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8 de junho de 2011

Novo núcleo trará melhoras do posicionamento brasileiro na produção de biocombustíveis

Na última sexta-feira, 3 de junho, o reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, em cerimônia realizada na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq)”, lançou o “Núcleo de Apoio à Pesquisa em Bioenergia e Sustentabilidade”.

O novo núcleo é um dos diversos que tiveram sua verba aprovada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, que desembolsou uma verba de R$70 milhões para a criação de diversos Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAP).

O professor do Instituto de Fisica de São Carlos (IFSC), Igor Polikarpov, como vice-coordenador da Rede USP de Bioenergia e Sustentabilidade, afirma que o novo Núcleo irá beneficiar diretamente as pesquisas desenvolvidas no Instituto. “Eu, juntamente ao coordenador da rede, Antonio Roque Dechen, lançamos, apoiamos e abraçamos a ideia do lançamento de Núcleos. Isso irá facilitar a interação entre diversos grupos da USP, situados em diversos campi que atuam em bioenergia e sustentabilidade”, explica.

De acordo com o professor, há uma estimativa de que 35 a 40 grupos trabalhem com pesquisas nessa área, cada um contribuindo com sua área de conhecimento. “O grande número de grupos se justifica pela extensão do assunto, em si. É preciso plantar a biomassa, conhecê-la; isso diz respeito à área de agricultura. Depois é necessário o conhecimento mais profundo sobre a planta: genética, genoma, paredes celulares. Em seguida, vem o estudo de hidrólize enzimática, polimerização, fermentação etc. Isso sem contar os grupos que estudam impactos sociais e ambientais da produção do etanol”, esclarece o docente.

No quesito sustentabilidade, o docente afirma que “o etanol tem um impacto ambiental muito positivo! Muito menos energia é usada para produzí-lo, além dele poluir bem menos do que a gasolina. A poluição em cidades como São Paulo diminuiu muito em razão do uso do etanol”. Mas, ele afirma que “estudos sempre continuarão sendo feitos para aprimorar o combustível, visando sempre a diminuição de seu impacto no meio ambiente”.

Entenda a importância da transformação de biomassa em bioenergia

Os chamados “biocombustíveis de primeira geração”, que tem como base etanol de sacarose e amido, tendem a ser seguidos pelos chamados “biocombustíveis de segunda geração”, estes, por sua vez, incluem diesel produzido por gás de síntese em processos termoquímicos e etanol a partir de materiais lignocelulósicos- o conhecido bioetanol.

O atual desafio mundial é o abastecimento a longo prazo aliado a preços mais baixos e ao desenvolvimento sustentável.

O Brasil tem grande destaque na produção de biocombustíveis, por diversos motivos, entre eles: elevada diversidade de matéria-prima, amplo potencial de expansão agrícola, amplo setor industrial de óleos vegetais e álcool, entre outros motivos.

Com a criação do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Bioenergia e Sustentabilidade, a transformação da biomassa- matéria-prima- em bioenergia- combustíveis- terá seu processo catalisado, através da experiência dos pesquisadores brasileiros da área e suas trocas de conhecimento, que já colocam o Brasil num patamar de destaque na produção de energia limpa.

O novo Núcleo e expectativas

Embora com destaque no cenário internacional na produção de biocombustíveis, Igor afirma que a competição brasileira com outros países é acirrada. “O Brasil tem uma posição de liderança e vantagens competitivas, mas precisamos de pesquisa de ponta para desenvolver essa nova tecnologia. Com esse novo Núcleo, queremos transformar o país num produtor de destaque, no mundo”.

Ele relembra de projetos aprovados em parceria com a União Europeia, que primam, justamente, pela excelência em pesquisas, colocando o Brasil ao alcance do desenvolvimento de melhores tecnologias para transformação de biomassa em biocombustíveis.

Embora a existência de Núcleos de Pesquisa não seja algo inédito, esse é o primeiro Núcleo fundado que atenta, especificamente, para a questão dos biocombustíveis e sustentabilidade.

Simultaneamente à inauguração do NAP em Bioenergia e Sustentabilidade, a Esalq comemorou seus 110 anos, o que tornou a ocasião simbólica. O evento contou com a presença de diversas autoridades do assunto, incluindo a presença do próprio reitor da USP. “O próximo passo é criar projetos horizontais nesse Núcleo, uma vez que vários pesquisadores estão unidos em torno do mesmo tema. A criação de interações reais serão facilitadas através do NAP, por existirem projetos em comum”, conclui Igor.

Assessoria de Comunicação

Data: 8 de junho

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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