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13 de agosto de 2014

Reitor fala sobre a intransigência dos sindicatos e a greve

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o reitor Marco Antonio Zago falou sobre a intransigência dos sindicatos. “Negociar não significa atender, incondicionalmente, às demandas dos sindicatos, mesmo quando não há recursos para isso. Temos de manter as zago1instituições vivas, e não asfixiá-las no desastre financeiro”, afirmou. Leia a íntegra a seguir.

A crise financeira e a greve de professores e funcionários aumentaram o desgaste do atual reitor da USP, Marco Antonio Zago, no primeiro semestre de gestão. Na queda de braço com as categorias pelo reajuste, Zago rebate as acusações de intransigência e justifica o congelamento de salários com a falta de recursos.

Quais são as saídas para que se encerre a greve na USP?

A saída é em primeiro lugar os dois sindicatos da USP abandonarem a intransigência, representada pela decisão de somente negociar em conjunto com os sindicatos das duas outras universidades e com o CRUESP, negando-se a negociar internamente. As realidades e necessidades de cada instituição são diversas, e precisam ser tratadas de maneira diferenciada. Além disso, negociar não significa atender, incondicionalmente, às demandas dos sindicatos, mesmo quando não há recursos para isso. Temos que manter as instituições vivas, e não asfixiá-las no desastre financeiro.

Unicamp e Unesp tem caminhado na negociação de pautas especificas, como abonos e vale-alimentação. O que a USP pode oferecer neste sentido?

Os funcionários não docentes da USP tiveram reajustes salariais e outras vantagens muito acima do que ocorreu com as outras duas universidades paulistas, que estão buscando, assim se aproximar do que ganham os funcionários da USP: o que as duas universidades estão oferecendo de benefícios é o que a USP já vem pagando há vários anos. Além disso, nos últimos quatro anos, a USP pagou um abono de R$ 11.500,00 para todos os docentes e servidores, que é muito superior àquilo que as outras duas universidades estão pagando agora.

Com arrecadação menor que o previsto, quais são as chances de conceder reajuste em setembro?

Creio que devemos esperar a chegada do momento das negociações para fazê-las. Mas a previsão de que em setembro a situação não irá melhorar não deve servir de argumento para antecipar aumentos. Além do mais, a USP tomará outras medidas para reestruturar a gestão da universidade que poderão resultar em mais economia.

Os grevistas reclamam de intransigências em ações como corte de pontos pelos dias parados e reintegração de posse pela PM. Como o senhor responde às críticas?

Direito de greve é uma importante conquista democrática do país, pela qual lutei pessoalmente. No entanto, numerosas decisões de tribunais superiores (STJ e STF) reforçam que a greve corresponde a uma suspensão do contrato de trabalho e portanto os dias não trabalhados não devem ser pagos. Além de legal, essa atitude parece lógica à maioria dos cidadãos e trabalhadores que, quando fazem greve, sabem que não recebem os dias parados. Também não faz parte do direito de greve a obstrução e ocupação de prédios, fechamento de ruas e espaços públicos e desrespeito ao direito de ir e vir.

Que outras medidas serão tomadas pela reitoria para minimizar os efeitos da greve ou encerrar a paralisação?

A Reitoria tem procurado manter permanente contato com os diretores, estudantes, professores e servidores, esclarecendo que o grau de comprometimento financeiro da universidade não permite, no momento, fazer reajuste salarial. Faremos em breve uma reunião com todos os diretores e gestores da USP para planejarmos o futuro da vida acadêmica e administrativa.

(Entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, versão online, em 08/08/14)

Assessoria de Comunicação

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