Notícias

22 de dezembro de 2011

Novo diretor do CDCC fala sobre projeções futuras

CDCC-3O Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), desde sua fundação, em 1980, é vinculado à Universidade de São Paulo (USP). Em princípio, ligado ao Instituto de Física e Química (IFQSC/USP), hoje, é agregado à Reitoria da USP.

No último dia 12 de dezembro de 2011, o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Valter Luiz Líbero, foi indicado a assumir a diretoria do CDCC para os próximos dois anos.

Entrevistado pela assessoria de comunicação do IFSC, o docente contou alguns dos planos e estratégias que pretende realizar em seu mandato. Confira, abaixo, a entrevista, na íntegra.

Como novo diretor do CDCC, quais seriam as grandes linhas a serem implementadas durante o próximo biênio?

Entendo que o CDCC seja uma Instituição bastante consolidada em relação à comunidade educacional da região de São Carlos. As escolas gostam muito de participar das atividades do CDCC, que já são vistas como parte dos programas de ensino. No Observatório “Dietrich Schiel”, por exemplo, fico muito orgulhoso em ver que muitos alunos, que prestam monitoria lá, passaram pelo CDCC e foram influenciados pelas atividades e, hoje, são profissionais em Universidades e outros Observatórios. É importante manter essas atividades atualizadas e melhorá-las. Esse é o espírito de todos que trabalham no CDCC.

Uma das coisas que eu gostaria de tomar como iniciativa é que o CDCC possa ir à comunidade. Embora São Carlos seja uma cidade pequena, algumas comunidades da periferia não sabem que elas podem entrar nas Universidades. A Universidade é algo que pertence à população e está aberta a todos! Isso me tocou muito.

Então, hoje, quero discutir com os integrantes do CDCC como poderemos levar essas atividades às comunidades, seja nas escolas ou nas comunidades de bairro, que tem uma facilidade muito grande para reunir as pessoas. Tenho a impressão de que essa poderá ser uma atividade muito interessante.

Quais seriam as estratégias do CDCC para levar essas atividades até a comunidade externa?

Primeiro, o CDCC conta com o bom nível das pessoas envolvidas, sejam professores, educadores ou os próprios monitores, tanto da licenciatura, quanto dos bacharelados que fazem parte do campus. Temos um grande potencial e, por que não, então, passar essas informações à população?

Uma das coisas que tenho saudades, do CDCC, é da época em que havia os “Plantões de dúvidas” e que os alunos podiam ir ao CDCC para tirar dúvidas e ter o auxílio para o desenvolvimento de trabalhos científicos.

Não podemos repetir os mesmos moldes de antigamente, mas já estou procurando novos mecanismos para atender a esses alunos. Hoje, talvez, adaptar aos recursos atuais, como os de informática.

Enfim, esse Plantão foi algo que marcou o tipo de ajuda que o CDCC prestava aos estudantes e precisamos encontrar uma maneira de fazer isso nos moldes atuais. Existe toda uma estrutura lá dentro, de Física, Química, Biologia, oficinas de eletrônica, mecânica, marcenaria, para validar todas as atividades oferecidas, manter todo acervo intacto. Tudo isso é algo que procuramos manter vivo sempre e, para isso, precisamos de ajuda e de cuidados para oferecer a melhor estrutura possível.

Atualmente, como anda o funcionamento dos Recursos Humanos do CDCC?

O melhor recurso do Centro é o Recurso Humano. Eu digo isso quando comparo com outros lugares que também fazem extensão universitária.

Talvez por sermos um Centro pequeno, perto de outros, como os da capital, as pessoas envolvidas com o CDCC compensam essa diferença de tamanho, entregando-se mais ao trabalho e externando os sentimentos que elas têm pelo trabalho que desenvolvem.

Todos que trabalham no CDCC tem um sentimento pelo trabalho que realizam e prazer de passar aos outros aquilo que aprenderam. Ninguém faz isso por dever, mas por escolha.

Existe algum ponto mais urgente a ser implementado no CDCC em um primeiro momento?

Gostaríamos muito de ganhar mais espaço físico, para ampliar algumas atividades. Já existe uma ampliação que vem sendo feita, pois estamos adquirindo a casa ao lado [na Rua 9 de Julho].

Mas, estamos cercados por toda cidade. A USP nasceu onde, hoje, é o CDCC e veja como a USP precisou ser ampliada! Agora, estamos em uma situação, onde gostaríamos de ter muito mais espaço.

Nós também gostaríamos de mudar o visual, um pouco. Durante a direção do professor Aprígio [último ex-diretor do CDCC] isso já foi feito. Ele preocupou-se com isso e, muito em breve, veremos os reflexos dessa preocupação: modernizar o CDCC e mostrar um Centro ainda mais bonito. Não só chamar a atenção para seu aspecto educacional, mas também para o físico. Precisamos de um Centro que seja, não só importante para população, mas também agradável.

Existem outras atividades de destaque, tanto antigas, quanto atuais, que tem servido de contribuição do CDCC para a sociedade como um todo?

CDCCO CDCC promove mini-cursos regularmente ou então determinados programas. Um deles, “Mão na massa”, é realizado junto a professores, de toda região e de outros locais mais distantes. Eles são participantes e multiplicadores, pois fazem as atividades juntos aos seus alunos e depois se reúnem, aqui no CDCC, e cada um mostra, em forma de painéis, mesmo, o desenvolvimento, os resultados, os objetivos atingidos etc.

Tem, também, a “Experimentoteca”, que mantém um elo muito forte entre a sociedade e o CDCC, pois os professores do ensino médio e fundamental podem retirar kits, que são, na verdade, experimentos. Eles levam isso até a sala de aula e, inclusive, o CDCC leva esses experimentos para eles. Cada kit tem um conjunto de experimentos, e a quantidade de material disponível é suficiente para que toda classe, e não só o professor, possa realizá-lo. Entendemos que esse contato é feito de forma indireta com muitos alunos, e não somente com o professor.

Acho que poderíamos ampliar o leque de atuação desses experimentos, tanto em física, química e biologia. Mas, dentro dessas áreas, podemos rever se todas as atividades estão sendo contempladas, principalmente se levarmos em conta os avanços da ciência.

Como é feita a divulgação do que é realizado no CDCC? Existe alguma estratégia para isso?

Como sempre, a Universidade está aprendendo como fazer a divulgação, que tem melhorado muito nos últimos tempos.O CDCC não é exceção! Não possuímos, também, uma maneira ideal de divulgar as coisas.

Isso tudo é um erro! Muitas vezes, a população não tem conhecimento das atividades. Fazemos a divulgação eletrônica, mas qual é o percentual da população que acessa os meios eletrônicos? Estamos procurando divulgar de várias outras maneiras.

Nossa divulgação é feita via info-geral [informe eletrônico da USP]. Mas, agora, as rádios estão sendo eficientes, nesse sentido. Outras vezes, também procuramos as redes locais de televisão, que possuem muita abrangência.

A comunidade, também, sempre procura saber o que está acontecendo no CDCC, sempre procura saber se dos mini-cursos ou outras atividades, então essa relação acaba sendo boa o suficiente para ter certo número de pessoas envolvidas conosco.

Como foi receber a notícia de ser o novo diretor do CDCC? Qual foi seu sentimento em relação a isso?

CDCC-4Como já estou envolvido no CDCC há algum tempo, com a parte administrativa, já tinha um clima propício para que eu assumisse a diretoria. Por fim, essa foi a decisão do conselho do CDCC e eu sabia dessa possibilidade. Para mim, foi uma das maiores honras acadêmicas, depois  de quando entrei na graduação do IFSC ou quando, alguns anos depois, fui contratado para ser professor do Instituto.

Como se dará a conciliação da vida acadêmica com essa nova função?

Temos que saber conviver com esse tipo de coisa. Todos os docentes, de alguma forma, estão envolvidos com a parte de ensino e pesquisa e, muitos de nós, também com a parte de extensão universitária.

Já venho fazendo trabalhos de extensão universitária há algum tempo [há 25 anos, Valter é o responsável pelo Observatório “Dietrich Schiel”, vinculado ao CDCC] e agora minha preocupação, obviamente, deve se estender às outras partes do CDCC e trazer essa conciliação.

Será um desafio, sem dúvidas, sobreviver entre tantas reuniões (risos), mas eu não desistiria de nenhuma das partes. Vou procurar fazer o melhor possível em todas as direções com as quais sempre trabalhamos. Acho que é gratificante, de certa maneira, envolver-se com as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Assessoria de Comunicação

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..