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26 de janeiro de 2017

XXII SNEF tem início no campus USP São Carlos

Eram aproximadamente 10h30 do dia 23 de janeiro, quando teve início a cerimônia 1_DESTAQUE_250de abertura do XXII Simpósio Nacional de Ensino de Física – “A Física e o Cidadão Contemporâneo”, no Salão de Eventos do campus USP São Carlos. O evento, que ocorre até o dia 27, tem como finalidade a troca de experiências, análises e discussões acerca do ensino de física para diferentes públicos e em diferentes espaços formativos, objetivando elevar e valorizar a física que, ao longo dos últimos anos, tem fornecido substanciais avanços científicos e tecnológicos à sociedade.

A mesa de honra da cerimônia foi composta 2_MESA_DE_HONRA_300pelos seguintes docentes: Tomaz Catunda (coordenador do XXII SNEF e docente do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP), Tito José Bonagamba (Diretor do IFSC/USP), Carlos Gilberto Carlotti Júnior (Pró-Reitor de Pós-Graduação da USP), Wanda Aparecida Machado Hoffmann (Reitora da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar), Orlando Gomes de Aguiar Júnior (Secretário de Ensino da Sociedade Brasileira de Física – SBF) e Débora Gonzalez Costa Blanco (Diretoria de Ensino da Região de São Carlos).

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O Prof. Tomaz iniciou os discursos, mencionando sua satisfação com a qualidade da programação desta edição do Simpósio e reproduzindo algumas reflexões do Prof. Dr. Rodolpho Caniato para resumir a situação do ensino de física no Brasil, que, para ambos, é mais passivo do que ativo no sentido de que o aluno não aprende a ser crítico em relação ao conteúdo que lhe é transmitido. Em seu blog, Caniato escreveu que “muitos de nossos cursos, não só no fundamental, se assemelham a cursos de natação por correspondência. Faltam a experimentação, a discussão”. Catunda destacou também que o ensino tradicional de física ainda é predominante em todos os níveis de educação, mas que, felizmente, o interesse por novas tecnologias e metodologias de ensino tem crescido, trazendo novas perspectivas para esta área.

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O Prof. Orlando Gomes, por sua vez, fez questão de destacar aos participantes o prestígio do Simpósio Nacional de Ensino de Física no cenário nacional. Segundo ele, o evento tem ajudado a estreitar a relação entre as instituições de ensino básico e as universidades.

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Débora Gonzalez aproveitou o ensejo para salientar a alegria que sentia ao representar a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos na cerimônia. Ela ressaltou o privilégio que a comunidade são-carlense sente pelo fato de seu município abrigar tanto a USP como a UFSCar, e mencionou a parceria que há entre a Diretoria e o IFSC/USP, tendo citado alguns exemplos, como os projetos relacionados a Portinari e Santos Dumont.

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Com base na temática da 22ª edição do SNEF, o Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, relembrou que o Instituto se preocupa em divulgar o papel da física na sociedade contemporânea, reforçando a necessidade de atrair a sociedade, em especial o público pré-universitário, às instituições de ensino superior e de pesquisa, principalmente na aproximação entre a academia e a indústria, para o desenvolvimento nacional.

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Já o Prof. Carlos Carlotti discursou a respeito do programa de pós-graduação da USP. Criado inicialmente para formar professores que já atuavam na universidade, hoje o programa tem como público-alvo uma série de profissionais, formando especialistas em várias áreas. O Pró-Reitor ainda comentou sobre a melhora crescente da situação orçamentária do programa: em 2017, por exemplo, centenas de alunos da USP desenvolverão doutorado-sanduíche ou dupla titulação no exterior.

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Minutos depois, a Profa. Wanda Hoffmann, que recentemente passou a ocupar o cargo de Reitora da UFSCar, fez um agradecimento a todos aqueles profissionais que, assim como a Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas (IFSC/USP), têm colaborado com o crescimento da física na região de São Carlos. Ao citar as perspectivas futuras da UFSCar, ela enfatizou a (longa) parceria que há entre essa universidade e a USP, através da qual se pretende gerar o conhecimento necessário para colaborar com o desenvolvimento do país.

Homenagens

Após os discursos da mesa de honra, os Profs. Drs. Yvonne Primerano Mascarenhas e Rodolpho Caniato foram homenageados, em reconhecimento às suas contribuições nas áreas de ensino e divulgação da física, durante as últimas décadas.

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O Prof. Dr. João Renato Muniz (IFSC/USP) foi quem agraciou a Profa. Yvonne, decana do Instituto de Física de São Carlos. Em sua fala, o docente reforçou a dificuldade de sintetizar toda a história de dedicação exaustiva que Yvonne Mascarenhas tem depositado ao longo dos anos, seja no desenvolvimento de pesquisa, seja no ensino de física. Segundo ele, Yvonne tem superado as limitações do desenvolvimento científico do Brasil, tendo se estabelecido como pioneira da cristalografia moderna no país.

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Ao receber a homenagem, Yvonne Mascarenhas discursou no contexto da temática do evento, relembrando um fato que decorreu em 1954: ela e seu ex-marido e também decano do IFSC/USP, Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas, estavam noivos um do outro e já haviam marcado a data do casamento, quando receberam um convite para ministrarem um curso de ciência experimental para educadores. “Foi a melhor lua de mel que nós poderíamos ter tido, já que todos os dias apresentávamos experimentos àqueles curiosos professores”, brincou a docente.

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A homenagem ao Prof. Dr. Rodolpho Caniato ficou a cargo da docente Alice Pierson (UFSCar), que destacou a grande dimensão da atuação do homenageado, que por sua vez criou uma disciplina intitulada Cosmografia, em 1955, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas – SP).

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Na circunstância, o Prof. Rodolpho disse que a homenagem que estava sendo prestada era certamente um dos momentos mais emotivos de sua vida. Em seu discurso, o docente rememorou um acontecimento que talvez tenha sido uma das principais razões pelas quais criou a citada disciplina. Criança e acostumado com a rotina urbana do Rio de Janeiro, Rodolpho se mudou para o sertão quando era jovem. Foi ali, que o céu e suas incontáveis estrelas chamaram-lhe a atenção, lhe levando para os estudos na área da matemática, onde não encontrou o que mais esperava: a relação entre os números e a beleza de um céu estrelado. Mais tarde, em busca de algo que ligasse os símbolos matemáticos à beleza em questão, Caniato construiu um telescópio com recursos “pobres” para fotografar o céu e sugeriu à reitoria da PUC-Campinas a criação da citada disciplina, que ele passou a lecionar ainda na década de 1950.

Conferência de abertura

Após a cerimônia, o Prof. Caniato13_RODOLPHO_CANIATO_2_300 ministrou a conferência de abertura do SNEF subordinada ao tema O ensino e a aprendizagem de Ciências como um exercício de cidadania do Mundo, em que abordou perspectivas para o futuro; a crescente demanda por ciência na produção de alimentos, medicamentos, energia e comunicação; as ameaças ao progresso da ciência; a evidência do baixo rendimento no ensino da ciência; a importância da atividade, da iniciativa e da discussão; o registro de desempenho como alternativa para avaliação; entre outros tópicos.

Ao longo da 22ª edição do SNEF, haverá diversas atividades, incluindo palestras, mesas-redondas, painéis, mostras, exposições, encontros, cursos, oficinas, comunicações orais, lançamento de livros, atividades culturais etc.

O XXII SNEF é organizado conjuntamente pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), recebendo o apoio do CNPq, FAPESP, CAPES, Rede EMOH-SIBRATEC e CIERMAG.

Esta é a segunda vez que o Simpósio se realiza no campus USP São Carlos. Em 1991, o campus, com o substancial apoio do então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), recebeu a 9ª edição do evento, cujas atividades se voltaram ao tema A Física na Formação do Profissional e do Cidadão.

A última edição do SNEF ocorreu em 2015, em Uberlândia (MG), onde a discussão se deu em torno da temática Enfrentamentos do Ensino de Física na Sociedade Contemporânea.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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