Cinco anos depois da sua descoberta, a maior parte do interesse em materiais dos pnictides (nitrogenóides) de ferro permanece, no sentido de compreender não só a sua fase de supercondutores de alta temperatura, mas também a natureza do seu estado normal.
Neste contexto, um tópico muito debatido é a origem do tetragonal para a transição ortorrômbica, que precede ou ocorre simultaneamente a uma instabilidade magnética, persistindo, inclusive, nas proximidades da cúpula supercondutora.
As experiências revelaram que as anisotropias nesta fase ortorrômbica não podem ser explicadas apenas devido à pequena distorção da rede cristalina, o que sugere que a quebra de simetria tetragonal é conduzida através de graus de liberdade eletrônicos.
Neste evento, o palestrante, Rafael Medeiros, da Universidade de Minessota, apresentou um modelo teórico microscópico consistente para esta fase nemática, tendo explorado as suas manifestações em uma variedade de propriedades macroscópicas dos pnictides (nitrogenóides) de ferro, como, por exemplo, elasticidade, propriedades magnéticas e propriedades de transporte.
O modelo tem as suas raízes na degeneração do estado fundamental magnético destes materiais, o qual, aliado ao acoplamento da estrutura e dos graus orbitais de liberdade, leva a uma simetria tetragonal e a uma quebra espontânea na fase paramagnética.
Rafael também discutiu o impacto de ambas as ordens – nemática e flutuação nemática – às não convencionais, mais o estado supercondutor dos pnictides de ferro e, em particular, à nematicidade, com a questão se ela pode, ou não, desempenhar um papel significativo na procura de uma Tc elevada nestes materiais.
Assessoria de Comunicação