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20 de novembro de 2013

Pesquisadores de São Carlos fazem alerta sobre possíveis malefícios de cinzas vulcânicas

Em maio de 2010, o docente do IFSC, Prof. Sérgio Mascarenhas, e o Dr. Luiz Henrique C. Mattoso, chefe geral da Embrapa Instrumentação (CNPDIA), de São Carlos, publicaram uma nota na revista Nature, em que alertavam autoridades para os possíveis perigos das cinzas vulcânicas para a saúde humana. Essa preocupação veio na esteira de recente atividade de alguns vulcões, que inclusive afetaram o sistema de transporte aéreo.

Na nota à Nature, Mascarenhas e Mattoso enfatizaram que as mudanças climáticas têm sido bem documentadas, mas que o mesmo pode não estar ocorrendo com os possíveis efeitos de longo prazo para a saúde humana, uma vez que as partículas das cinzas – de dimensões micro- e nanométricas – podem contaminar comida, plantações e a água. Terminaram a nota afirmando que não se pode presumir que as cinzas vulcânicas não terão efeitos maléficos para a saúde humana e que seria uma obrigação das autoridades investigarem tais efeitos e informarem a população.

sergio_300Passados três anos, Mascarenhas e Mattoso se juntaram a uma equipe de pesquisadores para realizar uma pesquisa minuciosa, cujos objetivos principais são identificar os elementos que constituem a cinza, fazer análise das partículas em escala nanométrica e avaliar seu impacto ambiental. Empregando cinzas de um vulcão que entrou em erupção na Islândia, esse grupo de pesquisadores testou efeitos de nanopartículas, com dimensões de 80 nm, dispersas em água, em ratos.

Os resultados, que ainda estão sendo organizados na forma de artigo científico, indicaram que os órgãos dos ratos e a concentração de algumas enzimas não foram afetados pela administração das soluções aquosas de cinzas. Entretanto, as concentrações de ácido úrico, triglicérides e ferro sérico foram alterados de maneira significativa. Isso reforça a percepção inicial do Prof. Sérgio Mascarenhas e do Dr. Mattoso sobre os possíveis perigos para a saúde pública, esperando-se que possa guiar políticas públicas.

Referência:

Volcanic ash should not be presumed harmless in long term

NATURE, 464 (2010) 1253, Sérgio Mascarenhas e Luiz H. C. Mattoso

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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