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20 de fevereiro de 2014

Como tornar a ciência democrática?

Para ser um bom cientista, não basta ler uma infinidade de livros, passar madrugadas realizando experimentos em laboratórios ou apresentar resultados surpreendentes e revolucionários. Deve fazer parte da filosofia de cada um deles a ética e a democratização da ciência.

Essa é a opinião da docente e uma das pioneiras do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Yvonne Primerano Mascarenhas, que acredita que ciência deve ser de acesso a todos e que a educação é a base para que isso seja possível.

Yvonne-_democratizacaoNum texto de sua autoria, intitulado “Quais os desafios da física para o século XXI?”, ela traça uma sequência cronológica de fatos científicos e questiona, entre outras coisas, o papel do cientista para democratização do conhecimento e, sobretudo, para que toda população do planeta, inclusive a de menor renda, seja capaz de usufruir das maravilhas tecnológicas desenvolvidas durante os últimos anos dos séculos XX e XXI.

Em sua breve análise histórica, Yvonne disserta sobre a concentração do conhecimento científico nos países desenvolvidos e diz que isso não deveria ser algo eticamente aceitável, especialmente pelos próprios cientistas. Cabe a estes, portanto, lutar pela construção e atenta observação aos códigos de ética, como o controle de experimentação em animais e humanos, plágios etc. “As próprias organizações científicas aplicam penalidades quando têm o conhecimento de alguma denúncia, e tais penalidades devem, sempre, ser aplicadas para que as reincidências sejam menores. Um motorista que dirige numa velocidade acima da permitida, é multado. Isso também deve ocorrer no que se relaciona à ética na ciência”, diz Yvonne.

Sobre o binômio ciência/recursos naturais, a docente diz que uma boa ciência preocupa-se com a preservação de tais recursos e afirma que não deve haver um conflito entre a ciência e a natureza, mesmo que a finalidade de algumas pesquisas seja aplicação industrial ou comercial. “Nesse quesito, a grande briga, na realidade, não tem como protagonistas os pesquisadores científicos. Pelo contrário! Eles fornecem dados e maneiras de se preservar a fauna e a flora. O grande ataque é quando empreiteiros instalam madeireiras ou indústrias hoteleiras em locais inadequados, por exemplo”.

Já no que se refere à democratização e fruição das descobertas científicas por todas as pessoas, especialmente pelas populações menos favorecidas do globo, Yvonne apresenta sua solução: educação. “A população de cada país tem que ter sua consciência despertada, provavelmente pelos cientistas e intelectuais, e os governos devem ser estimulados a fazer programas de melhoria da educação do povo. Iniciativas particulares, embora sejam louváveis, não resolverão o problema”.

Ela sugere que o Brasil siga alguns modelos para que o país dê um salto na educação e cita alguns países asiáticos que tiveram programas intensos para lidar com esse problema, como Coreia do Sul.

Sobre as apostas científicas do futuro, Yvonne diz que os estudos na área biológica a nível molecular ocuparão um grande destaque nesse cenário. “A maioria das doenças têm que ser entendidas a nível molecular. Através desse entendimento, poderá se encontrar o diagnóstico precoce e a cura para várias doenças graves”, diz.

Para ler o texto “Quais os desafios da física para o século XXI?”, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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