Notícias

16 de abril de 2015

Estudo possibilita aumento da eficiência de geração de energia elétrica

celulaA tese de doutorado desenvolvida pela pós-doutoranda do Instituto de Física de São Carlos, Idelma Aparecida Alves Terra, focando a elucidação dos processos de transferência de energia entre íons lantanídeos, mostrou um grande potencial para aplicação, visando o aumento da eficiência de foto-conversão de energia das células solares. Esta tese, intitulada Investigação espectroscópica e estudo dos processos de conversão de energia em vidros e nano-cristais co-dopados com íons Tb³+ e Yb³+, foi orientada pelo Prof. Dr. Luiz Antônio de Oliveira Nunes e co-orientada pela Profa. Dra. Maria Cristina Terrile, ambos do nosso Instituto, e vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais da EESC-USP.

As células solares absorvem e convertem a luz do sol em energia elétrica, que pode ser aproveitada, por exemplo, na utilização do chuveiro, de lâmpadas ou de outros equipamentos elétricos. Porém, Idelma explica que a maior parte das células solares presente no mercado é feita de silício cristalino, e que uma grande desvantagem é o alto custo do KWh produzido, justamente devido à baixa eficiência de foto-conversão, que atualmente é da ordem de 15%. Isto ocorre, pois o máximo da irradiância solar está localizado no visível, ao redor de 500 nanômetros (nm), e o máximo de resposta da célula solar de silício no infravermelho em 1000 nm. Este deslocamento espectral entre o espectro solar e o gap óptico do silício cristalino é a maior causa da baixa eficiência destes dispositivos.

Mas, como aumentar a Idelma1-350eficiência dessa célula solar? Sabendo que o efeito de foto-conversão das células solares de silício cristalino é mais eficiente na região do infravermelho, e que o sol não emite tanto nesta região, a Dra. Idelma Terra estudou pares de íons capazes de absorver luz na região do visível e converter para a região do infravermelho, sendo eles o Térbio e Itérbio, Praseodímio e Itérbio, e Neodímio e Itérbio. Estes pares de íons foram inseridos em materiais hospedeiros, tais como vidros e nanocristais, os quais podem ser colocados na frente de uma célula solar, aumentando a quantidade de luz infravermelha que chega até a mesma e, consequentemente, elevando o nível de foto-corrente gerada. Essa luz que seria perdida é convertida pelo material estudado, podendo ser absorvida, aumentando a eficiência de geração de energia elétrica em até 30%, explica a pesquisadora do IFSC/USP.

Além de poder ser utilizada em termos domésticos, a metodologia também pode ser aproveitada pelas indústrias. A Dra. Idelma destaca a falta de aplicação dessa energia limpa em nosso país, que tem grande potencial para gerar energia solar. Os principais países produtores de energia solar, curiosamente, estão situados em latitudes médias e altas: Alemanha, Japão, Estados Unidos, China e Espanha. Interessantemente, o Brasil possui um nível de irradiação solar aproximadamente 30% maior do que o dos países mencionados. Este fato viabiliza a utilização da energia solar em nosso país, permitindo levar energia elétrica a lugares onde, por exemplo, não têm condições para se criar uma usina hidrelétrica, conclui a pesquisadora.

Reconhecimento da pesquisa

No mês de março, foram anunciadas as teses vencedoras do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade 2014, em que a tese da Dra. Idelma foi premiada na categoria Processos eficientes para redução do consumo de água e de energia. O prêmio inclui uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral em instituição nacional ou internacional durante três anos, além de R$ 15 mil.

A cerimônia de entrega do prêmio deverá ocorrer no final deste mês de abril, em Brasília, DF.

Assessoria de Comunicação

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..