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24 de outubro de 2011

IFSC está entre os selecionados para o Projeto Rondon 2012

Um estudo recente, publicado em junho deste ano pela empresa Box1824, no âmbito do Projeto Sonho Brasileiro, com o objetivo de mapear tendências de comportamento, constatou que 77% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos consideram que seu próprio bem-estar depende diretamente do bem-estar da sociedade em que vivem. Em especial, os universitários demonstram grande interesse no engajamento em iniciativas voluntárias vinculadas à educação, à sustentabilidade, à cultura, à redução da pobreza, à economia comunitária ou outros tipos de trabalho de impacto e relevância social. O perfil mais coletivo e ativo na sociedade faz com que a experiência de dedicar tempo e esforço para os mais necessitados seja uma forma de realização pessoal no que diz respeito à crença de estar, de fato, transformando a sociedade.

O Projeto Rondon é um reflexo destas novas gerações mais atuantes. Criado primeiramente em 1967, como uma estratégia para afastar os jovens brasileiros das manifestações da oposição à ditadura militar, o projeto foi extinto logo em 1989. No entanto, em 2005, o governo federal decidiu retomá-lo e reformulá-lo, relançando-o oficialmente em janeiro do mesmo ano. A decisão de fazer uma reforma no Projeto Rondon e recolocá-lo em andamento mais de 15 anos depois de sua extinção partiu justamente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que enxergava no programa uma possibilidade de intermédio, entre sua disposição e anseio de contribuir e transformar a sociedade, e as regiões e instituições necessitadas do Brasil.

projetorondonHoje coordenado pelo Ministério da Defesa, o Rondon é um programa que permite que alunos universitários atuem em ações sócio-educativas em municípios carentes do Brasil, na condição de voluntários, durante suas férias acadêmicas. Além de complementar a formação dos alunos e professores participantes com experiências enriquecedoras de adaptação de sua atuação em condições desfavoráveis, o Rondon é uma ferramenta de extensão das quais as instituições de ensino superior, sejam públicas ou privadas, podem se utilizar para desenvolver projetos da forma mais prática possível.

Foi com isto em vista que um grupo de alunos da USP-São Carlos, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), decidiram elaborar um projeto e submeter à seleção das operações do início de 2012. O projeto da USP-São Carlos se situa no âmbito da Operação Pai Francisco, que será realizado entre o dia 20 de janeiro e o dia 5 de fevereiro de 2012, em alguns municípios carentes do Estado do Maranhão. Pois o projeto foi selecionado para participar das operações, incluindo o IFSC no grupo de rondonenses pela primeira vez, conforme a relação divulgada na página do projeto na internet no último dia 14. E neste domingo, dia 23 de outubro, já estava programada a viagem precursora à realização do projeto.

Assim, os professores coordenadores do projeto na USP embarcaram para a cidade de Guimarães, no Maranhão, onde permanecerão até o dia 29, com o objetivo de adequar os primeiros planos das atividades à realidade maranhense. Entre estas atividades, que se dividem em quatro categorias – comunicação, tecnologia e produção, meio ambiente e trabalho –, o projeto prevê a construção de um forno solar, oficina de coleta seletiva, sessões de cinema, capacitação para construção adequada de poços, desenvolvimento de cooperativa de pescadores, aulas de informática, oficina de compostagem, de mídias sociais, planejamento financeiro, entre muitas outras relativas ao desenvolvimento sustentável da comunidade. Cada uma destas atividades é descrita, no projeto inicial, em um plano de trabalho detalhado, que contém objetivos, local de aplicação, recursos necessários, público alvo e cronograma dos passos a serem seguidos durante o desenvolvimento da atividade. É este plano de trabalho que deve ser adequado às características da cidade e da população, resultando em um segundo projeto para a aplicação efetiva em janeiro.

Outra realidade

Segundo o professor Francisco Guimarães, docente do IFSC e coordenador do projeto do Instituto, que embarcou ontem para trabalhar nesta adaptação, é uma surpresa aquilo que se pode encontrar na cidade em questão. “É possível que cheguemos com muito apoio da prefeitura, da igreja e da população, e também pode ser que sejamos mal recebidos ou ignorados, por isso esta semana de visita é tão importante para a nossa missão, para estabelecer contatos e criar todas as condições para a execução dos trabalhos”, reflete o docente.

Não há duvidas de que o contato com uma realidade à parte daquela em que vivemos é uma experiência muito enriquecedora. Guimarães, que participa do Rondon pela primeira vez, conta que suas expectativas são de muito crescimento pessoal. O próprio diretor do IFSC, o professor Antonio Carlos Hernandes, foi um participante do projeto, e afirma ter sido esta participação de grande importância pessoal e profissionalmente. “O objetivo é, a partir do ano que vem, criar um ciclo dentro do Instituto, despertando o interesse dos nossos alunos e inserindo-os em projetos futuros”, afirma Guimarães. Vale enfatizar a importância de aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade em outros contextos, principalmente em condições adversas, adaptando o conteúdo, o material e a si mesmo a fim de tornar o processo de ensino-aprendizagem eficiente e relevante, com fins sociais, econômicos e políticos. “Essa é também a função das instituições de ensino superior”, completa Guimarães.

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Próximas etapas

Dos quarenta alunos interessados e envolvidos no projeto elaborado pela USP-São Carlos, apenas oito podem ser selecionados para a viagem efetiva para o Maranhão. Depois de selecionados, esses alunos deverão ser cadastrados como rondonistas, e aguardar a adequação dos documentos até o dia da viagem, em 20 de janeiro do próximo ano. E, até este dia, os rondonistas deverão ocupar-se, junto a seus coordenadores, com os trâmites de transporte dos recursos que devem ser levados ao Nordeste, tais como ferramentas, telescópios e outros aparatos tecnológicos que podem ser utilizados nas oficinas e nas atividades em geral.

O IFSC continuará acompanhando de perto as novidades deste projeto e registrando as viagens e o desenvolvimento do projeto. Fique ligado!

http://www.projetorondon.org.br/

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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