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12 de agosto de 2019

SIFSC-9 – “A Vida na Pesquisa” com o Prof. André Ambrosio

O Prof. André Luiz Ambrosio, docente e pesquisador do Grupo de Cristalografia do IFSC/USP, foi um dos participantes da iniciativa “A Vida na Pesquisa”, evento integrado na programação da SIFSC-9 – Semana de Integração do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC-TALKS) e que ocorreu no dia 06 deste mês.

Para o docente, a sua participação em relação ao tema se pontuou mais a nível pessoal, já que falar simplesmente de pesquisa seria uma pauta fácil, daí ele ter optado por falar dele próprio e de suas experiências de vida.

André traçou em linhas gerais sua formação, sendo ela feita quase toda no IFSC/USP, graduação e pós-graduação, tendo tentado passar aos alunos, de uma forma bem sincera, o caminho percorrido até ao presente momento. Desde a iniciação científica, o Prof. André trabalha na área de biologia estrutural, uma área interdisciplinar que tem a Física como técnica de trabalho, mas que engloba a biologia em si, sendo seu principal  interesse no metabolismo de células tumorais. “De fato, o que eu quero saber é como elas adquirem a molécula e a energia para elas se proliferarem de uma maneira tão agressiva, como a gente sabe que o câncer age. E o meu foco é, particularmente, algumas proteínas que estão envolvidas nesse processo. Dentro do meu conjunto de habilidades, estudo as proteínas, do ponto de vista físico, fazendo a estrutura dessas proteínas e tentando correlacionar essa estrutura com a função que elas desempenham”, elucida nosso entrevistado.

Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” lotado para assistir à palestra do Prof. André Luiz Ambrosio

Confessando que sua grande paixão é a ciência básica, o docente afirma que gosta de fazer a descoberta mais primordial do problema, ou seja, gosta de saber como as coisas funcionam, para depois, alguém eventualmente que tenha mais experiência nessa área consiga trazer para alguma aplicação, atendendo a que ele acredita eu que uma ciência básica bem feita leva necessariamente a uma aplicação, sem que esta seja o seu foco principal.

“O trabalho na universidade, em si, é um acumulo de atividades que a gente tem na docência, passando pela extensão, passando pelas atividades administrativas, sendo que a pesquisa, em si, acaba sendo uma fração, mas ainda assim uma fração significativa. Dentro desse contexto, tenho meu grupo de pesquisa estabelecido, tenho o laboratório, tenho os alunos, desde a iniciação científica, passando pelo mestrado, doutorado, pós-doutorado,  e eles desenvolvem a pesquisa sob minha orientação nos aspectos associados aos estudos dessas proteínas. E a pesquisa, por si só, não roda se não houver um gerenciamento, tanto pessoal quanto dos alunos, mas também a necessidade de levantamento de financiamentos, necessidade de divulgação dos trabalhos, escrita científica, apresentações, etc.”, pontua André Luiz Ambrosio, acrescentando que “A pesquisa em si, assim como todas as atribuições de um docente, acaba sendo multifacetada, o que implica fazer o gerenciamento de pessoas, lidar com os alunos e tentar fazer com que eles trabalhem de maneira motivada, gerenciar aspectos pessoais deles, conseguir dinheiro para pesquisa; tudo é muito caro e você luta incansavelmente por recursos, pois eles são finitos,acrescido o fato de que você precisa divulgar a sua pesquisa através de publicações científicas. Eu, particularmente, não faço pesquisa: gerencio um laboratório de pesquisa no qual trabalhamos com um grupo, todos tem a sua parcela de importância no laboratório e dependendo da formação, do estágio que o aluno se encontra, as parcelas são mais ou menos demandantes de acordo com que é necessário se fazer”, explica o pesquisador.

Na opinião de nosso entrevistado, a SIFSC é um evento extremamente importante. “Entendo que a graduação é a primeira parte da preparação profissional, até então o ensino fundamental e o ensino médio preparam o jovem para a entrar numa universidade; eles não te ensinam a ser um profissional, porque você, de fato, vai ter contato com a vida profissional na graduação, apesar de não ser um profissional, mas o contato começa ali. Entendo que Ciência é um empreendedorismo colaborativo. Você não faz ciência de uma pessoa só. Você precisa colocar as pessoas em contato umas com as outras para trocar ideias e é assim que o conhecimento é adquirido, portanto esses eventos são de suma importância. Eu já participei na SIFISC em anos anteriores e para mim é sempre uma honra estar aqui, principalmente porque eu sou ex-aluno do IFSC/USP e fico muito feliz em ver estas atividades. Acho que os alunos fazem um excelente trabalho na organização do evento e na elaboração da programação e imagino que seja sempre motivo de muito orgulho, tanto para quem está organizando, como  para quem está participando, e fico bastante satisfeito: definitivamente saio enriquecido com esta minha participação”, finaliza o docente.

(Entrevista: Lilian Tarin / Texto e Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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