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5 de julho de 2011

Pesquisador do IFSC compara acidente no complexo nuclear do Japão com surto de bactéria na Alemanha

No início deste ano, o mundo presenciou uma crise histórica no Japão, que enfrentou problemas no complexo nuclear de Fukushima após um terremoto de 8.9 na escala Richter seguido de um tsunami ter devastado o país e causado um prejuízo de mais de US$ 300 bilhões. Esta crise deu ainda mais ênfase às já polêmicas discussões sobre a viabilidade da produção de energia nuclear, discussão que, neste aniversário de 25 anos do acidente ocorrido na usina nuclear de Chernobyl, constituiu pauta obrigatória em eventos acadêmicos e encontros políticos por todo o mundo. Os olhos do mundo estão voltados para a energia nuclear, especialmente por se tratar de um período de alta demanda por fontes alternativas de produção energética.

altO docente do IFSC José Martinho Hornos, especialista em energia nuclear, organizou e participou ativamente de muitas dessas discussões, contribuindo para importantes decisões tomadas acerca do futuro das usinas nucleares e dinamizando o ambiente acadêmico nacional. Recentemente, observando para além das questões pertinentes às mudanças necessárias à matriz energética mundial, o professor Hornos assinou um artigo que relaciona os problemas de Fukushima com o acidente ocorrido em unidades de produção de alimento orgânico na cidade alemã de Bienenbüttel. Neste último acidente, ocorreu grande reprodução da bactéria Escherichia coli O104:H4, que leva à doença chamada HUS (hemolytic-uremic syndrome, ou síndrome hemolítica urêmica) e já infectou mais de 2000 pessoas na Alemanha, levando 22 à mortes.

O interessante da relação entre os dois acidentes é que não há, apesar do que se diz na imprensa global, causando pânico na população, nenhuma catástrofe ou força da natureza que fuja do entendimento da Ciência e das autoridades. Segundo trecho do artigo do professor Hornos, “os princípios físicos envolvidos em processos nucleares e atômicos são por sua simplicidade aquilo que mais conhecemos na Natureza; da mesma forma, a bactéria E. Coli é o ser mais estudado e mais entendido no mundo biológico”. Inclusive, o termo “fissão nuclear”, referente ao processo ocorrido dentro dos reatores nucleares na obtenção da energia nuclear, originou-se a partir da fissão binária, processo que caracteriza a reprodução celular nas bactérias.

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Assim, o objetivo fundamental desta comparação é revelar que tanto a radiação quanto a bactéria E. coli – que se encontra naturalmente na flora intestinal dos mamíferos –, são parte integrante da vida na Terra, fundamental para o equilíbrio do planeta. “Sem os humanos, a vida na Terra continua normalmente, mas sem radiação não há vida e sem bactérias ela cessa ou retroage um bilhão de anos para um nível incrivelmente primitivo”, afirma Hornos. Assim, conclui o pesquisador, os ambientalistas e a imprensa omitem estes fatos óbvios, para fazer uma manutenção vigorosa nos interesses políticos e econômicos de potências mundiais que são alheios ao “mundo tropical” e às necessidades reais do planeta. A imagem que se tem feito, tanto de reatores nucleares quanto deste tipo de bactéria, como “inimigas” do ser humano, é de todo equivocada, e o controle da situação pode ser retomado facilmente nestes casos sem que haja uma grande epidemia, como se pensou no caso dos dois acidentes referidos.

O artigo ainda não foi publicado e ainda está em processo de revisão.

Para maiores informações sobre a produção de energia nuclear, visite o site da Eletronuclear: http://www.eletronuclear.gov.br

Para entender o surto de E. coli na Alemanha, acesse o recente artigo da New England Journal of Medicine: http://www2.hu.usp.br/e-coli-104h4  

Assessoria de Comunicação

Data: 5 de julho

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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