Entre os dias 25 e 28 de julho, ocorreu nos Laboratórios de Ensino de Física do Instituto de Física de São Carlos (LEF/IFSC/USP) o minicurso sobre Refinamentos sequenciais e paramétricos com o método de Rietveld, organizado pelo ex-aluno da Unidade e docente do Laboratório Computacional de Análises Cristalográficas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (LabCACC/UNESP/Araraquara), Prof. Dr. Carlos Paiva-Santos, através de uma colaboração com a docente e decana do IFSC/USP, Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas.
Este minicurso, que reuniu quase vinte estudantes de doutorado e pós-doutorado de universidades brasileiras, foi o terceiro de uma série organizada pelo Prof. Paiva-Santos neste ano, envolvendo não só o IFSC/USP, mas, também, o Instituto de Química da UNESP (campus de Araraquara) e a Universidade de Araraquara (UNIARA).
Entre a década de 1980 e 1990, Paiva-Santos desenvolveu o doutorado em física aplicada no IFSC/USP, sob a orientação da Profa. Yvonne. Ao saber que o docente necessitava de mais recursos computacionais para dar continuidade ao minicurso, ela cooperou para que a parte final do projeto ocorresse no laboratório de informática do LEF/IFSC.
O minicurso teve como objetivo treinar os jovens pesquisadores para trabalharem com o software TOPAS – a empresa Bruker-Brasil forneceu vinte licenças temporárias do programa desenvolvido por Alan Coelho (Austrália), para que os participantes fossem treinados. O software permite analisar qualquer material cristalino que esteja em forma de pó.
Segundo a Profa. Yvonne, além do citado software, os alunos utilizaram um programa desenvolvido pelo Prof. Paiva-Santos, através do qual se faz análises simultâneas de amostras de pós, coletadas em diversas temperaturas. “Com o seu próprio programa, o professor fez o refinamento e mostrou como os parâmetros estruturais variavam com a mudança de temperatura”, explicou ela.
Esse estudo pode ser aplicado nos mais diversos tipos de materiais utilizados em inúmeras áreas, tais como metalurgia (no desenvolvimento de ligas metálicas), mineralogia, farmácia (na análise de compostos utilizados em fármacos e busca de novas substâncias para o tratamento de doenças), materiais cerâmicos, polímeros etc. O próprio Grupo de Cristalografia do Instituto tem feito análises do composto extraído de uma planta – o jaborandi -, com o intuito de eventualmente inibir a ação do Schistosoma mansoni, principal causador da esquistosomose. “As aplicações dos materiais estudados são as mais variáveis que se pode imaginar”, pontuou a docente.
Para Yvonne Primerano Mascarenhas, a participação dos jovens pesquisadores foi muito positiva e, embora ainda não se tenha em mente o desenvolvimento de outro minicurso, ela não descarta a possibilidade de colaborar novamente para que uma nova edição deste projeto se realize no IFSC/USP.
De acordo com a docente, o minicurso apenas introduziu as técnicas de tratamento de dados cristalográficos a partir de difração de Raios-X. Agora, cabe aos alunos se exercitarem para melhorar suas habilidades. Tanto o Prof. Paiva-Santos como a pós-doutoranda Selma Antonio, também do LabCACC, continuam à disposição dos participantes para o esclarecimento de dúvidas referentes aos programas utilizados durante o minicurso.
Os participantes do minicurso em frente ao LEF/IFSC (Foto: Arquivo pessoal)
(Créditos – Imagem 1: Oxford Sparks)
Assessoria de Comunicação – IFSC/USP
