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15 de abril de 2015

Novo biovidro diminui risco de infecções em próteses de titânio

certevlogo200Um novo biovidro – com propriedades bioativas – desenvolvido pelo pós-doutorando Clever Ricardo Chinaglia e pelo Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto, do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (DEMa/UFSCar), permite melhor fixação de próteses de titânio em tecidos ósseos – osseointegração -, prevenindo infecções bacterianas. A pesquisa insere-se nas iniciativas do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação em Vidros (CeRTEV), um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID’s) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Esse biovidro, composto por sílica, cálcio, sódio, potássio, magnésio e fósforo, tem a capacidade de acelerar a formação de tecidos ósseos, controlar inflamações bacterianas e facilitar a formação de vasos sanguíneos. Ao contrário dos diferentes biovidros tradicionais, o novo material, conhecido como F18, é inserido sobre a prótese de titânio, onde é dissolvido pelos fluídos corporais, dando origem a hidroxiapatita, uma fase cristalina de composição semelhante ao osso, que possibilita a fixação ideal da prótese no tecido ósseo.

O Prof. Dr. José Fábian Schneider350Schneider, docente do Grupo de Ressonância Magnética do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador do CeRTEV, reconhece a inovação desse novo método, já que o material metálico e o osso possuem diferentes propriedades mecânicas e térmicas, fatores que dificultam a adesão entre as duas superfícies. Além disso, alguns elementos químicos do biovidro podem eliminar bactérias, reduzindo o risco de infecções, daí outra importância do novo material. Essa técnica pode tornar os implantes mais seguros, pois, na eventualidade do paciente desenvolver uma infecção no implante da prótese, pode ser necessária a realização de uma cirurgia extremamente complexa, elucida o docente.

O biovidro também deve ser aplicado em cirurgias odontológicas. Em uma terapia de reparo dentário, por exemplo, o material pode cobrir a prótese cerâmica – comumente usada nesse tipo de intervenção -, “colando” a peça na raiz do dente remanescente, processo muito semelhante ao que ocorre no caso do titânio.

Testes clínicos

Os testes com a nova metodologia já foram realizados em animais e, agora, os pesquisadores responsáveis pelo trabalho deverão aplicar os estudos em humanos. Algumas empresas já têm demonstrado interesse em adquirir o novo biovidro, cujo material e processo de deposição já foram patenteados.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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