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24 de julho de 2013

Área decisiva na conquista de uma profissão de relevo

A importância da educação no seio familiar é um dos principais fatores no sucesso escolar de qualquer criança e, concomitantemente, um fator decisivo para que ela atinja com maior facilidade, já na sua fase adulta, uma perito1ocupação profissional de relevo no cada vez mais competitivo mercado de trabalho. As tendências das crianças, no seu mundo do faz de conta, em que a usual afirmação é sempre “quando eu for grande, quero ser…”, aliadas ao apoio e orientação da família, são as bases para que, mais tarde, essas mesmas crianças sejam os profissionais de excelência que o país tanto precisa

Poder-se-ia pensar que as afirmações acima mencionadas fazem parte de uma certa dose de demagogia de quem escreve, ou de quem, de forma retórica, tenta justificar períodos de tempo, sucessos e insucessos, ausências, omissões, medos, tendências ou modismos: no caso concreto que hoje abordamos neste espaço, nada disso está em pauta. A história que se segue é um exemplo claro – entre muitos outros – que, quando se segue uma determinada linha educacional e se aproveita as potencialidades dos jovens, o futuro promissor desponta com naturalidade.

A maioria dos jovens encara, desde muito cedo, a área de ciências exatas como algo inatingível, extremamente difícil e que leva a nada, o que é verdadeiramente errado, resultado de conjunto de situações que não têm sido devidamente equacionadas e atenuadas quer pelas estruturas escolares, quer, inclusive, no seio das famílias. No meio desses sentimentos, emergem casos que comprovam exatamente o contrário e que constituem exceções que deveriam ser o nosso cotidiano.

Érica Azzolino Montanha tem 27 anos e é natural de Araraquara, onde vive com seus pais.erica400 Ao longo de sua infância, a jovem alimentou vários sonhos: aos 12 anos queria ser arquiteta e aos 15 ainda pensou em ser psicóloga. Contudo, ao completar 17 anos, sua decisão final foi seguir a carreira de medicina. Todas essas fases de seu crescimento, coincidentemente com sua evolução educacional, foram devidamente acompanhados e incentivados por seus pais que, ao alimentarem e expandirem esses seus sonhos, sabiam que a “luz no final do túnel” acabaria por surgir.

Obcecada por medicina, apaixonada por leitura e extremamente curiosa por tudo que a rodeia, Érica prestou vestibular duas vezes seguidas (2003-2004) e, em ambas, sempre que chegava à área da física ela esbarrava: era algo que a impedia de atingir seu objetivo. Contudo, sua perseverança era forte e ela decidiu prestar o vestibular uma vez mais: para Érica, se o único obstáculo para atingir seu objetivo era a física, então a saída era encarar a disciplina e… Estudar e entender os conceitos!

Em 2005, preparada para prestar mais um vestibular para medicina, Érica teve conhecimento que havia o Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares no IFSC e, de repente, mudou o seu rumo e prestou vestibular, tendo entrado no Instituto de Física de São Carlos, da USP. Mas, qual o motivo que a fez mudar sua trajetória? Na verdade, foi graças a ter reprovado no segundo vestibular e ter começado a encarar seriamente e a entender todos os conceitos da física, química e biologia que, até esse momento, eram muito vagos para mim, sem conexões. Depois de ter começado a entender toda a lógica e toda a correlação entre os temas, pode-se dizer que fiquei apaixonada e meu maior sonho começou a estar voltado para a pesquisa, até porque aquilo que encontrei no curso de Ciências Físicas e Biomoleculares tinha também a ver com meu antigo sonho, que era medicina, explica Érica.

Já graduada pelo IFSC-USP e mantendo sua decisão de seguir a pesquisa na academia, Érica seguiu em frente rumo ao Mestrado na mesma área, quando, de repente, em janeiro perito2de 2013, uma nova porta se abriu, desta vez na área profissional: a Polícia Civil do Estado de São Paulo abria concurso público para perito criminal e Érica nem olhou para trás – inscreveu-se. “Foi como se, de repente, eu ouvisse um estalar de dedos. Perito criminal: eu poderia fazer pesquisa aplicada e dedicar ela ao bem comum, ao cidadão. Colher evidências, analisar provas, trabalhar com DNA e decodificar questões laboratoriais complexas, tendo como finalidade a verdade: tudo isso me pareceu intrinsecamente ligado à minha graduação e ao meu mestrado no IFSC – pesquisar! A perícia é, para mim, uma das aplicações diretas da ciência em prol da sociedade, comenta a jovem estudante.

Sem qualquer problema em se confrontar com cerca de 17 mil candidatos para apenas 103 vagas, em janeiro deste ano Érica prestou o concurso público e, degrau após degrau, a jovem estudante do IFSC conseguiu chegar no topo: A primeira fase do concurso foi dividida em duas partes: a primeira foi um teste geral, que incluiu português, lógica, informática, direito e criminologia: foi difícil, principalmente no que diz respeito a direito e criminologia, mas com estudo tudo se consegue. A outra parte foi uma prova específica, com questões relacionadas a física, química, matemática e biologia, áreas que para mim eram familiares graças às particularidades do meu curso e ao fato dessas matérias estarem bem presentes na minha memória e aí, sim, foi muito mais fácil: contudo, dos 17 mil inscritos apenas passaram 350 para a fase seguinte. A segunda fase do concurso foi constituída por provas psicológicas, que para mim foram fáceis, e a terceira e última fase foi a prova de resistência física: tive que treinar quase três meses, já que muito raramente faço esportes, relata Érica, sorrindo.

Quase no final deste desafio, com os pais e namorado orgulhosos de seu trajeto acadêmico, Érica está classificada entre os primeiros cinqüenta classificados do concurso, ou seja, está praticamente aprovada para assumir seu cargo de Perita Criminal, com um salário inicial de cerca de R$ 6.000,00, esperando apenas saber para que cidade do Estado de São Paulo ela será destacada. Mas, uma pergunta se coloca a esta jovem: e o Mestrado ficará no meio do caminho? Terá que interrompê-lo? Nada disso!” – responde Érica. “Seja em que cidade eu ficar, virei para o IFSC nos finais de semana para fazer meus trabalhos no laboratório e escrever minha tese, para defendê-la em tempo oportuno. O mestrado poderá ser um diferencial para a minha profissão, conclui a jovem.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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