Notícias

2 de dezembro de 2011

O que eles pensam sobre nós?

Duncan-3Fazendo-se sempre presente a filosofia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) em expandir o conhecimento e a colaboração científica para além dos muros da Universidade e, até mesmo, do país, no último dia 29 de novembro, o Instituto recebeu pesquisadores da University of East Anglia (UEA), localizada no Reino Unido.

O pesquisador britânico, Duncan Craig, acompanhado por Susan Baker, também do Reino Unido, e da cientista brasileira, Tharin Blumenschein –que, atualmente, também leciona na UEA-, com o concreto intuito em firmar parcerias entre a UEA e a Universidade de São Paulo (USP), proferiu uma palestra no auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

Em entrevista, ele falou, brevemente, sobre seus planos e pesquisas de interesse com a USP, mais especificamente com o IFSC, e sobre a imagem brasileira no exterior, no que se refere às pesquisas acadêmicas. Confira, abaixo, a entrevista, na íntegra:

Sobre a interação da UEA com a USP, como ela aconteceu?

Sempre mantivemos uma boa relação com muitas pessoas da USP. Recentemente, esse relacionamento aprofundou-se, pois, há um mês e meio, participei de uma conferência para farmacêuticos, aqui no Brasil. Por coincidência, o professor Javier [Ellena], do IFSC, estava nessa mesma conferência e, mesmo trabalhando em diferentes departamentos, nossos trabalhos têm interesses muitos similares. Conversamos muito e nos tornamos amigos.

Paralelamente, nossa Escola de Farmácia [UEA School of Pharmacy], na área de química medicinal, decidiu conhecer melhor estratégias científicas ao redor do mundo e identificou, no Brasil, áreas de interesse, em particular na USP, uma excelente universidade.

Assim, decidimos explorar as possibilidades de relacionamento entre as duas universidades, e áreas individuais de colaboração.

Sobre essa interação, como ela poderá ocorrer?

O que a UEA está buscando é desenvolver um pequeno número de longas e aprofundadas relações. Se isso for adiante, com a USP, discutiremos melhor como será esse relacionamento e as colaborações. No momento, alguns de nossos estudantes viajam para o exterior, durante sua graduação, mas queremos ver mais alunos fazendo isso.

Se perguntarmos aos estudantes britânicos, “Você quer estudar no Brasil por um tempo?”, eles dirão que sim, imediatamente. Então, o intercâmbio entre estudantes, definitivamente, é uma possibilidade.

É muito claro para nós que, se a USP quiser desenvolver relações de troca, há muitos assuntos que temos em comum, e estamos muito entusiasmados com isso.

Quais assuntos, por exemplo?

Duncan-2Farmácia é um deles, mas também física, biofísica, ressonância magnética, eletroquímica, só para citar alguns. Não estamos fazendo trabalhos idênticos aos que são feitos aqui, mas são muito similares. Há coisas muito excitantes que podemos desenvolver juntos.

Até agora, já estivemos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas [FCF/USP], no Instituto de Física [IFSC/USP] e no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP). Em todos os locais que vamos, pensamos “Nossa! Como as pesquisas daqui são similares à nossa!”.

Na realidade, é muito simples: precisamos encontrar áreas de interesse comum, para trabalharmos e construirmos em cima disso. Queremos construir relacionamentos entre escolas e pesquisas ao redor do mundo.

Em relação ao IFSC, especificamente, o que chamou sua atenção, aqui?

Primeiramente, o contato pessoal com Javier [Elenna], mas, olhando no website e conversando com ele sobre a ideia de um Instituto de Física que é tão dedicado a princípios físicos aplicados, isso me chamou a atenção. Porque a física é uma ciência que trabalha em conjunto com outras ciências, e eu penso que o IFSC colocou isso em prática.

É muito fascinante chegar aqui e ver, essencialmente, laboratórios de química sintética, biofísica, terapia para doenças, e ver que a física está por trás de todas essas coisas.

Nossos laboratórios são focados muito mais em assuntos diretamente relacionados à física. Nada contra, pois precisamos disso. Mas é muito bom ver que esses princípios estão sendo utilizados muito além do comum.

Outra coisa é como funciona a colaboração entre os que trabalham por aqui. Todos respeitam os trabalhos uns dos outros, e se respeitam. Todos parecem trabalhar juntos!

Nós tínhamos o curso de Física na UEA e estamos pensando em trazê-lo de volta. Acho que devemos olhar muito cuidadosamente como a física é feita aqui, como um possível modelo de reintroduzir nosso curso.

Pode citar uma grande diferença entre o Brasil e o Reino Unido?

O clima (risos)! Não sei! Estou mais ligado às similaridades. Penso que as pessoas aqui são muito amigáveis e muito entusiasmadas com a ciência, a mantém em expansão. Acho que as maiores diferenças são culturais.

O que achou da estrutura física do Instituto?

É fabulosa! Eu diria que qualquer universidade teria orgulho de possuir uma estrutura e infraestrutura como essa, sem dúvidas. O IFSC pode competir com qualquer outro lugar que já vi.

Sobre as pesquisas básicas e aplicadas, qual a imagem do Brasil no exterior?

Eu penso que o Brasil é subestimado. As pessoas não se dão conta o quão boa é a ciência no Brasil. Acho que isso mudará rapidamente.

Se conseguirmos trabalhar com a USP será ótimo! Pois assim as pessoas terão uma imagem real mais plena, e isso será muito bom, não só para o Brasil, mas para toda comunidade científica. Vocês têm muito a oferecer!

Duncan-1

Assessoria de Comunicação

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..