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12 de julho de 2011

IFSC traz novas edições das Escolas de Física

A indecisão na escolha da carreira a ser seguida é recorrente aos vestibulandos. Mas, para os que já têm certas aptidões desenvolvidas e afinidade com áreas específicas, algumas atividades podem ser fundamentais e ponto-chave para tal escolha.

Com essa filosofia em mente, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), oferece aos alunos do ensino médio a possibilidade de saber mais sobre Física e se, de fato, identificam-se com a carreira.

O IFSC, há sete anos, realiza a “Escola Contemporânea de Física”- em princípio chamada “Escola Avançada de Física”- e, desde 2011, por iniciativa da atual administração, foi inserida, também, a “Escola de Física para Escolas Técnicas”, com sua primeira edição realizada no começo deste ano.

Sobre o que é novo

Divida em duas modalidades, “Escola de Física Contemporânea (EFC)” e “Escola de Física para Escolas Técnicas (EFETec)”, embora com viés diferenciado, têm o mesmo propósito: trazer esclarecimento aos participantes e uma visão distinta daquela oferecida no ensino médio sobre o que é, de fato, Física.

A Física, por sua vez, encontra-se inserida e conectada a uma enorme gama de ciências, mas o conhecimento acerca desse fato quase inexiste. “Queremos mostrar que Física é muito mais rica e uma opção profissional real, e trazer essa visão aos participantes das Escolas”, afirma José Fabian Schneider, docente do IFSC e um dos coordenadores da EFETec. “Através de um levantamento, descobrimos que grande parte de nossos estudantes de graduação são de Escolas Técnicas, e o Centro Paula Souza é um grande ‘fornecedor’ de talentos em ciências exatas. Não tínhamos conhecimento disso! Então, por iniciativa do professor [Antonio Carlos] Hernandes- atual diretor do IFSC- resolvemos trazer uma nova Escola, para mostrar a esses alunos que a Física é muito mais ampla do que lhes é apresentado em sala de aula”, conta Schneider.

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No final de 2010, o IFSC firmou acordo com o Centro Paula Souza para a realização de, ao menos, duas escolas técnicas anuais. A primeira edição, realizada em março deste ano, teve adesão de alunos das mais diversas cidades da região. A segunda edição, marcada para 24 de julho, terá duração de cinco dias. “Uma coisa que fazemos questão é que os pais também participem. Na abertura da EFETec, temos uma programação específica, onde levamos os pais dos participantes até algumas dependências do Instituto, para conhecer sua infraestrura. Depois disso, eles têm uma conversa com o diretor, que irá lhes explicar um pouco mais sobre os cursos de graduação oferecidos no Instituto”, conta Eduardo Ribeiro de Azevêdo, professor do IFSC e também coordenador da EFETec. “Não temos intenção de convencer ninguém a fazer física, mas apenas mostrar as opções para que, no final, o aluno possa tomar sua decisão”.

O processo de seleção da EFETec leva em conta alguns critérios. “Os estudantes que participam são os de destaque que, geralmente, já foram premiados em Olimpíadas de Física, Matemática e Astronomia. A Escola tem foco nesses alunos”, conta Eduardo.

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Ainda sobre o processo seletivo, aqueles matriculados em cursos de cunho mais tecnológico, como mecatrônica, eletrônica, eletrotécnica etc. podem ser privilegiados. Outro critério é focar alunos de Escolas Técnicas próximas a São Carlos. “Através do levantamento realizado, também vimos que nossos alunos são, em sua maioria, de cidades da região”, conta Schneider.

A programação, montada pelos próprios coordenadores, dá ênfase à parte experimental- para mostrar algo diferente do que é visto na escola- mais direcionada à tecnologia. “Teremos palestras, por exemplo, sobre nanotecnologia e ciências do petróleo”, esclarece Eduardo.

Por se tratar de um público diferente daquele focado na EFC, a EFETec busca descobrir talentos escondidos. “Os alunos que selecionamos têm vocação e queremos resgatá-la. Nesses cinco dias em que participa da Escola, o aluno enfrenta desafios e os resultados são demonstrados, ainda, durante as atividades”, esclarece Schneider

Sobre o que já é tradicional

A EFC mantém sua programação similar à sua primeira edição- que já acontece há quase uma década- assim como o sucesso entre os participantes. Sendo realizada anualmente, este ano com data de início marcada para 17 de julho, um de seus objetivos é dar visibilidade à Física e ao próprio IFSC. “Nos Estados Unidos, por exemplo, várias universidades, com grande ambiente de pesquisa, estão localizadas em cidades pequenas. É mais fácil se concentrar num lugar com menos agitação. Então, se aqui você tem bons professores e laboratórios, como você teria no IFUSP ou na Unicamp, por exemplo, ter a possibilidade de morar em uma cidade mais tranquíla já é um diferencial”, explica Leonardo Paulo Maia, docente do IFSC e um dos coordenadores da EFC.

A Escola traz uma programação diversificada, também com mini-cursos e palestras. “Visitas aos laboratórios, como o de Óptica, ou a aula sobre relatividade fazem grande sucesso, pois mexem muito com o imaginário dos alunos”, explica Leonardo.

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Em relação ao público-alvo, os alunos focados são, principalmente, os que cursam o segundo ano do ensino médio. “Esses alunos ainda estão indecisos em sua escolha e a Escola pode ajudá-los a tomarem sua decisão”, afirma Daniel T. Vanzella, docente do IFSC e também coordenador da EFC. “Investimos em um formato com menos alunos, para dar mais atenção a todos. Preferimos alunos do segundo ano, pois eles têm mais maturidade para aproveitar a Escola e já estão, também, mais ou menos decididos sobre a carreira que irão seguir”.

Além de abordar diversos aspectos teóricos, a EFC procura chamar atenção dos participantes ao empreendedorismo, através de palestras ministradas por empresários do setor de alta tecnologia. Através da EFC, objetiva-se, também, que os alunos tenham acesso e conhecimento sobre a infraestrutura da Unidade, com visitas monitoradas aos laboratórios, biblioteca e oficinas do IFSC. Sobre esse assunto, Leonardo afirma que “nossos laboratórios não são inferiores aos de outros campi de universidades que oferecem o curso de física. Além disso, em São Carlos há todo um ambiente científico, pois temos duas universidades e grandes centros de pesquisa, como a Embrapa. Os alunos que vêm até aqui, pela Escola, tem a chance de ver que não devemos nada a qualquer outra escola de ensino superior”.

A visão de quem fez e faz parte

EFC-2Em 2007, o Colégio paulistano “Heitor Garcia”, através de divulgação feita pelo IFSC, teve conhecimento da EFC. O Colégio, por sua vez, levou o fato ao conhecimento de seus alunos, entre eles, na época, Leandro Silva Pimenta, estudante do terceiro colegial. “Eu tinha dúvidas entre fazer Física ou Engenharia e já tinha eliminado todas as outras opções. Depois de participar da Escola, eu não tive mais dúvidas e optei pela Física”, conta.

Leandro diz que, na época, teve o incentivo dos pais em sua escolha, mas não de outras pessoas. “Meu professor de Física do ensino médio era engenheiro e sempre dizia, ‘Você tem que escolher Engenharia, é o que dá mais dinheiro!’(risos)”, relembra o estudante.

Passados quatro anos, Leandro afirma que participar da Escola foi algo muito importante, pois através dela é que ele pôde conhecer o Instituto. “Os professores oferecem perspectivas do que pode ser feito depois de nos formarmos, visão que me faltava antes de participar da EFC. Todos me diziam que, se eu fizesse física, só poderia dar aulas e não é bem assim”, conta. Em seu último ano de graduação, Leandro afirma que já recebeu, até mesmo, proposta de emprego de uma empresa, para trabalhar em São Paulo.

Ainda sobre suas escolhas, ele afirma que a EFC foi decisiva para que ele optasse por estudar no IFSC. “Sou de São Paulo e poderia muito bem ter feito física lá [no IFUSP], por ser mais próximo e fácil para mim. Mas, conhecendo os dois Institutos, a estrutura do curso e a própria estrutura física, não tive dúvidas na hora da escolha”, afirma.

Finalmente, sobre o conteúdo e programação apresentados na Escola, Leandro destaca as palestras sobre mecânica quântica e relatividade, além daquelas com orientações para carreira profissional do físico. “Na EFC tive, de fato, uma visão do que poderia fazer depois de formado”, finaliza.

Para mais informações sobre as escolas, acesse:

Escola de Física para Escolas Técnicas (EFETec)- http://www.ifsc.usp.br/efetec/2011/

Escola de Física Contemporânea (EFC)- http://www.ifsc.usp.br/~efc/2011/

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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