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16 de março de 2012

Olimpíadas de Física abrem caminho para universidades mais concorridas do mundo

Gustavo Haddad Braga, 17, foi o primeiro estudante brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas Internacionais de Física (IphO, na sigla em inglês). Vencedor de mais de quarenta medalhas de competições na área de Ciências Exatas, o ouro inédito conquistado com muito suor em 2011, na Tailândia, situou o jovem entre os melhores estudantes do mundo e marcou seu nome na história da educação brasileira para sempre.

Gustavo foi treinado no Instituto de Física de São Carlos pelo Prof. Euclydes Marega Junior, ao lado de seus quatro companheiros de equipe, durante uma semana intensa de atividades, e recompensou o incentivo que recebeu no Brasil com um feito inédito entre os países da Ibero-América, que nunca antes haviam posto as mãos na desejada medalha dourada. Competindo com quase 400 estudantes de 84 países de todo o mundo, o estudante conseguiu situar o Brasil à frente de países europeus como a Itália e a Suíça e lado a lado com a França e Alemanha, países que têm uma grande tradição em eventos desta natureza.

A semana de treinamento em São Carlos, segundo Gustavo, foi essencial para fazer a diferença em 2011. “Estas competições costumam cobrar um conteúdo de ensino superior, que não estudamos no Ensino Médio”, conta ele. “As atividades que fizem

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os na USP tinham um caráter experimental muito importante, porque precisamos ter uma visão prática e muita criatividade para resolver os problemas propostos na competição. Na escola, eu tinha no máximo uma aula de laboratório por semana, e na USP aproveitamos outra infraestrutura, com equipamentos muito mais sofisticados”, reflete.

Ambição internacional

Para o ávido menino de São José dos Campos (SP), não há fronteiras para o que se pode conquistar. Tendo feito história entre os brasileiros, e já aprovado em alguns dos cursos mais concorridos do Brasil, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade de São Paulo (USP), agora o plano é conquistar território internacional, mais especificamente os Estados Unidos da América: ele foi aprovado em Harvard, onde começa os estudos no segundo semestre do ano. Além de Harvard, na qual ele já se imagina estudando, Gustavo espera o resultado de outras grandes universidades norte-americanas como Yale, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Stanford, Princeton e Instituto de Tecnologia da California (Caltech). “A pior parte é a espera, que me deixa muito ansioso”, diz ele, contando que, no caso de Harvard, o envio de seu currículo foi feito no dia 1º de novembro e a notícia da aprovação veio apenas no dia 15 de dezembro.

gustavo1Mas suas chances não são pequenas, já que seu currículo preenche todos os requisitos bem vistos pelas comissões internacionais, além de apresentar notas impressionantes no SAT (Teste de Avaliação Escolar, que funciona como um Enem): na primeira etapa, objetiva, que propõe questões de raciocínio lógico, ele conseguiu a pontuação máxima – 2400 pontos – e, na segunda fase, com conteúdo relacionado a lições do Ensino Médio de Ciências Exatas e língua estrangeira, ele conseguiu 2.350 pontos. “Mas, com certeza, as competições de que participei foram o maior peso na decisão, porque estas iniciativas extra-curriculares são muito valorizadas no exterior, assim como a prática de esportes e o trabalho voluntário”, opina o estudante. Nas universidades estrangeiras, os vestibulares procuram selecionar um perfil de aluno, analisado para muito além de suas competências escolares.

Gustavo pretende viajar para os EUA em abril para visitar as universidades mais bem conceituadas do país e decidir qual será o campus em que passará os próximos anos de sua vida. O plano é conhecer as pesquisas desenvolvidas por lá e comparar suas ambições com as possibilidades que avistar, já que ele ainda tem dúvidas entre se dedicar à Física ou à área de biológicas. Tanto é que, no momento, Gustavo está cursando o primeiro semestre do curso de Medicina da USP de São Paulo, um dos vestibulares mais concorridos do país. “Fui aprovado e me matriculei pra não ficar parado e pra me decidir melhor”, confirma. Ele tem até o dia 1º de maio para tomar essa decisão.

O curioso é que, segundo ele, toda a ideia de se candidatar a processos seletivos estrangeiros surgiu durante sua participação em uma competição. “Eu estava participando da cerimônia de premiação da Olimpíada Paulista de Física quando um pai subiu ao palco e leu para o seu filho uma carta de aprovação no MIT, e aquilo me emocionou muito”, relembra. “Eu pensei ‘poxa, que legal’, e quis aquilo pra mim”.

“O bom filho à casa torna”

Mesmo com um pé no exterior e sem saber exatamente em que área se especializará (nos EUA, os universitários têm até dois anos para fazer essa escolha), o plano de Gustavo é voltar para o Brasil e trabalhar em prol do desenvolvimento de seu país. “Estou indo para lá porque isso me dá uma grande vantagem curricular para consolidar uma carreira acadêmica, mas quero trabalhar aqui e fazer mudanças benéficas para a sociedade brasileira”, sonha ele.

Competição saudável

O estudante já concedeu entrevistas para o Fantástico, para o Programa do Jô, para as revistas Isto É Veja, para os portais G1 e R7 e muitas outras mídias, mas ainda assim fez questão de enfatizar que sua missão é divulgar a importância das Olimpíadas na vida de um estudante. “Essa é a minha parte preferida, sinto quase como se fosse um dever, mas por algum motivo a imprensa não dá o tratamento que o tema merece”, afirma ele.

gustavo-haddad-medalhas“Quero dizer a outros alunos para ingressarem nas Olimpíadas de Exatas, porque isso muda muito a perspectiva que temos sobre as matérias que temos na escola. Nas competições conseguimos ver mais o lado da pesquisa e saber o que está sendo feito no mundo acadêmico, vemos de perto como se desenvolve a ciência e a tecnologia no mundo. A ciência não é só fórmulas. As Olimpíadas te ensinam a estudar por prazer e não por obrigação. Vira um hobby”, finaliza Gustavo.

Ele entrou para o mundo das competições científicas quando estava apenas na sexta série, incentivado por uma professora de seu colégio. Rapidamente, ele venceu a Olimpíada de Matemática e, depois disso, não viu motivos para parar: participou também de competições na área de Física, Química e Astronomia. Além do contato mais íntimo com estudantes estrangeiros, Gustavo afirma que a preparação para as diversas olimpíadas de que participou fazem os vestibulares parecerem muito mais fáceis, devido ao treino constante e intenso do raciocínio lógico para solucionar os desafios propostos, que vão muito além do conteúdo aprendido no Ensino Médio.

Para aqueles que acreditam na mensagem do estudante, vale lembrar que as inscrições para a Olimpíada Brasileira de Física deste ano estão abertas até o dia 9 de maio. Se você está cursando o 9º ano do Ensino Fundamental ou está no Ensino Médio, procure a secretaria de sua escola e prepare-se para a primeira fase da seleção, que acontecerá no dia 19 do mesmo mês. Para maiores informações, acesse http://olimpiada.ifsc.usp.br ou escreva para obfisica@ifsc.usp.br.

Assessoria de Comunicação

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14 de março de 2012

Olimpíadas de Física abrem caminho de estudante para universidades mais concorridas do mundo

Gustavo Haddad Braga, 17, foi o primeiro estudante brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas Internacionais de Física (IphO, na sigla em inglês). Vencedor de mais de quarenta medalhas de competições na área de Ciências Exatas, o ouro inédito conquistado com muito suor em 2011, na Tailândia, situou o jovem entre os melhores estudantes do mundo e marcou seu nome na história da educação brasileira para sempre.

Gustavo foi treinado no Instituto de Física de São Carlos, pelo Prof. Euclydes Marega Junior, ao lado de seus quatro companheiros de equipe durante uma semana intensa de atividades, e recompensou o incentivo que recebeu no Brasil com um feito inédito entre os países da Ibero-América, que nunca antes haviam posto as mãos na desejada medalha dourada. Competindo com quase 400 estudantes de 84 países de todo o mundo, o estudante conseguiu situar o Brasil à frente de países europeus como a Itália e a Suíça e lado a lado da França e Alemanha, países que têm uma grande tradição em eventos desta natureza.

A semana de treinamento em São Carlos, segundo Gustavo, foi essencial para fazer a diferença em 2011. “Estas competições costumam cobrar um conteúdo de ensino superior, que não estudamos no Ensino Médio”, conta ele. “As atividades que fizemos na USP tinham um caráter experimental muito importante, porque precisamos ter uma visão prática e muita criatividade para resolver os problemas propostos na competição. Na escola, eu tinha no máximo uma aula de laboratório por semana, e na USP aproveitamos outra infraestrutura, com equipamentos muito mais sofisticados”, reflete.

Ambição internacional

Para o ávido menino de São José dos Campos (SP), não há fronteiras para o que se pode conquistar. Tendo feito história entre os brasileiros, e já aprovado em alguns dos cursos mais concorridos do Brasil, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade de São Paulo (USP), agora o plano é conquistar território internacional, mais especificamente os Estados Unidos da América: ele foi aprovado em Harvard, onde começa os estudos no segundo semestre do ano. Além de Harvard, na qual ele já se imagina estudando, Gustavo espera o resultado de outras grandes universidades norte-americanas como Yale, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Stanford, Princeton e Instituto de Tecnologia da California (Caltech). “A pior parte é a espera, que me deixa muito ansioso”, diz ele, contando que, no caso de Harvard, o envio de seu currículo foi feito no dia 1º de novembro e a notícia da aprovação veio apenas no dia 15 de dezembro.

gustavo1Mas suas chances não são pequenas, já que seu currículo preenche todos os requisitos bem vistos pelas comissões internacionais, além de apresentar notas impressionantes no SAT (Teste de Avaliação Escolar, que funciona como um Enem): na primeira etapa, objetiva, que propõe questões de raciocínio lógico, ele conseguiu a pontuação máxima – 2400 pontos – e, na segunda fase, com conteúdo relacionado a lições do Ensino Médio de Ciências Exatas e língua estrangeira, ele conseguiu 2.350 pontos. “Mas, com certeza, as competições de que participei foram o maior peso na decisão, porque estas iniciativas extra-curriculares são muito valorizadas no exterior, assim como a prática de esportes e o trabalho voluntário”, opina o estudante. Nas universidades estrangeiras, os vestibulares procuram selecionar um perfil de aluno, analisado para muito além de suas competências escolares.

Gustavo pretende viajar para os EUA em abril para visitar as universidades mais bem conceituadas do país e decidir qual será o campus em que passará os próximos anos de sua vida. O plano é conhecer as pesquisas desenvolvidas por lá e comparar suas ambições com as possibilidades que avistar, já que ele ainda tem dúvidas entre se dedicar à Física ou à área de biológicas. Tanto é que, no momento, Gustavo está cursando o primeiro semestre do curso de Medicina da USP de São Paulo, um dos vestibulares mais concorridos do país. “Fui aprovado e me matriculei pra não ficar parado e pra me decidir melhor”, confirma. Ele tem até o dia 1º de maio para tomar essa decisão.

O curioso é que, segundo ele, toda a ideia de se candidatar a processos seletivos estrangeiros surgiu durante sua participação em uma competição. “Eu estava participando da cerimônia de premiação da Olimpíada Paulista de Física quando um pai subiu ao palco e leu para o seu filho uma carta de aprovação no MIT, e aquilo me emocionou muito”, relembra. “Eu pensei ‘poxa, que legal’, e quis aquilo pra mim”.

“O bom filho à casa torna”

Mesmo com um pé no exterior, e sem saber exatamente em que área se especializará (nos EUA, os universitários têm até dois anos para fazer essa escolha), o plano de Gustavo é voltar para o Brasil e trabalhar em prol do desenvolvimento de seu país. “Estou indo para lá porque me isso me dá uma grande vantagem curricular para consolidar uma carreira acadêmica, mas quero trabalhar aqui e fazer mudanças benéficas para a sociedade brasileira”, sonha ele.

Competição saudável

O estudante já concedeu entrevistas para o Fantástico, para o programa do Jô, para a revista Isto é, para a revista Veja, para os portais G1 e R7 e muitas outras mídias, mas ainda assim fez questão de enfatizar que sua missão é divulgar a importância das Olimpíadas na vida de um estudante. “Essa é a minha parte preferida, sinto quase como se fosse um dever, mas por algum motivo a imprensa não dá o tratamento que o tema merece”, afirma ele.

gustavo-haddad-medalhas“Quero dizer a outros alunos para ingressarem nas Olimpíadas de Exatas, porque isso muda muito a perspectiva que temos sobre as matérias que temos na escola. Nas competições conseguimos ver mais o lado da pesquisa e saber o que está sendo feito no mundo acadêmico, vemos de perto como se desenvolve a ciência e a tecnologia no mundo. A ciência não é só fórmulas. As Olimpíadas te ensinam a estudar por prazer, e não por obrigação. Vira um hobby”, finaliza Gustavo.

Ele entrou para o mundo das competições científicas quando estava apenas na sexta série, incentivado por uma professora de seu colégio. Rapidamente, ele venceu a Olimpíada de Matemática e, depois disso, não viu motivos para parar: participou também de competições na área de Física, Química e Astronomia. Além do contato mais íntimo com estudantes estrangeiros, Gustavo afirma que a preparação para as diversas olimpíadas de que participou fazem os vestibulares parecerem muito mais fáceis, devido ao treino constante e intenso do raciocínio lógico para solucionar os desafios propostos, que vão muito além do conteúdo aprendido no Ensino Médio.

Para aqueles que acreditam na mensagem do estudante, vale lembrar que as inscrições para a Olimpíada Brasileira de Física deste ano estão abertas até o dia 9 de maio. Se você está cursando o 9º ano do Ensino Fundamental ou está no Ensino Médio, procure a secretaria de sua escola e prepare-se para a primeira fase da seleção, que acontecerá no dia 19 do mesmo mês. Para maiores informações, acesse http://olimpiada.ifsc.usp.br ou escreva para obfisica@ifsc.usp.br.

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