
(Créditos – “Melbourne Varicose Vein”)
Após pesquisas e estudos realizados por seus pesquisadores, o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) iniciou já um novo processo de tratamento de pacientes portadores de úlceras venosas – também conhecidas como úlceras varicosas.
A úlcera venosa é caracterizada por uma ferida na perna, próxima ao tornozelo, que ocorre devido à dificuldade do retorno do sangue das pernas ao coração. É o estágio mais avançado e grave de uma condição chamada “Insuficiência Venosa Crônica”. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, são múltiplos os fatores que contribuem para seu aparecimento, incluindo varizes, obesidade, trombose venosa profunda e falha da bomba muscular da panturrilha, por exemplo. Aproximadamente 1% da população apresenta úlcera venosa.

Pesquisadora do IFSC/USP Carolaine Bernardo
Habitualmente, a úlcera venosa é precedida por alterações da pele, nessa mesma região, como escurecimento da perna, inflamação da pele e endurecimento/atrofia da pele da perna. Em geral é pouco dolorosa, mas pode demorar para cicatrizar ou aumentar de diâmetro e/ou profundidade se não for adequadamente tratada. Além do impacto social e na qualidade de vida das pessoas, outras complicações podem ocorrer, como uma infecção da úlcera, que se manifesta com dor, mau cheiro, aumento da quantidade de secreção e vermelhidão ao redor da ferida.
O tratamento desenvolvido pela equipe de pesquisadores do IFSC/USP poderá ser uma alternativa aos processos cirúrgicos atualmente existentes, consistindo num procedimento que utiliza luz laser com uma determinada frequência, incidindo diretamente na área da lesão ao longo de várias sessões.
A enfermeira e pesquisadora do IFSC/USP, Carolaine Bernardo, é a profissional que está assumindo os procedimentos do novo protocolo, sob a supervisão dos pesquisadores Dr. Eduardo de Aquino Junior e Fernanda Mansano Carbinatto, também do IFSC/USP, na sequência de uma pesquisa realizada por ela e descrita em um artigo científico onde aparece como primeira autora na revista internacional “Journal of Palliative Care & Medicine”. “O artigo publicado relata o meu trabalho realizado com um paciente que apresentava uma úlcera aberta desde há dez anos e que não cicatrizou ao longo desse tempo. Com este novo tratamento com laser, aplicado duas vezes por semana, a ferida fechou em nove meses”, informa a pesquisadora. Segundo ela, o paciente possuía muitas comorbidades – diabetes, problemas de retorno venoso e de insuficiência venosa, vítima de infarto por duas vezes, e com amputação de quatro dedos no mesmo pé –, algo que contribuiu para o início deste processo do IFSC/USP.
Confira AQUI o artigo científico publicado na revista internacional “Journal of Palliative Care & Medicine”.
Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP