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14 de julho de 2023

Dos laboratórios para a sala de aula – “Um salto na minha vida: Uma profunda transformação”

Nesta última matéria dedicada aos jovens pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNaNO – IFSC/USP) que recentemente ingressaram como professores universitários em nosso país, o destaque vai para a (agora) Profª Dra Juliana Cancino-Bernardi, que foi contratada no Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP).

Nascida em Maringá (PR), Juliana Cancino-Bernardi graduou-se em Química – Bacharelado e Licenciatura – pela Universidade Estadual de Maringá, tendo obtido seu Mestrado e Doutorado em Ciências – área de concentração Química Analítica – pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP). Durante seu doutorado, realizou estágio sanduíche na Rühr Universität, Alemanha, sob a supervisão do Prof. Dr. Wolfgang Schuhmann. Realizou o pós-doutorado no IFSC/USP no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia e foi pesquisadora visitante no Centre for Bionano Interactions, coordenado pelo Prof. Dr. Kenneth A. Dawson, na University College Dublin, Irlanda. Seus estudos e pesquisas incidem na aplicação de técnicas analíticas em Nanomedicina e Nanotoxicologia, atuando principalmente no desenvolvimento de nanopartículas teranósticas, sensores e biossensores, e toxicologia de nanomateriais.

Da mesma forma que os anteriores entrevistados, tivemos o privilégio de acompanhar uma grande parte do percurso acadêmico e científico de Juliana Cancino-Bernardi, uma jovem pesquisadora que se dedicou desde muito cedo à ciência, mostrando-se ávida por aprender mais, explorar novas áreas da ciência e descobrir respostas para perguntas complexas. Tudo começou no profundo fascínio pelos fenômenos naturais e um desejo constante de entender como o mundo funcionava, um caminho que foi sendo desbravado com muito esforço e resiliência a partir de sua graduação, superando obstáculos e não desistindo diante das dificuldades.

Todo esse percurso pode ser observado através dos inúmeros trabalhos científicos realizados pela pesquisadora ao longo de sua carreira, permitindo-nos, neste espaço, destacar alguns de seus trabalhos. O primeiro desses destaques diz respeito a um estudo realizado no início de 2021, no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP), após cinco anos de trabalho, que permitiu que uma nova e inovadora abordagem e investigação fossem implementadas através da interação entre potenciais nanofármacos e membranas de células cancerígenas em tumores no fígado humano. Outro trabalho da pesquisadora, igualmente datado de 2021, incidiu sobre o imageamento feito por espectroscopia fotoacústica para a detecção de tumores (diagnóstico), passando para a fase terapêutica com a absorção da luz pela nanopartícula, matando a célula tumoral na sequência.

Já no corrente ano, Juliana Cancino-Bernardi, integrada numa parceria entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Departamento de Química da FFCLRP/USP, ajudou a desenvolver um biossensor especialmente dedicado à detecção do SARS-CoV-2 com base no reconhecimento da proteína Spike do vírus por receptores de membranas celulares. Além deste biossensor se apresentar de baixo custo (menos de um dólar) devido a camada de biorreconhecimento, ele tem a particularidade de descartar a detecção de outros vírus, como, por exemplo, Dengue e Zika, sendo, por isso, uma ferramenta exclusiva para SARS-CoV-2.

Poderíamos aqui mencionar outros importantes trabalhos e colaborações científicas da Prof. Juliana, contudo, o nosso foco nesta matéria é o fato da pesquisadora ter experimentado, segundo ela própria afirma “um salto na minha vida, uma profunda transformação”, ao ser contratada como professora no Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

Inspirando a próxima geração

Ciente dos desafios que o cargo de professora traz, como lidar com diferentes estilos de aprendizado, administrar o tempo entre a preparação de aulas e a pesquisa científica, Juliana Cancino-Bernardi manifesta o desejo de poder inspirar a próxima geração de cientistas e contribuir para o avanço do conhecimento científico. Para ela, é uma realização pessoal e profissional. “Sempre busquei me integrar o máximo possível dentro da USP e esta nova etapa me trouxe uma felicidade enorme. Me classifico como “cria” da USP, já que foi aqui que cresci como pesquisadora desde a minha pós-graduação. Foi tudo feito aqui e estar dentro desta Universidade, deste sistema, é de alguma forma fácil e tranquilo para que você se identifique com tudo o que encontra ao seu redor”, enfatiza a professora.

Para nossa entrevistada, o mais gostoso no meio de todas essas emoções foi sempre ter conseguido conciliar a sua carreira acadêmica com sua vida pessoal. “É um universo onde me sinto em casa, sem estresse, onde tenho o meu filho, meu marido, minha família. Consegui me adequar muito bem a toda essa rotina pesada entre os trabalhos de pesquisa no laboratório e a preparação para um concurso, tendo conseguido conquistar essa vaga graças à minha família, que sempre me deu a tranquilidade necessária”, conclui a docente..

Para o coordenador do GNano, Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, que viu a jovem pesquisadora crescer cientificamente e atingir este ponto na sua carreira “É extremamente gratificante vivenciar o sucesso profissional de nossos alunos e ex-alunos. No caso da Profa Juliana Cancino, além dessa alegria pela sua trajetória científica, sou também muito grato pelo apoio que ela sempre concedeu ao GNano, especialmente nos primeiros anos da criação do Grupo, colaborando ativamente não só na implementação da infraestrutura, como também em vários projetos de outros alunos. E essa colaboração está bastante ativa, ainda”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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