onde o tumor está localizado, destruindo as células cancerosas e evitando que elas se multipliquem. Como os raios ionizantes têm uma elevada taxa de penetração nos tecidos biológicos, a  radioterapia é uma técnica muito eficaz. Entretanto, pelo mesmo motivo, ela pode provocar efeitos colaterais, tais como câncer secundário, morte de tecidos adjacentes à área do tumor e debilitação.

Já a fototerapia é menos invasiva, mas também menos eficaz. Ela é utilizada internacionalmente no tratamento de alguns tipos de câncer e, no Brasil, é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada nos casos de câncer de pele não melanoma — tipo mais comum de câncer de pele entre os brasileiros. “Eu procuro associar os tratamentos para ter um que seja bem eficaz e que provoque menos efeitos colaterais. Para a terapia fotodinâmica, ainda não existem protocolos fechados e há muito a ser aprimorado para melhorar a eficácia”, explica a pesquisadora.

O tratamento explorado por Mirian utiliza a luz. Então, é necessário que o paciente receba um medicamento fotossensibilizador, que pode ser via oral, injetável ou tópico. Durante o processo, são fatores importantes o tamanho e a localização – parte do corpo, profundidade e vascularização da região. É preciso que as células absorvam tanto o medicamento quanto a luz que será incidida. Para evitar que as células saudáveis absorvam o medicamento destinado às células tumorais, são utilizadas moléculas seletivas, ou seja, que possuam características físico-químicas que potencializem sua absorção apenas pelas células-alvo.  A molécula utilizada no tratamento irá definir o comprimento de luz que será usado nas sessões de tratamento. Mirian cita como exemplo a porfirina, substância que absorve a luz no comprimento de 400 nanômetros, o que corresponde à luz azul. A energia da luz é absorvida e transferida para os átomos de oxigênio do tecido. O oxigênio se transforma em uma espécie reativa e citotóxica, causando a morte do tumor.

A física de formação conta que, no ano passado, foi feita uma submissão para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a terapia fotodinâmica um procedimento custo-efetivo para ser implementado no SUS. Até então, o tratamento era realizado apenas em clínicas particulares ou em centros de saúde parceiros da Universidade. “Essa vai ser a primeira técnica a ser implementada no SUS que foi solicitada por uma universidade pública. Geralmente, as implementações derivam de submissões feitas por empresas. Essa é a primeira submissão aprovada que foi feita por uma universidade”, destaca Mirian.

As duas outras pesquisadoras vencedoras do prêmio “USP Mães Pesquisadoras 2024” são: Kamilla Vasconcelos, do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP) da Escola Politécnica (EP) da USP e, desde 2022, docente no Departamento de Engenharia de Transportes, também da EP; e Cassia Fernandez, pesquisadora no Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (Citi) da USP.

(Texto adaptado de original publicado pelo Jornal da USP – edição de 06/05/2024).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP

Dando continuidade ao Programa de Mobilidade Estudantil Internacional, a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani) anuncia às Unidades USP os critérios para concessão de Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP (VER AQUI).

A Unidade USP poderá decidir sobre o valor de cada bolsa a ser ofertada até atingir o total que lhe foi destinado. Isto é, o valor de referência poderá ser fracionado, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade, não podendo ultrapassar o valor de R$ 28.000,00 por bolsa.

Não será permitida a concomitância da bolsa de intercâmbio internacional com qualquer outra bolsa registrada nos sistemas administrativos da USP (iniciação científica, monitoria, etc.), exceto os auxílios de natureza socioeconômica.

As orientações que disciplinam sobre procedimentos financeiros relativos ao pagamento e prestação de contas de bolsas estão disponíveis no ofício emitido pelo Departamento de Finanças-RUSP em 20 de março de 2024 (anexo). Converse com os responsáveis pela área financeira da sua Unidade e estabeleça um fluxo de trabalho para a realização de pagamentos e prestações de contas.

Tome atenção:

1 – Bolsas – Bolsas no valor individual de até R$28.000,00 (vinte e oito mil reais), ficando a critério da Unidade USP o fracionamento deste valor de referência, de acordo com a política de distribuição do benefício a ser adotada pela Unidade. 2 – Para concorrer à Bolsa: O estudante de graduação deve ter sido aprovado por meio de edital de oferta de vagas gerenciado através do sistema Mundus e indicado para intercâmbio pela Unidade USP.

3 – Destinos – Instituições de Ensino Superior (IES) estrangeiras com cooperação internacional formalizada, vigente e que estabeleça o intercâmbio de graduandos (verificação através do Sistema MercúrioWeb – e-Convênio no momento da indicação do aluno no sistema Mundus), com interveniência da Unidade USP. A seleção dos bolsistas deverá, além de priorizar os requisitos mínimos apresentados no item 1.2.2., garantir uma distribuição homogênea de bolsas entre os países das IES estrangeiras conveniadas com a Unidade.

4 – Período do intercâmbio: Duração: de 30 a 180 dias. Para efeito de pagamento da bolsa, não são considerados períodos de eventuais cursos de idioma, “recuperação” e/ou disciplinas anuais realizados na IES estrangeira.Início entre 01/07/2024 e 30/06/2025.

Tome nota:

O período de indicação de alunos para o recebimento da bolsa será de 15 de maio a 22 de outubro de 2024, através do sistema Mundus. O estudante a ser indicado deve atender cumulativamente aos requisitos mínimos estipulados pelo programa, de acordo com os dados acadêmicos registrados nos sistemas USP.

Cada Unidade deverá estabelecer seus critérios complementares de seleção, cronograma, procedimentos locais e resultados, aos quais deverá ser dada ampla publicidade durante todas as fases do processo de concessão de bolsa. Considerando que a Média Normalizada por Turma indicada dentre os critérios mínimos é uma “nota de corte”, a Unidade poderá estabelecer outros critérios de avaliação dos candidatos para a concessão do benefício.

Orientações para indicação dos bolsistas no sistema Mundus são apresentadas na área restrita do sistema > Ajuda/Manuais > Bolsas > Como indicar alunos para bolsas de mobilidade internacional (VER AQUI).

Possíveis dúvidas poderão ser esclarecidas em reunião virtual (https://meet.google.com/xzg-cdyx-jxi) que ocorrerá em 08 de maio de 2024, às 14h30. Além da oportunidade durante a reunião, outras dúvidas poderão ser esclarecidas via Fale Conosco do sistema Mundus – Assunto: Bolsas de intercâmbio para graduação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2024

CEPOF e SCMSC iniciam “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”

Aula com a Drª Fernanda Alves (IFSC/USP) sobre controle microbiano

Iniciou-se no dia 27 de abril último o “1º Curso de Especialização em Laser na Saúde”, uma iniciativa conjunta do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), com o apoio da EMBRAPII.

Totalizando 360 horas de conteúdo ao longo de um ano e meio, este curso está sendo ministrado, de forma presencial, nas instalações da SCMSC, sob a coordenação do pesquisador, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior e com a supervisão do docente e pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato.

Envolvendo mais de vinte alunos oriundos de diversas áreas da saúde, como, por exemplo, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, educadores físicos e terapeutas, entre outras, este curso é  focado na abordagem das novas tecnologias para uma melhor compreensão do laser rumo ao desenvolvimento tecnológico e à formação de profissionais capacitados para potenciar o bem-estar da sociedade no atendimento clínico.

Contando com docentes das áreas de fisioterapia, odontologia, enfermagem, biomedicina e estética, entre outras, o curso compreenderá temas como dores crônicas, feridas, descontaminação, processos de cicatrização, artrite, analgesias, fibromialgia e mesmo alguns sintomas da Doença de Parkinson, sendo que a proposta é introduzir e difundir as novas metodologias como forma adicional às terapias convencionais e, em alguns casos, como terapias principais.

Silvia Migliato da Fonseca

Silvia Migliato da Fonseca (59) iniciou sua carreira como professora de educação física (1985), mas a paixão por tentar compreender os vários problemas físicos que atingem as pessoas levou a que seguisse a profissão de massoterapeuta, em São Carlos, com foco nos processos de dor, motivo pelo qual decidiu ingressar neste curso. “Quando comecei a entender a área de atuação do laser, o que mais me interessou foi utilizar as técnicas e as potencialidades dessa área para combater as dores musculares, já que tenho muitos pacientes que sofrem com dores lombares, dores cervicais, fibromialgia, etc.. E é sempre um desafio querermos minimizar esses estados dolorosos das pessoas”, comenta Silvia, acrescentando que os métodos tradicionais utilizam muito o esforço manual dos profissionais. “Além do esforço e do cansaço, esses processos tradicionais demoram algum tempo a surtir efeito, ou seja, até podermos ter resultados satisfatórios. Com as novas terapias utilizando laser, não só o trabalho dos profissionais fica simplificado, como também os resultados aparecem em pouco tempo, beneficiando, principalmente, os pacientes, algo que é extraordinário”.

Tendo como foco a continuação de seu objetivo em tratamentos que possam eliminar as inflamações e processos dolorosos de seus pacientes, contribuindo para o bem-estar deles, Silvia Fonseca afirma que quando terminar o curso a sua atuação profissional ficará mais ampla e diversificada com os novos equipamentos e protocolos desenvolvidos pelo Instituto de Física de São Carlos e pela Santa Casa da Misericórdia.

O coordenador deste curso sublinha que “o curso é uma união dos tratamentos convencionais com as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, principalmente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)”.

Já para o docente do IFSC/USP e simultaneamente pesquisador do CEPOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, que ministrou a aula inaugural deste curso, remotamente a partir do Texas (EUA), as novas tecnologias são fundamentais para o rápido desenvolvimento de diversas áreas fundamentais, como a saúde. “O laser e as terapias foto-estimuladas são fantásticas. No entanto, é fundamental que os profissionais estejam bem preparados para seu uso. Saber como funciona e quando usar uma nova ferramenta torna o profissional muito melhor preparado para seu uso. Desta forma, um curso  que treine os profissionais, deixando-os preparados para o uso desta ferramenta é fundamental. De nada servem os avanços tecnológicos se o valor humano não for adicionado a eles. Preparar as pessoas é dar o valor humano à tecnologia”, sublinha o cientista são-carlense.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2024

USP e University of Birmingham (Reino Unido) lançam edital para pesquisa conjunta

Estão abertas até dia 17 de julho as inscrições para o Edital AUCANI nº 1910 – University of Birmingham – UBBI-USP Seed Fund 2024 (VER AQUI),  fruto do convênio de colaboração estratégica entre USP e University of Birmingham (Reino Unido) (VER AQUI).

O período de execução dos projetos será de setembro de 2024 a julho de 2025 e o edital é voltado aos docentes e doutorandos.

Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade.

Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

A University of Birmingham, por meio de seu Instituto Brasileiro (UBBI), e a Universidade de São Paulo (USP) assinaram um novo convênio para consolidar a Parceria Estratégica de Colaboração entre as duas instituições. Este convênio reconhece as fortes relações institucionais, acadêmicas e de nível executivo que foram cultivadas na última década, delineando o compromisso de desenvolver uma colaboração especial, ampla e de longo prazo, com base em princípios de reciprocidade sustentada e benefício mútuo, apoiada por um programa de financiamento inicial (“seed funding”) conjunto recém-estabelecido.

O financiamento inicial conjunto permitirá que o corpo docente da USP e da University of Birmingham identifiquem pontos fortes complementares, facilitem o uso de sinergias e promovam o desenvolvimento de projetos futuros de destaque em pesquisa e ensino.

Os editais de financiamento inicial estão abertos a todas as Unidades da USP, e projetos de pesquisa interdisciplinares serão incentivados.

O Edital UBBI-USP 2024 prevê o financiamento de até 7.500 libras esterlinas pela USP para cada projeto aprovado.

Acesse o link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais –  Docentes – Nº do Edital 1910 (aqui)

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco –  (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2024

Edital Aucani – USP e COFECUB lançam novo edital para pesquisa conjunta com a França – Docentes USP

Até 16 de julho de 2024, estão abertas as inscrições ao Edital 1909 – Programa USP-COFECUB – 2024 (VER AQUI), em parceira com o Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB), França.

O período de execução dos projetos será durante o biênio 2025-2026, com possibilidade de renovação para o biênio 2027-2028, e o edital é voltado aos docentes e doutorandos. Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade. Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

O Programa USP-COFECUB, iniciado em 1994 entre Brasil e França, tem contribuído para o sucesso das cooperações acadêmicas, produções científicas e formação de jovens pesquisadores. Pelo lado francês, o programa é financiado pelo Ministère de l’Europe et des Affairs Étrangères (MEAE) e pelo Ministère de l’Enseignement Supérieur et de la Recherche (MESR), e coordenado pelo Comité Français d’Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB). Pelo lado brasileiro, o programa é financiado e coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), por meio da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI).

O objetivo do programa é fomentar e desenvolver a cooperação acadêmica a partir do intercâmbio de pesquisadores, o que propicia a realização de pesquisas conjuntas entre grupos da USP e da França, facilita a troca de informações e a colaboração entre as duas comunidades científicas. Este programa conjunto envolve a mobilidade de pesquisadores, dando prioridade ao treinamento em nível de doutorado.

O Edital USP-COFECUB 2024 prevê o financiamento anual de até 32 mil reais pela USP para cada projeto aprovado.

Link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais Docentes Nº do Edital 1909:https://uspdigital.usp.br/mundus/editalintercambiopublicoListar?nivpbcavo=D&codmnu=3144

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco – (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

O problema dos três corpos (Parte-1) – Artigo: Prof. Roberto N. Onody

A Netflix lançou no mês de março o seriado “O problema dos três corpos”. Nele, uma astrofísica chinesa consegue contacto com uma civilização alienígena que vive em um planeta iluminado por três sóis. Percorrendo uma trajetória caótica, o planeta ora é incinerado ora é congelado (Figura 1).

Figura 1 – Visão artística do sistema estelar triplo Gliese 667. Ele se encontra bem perto da Terra, a cerca de 22 anos-luz de distância, na direção da constelação de Escorpião. Hoje, no sistema Gliese 667, são conhecidos 6 exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável

O seriado se baseia na trilogia escrita pelo engenheiro chinês Liu Cixin. É uma ótima oportunidade para fazer contacto com a cultura chinesa e com o problema de três corpos, que há mais de 300 anos desperta o interesse e a imaginação de físicos e matemáticos.

O problema dos três corpos é um tema clássico e muito frequente na mecânica celeste. Considere um sistema em que 3 corpos se atraem mutuamente de acordo com a lei da gravitação de Newton. Dadas as posições e velocidades iniciais dos 3 corpos, será que é possível calcular, exata e analiticamente, esses valores num instante posterior qualquer? Salvo raras exceções, a resposta é não, pois o sistema é inerentemente caótico.

Figura 2 – Retrato de Isaac Newton em 1689, aos 46 anos. Ele formulou as 3 leis da mecânica e a teoria da gravitação universal em seu formidável livro “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”

Num sistema caótico, duas configurações iniciais mesmo que infinitesimalmente próximas, podem evoluir para configurações finais muito diferentes. Por exemplo, no problema dos 3 corpos, é possível que um deles seja expulso, ejetado, de maneira a afastar-se indefinidamente dos outros, reduzindo o sistema a um problema de 2 corpos (que tem solução analítica exata).

O estudo do problema dos 3 corpos trouxe resultados que são muito importantes. Entre eles, a utilização do efeito de estilingue gravitacional para as viagens espaciais, a determinação das trajetórias de asteróides e cometas que se aproximam da Terra e a utilização dos pontos de Lagrange para um posicionamento seguro dos nossos telescópios espaciais.

Considerações Iniciais

O sistema solar é estável? Era essa a pergunta que se fazia o matemático francês Henry Poincaré quando, no final do século 19, se inscreveu numa competição de mecânica celeste em comemoração ao sexagésimo aniversário do rei Oscar II da Suécia.

A questão proposta na competição dizia: “para um sistema com n partículas atraindo-se mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton, supondo que duas dessas partículas nunca colidam, encontre uma expansão em série uniformemente convergente no tempo das coordenadas de cada partícula em termos de funções conhecidas”.

Poincaré enviou para a comissão julgadora um calhamaço de 300 páginas, ganhou a competição, mas não encontrou a solução. Entretanto, seu trabalho deu início a chamada teoria do caos.

A solução do problema de 3 corpos, como proposto na competição, foi obtida em 1912 pelo matemático finlandês Karl Sundman.  A colisão de 2 corpos corresponde a presença de singularidades nas equações diferenciais. Sundman eliminou essas singularidades por um processo chamado de regularização. Ele apresentou sua solução na forma de uma série de Puiseux. A convergência é absurdamente lenta, precisando levar em conta 108.000.000de termos da série!

A aplicação da 2ª. lei de Newton ao problema dos 3 corpos resulta em um conjunto de 9 equações diferenciais de 2ª. ordem acopladas. Podemos integrar essas equações numericamente. Com os computadores modernos cada vez mais rápidos, podemos fazer previsões bem longínquas no tempo mesmo no caso das configurações caóticas.

Figura 3 – As trajetórias permitidas no problema de 2 corpos são as chamadas curvas cônicas: círculo, elipse, parábola e hipérbole. Todas elas podem ser obtidas pela intersecção de um plano com um cone, daí seu nome. Qual dessas curvas os corpos vão percorrer depende da energia mecânica total inicial do sistema

Foi em 1687, no seu trabalho monumental: “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, que Isaac Newton propôs a Teoria da Gravitação Universal e as suas três Leis de Movimento (Figura 2).

Na teoria da gravitação de Newton, duas partículas pontuais de massas m1 e m2 se atraem mutuamente com forças diretamente proporcionais ao produto dessas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Essas forças têm a direção da reta que une as partículas e sentidos opostos.

Se os corpos não forem pontuais, mas sim, macroscópicos, deve-se utilizar cálculo integral e diferencial e levar em conta o caráter vetorial da força.

Na sua formulação original, a teoria pressupunha que a força gravitacional agia instantaneamente entre dois corpos, quaisquer que fossem as distâncias entre eles. Mas, como hoje sabemos que o campo gravitacional se propaga com a velocidade da luz, o cálculo da força gravitacional precisa levar em conta a distância entre os corpos e o correspondente atraso da informação.

A teoria da gravitação de Newton explicou, com total sucesso, as três leis empíricas obtidas pelo astrônomo Johannes Kepler ao investigar o sistema solar. Dessa forma, a teoria da gravitação de Newton ganhou o status de lei da gravitação de Newton. Entretanto, já no final do século XIX, a exatidão dessa teoria estava sendo questionada. Vejamos por quê.

Todos os planetas do sistema solar executam órbitas elípticas. O periélio é o ponto dessas órbitas em que o planeta está mais próximo do Sol. E o periélio de todos os planetas precessiona, isto é, gira com o passar do tempo. Por exemplo, o periélio da Terra ocorreu no dia 02 de janeiro de 2024 quando a direção Terra-Sol apontava para a constelação de Capricórnio. Daqui há 13 mil anos, ela terá girado 180 graus e apontará na direção da constelação de Câncer.

Levando-se em conta a perturbação gravitacional que os planetas exercem uns sobre os outros, as velocidades de precessão dos planetas puderam ser calculadas. Todas coincidiam, razoavelmente, com os resultados observacionais, exceto para o planeta Mercúrio. O valor calculado para Mercúrio era de 531 segundos de arco por século e o valor observado era de 574 segundos de arco por século (ou 1 grau a cada 627 anos). A diferença só foi explicada com a Teoria da Relatividade Geral proposta por Albert Einstein em 1915.

Podemos afirmar que a teoria da gravitação de Newton é boa, mas, falha na presença de campos gravitacionais muito intensos como aqueles criados nas proximidades de estrelas ou buracos negros. A teoria não prevê a existência dos buracos negros, a curvatura da luz ao passar por corpos celestes muito massivos e nem a dilatação temporal (o tempo passa mais devagar em regiões com campos gravitacionais mais intensos).

O problema dos 2 corpos

Suponha duas partículas de massas m1 e m2 se atraindo mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton. As forças gravitacionais entre elas têm mesmo módulo,  direção e sentidos opostos. Na ausência de forças externas, a força resultante é nula, o que implica que o centro de massa tem aceleração zero, ou seja, ele se move com velocidade constante.

Como a força gravitacional tem a direção da reta que une as duas partículas ela é uma força central. Forças centrais não produzem torque e, portanto, conservam o vetor momento angular total do sistema. Consequentemente, os dois corpos podem apenas se movimentar no plano que é perpendicular ao vetor momento angular total do sistema.

O problema de 2 corpos tem solução analítica exata. Escolhendo o centro de massa como a origem do sistema de coordenadas e utilizando coordenadas relativas ao centro de massa, o problema de 2 corpos se reduz ao problema de 1 corpo só com a chamada massa reduzida m1m2/(m1+m2).

As trajetórias permitidas podem ser circulares, elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. São as chamadas curvas cônicas (Figura 3). Como as forças gravitacionais são conservativas, a energia mecânica total do sistema E (que é a soma da energia cinética com energia potencial gravitacional) é constante no tempo. Se E < 0, teremos trajetórias elípticas (ou circular, se a excentricidade da elipse for zero); se E = 0, ela será parabólica e se E > 0, ela será hiperbólica.

O problema dos 3 corpos

Tão logo o problema de 2 corpos foi resolvido, as atenções se voltaram para próxima etapa: o problema dos 3 corpos.

Quando passamos para um sistema com 3 corpos interagindo gravitacionalmente, quais os resultados de 2 corpos que continuam valendo? A resposta é simples: as constantes de movimento. Explicitamente: o vetor velocidade do centro de massa, o vetor momento angular total do sistema e a energia mecânica total.

Figura 4 – Soluções periódicas de configurações centrais. As massas m1, m2 e m3 são arbitrárias. Euler: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa (c.m.) sempre mantendo o alinhamento (linha verde) dos 3 corpos. Lagrange: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa e estão dispostas formando um triângulo equilátero (linha verde). Com o tempo, os lados do triângulo equilátero se modificam dinamicamente (linha laranja)

A trajetória de cada um dos 3 corpos dependerá, de maneira crucial, da inicialização do sistema, ou seja, das posições e das velocidades atribuídas inicialmente a cada um dos corpos. Teremos soluções periódicas e também   soluções caóticas. Lembrando que, no problema de 2 corpos, não existem soluções caóticas, somente soluções periódicas (elípticas) e não-periódicas (parabólicas ou hiperbólicas).

*As soluções periódicas de Euler e Lagrange

Euler, em 1767, e Lagrange, em 1772, encontraram soluções periódicas

para o problema de 3 corpos que são do tipo configurações centrais. Nessas configurações centrais, as acelerações dos 3 corpos apontam sempre para o mesmo ponto – o centro de massa do sistema.

Na solução de Euler, os 3 corpos permanecem sempre ao longo de uma mesma linha reta e percorrem elipses diferentes, mas, confocais (Figura 4). As elipses têm mesma excentricidade e o foco comum delas está localizado no centro de massa. A solução de Euler é instável e se desfaz com qualquer pequena perturbação.

Na solução de Lagrange, os 3 corpos estão sempre formando um triângulo equilátero. Aqui também, os corpos evoluem ao longo de elipses diferentes, mas, com a mesma excentricidade e mesmo foco (localizado no centro de massa). Há tanto regiões de estabilidade quanto de instabilidade.

Para um encaminhamento bem bacana dessas soluções (hoje históricas) veja aqui.

*O problema restrito dos 3 corpos

O problema restrito dos 3 corpos é um caso especial do problema geral quando um deles tem massa muito menor do que a dos outros dois. Como a aceleração gravitacional provocada pelo corpo pequeno sobre os outros é desprezível, os dois corpos massivos se movimentam sentindo apenas a presença um do outro. Dessa forma, os corpos massivos percorrerão círculos ou elipses em torno do centro de massa mútuo (que é, basicamente, o centro de massa dos 3 corpos). Eles correspondem ao problema circular restrito e ao problema elíptico restrito, respectivamente. Focaremos o caso circular por ele ser mais simples e muito mais estudado. O caso elíptico você encontra aqui.

No problema circular restrito de 3 corpos escolhe-se um sistema de coordenadas sinódico, com origem no centro de massa e que rotaciona com velocidade angular uniforme no plano de órbita e junto com os 2 corpos massivos. Neste sistema de coordenadas, os 2 corpos massivos estão parados (coisa que não acontece no caso elíptico). Trata-se, portanto, de um referencial não inercial, e nele aparecerão forças centrífugas e forças de Coriolis. Além disso, nesse referencial, há também uma lei de conservação – a constante de Jacobi.

Neste sistema existem pontos em que as forças gravitacionais e centrífugas se anulam. São 5 pontos de equilíbrio conhecidos como pontos de Lagrange.

Cada par de corpos celestes massivos têm o seu próprio (e diferentes) conjunto de pontos de Lagrange: Terra-Sol (veja Figura 5), Terra-Lua, Saturno-Sol, Saturno-Titã etc.

Um aspecto muito importante dos pontos de Lagrange trata da estabilidade desses pontos. Se o corpo pequeno for ligeiramente afastado dos pontos de equilíbrio de Lagrange, ele retornará ou se afastará?

Os pontos L1, L2 e L3 são pontos instáveis, mais especificamente, eles são pontos de cela pois têm máximo em uma direção e mínimo em outra. Naves ou satélites localizados nesses pontos precisarão fazer manobras para permanecerem na posição.

Figura 5 – Sistema Terra-Sol. Os pontos de Lagrange L1, L2 e L3 estão ao longo da linha Terra-Sol. Suas distâncias aproximadas, a partir do centro da Terra: L3 trezentos milhões de quilômetros; L1 e L2 um milhão e 500 mil quilômetros. Entre o Sol e a Terra, no ponto L1 , está o satélite Deep Space Climate Observatory (https://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Space_Climate_Observatory) que estuda os ventos solares. Depois da órbita da Lua, no ponto L2, estão os telescópios James Webb (https://en.wikipedia.org/wiki/James_Webb_Space_Telescope) e Euclid (https://en.wikipedia.org/wiki/Euclid_(spacecraft)). Os pontos L4 e L5 formam com o Sol e a Terra um triângulo equilátero e, portanto, estão a 150 milhões de quilômetros do centro da Terra. O ponto L3 está tão longe que qualquer corpo lá localizado sofreria muito mais influência de Vênus do que da própria Terra

Os pontos L4 e L5 são estáveis desde que a razão entre as massas dos dois corpos massivos seja maior do que 24,96 (que é o caso do sistema Terra-Sol).

Devido a essa estabilidade, são nos pontos L4 e L5 que encontramos os asteróides troianos. Eles acompanham um planeta (qualquer planeta), percorrendo a mesma órbita deste. Alguns vão à frente, outros seguem atrás do planeta. Quase todos os planetas do sistema solar têm seus asteróides troianos. A Terra tem 2 asteróides troianos conhecidos: o 2010TK7, que tem diâmetro de 300 metros e o 2020XL5, cujo diâmetro é de 1,2 km. Ambos seguem à frente da Terra próximos do ponto L4.

Figura 6 – A órbita de Arenstorf (https://pymgrit.github.io/pymgrit/applications/arenstorf_orbit.html) com a Terra no centro e a Lua à sua direita. Ela é uma órbita periódica e fica no plano de rotação do sistema Terra-Lua

O problema circular restrito dos 3 corpos tem infinitas soluções periódicas e infinitas soluções caóticas. A NASA, através do Jet Propulsion Laboratory, disponibiliza centenas de milhares de órbitas periódicas conhecidas para vários sistemas: Terra-Sol, Terra-Lua, Sol-Marte etc.

Na Figura 6 mostramos a órbita de Arenstorf. Ela foi utilizada pela NASA para salvar a tripulação da Apolo 13. Essa órbita permitiu à espaçonave permanecer próxima do ponto de Lagrange L1 (do sistema Terra-Lua), consumindo um mínimo de combustível.

A técnica da gravidade assistida é outro resultado importante do problema circular restrito dos 3 corpos. Utilizando a gravidade dos planetas, essa técnica permite manobrar espaçonaves tanto para aumentar quanto para diminuir a sua velocidade, poupando, em ambos os casos, combustível.

Essa técnica foi utilizada pela primeira vez em 1959 quando a sonda soviética Luna 3 alcançou o lado oculto da Lua.

Vou tentar explicar a gravidade assistida de maneira não quantitativa utilizando apenas análise vetorial e mudança de referencial, seguindo este texto da NASA.

Considere uma espaçonave se aproximando do planeta Júpiter.

Na Figura 7 (a), a espaçonave se aproxima do planeta por trás, no mesmo sentido da órbita de Júpiter em torno do Sol. No referencial de Júpiter, a velocidade da nave muda apenas de direção, mas, não de módulo (vetor azul v). No referencial do Sol, Júpiter tem velocidade v´ (verde) e a velocidade da nave será a soma vetorial v + v´ (pela regra do paralelogramo). Vemos que a velocidade final da nave Vf é maior do que a sua velocidade inicial Vi. A nave aumentou a velocidade, é o efeito estilingue gravitacional.

Na Figura 7 (b), a espaçonave se aproxima do planeta pela frente, no sentido oposto ao da órbita de Júpiter em torno do Sol. Vemos que a velocidade final da nave Vf é menor do que a sua velocidade inicial Vi. A nave diminuiu a velocidade, é um freio gravitacional.

Figura 7 – (a) Efeito estilingue gravitacional; (b) Efeito freio gravitacional

Para ilustrar esse efeito de maneira realística e quantitativa, apresentamos, na Figura 8, o aumento de velocidade da nave Voyager 2 quando ela se aproximou dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Sem o estilingue gravitacional ela só chegaria até Júpiter e não conseguiria sair do sistema solar.

Figura 8 – Gráfico da velocidade em relação ao Sol (em km/s) versus distância ao Sol (em unidade astronômica ~ 150 milhões de km) da nave Voyager 2. Em amarelo, a velocidade de escape para a Voyager 2 conseguir sair do sistema solar. Fonte: Steve Matousek, JPL

(Continua na parte 2 – em breve)

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia”, clique AQUI. 

Para acessar todo o conteúdo do site “Newsletter – Ciência em Panorama” clique AQUI.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP / e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de abril de 2024

Série “Concertos USP” traz ao Teatro Municipal de São Carlos o “Trio Praxicordas” – Dia 24 de abril – 20h00 – Entrada gratuita

A série “Concertos USP”, que se iniciou no passado dia 27 de março com a interpretação das “Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, pela USP Filarmônica, sob a regência do Maestro Prof. Rubens Russomano Ricciardi, regressa no próximo dia 24 de abril ao Teatro Municipal de São Carlos, às 20h00, com entrada gratuita, com a apresentação do “Trio Praxicordas”.

Este trio de cordas – violino, violão e violoncelo – traz uma combinação de timbres e textura de sons única, com a mescla de instrumentos de cordas friccionadas e cordas dedilhada

O “Praxicordas” é formado pelos professores doutores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), André Micheletti, Gustavo Costa e Marcos Santos. O grupo tem realizado diversos recitais e masterclasses em território nacional e internacional, fazendo uma ponte entre a universidade e sociedade.

O programa – sem intervalos – está organizado da seguinte forma:

Grand Trio Extrait de Mozart – Pierre Porro (1750-1831)

– Allegro non tanto;

-Tempo di minueto;

5 Miniaturas Brasileiras – Edmundo Villani-Cortês (1930)

-Prelúdio;

-Toada;

-Chorinho;

-Cantiga de ninar;

-Baião;

Cuatro Estaciones Porteñas – Astor Piazzolla (1921-1992)
Arranjo: Walisson Cruz (*1996);

-Primavera Porteña;

-Verano Porteño;

-Otono Porteño;

-Invierno Porteño;

Os músicos:

Violão: Gustavo Silveira Costa – Tem prêmios nos concursos de violão Musicalis (Brasil), Ville d’Antony de Paris, René Bartoli da Aiz-em-Provence (França), Internacional de Guitarra Andrés Segovia e Internacional de Guitarra Francisco Tárrega (Espanha). Bacharel pelo IA-UNESP, é mestre e doutor pela ECA-USP, com especializações em Nürnberg-Augsburg e Estrasburgo. Já atuou como violeiro e violonista solista à frente de orquestras como Filarmônica de Estrasburgo, Ciudad de Torrent, Del Certamen Andrés Segovia, OSUSP, OSRP, OSESP, Sinfônica da Petrobrás, USP Filarmônica e Sinfônica de Limeira. Integra o Ensemble Mentemanuque e atuou no Quarteto Brasileiro de Violões, com o qual recebeu o prêmio Grammy Latino. É professor doutor de violão e viola caipira do DM-FFCLRP-USP.

Violino: Marcos Vinícius Miranda dos Santos  Formado pelo Conservatório de Tatuí, é mestre pela University of Southern Mississippi e doutor pela Universidade do Alabama (ambas nos EUA). Atuou em orquestras e grupos de câmara no Brasil (Orquestra Filarmônica de São Carlos) e nos EUA (Capstone String Quartet, Mobile Symphony EUA, IRIS Orchestra e Memphis Symphony). Foi solista do Concerto para dois violinos em Ré menor BWV 1043 de Johann Sebastian Bach com a IRIS Orchestra, ao lado do violinista Joshua Bell. Foi professor de violino do IA-UNICAMP, do Conservatório de Tatuí e da plataforma europeia iClassical. Fundou ainda a Bravo Academia de Música. Dedica-se a projetos sociais com educação musical. Atualmente é professor do DM-FFCLRP-USP.

Violoncelo: André Luís Giovanini Micheletti – Bacharel pelo IA-UNICAMP, mestre pela Northwestern University em Chicago e doutor pela Indiana University, é professor do DM-FFCLRP-USP, onde integra o NAP-CIPEM, o Ensemble Mentemanuque e fundou e dirige o Fratres Cello Ensemble. Atuou nas orquestras Columbus Indiana Philharmonic, Sinfônica Municipal de São Paulo, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP e Filarmônica Bachiana SESI. Apresentou-se como solista nas orquestras sinfônicas de Heliópolis (Baccarelli), Jovem do Estado de SP, Goiás, Municipal de Campinas, da UNICAMP, Sorocaba, Piracicaba e Belém, além da USP-Filarmônica, Experimental de Repertório, Camerata Fukuda, Câmera da UNESP e Bachiana-Sesi – além de North Shore Chamber Orchestra e Bach Gamut Ensemble nos EUA.

Com entrada gratuita, os ingressos para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 22 e 23 de abril na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) entre as 08h00 e as 11h30 / 14h00 e 17h30) e no dia 24 de abril na bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos a partir das 18h30.

Este evento insere-se nas comemorações do 30º aniversário do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP