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1 de agosto de 2011

IFSC sedia 3 dos 43 Núcleos de Apoio à Pesquisa aprovados pela reitoria

No início de julho, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) aprovou 43 novos Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAP), com o intuito primordial de integrar especialistas e pesquisadores, das mais diversas áreas de conhecimento da Universidade, em prol do desenvolvimento científico e tecnológico. O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) teve um projeto contemplado em cada uma das três diferentes categorias, algo muito positivo, não somente ao Instituto, mas para o campus e, sobretudo, para o próprio município de São Carlos

O mundo globalizado tem traçado novos paradigmas. Um deles, que ainda caminha a passos tímidos, mas promissórios, é a parceria entre empresas e universidades, especialmente nas áreas de Ciência e Tecnologia (C&T).

No caso da USP, esta, utilizando-se de recursos próprios para investir em Núcleos de Pesquisa, alterou seu investimento inicial de R$40 mi para R$70 mi, em razão da grande quantidade de propostas qualitativas enviadas por pesquisadores de todos os campi. No campus de São Carlos serão seis novos núcleos, três deles coordenados por docentes do IFSC.

Tão interdisciplinares quanto o próprio Instituto são os projetos aprovados por seus docentes. “A característica do IFSC é única, pois ser multidisciplinar está em sua origem. Hoje temos dentistas, engenheiros, bioquímicos, farmacêuticos, engenheiros e físicos contratados como professores. De 77 professores que somos, todos atuamos em diferentes áreas”, esclarece Antonio Carlos Hernandes, atual diretor do Instituto e coordenador de um dos NAPs aprovados.

A importância em abrigar tais núcleos no Instituto, e nas outras Unidades do campus, traz benefícios que ultrapassam os muros da universidade. “Mais de 100 propostas foram submetidas e 43 foram consideradas, pela comissão, de nível internacional”, comenta Hernandes. “O IFSC tem um grande diferencial, que é ter a pesquisa como carro-chefe. Esse reconhecimento tem aparecido sistematicamente. Ao longo dos últimos 11 anos, a característica do Instituto de sediar grandes projetos tem sido mantida e todos os docentes envolvidos trabalham integralmente para isso”.

Alguns números do Instituto

Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAP): 3

Centros de Pesquisa em Inovação e Difusão (CEPID): 2

Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT): 3

No caso dos NAPs, três categorias para enquadramento dos projetos foram definidas pela USP, nas quais o IFSC marcou presença em cada uma delas. Embora coordenados por docentes do Instituto, a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) também é parceira nos projetos. “Quem ganha com isso é o Instituto, o campus e a cidade, porque você traz recursos, e parte deles, também, é investida no município”, afirma Hernandes.

Com capacidade intelectual significativa e uma multidisciplinaridade única, o Instituto, através de seus docentes, tem o suporte necessário para manter-se como protagonista em grandes projetos de pesquisa. “Tudo começa na ‘raíz’ do Instituto, isto é, temos três cursos de graduação, dos quais dois são cursos de interface, que é a Física Computacional e o de Ciências Físicas e Biomoleculares. Ou seja, os cursos de graduação já têm essa ‘cara’ multidisciplinar”, conta o diretor.

Os novos NAPs do Instituto

Centro de Tecnologia em Materiais Híbridos- coordenação: Antonio Carlos Hernandes

Centro de Instrumentação para Estudos Avançados de Materiais Nanoestruturados e Biossistemas- coordenação: Igor Polikarpov

Núcleo de Apoio à Pesquisa em Óptica e Fotônica- coordenação: Vanderlei Salvador Bagnato

O maior desafio dos NAPs é manter a atuação na fronteira do conhecimento, por longo tempo, o que exige dos participantes uma atualização contínua, trazendo sempre novos resultados e inovações. “Será preciso angariar alunos frequentemente, trazer pessoas para fazer pós-doutorado, pesquisadores internacionais etc. A USP deu o start, mas os núcleos deverão ter a capacidade para gerar recursos próprios”, esclarece Hernandes.

Parceria público-privada

No caso do NAP coordenado por Hernandes, ele conta que trabalha com o desenvolvimento de novas metodologias. “Ofereceremos potenciais projetos a serem desenvolvidos em parceria. Para isso, serão feitos convênios entre empresa e universidade, dentro das normas previstas pela USP. Outro apoio será o suporte a alguns ensaios dos quais a indústria precisa, o que também será feito através de convênios”.

Hernandes destaca um ponto relevante, sobre o assunto: São Carlos tem em torno de mil indústrias, sendo 20% delas de base tecnológica (conhecidas pelo termo spin off). Gerar novas empresas é um ponto importantíssimo para o desenvolvimento, e a solução para isso, de acordo com Hernandes, é, justamente, incentivar os alunos. “Ao longo do desenvolvimento dos NAPs, os alunos que tiverem mais aptidão montarão suas próprias empresas. Muito mais do que uma filosofia, essa é uma meta”.

Ficar atrás ou estar à frente do novo processo tecnológico globalizado depende não somente do esforço de pesquisadores em gerar conhecimento, mas também do próprio empresário, disposto a enxergar na pesquisa ponto fundamental para o desenvolvimento. “Temos uma cultura empresarial que não vê o investimento em pesquisas como um negócio rentável. Se a indústria deixar de ser coadjuvante para tornar-se protagonista, investindo em conhecimento, ela deve, necessariamente, aproximar-se da universidade. Temos grandes expectativas e ideias de convencer indústrias em financiar nossos estudos, o que irá gerar riquezas para os dois lados”, esclarece Hernandes.

Embora o retorno não seja imediato, ele é um fato. A visão da empresa é importante para informar à universidade sobre as demandas de mercado. Esta, por sua vez, desenvolverá pesquisas que atendam a essa demanda. “Se isso não acontece, acabamos desenvolvendo pesquisas que ficam paradas aqui, enquanto, no exterior aproveitam-se desse conhecimento, para produzir”, diz Hernandes. “Se uma empresa faz estudos de novas tecnologias, ela terá uma inserção maior no mercado global. As grandes empresas brasileiras, como a Petrobrás e Embraer, fazem muitos investimentos em tecnologia. Mas, essa não é uma cultura generalizada no Brasil e o país precisa dessa guinada”.

Embora lentamente, uma nova cultura tem sido firmada. Nesse aspecto, o Brasil tem progredido, e grandes empresas têm absorvido, cada vez mais, o potencial de pesquisas acadêmicas. “Já tivemos momentos em que as indústrias nem cogitavam passar perto da Universidade e tínhamos a esperança dessa melhora. Hoje, já somos capazes de gerar empresas de base tecnológica, ou seja, esse progresso já é um fato”, conclui Hernandes.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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