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18 de dezembro de 2012

Os mitos e as verdades sobre a visão

Como muitos sabem, o processamento de imagens pelos nossos olhos é feito da seguinte forma: partículas de luz (fótons) emitidas por uma fonte de luz qualquer (lâmpadas, velas, Sol etc.), que ao bater num objeto são refletidas, atingindo nossa retina, película “fotográfica” dos olhos, indo em seguida até o cérebro, através dos nervos ópticos, no qual as imagens serão, finalmente, formadas.

Mitos_da_visoAssim como o Sol, televisões ou monitores de computador – antigos ou modernos – são objetos que também emitem fótons. E, embora a radiação emitida por eles não possa prejudicar nossa visão, alguns “contratempos ópticos” podem ocorrer. “Dependendo da distância do objeto, a lente natural do olho precisa ser ajustada. Então, músculos ciliares presentes nos olhos para realizar esse ajuste, irão deformar a lente ocular. Se o objeto estiver muito próximo dos olhos, os músculos trabalharão mais para focalizar o objeto, causando fadiga aos outros músculos que se encontram em volta do olho e dores de cabeça ao observador”, explica o docente do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Philippe Wilhelm Courteille.

Porém, entre verdades e mentiras daquilo que pode prejudicar nossa visão, os adoradores de óculos de sol a “preço de banana” devem ficar atentos: esse tipo de óculos geralmente é feito com lentes que são incapazes de refletir os raios ultravioletas emitidos pelo Sol. “As lentes dos olhos interagem com a radiação ultravioleta, ficando mais rígidas. Os óculos de sol de boa qualidade impedem que esses raios passem por suas lentes e, consequentemente, pelas lentes dos olhos. Mas, óculos de sol feitos com lentes ruins só escurecem a visão, sem filtrar os raios que penetram diretamente nos olhos”, explica PhilippMitos_da_viso-1e.

Segundo o docente, óculos de sol de boa qualidade devem bloquear os raios solares ultravioletas antes de atingir os olhos. Do contrário, estes raios podem causar lesões ou doenças oculares, como a catarata e o envelhecimento prematuro. “Óculos de sol de má qualidade podem causar o efeito inverso, não protegendo os olhos contra os raios ultravioleta e dilatando as pupilas, fazendo com que a exposição aos raios solares seja ainda maior”, afirma. “Importante também é a proteção lateral, para impedir os raios de atingir os olhos pelos lados”.

Ainda de acordo com Philipe, os óculos ideais absorvem completamente os raios ultravioletas. Quem quer proteção extra, pode, ainda, optar por óculos com lentes polarizadas, que filtram até 99% da luz refletida na horizontal.

Já no caso das televisões e monitores de computador, o vidro com que a tela será feita deve ser capaz de absorver a maior quantidade possível de fótons de luz emitidos. Nesse ponto, a modernidade nos trouxe mais segurança: as telas dos aparelhos modernos absorvem praticamente todos os fótons emitidos. “Telas antigas ou modernas não emitem radiação ultravioleta, mas somente fótons visíveis em três cores, por exemplo, vermelho, verde, azul. A retina do olho humano tem receptores diferentes para essas cores, permitindo, por recombinação, a impressão de imagens coloridas”, elucida Philipe.

Mitos_da_viso-2Outros tipos de radiação também podem prejudicar nossa visão. Aqueles que gostam de ver a “dança do prato”, no micro-ondas, também devem ficar atentos, pois nossos olhos são formados por muitas moléculas de água e as micro-ondas são responsáveis por evaporá-las. “Se ficamos muito próximos das micro-ondas, elas podem causar pequenos prejuízos”, complementa Philippe. “Em princípio, radiação no regime de micro-onda pode causar catarata. Mas, os aparelhos são seguramente blindados e não há perigo quando a porta está fechada”, ressalva.

Entre mitos e verdades sobre o que pode ou não prejudicar nossa visão, vale uma verdade (quase) universal: qualquer diferença reside na dosagem que se recebe de cada uma delas. Mas, quando se trata de qualquer tipo de radiação, fique atento: a maior parte delas é invisível e nunca se sabe a dosagem que está sendo absorvida pelo nosso organismo.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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