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30 de novembro de 2012

Semana de 30 de novembro a 6 de dezembro de 2012

O_CEU_SOBRE_SAO_CARLOSAqueles que olharam para o céu no último dia 28, devem ter observado uma cena deslumbrante, logo após o pôr do Sol. A noite de primavera, naquela data, estava clara e com poucas nuvens, o que propiciou a observação do eclipse de Júpiter pelo nosso satélite natural na constelação de Touro, no céu de São Carlos. Esse fenômeno, raro, é uma conseqüência do alinhamento da Terra, da Lua e do planeta Júpiter em suas órbitas.

A passagem espetacular da Lua cheia por Júpiter durou pouco menos do que uma hora – entre 21 e 22 horas (veja ilustração no Quadro 1). Como Júpiter está estacionário em Touro, a duração do eclipse está associada somente ao movimento de translação da Lua em sua órbita, em torno da Terra.

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Quadro 1: Eclipse de Júpiter passando pela Lua ao entardecer do dia 28 de novembro (CLIQUE NA FIGURA PARA AMPLIAR)

Podemos estimar a duração do tempo de trânsito da Lua por Júpiter. O tamanho angular aparente da Lua é de aproximadamente 0,5 graus, praticamente o diâmetro de um lápis (7 milímetros), ao ocultarmos o disco lunar segurando o mesmo com os braços esticados. Já o nosso satélite natural faz uma translação completa (360 graus) em torno da Terra, em 29,5 dias em média. Logo, a Lua percorre aproximadamente 12,5 graus em um dia (24 horas) ou distância angular de 0,6 graus do seu diâmetro em aproximadamente uma hora. O Quadro 1 mostra, no entanto, que Júpiter passou a ¾ do centro do disco lunar, o que permite recalcular um tempo de trânsito da Lua por Júpiter de pouco mais que 40 minutos.

Nesse rápido movimento no céu, o nosso satélite natural percorre 2 constelações do Zodíaco em cada 5 dias. A Lua deixa Touro minguante no dia 29, com 98 % de seu brilho, e passa ao lado das estrelas Castor e Pollux, em Gêmeos, nas duas noites seguintes, para então entrar em Câncer no dia 3 de dezembro, com 82% de sua luminosidade. Isto significa que a cada dia ela nascerá mais tarde a Leste, deixando o céu mais escuro, propício para observação nas primeiras horas da noite. No dia 5 de dezembro, a Lua passa a ocupar a casa de Leão, com 65% de seu brilho, quando estará 5 graus (três dedos com os braços esticados) acima da estrela Regulus. Ela estará nascendo, nesse dia, por volta da primeira hora da madrugada do dia 6. Nessa semana, o Sol estará ocupando a constelação de Escorpião, fazendo oposição à Lua.

Aqueles que acordam cedo poderão observar Mercúrio, Vênus e Saturno a olho nú, um pouco antes do amanhecer, a Leste. O melhor horário é por volta das 5 horas e 40 minutos (veja ilustração no Quadro 2).

Mercúrio sai da claridade do Sol por poucas semanas, para aparecer rente ao horizonte. O pequeno planeta ocupa a órbita mais interna do sistema solar e possui um período orbital de apenas 88 dias. Como consequência, ele apresenta fases, como a Lua, e um rápido movimento aparente ao ser observado da Terra. A sua posição é sempre próxima ao horizonte, ao amanhecer ou ao anoitecer, o que compromete ainda mais a sua localização devido ao lusco fusco nesse período do dia.

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Quadro 2: (CLIQUE NA FIGURA PARA AMPLIAR)

A presença de outros astros nas proximidades de Mercúrio pode ajudar para onde olhar no céu e localizar esse planeta intrigante. Especialmente nessa semana, Saturno e Vênus estarão alinhados um pouco mais acima no horizonte (veja Quadro 2 ilustrativo).

O prolongamento de uma reta imaginária que passa pelos dois planetas, auxiliará na localização de Mercúrio mais abaixo em Libra, já que todos os planetas, incluindo o Sol e a Lua, percorrem aproximadamente a mesma trajetória (chamada de Eclíptica) no céu. Além disso, a semana será propícia para observar Mercúrio, que atinge elongação máxima de 20 graus (separação angular entre o planeta e o Sol, quando vistos da Terra) no dia 3 de dezembro.

O rápido planeta retoma seu movimento na direção ao Sol nos dias que se sucedem, mas agora na companhia de Vênus, que segue reluzente ao seu lado. Os dois planetas deixam Saturno para trás em Virgem, para se esconderem por algumas semanas por trás da luminosidade do Sol, em Escorpião, nesse final de primavera. Vale a pena acordar um pouco mais cedo, com os pássaros, para acompanhar a troca de pares na dança eterna desses planetas no céu de São Carlos.

Aqueles que observam o céu noturno devem ter percebido que os astros são distinguidos e facilmente localizados no céu pela comparação entre suas intensidades luminosas, definidas como brilho. A escala de magnitude aparente foi a maneira simples encontrada pelo homem para descrever as diferenças de brilho dos astros que observamos no céu noturno (Veja maiores detalhes dessa escala no Quadro 3).

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Quadro 3: Detalhes dessa escala de magnitude aparente

 

* Previsão fornecida pelo docente do IFSC, Prof. Dr. Francisco Eduardo Gontijo Guimarães


Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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