Circuito Florístico – Trilha de árvores nativas

Trilha de árvores nativas

Esta trilha traz um roteiro para conhecer várias espécies nativas do Brasil. Caminhando por ela encontramos espécies de importância cultural, mas também outras relevantes na economia e na história brasileira.
  • Total de espécies: 14 espécies
  • Tempo gasto: 45 minutos
  • Locais: Entrada da Carlos Botelho ao Bloco da Geotecnia – EESC
Nº Espécie Local Eixo
01 Ingá Estacionamento EESC Cultural
02 Guapuruvu Instituto Fábrica do Milênio Cultural
03 Pitomba IFSC Administração Cultural/Frutífera
04 Cedro EESC Bloco B Econômico
05 Quaresmeira Praça central Visual
06 Jatobá Praça central Cultural
07 Mogno Praça central Econômico
08 Pau-Brasil Praça central Histórico
09 Pitanga CAASO – estacionamento Frutífera
10 Sibipiruna Praça central Cultural
11 Paineira Alojamento Cultural/Visual
12 Jequitibá EESC – Geotecnia Cultural
13 Peroba-Rosa EESC – Geotecnia Econômico
14 Araucária EESC – Marcenaria Cultural

Mapa da Trilha de árvores nativas

Espécie 01
Nome popular: Ingá
Nome científico: Inga spp.
Família: Fabaceae

Gênero nativo da Floresta Ombrófila Densa. Muito presente na cultura tupi-guarani, do qual seu nome deriva e significa “empapado”, devido ao interior de suas vagens, suas sementes apresentam-se envolvidas por uma polpa.

É utilizado como alimento e para fabricação de fitoterápicos (cicatrizantes).  Suas vagens (frutos) podem atingir até 1 metro de comprimento, mas no geral têm de 10 a 30 centímetros. A árvore pode chegar a 15 metros. Frutifica durante todo o ano.


 

Espécie 02
Nome popular: Guapuruvu
Nome científico: Schizolobium parahyba (Vell.) Blake var. parahyba
Família: Fabaceae

Espécie endêmica do Brasil e nativa da Mata Atlântica, de Santa Catarina ao sul da Bahia.

Espécie de grande porte que pode chegar a 30 metros de altura e tem rápido crescimento. Suas folhas  são bipinadas e podem chegar até 1 metro de comprimento. A árvore é símbolo de Florianópolis, capital de Santa Catarina e seu nome deriva do tupi, e significa “árvore de fazer canoa”, pois a madeira era utilizada para a construção de canoas por diversas etnias indígenas.

A partir do mês de agosto ocorre a queda da folhagem e o início da floração, surgindo pequenas flores amarelas que exibem uma belíssima florada. Os frutos amadurecem entre os meses de abril e julho. Uma curiosidade desta espécie é a liberação/dispersão das sementes achatadas, com formato de uma ficha, empacotadas dentro de uma “embalagem” em formato de uma gota. Como a embalagem demora para se decompor, podem ser encontradas sob as árvores na maior parte do ano e coletadas para obtenção das sementes.

Espécie 03
Nome popular: Pitomba
Nome científico: Talisia esculenta (Cambess.) Radk.
Família: Sapindaceae

Espécie nativa do Brasil de ampla distribuição, ocorre em diversos domínios fitogeográficos, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste .

A árvore possui grande porte e pode chegar a 12 metros de altura. Seus frutos são amplamente consumidos no norte do Brasil, servindo como fonte de renda para os vendedores ambulantes. A floração acontece durante os meses de agosto e outubro, e encontram-se frutos maduros durante os meses de janeiro a março.


Espécie 04
Nome popular: Cedro, cedro-rosa
Nome científico: Cedrela fissilis Vell.
Família: Meliaceae

Espécie nativa do Brasil, embora tenha ampla distribuição podendo ocorrer da América Central até a Argentina não é abundante nas florestas e foi muito explorado para o uso da madeira de grande valor comercial. Espécie considerada ameaçada de extinção.

Quando adulta chega a atingir de 20 a 35 metros e possui crescimento lento. Suas folhas são compostas e podem chegar a medir 1 metro de comprimento. Hoje o cultivo comercial para a produção de madeira é bastante limitado devido à ocorrência generalizada das brocas-das-meliáceas.

A floração ocorre durante os meses de agosto a setembro. Já o amadurecimento dos frutos ocorre durante os meses de julho a agosto, quando a árvore se encontra sem folhas. Quando estiver sob a copa desta árvore, procure por seus frutos no chão. Estes são muito bonitos e  fáceis de identificar, pois quando abertos, lembram flores de madeira.


Luiz Caju’prop

Espécie 05
Nome popular: Quaresmeira
Nome científico: Pleroma granulosum (Desr.) D.Don
Família: Melastomataceae

A espécie é nativa do Brasil e endêmica da Mata Atlântica, tem ocorrência restrita à Floresta Ombrófila Densa do estado do Rio de Janeiro e do extremo litoral norte de São Paulo.

A árvore é de médio porte e possui uma intensa e bela florada, portanto muito utilizada no Brasil para fins ornamentais, principalmente para arborização urbana em plantios sob fiação elétrica.

Embora tenha o nome de quaresmeira, sua floração é mais ampla que o período da quaresma, prolongando-se por muitos meses, geralmente, em dois momentos distintos, no início do verão e no fim do inverno.


Espécie 06
Nome popular: Jatobá    
Nome científico: Hymenaea courbaril L.
Família: Fabaceae

Espécie nativa que ocorre desde o México e das Antilhas até a América do Sul.

A espécie possui grande porte e pode atingir de 15 a 20 metros de altura e até 1 metro de diâmetro. Esta árvore é muito versátil e tem múltiplos usos: sua madeira é pesada e resistente; a polpa dos frutos é nutritiva e pode ser consumida ao natural,  tem grande utilização na cultura indígena como planta medicinal; a espécie é uma ótima sombreadora de pastos; é utilizada no paisagismo de jardins e parques, evitando-se o plantio em ruas e avenidas por conta dos grandes frutos que podem causar danos. Suas flores brancas podem aparecer durante os meses de junho a fevereiro  e nelas é fácil identificar os órgãos reprodutores (antera e estigma).  Seus frutos amadurecem a partir do mês de abril até novembro.

Espécie 07
Nome popular: Mogno
Nome científico: Swietenia macrophylla King.
Família: Meliaceae

Espécie nativa que ocorre do México até a Amazônia, frequentemente encontrada na Floresta de Terra Firme na região sudeste do Pará e em Rondônia.

A espécie é de grande porte e pode atingir de 25 a 30 metros de altura. Sua madeira, que tem cor castanho-avermelhado, é utilizada mundialmente para construção de violões, devido às suas especificidades. Apresenta flores amarelas, e podem aparecer durante os meses de novembro a janeiro; seus frutos são ovóides  com cerca de 20 centímetros, e aparecem durante os meses de setembro a novembro. Quando estiver sob a copa desta árvore, perca alguns minutos procurando por suas sementes no chão. Elas são leves, aladas, com cerca de 10 cm de comprimento, e possuem a mesma cor intensa da madeira (castanho-avermelhado).


Espécie 08
Nome popular: Pau-Brasil
Nome científico: Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis.
Família: Fabaceae

Espécie endêmica do Brasil e da Mata Atlântica.

Sua história está, literalmente, escrita em nome de nosso país. A espécie possui crescimento lento e porte grande, e devido à sua beleza e importância histórica, a espécie é muito cultivada no paisagismo urbano. Foi intensamente explorada durante o período colonial do Brasil, isto devido a extração de matéria-prima, do lenho, para confecção de corante vermelho, para tingimento de tecidos e produção de tintas para escrever. Sua madeira é nobre, foi usada para construção civil e naval, além disso, a árvore tem relação íntima com a música clássica, dada que, até hoje, são confeccionados arcos de violino a partir de seu denso e avermelhado cerne. Apresenta folhas alternas e compostas paripinadas e acúleos notáveis e característicos no tronco, nos ramos e nos frutos, que são do tipo legume. As flores, amarelas, são abundantes e vistosas, podem aparecer de setembro a dezembro. Os frutos ocorrem nos meses de outubro a janeiro.


Espécie 09
Nome popular: Pitanga
Nome científico: Eugenia uniflora L.
Família: Myrtaceae

Espécie nativa do Brasil, ocorre no Cerrado e no sub-bosque de florestas de  Mata Atlântica, também têm ocorrência nativa na Argentina e Uruguai.

A árvore possui porte médio é tardia e de crescimento lento. Espécie frequentemente encontrada em pomares domésticos, pois seu fruto é comestível ao natural, em forma de doces e geléias, sendo muito popular. Apesar disso, o cultivo comercial não é muito usual. Seus frutos são atrativos de avifauna e a espécie é de fácil produção de mudas, o que a torna muito utilizada em plantios de restauração florestal da Mata Atlântica, além disso é muito utilizada na arborização urbana nos plantios de parques e jardins.


Espécie 10
Nome popular: Sibipiruna
Nome científico: Cenostigma pluviosum (DC.) Gagnon & G.P.Lewis
Família: Fabaceae

Espécie nativa do Brasil, ocorre também na Bolívia, Argentina e no Paraguai.

A espécie é de grande porte, quando adulta varia de 8 a 16 metros. Possui uma florada amarela belíssima e é muito utilizada para arborização urbana de parques. Entretanto há alguns inconvenientes por conta do acúmulo de resíduos gerados pelas quedas folhas e da suscetibilidade o psilídeo Isogonoceraia divergipennis, pequeno inseto que prejudica a aparência da planta e libera excremento pegajoso que adere no piso, nos veículos e nos sapatos. Suas flores amarelas e abundantes podem ocorrer de agosto a novembro, seus frutos são secos e deiscentes com poucas sementes, podem ocorrer de junho a setembro.

Espécie 11
Nome popular: Paineira
Nome científico: Ceiba speciosa
Família: Malvaceae

Espécie nativa do Brasil e de vários países da América do Sul, encontrada em todas as regiões brasileiras.

Árvore de grande porte, muito utilizada na restauração florestal da Mata Atlântica. Quando o fruto fica maduro ele se abre e libera as sementes que são envoltas por paina branca e dispersa pelo vento, a paina já foi muito utilizada no passado para enchimento de travesseiros, almofadas e brinquedos.

Devido a copa ampla e ramificada, que fornece ótima sombra quando enfolhada, e à bela floração que se destaca quando a árvore está sem folhas, é bastante conhecida e utilizada no paisagismo de praças, parques e grandes jardins.

 

Espécie 12
Nome popular: Jequitibá
Nome científico: Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Família: Lecythidaceae

Espécie nativa do Brasil e da floresta da mata atlântica, possui uma ampla distribuição.

A árvore possui grande porte e é muito comumente encontrada em viveiros e em plantios de restauração florestal. Devido à facilidade de produção das mudas mudas e ao bom crescimento nos plantios, tem sido uma das espécies nativas mais recomendadas para cultivo visando produção madeireira. O seu grande porte inviabiliza seu uso na arborização de calçadas e residências, mas é bastante utilizada para plantio de parques, grandes jardins e praças.


Luiz Caju’prop

Espécie 13
Nome popular: Peroba-Poca
Nome científico: Aspidosperma cylindrocarpon Müll.
Família: Apocynaceae

A espécie é nativa do Brasil, ocorre na floresta da mata Atlântica, Cerrado e Pantanal.

Árvore de grande porte, pode atingir 16 metros de altura e possui crescimento lento. Apresenta flores amarelas bem pequenas, que florescem durante os meses de setembro a novembro, já a maturação do fruto ocorre durante os meses de agosto a setembro. Os frutos são folículos deiscentes e, quando maduros, liberam sementes aladas que são facilmente disseminadas pelo vento.


Espécie 14
Nome popular: Araucária, pinheiro-do-paraná
Nome científico: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Família: Araucariaceae

A espécie é nativa do Brasil e ocorre na porção Sul do continente.

Árvore de grande porte, tronco retilíneo e de crescimento monopodial é longeva e a maior gimnosperma brasileira. A espécie dá o nome à Mata de Araucária e é símbolo do Paraná, além disso é representada na bandeira da cidade de São Carlos. A árvore possui múltiplos usos, como exemplo a sua semente que é comestível e conhecida como “pinhão”, muito apreciado nas comidas típicas da região, é colhido no inverno o que gera renda para comunidades locais. Além disso, é fonte de alimento para a gralha-azul, que também é responsável pela sua dispersão. Apesar de muitas ações de conservação terem sido adotadas, a espécie ainda está ameaçada de extinção.


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