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8 de abril de 2014

Equipamento desenvolvido no IFSC-USP contribuirá no processo de emagrecimento

A pesquisadora – e também aluna de pós-doutorado – do Grupo de Óptica do IFSC-USP, Marcela Sene Fiorese, promoveu nas instalações de nosso Instituto, entre os dias 31 de março e 4 de abril, no horário compreendido entre as 10 e as 14 horas, uma avaliação da composição corporal, acompanhada de uma orientação para atividades físicas, uma iniciativa que esteve aberta à nossa comunidade.

Para essa avaliação, a especialista utilizou um aparelho importado pelo Grupo de Óptica, body-fat300ainda pouco utilizado no Brasil, que é capaz de calcular as gorduras corporal, muscular e visceral, além da taxa metabólica basal, bem como outras informações relevantes voltadas ao processo de emagrecimento.

Tal aparelho é apenas uma das ferramentas de avaliação utilizadas pela pesquisadora em seu projeto de pós-doutorado que está sendo realizado em conjunto com o doutorando Antonio Eduardo de Aquino Junior e com a aluna de pós-doutorado, Dra. Fernanda Oliveira Duarte, sob orientação dos docentes Vanderlei Bagnato (IFSC-USP) e Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCar).

Esta pesquisa, que já atendeu aproximadamente 150 pessoas, onde 30% delas apresentaram problemas de sobrepeso ou obesidade, tem como principal objetivo levar à comunidade aquilo que é desenvolvido como pesquisa dentro do Campus USP – São Carlos: Como sou uma educadora física, achei interessante a solicitação que o Prof. Bagnato me fez em oferecer esta avaliação para a comunidade, não com o intuito de pesquisa em si, mas com o intuito de extensão, conta Marcela Fiorese.

Apesar do investimento feito com este aparelho que foi colocado à disposição da comunidade, o equipamento central do projeto de Marcela, que está sendo desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC-USP, é um protótipo de fototerapia que utiliza emissores de laser e que consiste em associar a tecnologia da fototerapia com o exercício físico. Constituído por uma espécie de manta que é colocada sobre o paciente, em áreas específicas do corpo (por exemplo, no tronco, coxa, etc.), ela fornece uma determinada dose temporária de luz infravermelha a partir do laser, possuindo um princípio fisiológico que otimiza a atividade celular de uma pessoa. Este método, associado a exercício físico e a uma reeducação alimentar, propicia o emagrecimento cadenciado e seguro do paciente, conforme já foi demonstrado por avaliações clínicas.

Quanto ao emagrecimento, Marcela diz que É um processo consciente. A pessoa sabe o que está fazendo, o que precisa fazer, e tem as ferramentas na mão. Não adianta eu dizer a alguém o que precisa fazer para emagrecer. A pessoa tem que entender que o próprio corpo ‘briga’ com ela. O corpo não quer deixar o indivíduo emagrecer, porque ele não foi feito para gastar energia e sim para guardar.

A obesidade é o grande alvo deste novo protótipo. Por ser considerada uma Doença Inflamatória Subclínica Crônica, a obesidade necessita de tratamento contínuo. Para Marcela, é alto o investimento que se dá a uma pessoa portadora de alguma doença associada à obesidade, tais como a resistência à Insulina, também conhecida como Pré-Diabetes, o Diabetes tipo 2, a hipertensão arterial e as dislipidemias, que é o excesso de colesterol e triglicérides circulantes. Além disso, a obesidade está associada à artrite – não só pelo excesso de peso, mas também pela inflamação da articulação. Doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson, bem como a tentativa falha de engravidar, podem também estar associadas à obesidade.

Para a especialista, todas as enfermidades causadas pela obesidade estão relacionadas com o excesso de gordura. Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a gordura não é um tecido que armazena energia excedente; ela é responsável pelo controle de nosso balanço energético. Logo, é ela quem decide se você se alimenta ou não.

avaliao350A gordura libera hormônios e proteínas que controlam diversas outras funções no nosso organismo. Por exemplo, o primeiro hormônio descoberto há 20 anos foi a Leptina, que atua no nosso cérebro desencadeando um sinal de saciedade. O oposto dela é a Grelina, hormônio liberado pelo nosso estômago. Quanto mais gordura uma pessoa tem, mais Leptina ela terá. Nosso cérebro fica resistente à ação da Leptina. Quando um indivíduo possui muita gordura, ele acaba produzindo outras substâncias proteicas que são chamadas de Citocinas. Elas podem ser inflamatórias ou anti-inflamatórias. Sendo assim, todo o processo inflamatório irá gerar um dano no tecido ou na célula. Então, essas doenças relacionadas à obesidade são decorrentes de todos estes processos inflamatórios: O problema é o excesso de gordura, porque quanto mais gordura, mais substâncias (hormônios e Citocinas) a pessoa terá. Mas, ainda assim, seu corpo resistirá, não deixando as substâncias serem efetivas. No caso da Leptina, o corpo do ser humano desencadeia processos de resistências às ações da Insulina, que é outro hormônio que controla o equilíbrio energético e que faz com que a pessoa desenvolva outros tipos de doenças, explica Fiorese.

Apesar do equipamento ainda ser considerado um protótipo, a jovem pesquisadora conta que o próximo passo será patenteá-lo e lançá-lo no mercado para clínicas, se possível ainda no decurso deste ano: O equipamento ainda precisa ser remodelado para passar nos testes de segurança. A partir do momento em que nós conseguirmos publicar os resultados promissores, uma empresa deverá produzi-lo, finaliza.

Marcela Sene Fiorese é doutora em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mestre em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP), possui graduação em Educação Física e Motricidade Humana pela UFSCar, e atualmente integra o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, onde desenvolve seu pós-doutorado na área de Fototerapia.

Marcela, que também é colaboradora do Laboratório de Nutrição e Metabolismo, Aplicados ao Exercício do DEFMH-USFCAr, foi docente da Universidade Camilo Castelo Branco e professora substituta do Departamento de Educação Física da UFSCar. Possui experiência com ênfase em Bioquímica da Nutrição, atuando principalmente com os temas obesidade, exercício, nutrição, equipes multidisciplinares, metabolismo do tecido adiposo e novas tecnologias.

Confira abaixo as medidas exatas do Índice de Massa Corporal (IMC), medida universal proposta pela Organização Mundial de Saúde utilizada para calcular o grau de obesidade:

Eutrófico (Normal): de 20 a 24,9 kg/m²

Sobrepeso: de 25 a 29,9 kg/m²

Obesidade: maior ou igual a 30 kg/m²

Assessoria de Comunicação

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