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2 de outubro de 2018

Física – A facilitadora para um novo horizonte profissional

Guilherme Zampronio Alves, que realizou o ensino médio numa escola pública e o colegial em uma instituição particular em sua cidade natal – Ribeirão Preto – diz que o interesse pela eletrônica surgiu quando ele tinha apenas oito anos. Formado em engenharia elétrica, com ênfase em eletrônica, Guilherme conta que sempre teve a curiosidade de desmontar e montar equipamentos: “Ainda criança, quando eu desmontava e remontava algum equipamento, na maioria das vezes ele voltava a funcionar”, algo que já estava relacionado com o gosto pela área de exatas que, para ele, ocorreu naturalmente em sua vida.

Para o jovem engenheiro, que hoje está com 31 anos, os dois primeiros anos do curso de engenharia foram menos acadêmicos e mais aplicados, com ênfase em matemática e física, logo, a mudança do ensino médio para a universidade não foi tão brusca.

Segundo Guilherme, o começo de sua vida universitária foi uma mera extensão do colegial, onde se estudava o básico das ciências exatas, aprofundando-se cada vez mais nas áreas de cálculo, geometria, álgebra, dentre diversas outras, revelando que, para os futuros engenheiros, a grande mudança ocorre a partir do terceiro ano, quando surgem as áreas realmente aplicadas: circuitos elétricos, eletrônicos e módulos de potência: “Nesse momento, você se sente realmente dentro da engenharia, porque os professores são mais voltados para essa área e fazem conexões com o que a gente vê na vida real e com o que a universidade pode nos ensinar”. Assim, para este engenheiro foi uma grande realização, pois foi a partir desse momento que ele começou a aplicar o conhecimento que adquiriu.

Foi na metade do segundo ano acadêmico que o IFSC-USP cruzou em seu caminho. Apesar de já conhecer alguns professores de Física, por conta das disciplinas de Física 1, Física 2, Física 3 e dos laboratórios de física, de fato foi o Prof. Dr. Eduardo Azevedo, pertencente ao grupo de pesquisa do Prof. Dr. Tito J. Bonagamba, que fez com que Guilherme se interessasse pela física: “Eu acabei gostando das coisas que ele falava. Então, conversamos e ele me contou que trabalhava com equipamentos de Ressonância Magnética Nuclear. Seu grupo me recebeu de braços abertos e me mostrou o mundo aplicado na área da Física”, sendo que a engenharia serviu como um complemento natural da Física.

Um exemplo de projeto criado por este engenheiro foi uma sonda feita para o grupo de Ressonância Magnética Nuclear, bem como um equipamento desenvolvido para que os pesquisadores trabalhassem em campo zero. Ao mesmo tempo em que Guilherme precisava de informações, ele estudava em paralelo com a engenharia. De certo modo, uma área complementou a outra: “Digamos que na física, desde o princípio, eu tive uma necessidade industrial porque precisava criar soluções para o pessoal trabalhar. Assim, o meu estudo na engenharia contribuiu para que eu fundamentasse e alcançasse os meus objetivos”.

Guilherme, que trabalha na empresa Bruker do Brasil há nove anos, conta que ingressou na empresa como engenheiro de serviços – responsável pela manutenção e instalação dos equipamentos de ressonância magnética –, atuando hoje como coordenador na parte técnica do mesmo setor: “A minha estada no IFSC foi uma espécie de facilitadora na minha vida profissional dentro da Bruker, porque a ressonância magnética é uma técnica muito complicada, o tempo de treinamento para as pessoas que trabalham nessa área é muito grande e a empresa tinha me contratado quando eu já possuía um conhecimento mais profundo na área. Então, digamos que a física me preparou muito bem, estive a frente de pessoas que, inclusive, já trabalhavam na empresa”, revela Guilherme, enfatizando que a instrumentação científica sempre foi seu principal foco, salientando que os alunos entram muito despreparados na universidade: “Tudo é muito vago no princípio. Os jovens apenas se moldarão a partir do momento em que conseguirem conciliar suas vidas acadêmicas com suas qualidades”.

Quanto ao setor produtivo, afirma que os interessados em atuar nas áreas de instrumentação e aplicação não encontrarão falta de trabalho, pois são áreas extremamente fortes e que necessitam de mão de obra altamente qualificada: “O mercado brasileiro não para de crescer com os equipamentos de pesquisa”. Ainda de acordo com Guilherme, o salário de um profissional que deseja se especializar nessa área varia bastante. Por exemplo, numa empresa que utiliza equipamentos como raios-X, infravermelho, espectrômetro de massa e ressonância magnética nuclear, pode pagar a um jovem profissional cerca de R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00, daí que o ex-aluno do IFSC-USP aconselha que os jovens estudantes aproveitem a potencialidade que o Instituto de Física de São Carlos tem a oferecer.

Para ele, a própria personalidade do aluno irá guiá-lo para o caminho certo e no momento em que esse estudante estiver num lugar que não o satisfaça, ele partirá para outra área, seja na teoria ou na instrumentação, por exemplo. “Acredito que o IFSC tem muito para colaborar e ensinar aos alunos, principalmente no desenvolvimento da área que eles próprios escolheram”, finaliza Guilherme.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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