Notícias

10 de junho de 2011

Empreendedorismo na Universidade: o novo paradigma

Se há pouco tempo, tentar visualizar os resultados produzidos dentro de uma Universidade- especialmente as públicas- era pensarmos numa imensidão de livros, monografias e teses de mestrado e doutorado, agora isso é diferente.

No cenário atual, o empreendedorismo tem tornado-se essencial e tão importante quanto a pesquisa básica. Prova é o crescimento de oportunidades e competições que incitam a prática do conhecimento adquirido nas instituições e o interesse, cada vez maior, de empresas, em contratar pesquisadores, nas diversas áreas do conhecimento.

No que diz respeito à Universidade de São Paulo (USP), esta tem levado à sério o casamento entre teoria e prática, buscando uma integração cada vez maior entre empresa e pesquisador. De acordo com o recém-empossado coordenador da agência USP de Inovação, Vanderlei Bagnato, professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), “inovação é algo que está conectado à capacidade de a Universidade transformar conhecimento em algo além, é fazer do conhecimento um benefício à sociedade, direto e indireto”.

Dentre diversos objetivos, a agência propõe-se a cumprir missões específicas. “Uma parte da responsabilidade, como cientistas, e que envolve, inclusive, nossos alunos e técnicos, é o fato de nossas atividades não serem apenas de formação de recursos humanos, como era no passado. Hoje a Universidade carrega o ônus de possuir profissionais capazes de tranformar ideias que resultem na geração de empregos”, esclarece Vanderlei.

Ainda nessa linha de pensamento, ele afirma ser necessário que a sociedade tenha acesso à capacidade científica de todos aqueles que realizam pesquisas no mundo acadêmico. “Muitas vezes não é o pesquisador que realiza diretamente uma atividade empreendedora, mas, através da procura de um terceiro elemento, como uma empresa ou um grupo de pessoas que pertença ao meio exteno, ele poderá utilizar seu conhecimento, induzido por esses outros, para gerar conhecimento de cunho tecnológico”.

A agência USP de Inovação

Vanderlei afirma que  a agência USP de Inovação está à disposição do estado de São Paulo, principalmente, e que o governo deste, por sua vez, também tem colaborado para com o novo espírito empreendedor, através de diversas iniciativas. “Queremos que o estado seja um palco, onde estejam localizadas as principais entidades de desenvolvimento, vinculadas a grandes corporações, como é o caso da Boeing, da Loreal, HP e todas as outras. Mas, isso só é possível a partir do momento em que a Universidade demonstra sua capacidade de gerar recursos humanos, escritórios de apoio. Essa é uma grande meta da agência”.

Tendo como lema a criatividade, ciência para o desenvolvimento de novas tecnologias, tudo isso aliado à sustentabilidade nas ações, a agência procura, segundo Vanderlei, persuadir seu corpo de pesquisadores para resolução de problemas relevantes. “Tenho trabalhado com o campus da USP- Zona Leste para dar atenção à inovação tecnológica relacionada a deficientes físicos. A USP-Zona Leste tem capacidade têxtil. Por que não aproveitá-la em benefício desse público, por exemplo? Essa é uma das ações que esperamos concretizar”, explica Vanderlei.

Uma nova cultura

Vanderlei diz que, embora a prática seja importante, não é possível deixar de fazer pesquisa. “Não pode-se diminuir a quantidade de estudos. Devemos, além disso, e não em vez disso, trabalhar com vistas à inovação tecnológica”.

Com tudo isso em mente, o Brasil, ainda com baixa expressividade no que diz respeito à cultura inovadora, pode estar prestes a ingressar em uma nova geração. Trabalhar essa nova modalidade, no entanto, não é tarefa simples, nem curta. “A inovação envolve o hábito de patentear, colaborar com o setor produtivo”, complementa o coordenador.

Sobre a olimpíada

Esse ano, a agência USP de Inovação promove a segunda edição da “Olimpíada USP de Inovação”. Alunos, docentes e, inclusive, funcionários, podem participar da competição, que está com inscrições abertas até o dia 16 de junho.

O evento é mais uma oportunidade de colocar em prática todo conhecimento adquirido pela comunidade uspiana e, sobre seu significado, Vanderlei diz que, “fazemos uma olimpíada de inovação tecnológica para tornar o tema conhecido, difundi-lo entre a comunidade e revelar talentos. Queremos mostrar o que é possível, que todos têm capacidade. Basta ter o incentivo e a preparação adequados”.

Sobre o perfil dos participantes, Vanderlei afirma que a qualidade necessária é, justamente, a inovação. “É preciso querer transformar o conhecimento em algo além da pesquisa básica. Não é preciso ser um pesquisador conceituado para inventar algo, as pessoas tem ideias, baseadas em suas necessidade, simplesmente. Quando alguém pensa, ‘Por que não inventam tal coisa?’, ela já está, na realidade, inventando!”.

Para saber mais sobre a Olimpíada, acessehttp://www.inovacao.usp.br/olimpiada2011/

Assessoria de Comunicação

Data: 10 de junho

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..