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28 de fevereiro de 2014

Experiências que ficam para sempre

O MIGra – Programa de Mobilidade Internacional para Alunos de Graduação, instituído pela Diretoria do Instituto de Física de São Carlos, tem alcançado resultados extremamente positivos, indo além do que inicialmente se supunha. Tendo como objetivo proporcionar aos alunos de graduação outra visão do mundo, conhecimento e contato com outras culturas,migraint o aprimoramento de outro idioma e a realização de estágios de pesquisa em instituições de renome internacional, quem já fez parte desse projeto afirma que é um período da vida académica e pessoal verdadeiramente inesquecível.

Dedicado a alunos que cursam os 2º e 3º anos nos vários cursos de bacharelado do IFSC e que estejam cumprindo projetos de iniciação científica, o MIGra ocorre nos períodos de férias letivas (janeiro, fevereiro e julho), sendo que o IFSC se responsabiliza pelos custos relativos à passagem aérea e seguro de saúde, além de uma bolsa que permite a manutenção do aluno na cidade onde fica alojado.

Raul Ribeiro Prado está iniciando agora seu doutorado no IFSC e faz iniciação científica desde o segundo ano de graduação. Quando cursava o quarto e último ano – em Janeiro de 2012 -, apresentou seu trabalho na SIFSC – Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos, tendo obtido o segundo lugar: o prêmio por esse trabalho foi um estágio de três meses no exterior, facultado pelo Programa MIGra: Conversando com meu orientador e analisando as opções, decidi visitar um grupo de pesquisa que se encontrava sediado na Universidade de Adelaide, Austrália. Na época da viagem, eu estava na transição entre a graduação e o mestrado e como meu projeto de mestrado estava definido, os três meses no grupo de Adelaide foram muito importantes para que eu iniciasse minhas atividades de pesquisa e aprendesse muita coisa, algo que, mais tarde, foi essencial para o restante do meu mestrado, conta Raul, sublinhando que conviver com grupos de pesquisa de outros países é extremamente interessante para conhecer outras dinâmicas de trabalho e assim poder se adaptar à sua própria dinâmica de fazer ciência.

Também em janeiro de 2012, Caio Vaz Rimoli rumou para Milão, Itália, onde permaneceu dois GRUPO_CNST_e_eu_-_CAIO_RIMOLI350meses no Center for Nano Science and Technology, CNST, no Politecnico di Milano (PoliMi/IIT). Tendo como seu orientador o Prof. Dr. Paulo Barbeitas Miranda (IFSC), Caio está envolvido atualmente no seu Mestrado em Física Biomolecular, mas não esquece os momentos que antecederam a sua ida para o exterior: Foi em 2010 – no meu terceiro ano de graduação -, quando fiquei sabendo que existia verba destinada a auxiliar a estadia de estudantes no exterior. Na época, não existia o Ciência sem Fronteiras, mas existia o PRÓ-INT (Programa de Apoio à Internacionalização da Graduação), oferecido pela Pró-Reitoria de Graduação da USP e o Programa MIGra, facultado pelo IFSC. Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz, porque existia alguma chance de eu conhecer, ainda na graduação, um centro de pesquisa do qual eu era muito fã – o Center for Nano Science and Technology (CNST), no Politecnico di Milano, em Milão, Itália. Triste, porque eu gostaria de ter tido conhecimento destes auxílios mais cedo; queria ter me preparado melhor, comenta o aluno.

Caio já estava no final do terceiro ano e a única hipótese para atingir seu objetivo seria expandir um ano de curso, caso quisesse ter alguma chance de conquistar essa bolsa. Contudo, sua persistência tinha um objetivo: Eu tinha um motivo forte para ir ao CNST: na iniciação científica, até então, eu acompanhava o doutorando, Marcelo Faleiros, na instrumentação de um experimento e minha intenção era de não simplesmente ver o experimento pronto, mas de poder usá-lo também até o final da minha graduação. Então, seria muito proveitoso se eu Duomo_-_CAIO_RIMOLI300aprendesse a manipular o experimento, enquanto o Marcelo ainda terminava de construí-lo. Assim, quando voltasse do estágio, estaria preparado para mexer no experimento sozinho, sem contar que poderia dar algumas dicas de como os pesquisadores de Milão utilizam esse experimento. Decidi arriscar, expandi meu curso e consegui uma parcela da bolsa da PRÓ-INT, que foi usada para comprar a passagem de avião, enquanto a outra parcela eu consegui pelo Programa MIGra, que foi fundamental para a minha estadia no exterior. Sem o Programa MIGra eu não teria chance de estagiar em Milão. Foi uma experiência fantástica, consegui colocar em prática e aperfeiçoar meu inglês, fiz uma apresentação sobre a nossa pesquisa do IFSC, conheci vários laboratórios e entrei em contato com muitos pesquisadores de ponta. Estar além do horizonte é fundamental, nem que se tenha de cursar mais um ano na graduação, conclui Caio que deixa uma mensagem: Eu indicaria esse tipo de experiência a qualquer estudante. Se você é aquele graduando que é ávido para fazer a diferença no seu trabalho… Meu amigo, para pessoas como você, passar um tempo no exterior é praticamente obrigatório.

O último testemunho relativo ao Programa MIGra vem de Paola Lanzoni, graduada em Ciências Físicas e Biomoleculares e atualmente mestranda em Física Aplicada (Biomolecular), sob orientação do Prof. Dr. Richard Garratt (IFSC). Apaixonada pela pesquisa na área de tecnologia aplicada à saúde, Paola graduou-se em Ciências Físicas e Biomoleculares, com forte participação em iniciação científica. Ao permanecer durante cerca de três anos sob a supervisão da Profa. Dra. PAOLA_2-300Ilana Camargo, no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Molecular, com quem desenvolveu projetos de clonagem, expressão e caracterização de proteínas de virulência de Enterococcus resistentes a vancomicina (VRE), durante todo esse período Paola aprendeu muito sobre técnicas de biologia molecular e algumas técnicas biofísicas, tendo-se tornado mais íntima das rotinas de um laboratório de pesquisa e bastante curiosa sobre o funcionamento de doenças autoimunes, como é o caso da diabetes, esclerose múltipla e o lupus eritrematoso sistêmico: Em uma das minhas pesquisas sobre o assunto, acabei encontrando o grupo de pesquisa da Dra. Conte, do King’s College London (Inglaterra), que pesquisava a proteína HsLa, pertencente a humanos e relacionada ao lupus eritrematoso sistêmico e também à BOX_-_Principais_benefcios_da_viagem-400Síndrome de Sjögren. O que mais me animou foi que eles usavam técnicas parecidas com as que nós utilizamos no laboratório, já que se tratava da obtenção desta proteína para análises em RMN e ITC, que são técnicas que eu ainda não conhecia, salienta Paola.

Com a ajuda de sua orientadora e do Prof. Otávio Thiemann (IFSC), o cenário de um estágio no exterior começou a ficar desenhado no horizonte e o Programa MIGra foi uma vez mais acionado – a viagem de Paola concretizou-se no dia 27 de dezembro de 2012, por um período de três meses: Foi engraçado perceber que o pessoal do King’s College London achava que eu ia chegar “crua”, ou seja, sem ter noção nenhuma de laboratório: foi uma autêntica surpresa para todos eles e um orgulho muito grande para mim. Este período de estágio no exterior foi muito importante não só para a minha vida profissional, mas também para o meu lado pessoal. Tudo isso graças ao Programa MIGra do IFSC e à USP, conclui Paola.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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